Fanfic: The Mythology- Portiñon- Adaptada | Tema: Dulce María, Anahí Portilla, Portiñon, Mitologia Grega

Pov Dulce

Era uma noite um pouco fria, mas bastante estrelada. Poderia ser impressão, mas eu poderia jurar que a estrela C brilhava muito mais do que as outras. Estávamos a maioria ali em volta da fogueira. Christopher com seu violão, dessa vez sendo acompanhado de Demi que tinha pegado o seu próprio instrumento. Era para ser apenas um momento de descontração,
cantando músicas aleatórias, rindo de algumas lembranças, falando e discutindo qualquer besteira.

Anahí estava ali comigo. Na verdade, eram raros os momentos em que ela não estava. O que eu não reclamava de forma alguma, pois assim que ela se afastava demais, seja para fumar ou treinar, eu já começava a sentir um pouco de falta. A filha de Zeus estava
voltando aos poucos, chegando até mesmo a discutir com Angelique e Maite sobre elas só escolherem músicas da Queen B. para cantar.

-Que tal Pretty Hurts? – sugeriu Maite quando Demi terminou de tocar e cantar uma música de Lifehouse fitando diretamente a Miley.

-Beyoncé de novo! – Anahí resmungou.

-A Bey nunca será demais! – Angel defendeu prontamente.

Eu ri baixo com aquela discussão boba, na verdade, eu adorava quando isso acontecia, pois era como se fossemos por alguns instantes adolescentes normais. Anahí continuou reclamando, seus braços me envolviam protetoramente, como se ela quisesse evitar que eu sentisse frio.

Estávamos sentadas no chão, sobre esteiras de palha espalhados ao redor da fogueira. Eu me encontrava no melhor lugar em que poderia estar, entre as pernas de Anahí e encostada preguiçosamente em seu corpo.

-Sugere algo então, Portilla – Ariana tentava dava um fim a discussão.

-Ela vai escolher alguma música esquisita ou da Lana del SONO – provocou Angel olhando para as unhas fingindo desinteresse.

-Engula seu veneno antes de falar da Lana! – Anahí vociferou e bufou alto – Que tal Kiss Me?

-Do Ed Sheeran?! – dessa vez eu me empolguei.

-Essa eu sei tirar no violão – Christopher falou.

-Quem diria que a Portilla pediria uma música romântica? Ah como as coisas mudam – Ally comentou se aproximando da turma – Ao menos cheguei na melhor parte.

Atrás dela vinha Troy e Poncho, eles logo fizeram a roda crescer. Troy trazia algo para a percussão e logo foi acompanhando o ritmo de Christopher na introdução. Ally observava a habilidade do garoto de um jeito tão óbvio que eu já podia ver Angel e Maite preparando as provocações para quando a música acabasse. Dessa vez, boa parte estava cantando, mesmo que a voz de Ally e Demi sobressaíssem naturalmente por serem filhas de Apolo.

O refrão veio e até mesmo eu estava cantando em um tom baixo e sereno, deixando que o ritmo calmo da música embalasse todo o meu ser.

-Settle down with me, and I’ll be your safety you’ll be my lady – a voz rouca de Anahí me fez parar de cantar prontamente, meu corpo inteiro estremeceu quando percebi que ela cantava ao pé de meu ouvido, apenas para mim – I was made to keep your body warm – ela me abraçou ainda mais apertado, meu coração já estava completamente disparado e
derretido – But I’m cold as the Wind blows, so hold me in your arms.

Eu estava sorrindo, os olhos fechados e sendo envolvida por todos os lados por Anahí. Pelo calor do corpo dela, pelo cheiro gostoso que vinha de seu corpo quente e macio. De sua voz que parecia cantar para minha alma, em uma declaração que parecia tão sincera! E a voz de Anahí? Tão rouca, profunda e gostosa, sendo cantada ao pé de meu ouvido em uma serenata tão intima e nossa, mesmo que no meio de todo mundo.

-My heart’s against your chest, your lips pressed to my neck. I’m falling for your eyes but they don’t know me yep – Anahí perdeu uma pequena parte da música, apenas porque beijou bem no espaço abaixo de minha orelha, me fazendo arrepiar por inteiro – I’m in love now – ela murmurou, não cantou, puxou o ar auditivamente e então cantou parte do refrão –
Kiss me like you wanna be loved... You wanna be loved, you wanna be loved! This feels like falling in love---

Eu não deixei que ela terminasse. Por mais que estivesse derretendo como floquinhos de açúcar, eu precisava beijá-la como se quisesse ser amada. Então virei um pouco meu corpo de modo a conseguir encaixar nossas bocas ainda quando ela ainda cantava. Eu a senti sorrir contra minha boca. O seu primeiro sorriso desde que tudo o que Chris tinha ido. O
primeiro sorriso contra a minha boca, por causa de um beijo meu.

Aquilo me atingiu de tal forma que eu me senti tomada. Esqueci que estava em uma roda de amigos, ou que mesmo que estávamos no acampamento. Apenas enlacei o seu pescoço e a beijei. Um beijo lento, carinhoso e até mesmo delicado. Não havia domínio, apenas lábios e línguas se encontrando, dançando em um mesmo ritmo sincronizado querendo dizer a mesma coisa. Ela mordeu o meu lábio e o sugou ao mesmo tempo em que o puxava levemente, aquilo me fez arfar e
estremecer por completo. Já ia beijá-la mais uma vez, quando o som de um trotar de cavalo fez com que a música parasse e Anahí se afastasse alarmada.

Todos encararam a direção em que o trote vinha, até avistarmos Quíron com uma expressão séria. Isso foi o suficiente para fazer com que Anahí se afastasse e levantasse, me ajudando a fazer o mesmo.

Ucker e Demi tinham o deixado o violão de lado enquanto os outros também levantavam. Só quando ele estava a poucos metros foi que finalmente eu notei que o centauro não estava sozinho. Haviam mais três garotas com ele, usando roupas escuras e levemente esverdeadas, com pesados casacos em tons de camuflagem. Em suas costas, arcos prateados que brilhavam intensamente com a lua.

Eu senti o exato momento em que Anahí ficou tensa. Seu corpo levemente paralisado enquanto sua mão segurava meu pulso com certa força desnecessária. Quando ergui o olhar para ela, as esferas azul esverdeadas fitavam intensa e friamente a uma das morenas que se aproximavam.

-Estamos com visitas – Quíron disse tentando amenizar a tensão que havia se instalado, só então eu percebi o quanto a maioria dos veteranos estavam tensos – Parece que Camila conseguiu fazer contato direto com as Caçadoras e elas atenderam ao nossochamado.

Só então eu me permiti ficar tão tensa quanto Anahí. Então aquelas três garotas eram Caçadoras de Ártemis?! Olhei para cada uma delas, buscando incansavelmente qual delas seria a ex de Anahí. Não foi uma tarefa difícil já que uma morena também fitava apenas a
Anahí, quase sem piscar. Ela era um pouco mais alta, cabelos castanhos lisos e corpo evidentemente magro.

-Megan! – Maite foi a primeira a se manifestar, indo para as três garotas e abraçando prontamente a morena – Pelos Deuses, eu pensei que nunca mais veríamos você.

-Senti sua falta May! – Megan falava abraçando a filha de Hermes.

-Acho que as apresentações são necessárias, já que nem eu e nem a Emily chegamos a vir para o Acampamento, sendo diretamente recrutadas – a garota mais baixa e loira se manifestou educadamente – Eu sou Ashley, e como eu já disse, essa é Emily – a outra garota era morena de cor e cabelo, com um sorriso meigo.

-Como o seu treinador informou, a filha de Íris interceptou uma comunicação nossa e nos colocou a par de tudo – Emily explicou – Apesar de já sabermos boa parte das coisas.

-Os hiperbóreas estão ficando violentos, assim como os animais dos locais mais frios – Ashley contou – Monstros mais raros também estão aparecendo, fomos obrigadas a nos dividir em times para dar conta. Quando recebemos o chamado, a própria Ártemis nos
selecionou para que pudéssemos ajudar.

-Péssima escolha – Anahí comentou em um tom distante.

Novamente aquela intensa troca de olhares. O azul mais ameaçador do que nunca, vencendo facilmente a garota que desviou logo depois de segundos. Fraca, eu sempre
sustentava os olhares de Anahí!

-A sua deusa falou algo sobre a localização da selenita? – Miley perguntou quebrando a nova onda de tensão.

-Em partes – Ashley, que parecia ser a líder entre as três, respondeu e respirou fundo – Mas podemos conversar enquanto comemos algo? Estou cansada, fizemos uma longa viagem.

-Perdão pela falta de modos –Quíron pediu – Nos encontraremos amanhã pela manhã, na Casa Grande. As donzelas precisam descansar e se recuperar do desgaste da viagem.

Ninguém pareceu reclamar, sabendo como era complicado se mover por qualquer lugar quando se era um semideus. Anahí foi a primeira a virar com o intuito de partir, sua mão ainda me segurando firmemente.

-Onde está Chris? – Megan indagou – Estou com saudades dele, está na forja?

Aquilo foi como um balde de água fria acompanhado de uma traiçoeira facada no peito. O clima despencou completamente e Anahí praticamente congelou ao meu lado.

-Megan... – Maite começou, a voz levemente embargada – Ele não retornou do Mar de Monstros.

Aquela sentença era como um fantasma nos assombrando. Anahí virou lentamente, seu corpo tão tenso como se estivesse prestes a enfrentar um monstro. Megan congelou, empalideceu e então seus olhos buscaram os de Anahí. Então ela enfureceu.

-Foi você quem o induziu a essa missão, não foi?! – ela acusou em um tom alterado, aproximando-se a passos largos.

-Sim – Anahí se limitou a dizer friamente.

-Eu sabia! Eu avisei a ele que se ele continuasse do seu lado ele... Que isso iria destruí-lo! – Megan estava agora a menos de um metro, com um verdadeiro intuito de atacar -
Porque você é uma egoísta que pensa que é imortal!

Foi nessa hora que eu me intrometi entre elas e sem pensar apliquei um soco direto no rosto de Megan. Era como se existisse uma linha dentro de mim e ela tivesse acabado de se romper, libertando uma fera protetora. Quem ela pensava que era para acusar Anahí disso tudo?! Instintivamente as outras caçadoras sacaram os arcos ao mesmo tempo em que se
aproximavam. Megan não caiu com o soco, ela era mais forte do que seu corpo magro denunciava, mas recuou bons passos para trás e segurava o queixo enquanto o canto de sua boca sangrava.

-Nunca mais ouse dizer alguma coisa desse tipo sobre a Anahí! – eu falei pausadamente, enfatizando cada palavra com um quê de evidente ameaça – Você não sabe
o que aconteceu.

-Eu não preciso, eu sei que foi culpa dela e---

-Não foi assim Megan – dessa vez Maite intercedeu, aproximando-se com um semblante sério – Nós escolhemos essa missão, todos nós sabíamos do perigo. Não acuse a Anahí só porque é a maneira mais fácil de lidar com sua dor.

-Ele salvou a todos nós – Ariana falou com o seu olhar intimidador de filha de Hades – Respeite isso, caçadora. E aconselho a não sair acusando as pessoas dessa forma.

Miley ficou do outro lado de Anahí, apertando o ombro dela em um claro sinal de que estava ao seu lado. Em verdade, era evidente o modo como todos olhavam
ameaçadoramente para Megan, prontos para defender Anahí.

Aquilo pareceu surpreender a filha de Zeus, ela olhava para cada um sem parecer acreditar que tinha tantas pessoas a defendendo. Mas eu não me surpreendia. Depois de tudo o que passamos no Mar de
Monstros, conhecemos cada defeito, cada qualidade e aprendemos a defender o outro sem pensar duas vezes. Anahí tinha até mesmo salvado Ariana sem hesitar no ataque das sereias. E agora lá estava a inimiga declarada de Anahí erguendo a voz em sua defesa.

-Megan – Ashley falou em um tom de reprovação e depois abaixou o arco – Sinto muito pelo desentendimento, isso não irá tornar a repetir. Iremos nos retirar agora.

Emily segurou no braço de Megan e começou a leva-la para longe. Mas os olhos castanhos ainda fitavam a mim e a Anahí de maneira ameaçadora, porém molhados em
evidente vontade de chorar.

-Viram? Eu sempre vou apostar na Dulce! – Poncho quebrou o gelo, falando de um jeito até orgulhoso – Foi um belo soco magrela!

-Eu não acredito que você bateu na Megan – Angel riu – Parece que a Anahí não é a única protetora demais.

Revirei os olhos, certo eu havia agido sem pensar. Assim, com certo temor, ergui meu olhar para o de Anahí que me fitavam de forma intensa, mas ainda assim indecifráveis.

-Vamos todo mundo descansar – Miley falou – Amanhã as coisas começam a complicar novamente.

Alguns resmungaram, outros soltaram um longo suspiro.

-Vem comigo – Anahí pediu em um tom baixo – Cláudia já está dormindo mesmo, você não precisa voltar para aquele chalé.

Apenas acenei concordando, sentindo um certo alívio. Bem, ela não estava zangada e isso era um bom sinal, certo? Mesmo que para início de conversa, ela não deveria ficar. Enquanto íamos para o chalé de mãos dadas, Maite e Poncho ainda soltaram algumas
piadinhas, mas ignoramos completamente.

Lá dentro, eu apenas anunciei que iria tomar um banho para dormir, pegando a blusa da Lana de Anahí para vestir e uma de minhas calcinhas que eu já deixava lá. Parecia lógico eu deixar algumas coisas minhas já que eu dormia todas as noites ali, mesmo que fosse fugindo do chalé de Deméter no meio da noite. Quando sai do banho, já vestida e com o cabelo
levemente molhado nas pontas, Anahí estava deitada de costas na cama, um braço atrás da cabeça e a outra mão brincando na cicatriz que agora tinha em sua cintura.

Ela tinha trocado de roupa, usava uma blusa preta folgada e que estava levemente erguida, exibindo aquele tanquinho que ela tinha. Foi impossível não morder o lábio quando aquela visão me causou certas coisas.

-Eu estou um pouco frustrada – Anahí falou sem me olhar, mas esperou que eu me sentasse na cama para continuar – Eu meio que estava imaginando mil coisas quando fosse encontrar com a Megan novamente.

Franzi o cenho sem saber se estava pronta para aquele tipo de conversa ainda. Mas Anahí me fitou de uma maneira que não me permitia recuar. Soltei um longo suspiro e
coloquei minhas pernas sobre o colchão, afastei a mão dela na barriga para que eu pudesse
traçar a cicatriz dela com a ponta do dedo de maneira distraída.

-O que você imaginou? – questionei com cuidado.

-Que eu fosse ficar com mais raiva. Que eu fosse gritar com ela – Anahí respondia sinceramente – Mas eu senti nada, Dulce.

-Como assim sentiu nada?

-Tudo bem, ainda há o rancor guardado por ter sido trocada – Anahí admitiu – Eu não gosto das caçadoras ainda por causa disso. O que ela falou para mim essa noite foi nada comparado ao que ela disse antes de partir – ela contava de uma maneira tranquila, como se nãofosse nada demais – Que eu era um perigo ambulante, que eu não merecia andar com alguém e que eu estava certa em querer ficar só. E por isso ela escolhia as caçadoras, pois ela poderia dar o seu melhor quando eu a aprisionava, sendo que nem mesmo a amava.

-Aquela vadia! – mais uma vez o fio foi cortado, a raiva me possuindo rapidamente – Eu vou bater nela de novo, como ela pode dizer essas coisas?!

-Em parte é verdade, Candy---

-Não! – eu quase gritei, levantei da cama em um salto e comecei a andar de um lado para o outro agitada – Você não escolheu ser filha de Zeus, não escolheu ser mais perseguida que os outros. Ela que era fraca demais para ficar ao seu lado! Mas que inferno, eu posso apostar que ela só descontava as frustrações dela em você!

-Agora eu entendo isso um pouco – Anahí deitou de lado na cama para ficar me observando – Ela era mesmo fraca e talvez ainda seja, porque para não ter defendido daquele seu soco...

-Ei! – reclamei – O Poncho disse que foi um bom soco!

-Ele só estava querendo fazer você se sentir bem – ela deu de ombros, o seu tom ficando mais suave e Anahí estava com um sorriso de canto – Mas ainda há muito o que
melhorar, Saviñon! Não me faça passar vergonha, eu também treino você.

-Já que tem vergonha de mim, durma sozinha!

Claro que eu estava apenas fingindo revolta, mas estava adorando o jeito como as coisas estavam ficando suaves mesmo sendo o assunto Megan. Dei as costas e já estava afastando o forro de uma das camas do chalé quando Anahí me pegou no colo e
praticamente me jogou em sua cama novamente, bruta daquele jeito especial dela de ser.

-Eu não dei permissão! – ela resmungou e quando eu ia levantar para reclamar, ela se jogou encima de mim – Nem pense, Saviñon, você vai dormir comigo!

-Eu posso dormir onde eu quiser, Portichata – reclamei tentando me afastar.

-Claro que não – Anahí revirou os olhos – Aonde você vai se encaixar perfeitamente que senão em meus braços? – ela perguntou me fitando, roubando todas as minhas palavras só com aquele olhar – Viu? Agora cala boca e dorme.

A semideusa ajeitou o travesseiro, deitou direito e me puxou para bem perto, me prendendo entre seus braços depois de passar o cobertor por sobre nossos corpos. Ergui meu rosto e colei nossas bocas em um longo selinho, afastando nossos lábios com um enorme sorriso no rosto.

-Boa noite Narrí – murmurei dengosa.

-Boa noite Candy – ela respondeu de maneira mais suave e me deu outro selinho – Obrigada por me defender, acho que ninguém nunca deu um soco em alguém por mim.

-Acostume-se. Ninguém mexe com minha garota.

-Oh, me sinto bem segura sendo protegida por uma baixinha latina e magra como você...

-Ah cala boca Anahí, não estraga, eu estou me esforçando ok?

Ela sorriu divertida, apesar de ter sido um sorriso rápido. Aconcheguei em seu corpo deitando minha cabeça em seu ombro. De uma coisa ela estava certa, já não existia melhor lugar para dormir que não fosse nos braços dela.

Notas Finais

Aprendendo a dar oi a ex namorada de sua garota, com Dulce María Saviñon! HUAHAUHAUAHUAH