Fanfic: The Mythology- Portiñon- Adaptada | Tema: Dulce María, Anahí Portilla, Portiñon, Mitologia Grega
Notas da Autora
Aproveitando o clima de tristeza pela derrota do Brasil, aí vai um capítulo bem triste pra vocês.
Pov Dulce
A sereia estava amarrada na banheira, as cordas perpassando todo o tronco prendendo bem os braços. Estava devidamente vestida, com um blusão de Maite e um short da Angelique. Ela nos encarava ameaçadoramente, a sensação que eu tinha era de que se ela pudesse arrancar nossos corações com a mão, ela o faria sem nem piscar. O silêncio era quase sepulcral, o lugar mal iluminado tendo apenas como fonte de luz lampiões rústicos nas paredes. Acredito que ninguém sabia o que fazer agora, a maioria
olhava para a sereia com curiosidade e preocupação. Afinal do que ela seria capaz mesmo
estando amarrada?
-Me matem logo, que saco – a garota falou surpreendentemente com um jeito tedioso – Parece que nunca viram uma garota antes!
-Não uma que se transforma em um passarinho bem feio – Maite não resistiu a provocação.
-Como se você fosse lá uma musa abençoada por Afrodite – a sereia revirou os olhos indiferente e sem se abalar.
-Ei! – Maite já ia avançar, Ally quem a segurou.
-Acalmem-se – Miley falou, seu semblante estava bem sério até ela suspirar – Qual o seu nome?
-De que adianta? Vocês vão me matar mesmo – ela parecia bem certa dessa ideia.
-Quem disse que vamos? – a voz de Ariana era serena, mas ainda assim séria – Ainda está viva, queremos apenas conversar.
-Muito hospitaleiros vocês então – ela riu em ironia – Estou amarrada em um lugar fechado e fedorento, estou em dúvida se é o ambiente ou um de vocês mesmos, tem
semideuses que credo em Zeus!
-Porque não saímos boa parte de nós? – Chria propôs parecendo analisar a situação – Muita gente pode acabar provocando uma discussão desnecessária e interrupções.
-Vamos – Angel começou a puxar Maite para fora.
-Por que está me tirando daqui? Eu sei me comportar! – Maite ficou indignada.
-Porque vai ser algo chato, podemos fazer coisa melhor e deixar essa coisa entediante para quem pensa que está liderando a situação aqui – Angel explicou simplesmente.
Com isso saíram quase todos, restando ali apenas eu, Anahí, Miley e Demi que ainda recuperava a sua voz. A sereia revirava os olhos e continuava com a cara de poucos
amigos. Anahí estava mais afastada, o isqueiro em mãos, braços cruzados e um daqueles
olhares frios e intimidadores. A garota ruiva nem se atrevia a olhar em sua direção.
-Se não vão me matar, querem me torturar com tédio? – a sereia perguntou recostando na banheira.
-Eu vou ser direta – a voz de Anahí ecoava fria pelo ambiente, ela fez passar um pouco de estática por entre os dedos – Qualquer gracinha e você vai ser eletrocutada, essa é
minha noção de tortura.
-Foi você sua puta!
A sereia agitou-se de repente, se debatendo e seu corpo querendo se transformar. Seus braços ficavam cheios de penas, as garras se alongavam e diminuíam. Miley esticou a mão, fechou em punho e os laços a apertaram ainda mais, a obrigando a ficar quietinha apesar de quase ficar rosnando. Deuses, nem mesmo efeitos de Hollywood seriam tão perfeitos quanto aquelas coisas estranhas que aconteciam em nosso mundo!
-Não queremos machucar ninguém Anahí! – Miley exclamou zangada – Se comporte ou sairá também!
A filha de Zeus resmungou e ergueu as mãos em rendição, voltando a cruzar os braços abaixo dos seios depois.
-Olha, na verdade – eu comecei de uma maneira hesitante, tentando ser educada perante tanta hostilidade – Precisamos de ajuda – aquilo pareceu surpreender a sereia, eu me aproximei com cautela, tendo o olhar azul água dela cravado em mim – Eu me chamo Dulce, estou garantindo a você que nada vai acontecer a você.
-Como se a palavra de um meio-sangue valesse alguma coisa – ela vociferou – Acho que prefiro que me matem logo!
-Nos escute, ok? – pedi mordendo o lábio – Por favor? É algo bem sério, daquelas coisas épicas, catastróficas e fim do mundo, sabe?
-O de sempre – ela revirou os olhos, suspirou e me fitou – De quem você é filha? É humana?
-Não, sou semideusa, minha mãe é – franzi o cenho, ainda tinha muitas dificuldades em não dizer que minha mãe era Blanca – Minha mãe é Perséfone.
Os olhos estranhamente azuis da sereia se arregalaram quando eu revelei quem era. Ela me fitava parecendo querer ver se em algum momento eu iria dizer: mentira, é só uma pegadinha!
-Mas eu sinto nada vindo de você! – ela exclamou finalmente.
-Magia de proteção – Miley também se aproximou calmamente – E você já deve saber a situação da rainha, certo?
-Desaparecida, o rei do Mundo Inferior perdendo um parafuso ou dois – a sereia deu de ombros e respirou fundo – Isso sim é problemático. Vai chegar um momento que o Mar de Monstros vai ser mais seguro do que lá fora.
-Não podemos deixar que chegue a esse ponto, por isso estamos aqui – Miley prosseguiu e com levitação fez com que uma cadeira se arrastasse sozinha para perto da
banheira, sentando perto da sereia – Há um ritual que preciso fazer para encontrar a deusa. Os itens para o ritual são muito peculiares.
-Oh não, não! – a sereia se debateu um pouco – Eu sei o que vocês querem! Eu não vou chorar!
-As sereias são conhecidas por mostrarem o que mais desejamos, esse tipo de poder unido a magia irá potencializar a busca – Miley explicou calmamente e respirou fundo – Libertaremos você logo depois, sem nenhum machucado.
-Mesmo se eu quisesse ajudar – a sereia riu ironicamente – Conseguir fazer uma sereia chorar é praticamente impossível!
-Mas há uma chance, não é? – perguntei com esperança.
-Olha aqui garota – ela ia falando com um tom rude, mas ao me olhar respirou fundo como que para se acalmar – Dulce não é? Você é até legal, sabe ser educada, coisa que
semideuses hoje em dia não são! – ela olhou acusatoriamente para Anahí e demorou a me fitar mais uma vez – Nós, sereias, não nos emocionamos facilmente. Lidamos com desejos, sentimentos, o que nos torna meio que imunes a isso. Só algo muito bom ou muito triste nos faria chorar.
-O que seria muito bom ou muito triste? – indaguei.
-Não faço ideia, nunca chorei em minha vida. Teria de ser algo muito, muito trágico. Ou lágrimas de amor – ela deu de ombros – Agora que chegamos à conclusão de que não
podemos fazer nada, vão me soltar? Eu ia sair com um tritão sabia?
-Ele deve ser louco – Anahí falou baixo, mas foi audível.
-Anahí – Miley ralhou e a outra encolheu os ombros revirando os olhos – Se tivermos uma chance, você aceitaria ajudar?
-Claro – ela sorriu falsamente e depois ficou séria – Que não!
-É uma pena – soltei um suspiro – Teria de ser uma sereia de muita coragem para poder ajudar semideuses em algo tão perigoso – olhei teatralmente para Miley e a sereia – Afinal, imagina o que iriam falar da criatura que conseguiu derramar lágrimas e isso foi
essencial para encontrar a grande deusa e acabar com o perigo?
-Sim – Miley também encenou – Eu até achava que o nome dela seria repercutido entre os monstros, semideuses, criaturas da natureza... – Miley olhou tristemente para a sereia – Mas nem seu nome quer nos dar, não é?
-Espera, espera – a sereia falou rapidamente, ficou um minuto em silêncio ponderando sobre a glória que receberia nos ajudando e ergueu o queixo – Claro que essa sereia teria de ser eu. O nome de Aylin será lembrado nessa aventura – então ficou mais séria – Se
conseguirem me fazer chorar. Darei apenas uma chance para vocês.
-E como faríamos isso? – perguntei um pouco perdida.
-Eu que vou saber? A ideia brilhante é de vocês, eu que vou me submeter a isso – ela disse um pouco rude.
-E-eu tenho uma ideia – Miley encolheu no banco, Demetria a olhando mais atentamente agora – Eu vou deixar você ver... Você ver meu passado.
Nesse momento Demi quase saltou do lugar, ela tentou falar, mas sua voz saia apenas fiascos, sua mão segurando firmemente o ombro de Miley. Os olhos castanhos cravados nos dela.
-É o único jeito, Demi – Miley disse mais firme, tirando a mão da filha de Apolo de seu ombro – Uma única chance. É disso que precisamos.
-Certo, me mostre como você foi abandonada pela mamãe e ficou sofrendo – Aylin debochou – É sempre a mesma história.
Miley mordeu o lábio e soltou um suspiro. Encarou as próprias mãos parecendo precisar de um tempo para si mesma. Ninguém ousou interrompê-la, mas todas nós
olhávamos para ela. Principalmente Demi que parecia querer pegá-la e leva-la para bem
longe. A filha da magia finalmente respirou fundo duas vezes, sentou bem próxima da banheira.
-Eu vou precisar soltar você – Miley disse, a voz não passava de um fio – Por favor, nos de essa chance de todo o coração.
-Ta, ta, anda logo com isso.
Miley fez desaparecer os laços e Anahí ficou mais tensa, mas Aylin nada fez, apenas virou o corpo na água para poder ficar de frente para Miley. A garota morena pegou a mão da ruiva e colocou sobre a têmpora esquerda, enquanto erguia a própria mão e colocava na lateral direita da cabeça da outra.
-Você vai mergulhar em minhas lembranças, de início será confuso porque eu ainda estarei dominando a magia – Miley explicou sem nenhum animo – Para os outros isso pode levar um tempo, não sei quanto.
A sereia apenas acenou. Miley a fitou e começou a murmurar palavras em um dialeto que eu desconhecia. Então seus olhos castanhos foram ganhando uma tonalidade púrpura hipnotizantes. Eu encarava a tudo encantada e extremamente curiosa. Miley era capaz de fazer coisas que ninguém poderia predizer, inconstante como a magia. Depois de alguns segundos, os olhos da sereia que antes eram azuis, também assumiram uma cor roxeada. Ela prendeu a respiração e ambas ficaram se encarando ao mesmo tempo em que pareciam perder o foco. Elas mau piscaram, nada falavam, congeladas no lugar.
-Deu certo – a voz de Demi quase não existia – Isso provavelmente vai demorar, vocês podem ir.
-Não vamos – Anahí negou prontamente – Vou ficar para caso algo aconteça.
-Também não vou, Miley não me deixaria se fosse eu em seu lugar – disse confiante.
Demi tinha o início de um sorriso, mas suspirou e encarou a garota mais uma vez. Aproximei de Anahí, a garota mais velha me puxando para me acomodar em seus braços. Encostei em seu corpo, ficando de costas para ela e me permitindo ser abraçada pela
cintura. Era com certeza o lugar mais confortável para eu ficar. Cinco minutos depois, Anahí
pousou o queixo em meu ombro. Dez minutos depois ela começava a ficar agitada. Quinze minutos depois ela me soltou para ficar andando de um lado para o outro, a hiperatividade dela falando mais alto.
-Olha, Aylin – falei já que estava prestando atenção nelas, esperando que algo acontecesse.
Os olhos dela estavam marejando. Demi correu para fora, voltando bem a tempo com um frasquinho de plástico em mãos. Com toda delicadeza, a filha de Apolo abriu a tampa e depositou a boca do frasco no alto da bochecha de Aylin. As lágrimas transbordaram, mesmo que elas estivessem ainda imóveis, sem expressão nenhuma. Demi estava coletando as gotas que escorriam uma atrás da outra quando elas se separaram bruscamente. Ela se afastou para amparar Miley que cairia para trás, fraca e quase desmaiando, erguendo a mão que continha as lágrimas para não perder todo o trabalho que tivemos.
-E-eu – Aylin tinha a voz embargada, fitando Miley com pena, tristeza e dor – E-eu sinto muito, v-você... V-você...
-Sobrevivi – Miley murmurou distante – Isso é o suficiente por agora.
As palavras de Miley pareceram apenas piorar o estado emocional da sereia, ela começou a chorar alto e eu por puro instinto me aproximei para consolar. A ruiva me agarrou e chorou em meu ombro. Abri bem os olhos e fitei Anahí, ela parecia perdida com a situação e levemente chateada, mas nada fez, sabia que aquilo não tinha nem primeiras intenções.
-Demi – Anahí falou com delicadeza, sabendo ter tato com a situação – Leve Miley para a cabine, cuide dela. Eu e Dulce lidamos com a sereia, ok?
Lovato balançou a cabeça também parecendo estar abalada e não hesitou em pegar Miley no colo para sair dali depois de fechar com segurança o frasco. Continuei dando o ombro para que a sereia chorasse, Anahí voltou a encostar na parede dando o momento
que a garota ruiva precisava. O que ela teria visto? Eu sabia que a maioria dos semideuses tinham histórias tristes. Anahí quase viu a irmã ser devorada, fugindo de casa pensando ser uma maldição. Chris
queimou o irmão e também teve de sair de casa. Merda, até mesmo Maite que sempre tinha uma pegadinha para fazer e um sorriso fácil, tinha uma história melancólica. Porém era como Aylin disse, as histórias de sofrimento se repetiam e não era surpreendente um semideus órfão. Então o que teria de tão especial, e triste, na história de Miley Cyrus para fazer uma sereia chorar?
-Eu não quero mais chorar – Aylin disse em prantos – Mas meu coração dói! O que ela passou é terrível!
-Eu nem posso imaginar – murmurei e acariciei o cabelo ruivo, usando um tom que seria usado com uma criança que caiu e chorava sobre o machucado no joelho – Mas veja, ela está bem agora. Tem amigos, tem uma família nova.
-Uma família nova – Aylin repetiu como que para se convencer – Ela perdeu todo mundo de uma maneira tão cruel – Aylin fungou forte – Eu vi o que vocês precisam fazer, eu vou deixar as coordenadas para a Ilha de Circe. É o máximo que eu posso fazer por vocês.
-Vou chamar o Ucker – Anahí disse e me fitou – Tome cuidado ok? Se ela fizer alguma gracinha...
-Anahí! – exclamei – Respeite o sofrimento dos outros, vai logo!
Ela fez uma cara feia por ter levado sermão e saiu rapidamente do lugar. Aylin fungava e se afastou, procurei em seus olhos mais uma vez azuis qualquer sinal de perigo. Mas só havia uma garota em sofrimento.
-Você é legal, Dulce – ela murmurou – Desculpa ter tentado atacar a sua namorada. Mas você sabe, filhos dos três grandes tem sabores diferenciados.
-Ela não é... Como você sabe que eu e ela temos algo? – indaguei surpresa.
-Sentimentos, eu manjo nessa área garota – ela brincou e passou a mão no nariz – O jeito que ela fica te cercando nem denúncia também.
-É o jeito dela – dei de ombros – Não se preocupe, eu mesmo bati muito nela naquela batalha. Mas sabe, você poderia virar vegetariana! Nada de semideuses no cardápio, que tal?
-Estamos em trégua, não fazendo lavagem cerebral. Outros semideuses não hesitariam em me matar. Não se iluda Dulce, estou viva porque vocês precisaram de mim.
Antes que a conversa ficasse mais tensa ainda, Anahí chegou com Christopher. Aylin voltou a ter seu ar prepotente de sempre, dando as instruções das coordenadas marítimas. Depois disso Anahí a levou até o convés superior. A sereia tomou aquela forma estranha e se jogou no mar, sem nem ao menos se despedir. Eu acompanhei a tudo em silêncio, ainda submergida nos pensamentos sobre passados.
-Hey – Demi apareceu ao meu lado e ao de Anahí, sua voz rouca e fraca, mas audível – Miley quer conversar com todo mundo.
Olhei para Anahí, ela deu de ombros e pegou minha mão enquanto íamos seguindo Demi até a grande mesa onde fazíamos nossas refeições. Miley estava lá, cabelos molhados denunciando um banho, roupas escuras e um olhar tão desamparado e tristes que
o meu primeiro impulso foi o de correr até ela e abraça-la. Mas Angel já estava lá ao seu lado, passando a mão carinhosamente nas costas dela tentando reconforta-la. Eu e Anahí sentamos nos únicos lugares vagos, uma do lado da outra. Todo ficaram em silêncio, respeitando o momento de Miley de reunir coragem para falar o que aconteceu.
-Para ter as lágrimas tínhamos de mostrar algo de impacto – Miley começou sem olhar para ninguém específico. Demi que estava do outro lado segurou sua mão e entrelaçou os dedos protetoramente – Usei de magia para poder mostrar o meu passado para ela, para conseguir as lágrimas. Deuses, estou tão esgotada!
-Você não precisa nos contar, Mih – Ariana falou delicada, estava próxima da garota – É o seu passado e...
-Eu quero – Miley fungou – Eu percebi que preciso me libertar desses fantasmas para seguir em frente. É uma forma de perceber que eu estou livre – o nariz dela estava terrivelmente vermelho já, a voz abafada pelo seu estado emocional – Eu nasci em 23 de
novembro de 1425.
Eu esperava tudo, absolutamente tudo, menos isso.
-Ela bateu a cabeça em algum momento? – Ucker sussurrou para Chris que estava ao seu lado.
-É verdade – Demi concordou, sua voz apenas um tom mais auto que o sussurro de Ucker – Eu a encontrei.
-Para me salvar, minha irmã gêmea usou de uma magia muito poderosa que lhe custou a própria vida. Annabelle sempre teve muito mais poderes mágicos do que eu, mesmo sendo tão criança quanto – Miley contou e seus olhos marejaram fortemente, mas ela não chorou – Ela precisou fazer isso para me proteger.
-Proteger de que? – Ally perguntou.
-Santa Inquisição – Miley disse e tremeu – Deuses, aquilo foi um massacre! A Igreja perseguia qualquer coisa, real ou não, relativa a magia. Os Cyrus sempre tiveram uma veia que os ligavam a natureza e à névoa, isso chamou atenção de minha mãe. Meu pai era um rapaz curioso, cheio de perguntas, adorava investigar as coisas e não tinha medo. Isso fez,
bem, com que eu e Annabelle nascêssemos.
Acho que ninguém mais naquela mesa respirava. Eu não gostava tanto das aulas de história, mas era impossível não saber o que a Santa Inquisição era. Um movimento feito pela Igreja Católica na época da Idade Medieval, eles caçavam, interrogavam e matavam as tidas
bruxas. Ou qualquer um que tivesse alguma relação com elas.
-Por um tempo foi tudo tranquilo, nós tínhamos uma propriedade rural de médio porte, nem ricos, nem pobres. Sem títulos de nobreza. Mas então eles vieram. Minha tia Helena se recusou a ser consorte de um nobre espanhol, a mulher dele quando descobriu acreditou nas palavras do marido, que tia Helena era uma bruxa e o havia enfeitiçado. Não houve nenhum tipo de aviso para que eles invadissem e quebrassem tudo. E-eles nos prenderam e... Meu
pai, eles torturam meu pai e primos, todo mundo!
Eu agarrei forte a mão de Anahí. Eu já estava chorando junto com Miley, assim como Angel e Ally tinham lágrimas descendo por seus rostos silenciosamente. Chris abaixou a
cabeça passando a mão nos olhos e Ucker estava totalmente encolhido. Ninguém parecia
suportar apenas imaginar que alguém tão próximo de nós tenha passado por algo tão brutal assim. Miley precisou de cinco minutos para se recuperar.
-Eu e Annabelle escapamos, todos já estavam mortos e passaram a nos caçar. Espero que entendam, não havia uma clara distinção entre criança, adolescentes e adultos como há hoje em dia. Garotinhas de doze anos casavam assim que viravam moças, quanto mais cedo, mais filhos para trabalhar ou gerar herdeiros. Então éramos jovens mulheres fugindo dos Inquisidores. Eles nos perseguiram por três longos dias sem parar. Até que nossa mãe nos guiou até uma caverna mágica. Foi lá que Annabelle descobriu que poderia lançar um feitiço. Um que levaria a sua vida, mas me faria congelar no tempo até que alguém quebrasse
o encanto.
Ela fitou diretamente Demi. A filha de Apolo estava do seu lado, disputando com Angel a função de acalmar Miley.
-Eu não queria, mas Annabelle me enganou e implorou para que eu fosse feliz em minha nova vida, por mim e por ela. Mamãe não poderia interferir em uma escolha dela, afinal faz parte de sua essência as encruzilhadas. Mas ela prometeu que Annabelle estaria no Campo Elísios e que quando fosse a sua hora de retornar, viveria uma vida feliz pelo seu ato de bravura.
-Como Demi encontrou você? – perguntei com a voz embargada, enxugando as lágrimas.
-Eu tinha recebido uma missão – Demi falou, sua voz ainda arranhada – Você sabe que quando os deuses migraram para os Estados Unidos, seguindo o poder do ocidente, as coisas mudaram de lugar também para se adaptar.
-O Mar de Monstros costumava ser o Mar Mediterrâneo. Assim como todos sabemos que o Olimpo está sobre o Empire States – Ally confirmou.
-O Olimpo está lá? – Ucker ficou mais surpreso ainda.
-Esses detalhes ficam para outro momento – Miley cortou delicadamente – O fato é que minha caverna também foi transferida. Para Phoenix para ser mais exata, o que eu acho irônico já que faz uma analogia a renascer. Demi me encontrou sem querer e usou de seu canto para quebrar a magia. Eu levei muito tempo para me adaptar, para compreender o
mundo novo, para sobreviver a ele. Mas estou fazendo o meu melhor, por mim e por Annabelle.
O jeito emocionado que ela falava da irmã me abalou tanto que eu já estava chorando mais do que ela. Anahí me abraçou mantendo-me segura em seus braços, mas não era eu quem precisava disso. Levantei sem mal olhar para ela, caminhei até Miley até poder
abraça-la de lado, já que tinha de disputar espaço com Angel. Eu a abracei forte.
-O que vocês estão esperando idiotas? Isso é pra ser um abraço em grupo. Ou em família mesmo! – exclamei olhando para todo mundo.
Maite foi a primeira a se jogar na gente, derrubando eu e Miley no chão. Então o motinho quase assassino aconteceu. Todo mundo esmagado e se esmagando, um bando de semideuses rindo e chorando ao mesmo tempo. Até mesmo Ariana e Anahí estavam ali no meio, ignorando todas as diferenças, mas mostrando para Miley o quanto ela já fazia parte
daquele grupo, da família meio-sangue.
Notas Finais
Eu admito, como eu tive de imaginar todas as cenas, eu chorei ok? Ok. Eu sou uma manteiga
derretida t-t e só pra lembrar, na própria serie do PJ muitos personagens são meio que fora
de época.
Admito também que foi burrice minha pensar que teria alguma lan house aberta hoje, mas o importante é que eu me requebrei toda e consegui postar, e aí, o que acharam da história da Miley?
Autor(a): AnBeah_Portinon
Este autor(a) escreve mais 2 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Pov Dulce Meu corpo tremia fortemente. Eu mal tinha sensibilidade sobre minha pele. Estava entorpecida pelo frio. Um frio tão cruel que parecia penetrar como longas agulhas em cada parte de meus ossos. A sensação era de que eu estava nua em meio a uma nevasca, e o pior, que eu estava sozinha. Tentei gritar, andar, mas minha voz mal conseguia sair de min ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 179
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tryciarg89 Postado em 09/02/2022 - 17:32:25
Por favor poste mais,uma das melhores fics que já li,descobri ela recentemente. Mas por favor continue...
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raphaportiñon Postado em 28/01/2022 - 14:34:57
Poxa, achei essa fic há poucos dias e me apaixonei por ela. Li e reli várias vezes nesse pouco tempo e é uma pena que não teve continuação, ela é maravilhosa e perfeita assim como Portiñon. ❤️... Com almas gemêas como deve ser, sem traição mas com todos os sentimentos de amor, dor, bondade, raiva, felicidade, ciúme, perdão, angústia, amizade, aventura e um amor eterno. Cada capítulo foi sensacional. Pena que não teve continuação e fim !
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livia_thais Postado em 02/04/2021 - 23:41:44
Continuaaa
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DreamPortinon Postado em 19/12/2020 - 03:48:41
Continuaaaaaaa
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siempreportinon Postado em 05/11/2020 - 21:08:27
Continua!!!
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candy1896 Postado em 05/11/2020 - 20:12:12
QUE BOM QUE VOLTOU, CONTINUA
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livia_thais Postado em 30/09/2019 - 22:05:41
Continuaaa
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Jubs Postado em 10/05/2019 - 01:11:59
VOLTAAAAAAAAAA
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Jubs Postado em 05/05/2019 - 23:02:43
Continuaaaaaa
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Jubs Postado em 02/05/2019 - 03:04:52
CONTINUAAA QUE ESSE CAPÍTULO SÓ ME DEIXOU CURIOSA