Fanfics Brasil - O Monstro Devorador The Mythology- Portiñon- Adaptada

Fanfic: The Mythology- Portiñon- Adaptada | Tema: Dulce María, Anahí Portilla, Portiñon, Mitologia Grega


Capítulo: O Monstro Devorador

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Pov Anahí



Fazia quase uma hora que estávamos no Mar de Monstros e eu poderia dizer que era um dos lugares mais esquisitos para estar. Aquela tempestade durou cerca de quinze minutos apenas, cedendo lugar apenas para um clima com forte ventania. Christopher teve de lutar contra as correntes de ar para manter o curso que Miley ditou. Eu tinha de admitir, para conseguir fazer aquilo devia ter sido muito difícil, mas em nenhum momento eu vi Uckermann hesitar ou fazer cara feia. Porém agora o cenário era completamente outro. Era uma total calmaria, mal passando uma brisa ou tendo ondas no mar.



O oceano parecia mais um enorme lago tedioso. Aconteceu apenas um ataque pelo ar, uma águia gigante selvagem que não demorou a se afastar quando percebeu que eu era uma filha de Zeus. Águias eram um dos animais que representavam meu pai.



-Deveríamos ter trazido algum jogo – Maite comentou ao meu lado entediada.



Estávamos no topo do mastro principal, sentadas no vigia onde tínhamos uma visão privilegiada do luar e do mar estranhamente calmo.



-Eu estava esperando monstros aparecendo a torto e a direita – admiti frustrada – Acho que o plano é nos matar pela falta do que fazer.



-Se for parar pra pensar, morrer de tédio é uma morte muito ruim – Maite fez uma breve careta.



Ri baixo achando graça do teor de nossa conversa. Inclinei o corpo vendo lá embaixo os outros semideuses circulando pelo barco. Dulce estava ao lado de Demi e Miley, o trio parado na proa do navio.



-Anahí, o que é aquilo? – Maite cutucou o meu ombro.



Desviei o olhar encarando o horizonte a nossa frente. Franzi o cenho tentando entender o que a filha de Hermes estava se referindo, até finalmente ver algo que parecia algumas rochas se erguendo nas águas e começando a formar ondas.



-Está se movendo? – perguntei incerta do que estava vendo.



A formação de ondas começou a aumentar e um vento mais forte passou por mim, seguindo de um calafrio que me deixou totalmente em alerta. Isso não era bom sinal. Toquei no ombro de Maity antes de pular do posto de vigia do mastro e começar a cair para o navio. Manipulei o ar para pousar suavemente sobre o chão de madeira, seguindo rapidamente em direção a Miley e as outras na proa.



-Tem algo mais a frente – avisei em alerta – Não sei o que é, mas parece rochas e está agitando o mar. Aliás, não to com bom pressentimento.



-Demi, você consegue ver algo? – Miley perguntou um pouco tensa.



Não era a toa que a Lovato era a melhor arqueira. Ela tinha uma visão apurada, que dava um alcance maior do que o normal desse sentido, além de ter uma mira quase impecável. Eu nunca a vi errar um alvo, mesmo que estivesse muito, mas muito distante.



A filha de Apolo se inclinou um pouco sobre a grade e franziu o cenho concentrada. Ao mesmo tempo, as ondas e as correntezas pareciam aumentar exponencialmente. A sensação era de que o navio estava sendo, pouco a pouco, arrastado em direção as rochas que se moviam. Levou quase um minuto completo para Demi se mover, afastando
bruscamente da grade com uma expressão que me deixou ainda mais tensa.



-Está se movendo – Demi confirmou e olhou para Miley – Os dois monstros da Odisseia, qual era o nome?



-Ah eu li sobre isso – Dulce falou levemente empolgada por saber de algo – Cila e Caríbdis!



Meu sangue gelou completamente. Como inferno ninguém tinha pensado na possibilidade de encontrar Cila ou Caríbdis? Eles eram os monstros que representavam o limite do Mar de Monstros! Não tinha como fugir, ou você encontrava um ou outro. Se der muito azar e for mesmo o seu destino morrer, você pode escapar de um e encontrar o outro.



-Caríbdis – Miley murmurou também pálida, então teve um estalo acordando do choque – CHRISTOPHER! DESVIE!



Ela gritou começando a correr em direção ao comandante do navio. Demi foi avisar aos outros e eu já estava me afastando para poder chamar Maite quando Dulce segurou meu braço.



-É Caríbdis não é? – ela indagou incerta.



-Sim, o monstro devorador. Se não conseguirmos desviar, vamos ser engolidos pelo monstro, literalmente – expliquei agitada.



-Vou avisar ao Chris, ele está no andar dos canhões – Dulce anunciou.



Eu pedi com o olhar para que ela tomasse cuidado e ela fez o mesmo. No segundo seguinte, ela passava com o andar confiante por mim. Olhei a frente e já voava para o posto de vigia no mastro, encontrando uma Maite completamente agitada. Não era para menos! Ali de cima nós tínhamos a visão do inferno. As rochas continuavam a se mover, porém quanto mais perto chegávamos, mais percebíamos que aquilo era na verdade dentes. Dentes de uma enorme boca monstruosa que estava no mar, com várias camadas. A correnteza
piorava, a sensação era de que estávamos entrando em um redemoinho marítimo.



-Eu calculo um tempo de cinco minutos até estarmos lá – Maite disse nervosa – Como lutamos contra isso Anahí?!



-Não lutamos, não existe arma contra algo desse nível! Merda, porque o Uckermann não está virando o barco?!



Olhei para baixo e via o garoto segurando o leme com o corpo inclinado. Ele estava direcionando o máximo o navio para o lado oposto e eu até podia sentir a embarcação virando. Mas ainda estávamos sendo levados pela forte correnteza. Para completar, o tempo que estava tranquilo estava fechando rapidamente, formando nuvens negras e produzindo
uma ventania.



-Eu vou tentar ajudar! – gritei avisando a Maite – Aqui em cima você não pode ajudar, desça May!



Maite não me questionou, saltou fazendo as asas de seu allstar baterem rapidamente. Ela se desequilibrou em uma corrente, mas conseguiu pousar meio desengonçadamente no convés superior. Respirei fundo e voei, parando a frente do navio, contra a correnteza do ar. Olhei para o mar, Caríbdis cada vez mais perto, em poucos minutos estaríamos
serpenteando entre seus dentes.
Apontei minhas mãos em direção as velas e comecei a manipular o ar. Era terrivelmente mais difícil controlar uma ventania. Ainda assim, eu estava tentando conduzir o vento cada vez mais furioso. Nós tínhamos de tirar o navio dali! Por um momento, eu estava conseguindo. O navio começava a se afastar. Estávamos a poucos metros da primeira fileira de dentes do monstro marinho, uma verdadeira tempestade se formando no ambiente que outrora fora calmo e entediante.



Porém tudo desandou quando os raios começaram a surgir. Praguejei alto vendo um raio passar e acertar o mastro da frente, iniciando um pequeno incêndio. O ar começou a ficar cada vez mais difícil de manter o controle. Eu podia sentir meu corpo doendo, minha respiração ficando difícil e um cansaço começar a me domar. Ainda assim persisti e acreditava que realmente iria conseguir... Se não fosse um maldito raio cair a menos de dois metros de Christopher e Miley, perto do leme. O susto e o impacto o fez soltar o condutor do navio, que girou e girou deixando o navio completamente desgovernado.



O navio bateu contra um dos dentes, girou passando diretamente para a terceira fileira
de dentes. Meu corpo não aguentou, comecei a cair e por último manipulei o ar de forma a só aliviar a queda, mas ainda assim foi um pouso nada agradável. Escutei os tiros vindo, Chris atacava tentando impulsionar o barco para fora. Porém isso não era mais suficiente, seriamos engolidos!



Até que Maite Perroni e Angelique Boyer apareceram. Maite corria e gritava com todo mundo feito uma louca, ordenando que nós nos segurássemos em alguma coisa.
Prontamente corri para o mastro principal, buscando com o olhar Dulce que corria para se segurar, mas o navio começou a despencar para baixo e o piso molhado por conta da tempestade a fez escorregar. Meu coração gelou quando, como em câmera lenta, vi Dulce começar a deslizar para baixo. Rosnei e me soltei correndo em sua direção. Quando o corpo
magro da morena ia passando por mim, me joguei e a segurei o mais firme que podia. Joguei uma corrente de ar fazendo com que nossos corpos deslizassem em direção ao mastro central e com um braço o segurei firme, enquanto com o outro eu segurava Dulce com mais firmeza ainda.



No segundo seguinte algo impulsionava o Vingança do Mar como se fosse um foguete. Ele praticamente voou para fora da boca do monstro! O impulso puxava meu corpo para trás,
porém segurei desesperadamente o mastro para não deixar que eu e Dulce caíssemos, usava tanta força que eu sentia os meus músculos esmagando. Foi impossível não gritar enquanto Dulce se agarrava ainda mais em mim, me usando como seu apoio. Ousei olhar ao redor, finalmente entendo o que acontecia quando vi Maite segurando uma garrafa térmica, amarrada com Angelique a uma corda. A filha de Afrodite a segurava firme para manter a direção. May tinha liberado os ventos que Hermes tinha nos dado. As correntes de ar que saiam da garrafa eram tão fortes que era como se um furacão estivesse
se formando a partir dali.



Aquilo levou cerca de trinta segundos. Em meio minuto Maite tinha o poder dos quatro ventos em mãos. Quando parou, o navio também parou bruscamente, fazendo com que algumas coisas permanecesse em movimento seguindo a lei da física. A sensação de que tudo ainda corria ao meu redor ainda me mantinha pregada no mastro. Só me dei conta que as coisas tinham parado de girar quando Dulce segurou em meu braço e com todo o cuidado do mundo começou a me desgrudar do mastro.



-Ai, ai! – gritei e gemi de dor.



Dulce prontamente se afastou quando gemi em dor. Eu cai deitada no chão molhado do convés, fazendo caretas sem parar enquanto mal conseguia movimentar o meu braço. Sabe a sensação de ter malhado uma parte do corpo o dia inteiro com um peso consideravelmente alto? Era assim que eu sentia o meu braço.



-Ally! – Dulce gritou.



-Já estava escutando ela chorando – Ally se aproximava rapidamente.



-Eu não estou chorando porra! – vociferei prontamente.



-Annie você deslocou o ombro – a curandeira diagnosticou depois de uma rápida análise – Vou ter de colocar no lugar e isso vai doer.



-Acaba logo com isso! – rosnei tentando sentar.



Dulce me ajudou e me segurou. Agradeci por isso, pois quando aquela baixinha descabelada colocou meu ombro no lugar, eu teria caído no mesmo instante. A dor aguda durou mais ou menos dez segundos, só então começou a aliviar. Mesmo que o cansaço e o
esforço muscular ainda se mantivessem, estava melhor. Além de ter um braço completamente vermelho por ter me apertado ao mastro. Todos estavam no convés superior, alguns machucados por terem batido ou sofrido alguma pancada quando fomos lançados para longe pelos ventos dentro da garrafa térmica.



-Maite, você nos salvou! – Christian exclamou a abraçando de lado – Sabia que você servia para alguma coisa.



-Licença que vocês não andariam um quilometro sem mim – Maite se fingiu de ofendida.



-Sobrevivemos a Caríbdis – Demi falou incrédula.



-Ninguém vai acreditar no Acampamento – Christopher comentou – Sobrevivemos!



Demi e Ucker bateram as mãos no ar. Tive de sorrir um pouco, mesmo que estivesse esgotada e tendo de ficar apoiada em Dulce para simplesmente não desabar, escapar de um monstro lendário era uma grande vitória.



-Desculpa interromper o momento – Miley disse e todos olharam para ela, a fazendo encolher os ombros – Mas Maite nos jogou para longe... Um longe que eu desconheço completamente.



Demorou um pouco para que eu entendesse o que estava acontecendo. Aos poucos, as expressões de vitória foram substituídas por uma de aflição. Afinal de contas estávamos perdidos bem no Mar de Monstros, um dos lugares mais perigosos para semideuses estarem.


 


Notas Finais


 


Conforme os escritos de Homero, Caribdis era originalmente uma ninfa, filha de Ponto, o protetor dos limites territoriais no mar e de Gaia. Possuidora de um apetite voraz, ela exigia dos viajantes que lhe fosse entregue comida e bebida para aplacar sua fome. Sua caverna era cercada de ossos dos animais que ela conseguia alcançar. Quando Héracles passou perto de Messina, levando os bois de Gerião, ela roubou os animais e devorou-os. Ao investir contra o herói, que tentava recuperar seu gado, Caríbdis foi fulminada por Zeus que interveio
com um raio. A ninfa foi fulminada e atirada às profundezas do mar. Mas ela não morreu: ressentida Caribdis nadou para uma caverna submarina para curar suas feridas, lá se transformou em um horrendo monstro marinho. 



Bom, por hoje é só, comentem o que acharam por favor. ;)



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Autor(a): AnBeah_Portinon

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 179



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  • tryciarg89 Postado em 09/02/2022 - 17:32:25

    Por favor poste mais,uma das melhores fics que já li,descobri ela recentemente. Mas por favor continue...

  • raphaportiñon Postado em 28/01/2022 - 14:34:57

    Poxa, achei essa fic há poucos dias e me apaixonei por ela. Li e reli várias vezes nesse pouco tempo e é uma pena que não teve continuação, ela é maravilhosa e perfeita assim como Portiñon. ❤️... Com almas gemêas como deve ser, sem traição mas com todos os sentimentos de amor, dor, bondade, raiva, felicidade, ciúme, perdão, angústia, amizade, aventura e um amor eterno. Cada capítulo foi sensacional. Pena que não teve continuação e fim !

  • livia_thais Postado em 02/04/2021 - 23:41:44

    Continuaaa

  • DreamPortinon Postado em 19/12/2020 - 03:48:41

    Continuaaaaaaa

  • siempreportinon Postado em 05/11/2020 - 21:08:27

    Continua!!!

  • candy1896 Postado em 05/11/2020 - 20:12:12

    QUE BOM QUE VOLTOU, CONTINUA

  • livia_thais Postado em 30/09/2019 - 22:05:41

    Continuaaa

  • Jubs Postado em 10/05/2019 - 01:11:59

    VOLTAAAAAAAAAA

  • Jubs Postado em 05/05/2019 - 23:02:43

    Continuaaaaaa

  • Jubs Postado em 02/05/2019 - 03:04:52

    CONTINUAAA QUE ESSE CAPÍTULO SÓ ME DEIXOU CURIOSA




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