Fanfics Brasil - O Triângulo Amoroso The Mythology- Portiñon- Adaptada

Fanfic: The Mythology- Portiñon- Adaptada | Tema: Dulce María, Anahí Portilla, Portiñon, Mitologia Grega


Capítulo: O Triângulo Amoroso

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Pov Anahí



O cheiro e o calor da primavera me tomavam por completo. Eu adorava acordar com Dulce em meus braços, era como se fosse a forma perfeita de despertar, pois eu sempre ficava calma, em paz. Mesmo que meus sentidos já estivessem em alerta, eu não me movi.


Com os olhos fechados, eu apenas sentia o corpo dela praticamente sobre o meu, me usando de travesseiro como sempre. A cabeça de Dulce repousava em meu colo, eu podia escutar claramente a respiração lenta e ritmada, assim como sentia o seu peito subindo e descendo. As pernas dela estavam entrelaçadas nas minhas, o braço envolta de
minha cintura. Eu sorri ao pensar que eu não sabia onde eu começava e onde ela terminava.


Mas então a magia foi quebrada por batidas em minha porta. Dulce remexeu ronronando lutando contra o despertar. Franzi o cenho amaldiçoando o infeliz que estava
quebrando minha paz. Resolvi fingir que não tinha escutado, mas as batidas se tornaram ainda mais insistentes.


-Mas que merda – Dulce resmungou rouca escondendo o rosto em meu pescoço, me agarrando ainda mais em seu abraço de bicho preguiça – Narrí, mata a pessoa que está lá?


Aquilo me fez rir de maneira baixa e breve, Dulce quando acordava zangada era a coisa mais linda e emburrada. Comecei a fazer carinho no cabelo dela, e logo senti a sua respiração acalmando... Até as batidas retornarem.


-Anahí! – era a voz de Maite – Temos uma reunião importante, lembra?


-Eu odeio a Chee – Dulce choramingou contra o meu pescoço.


-Portilla, nós precisamos otimizar o tempo, Quíron insiste pela sua presença.


Escutar a voz de Megan do outro lado me fez parar o carinho no cabelo de Dulce um tanto surpresa. A filha de Perséfone quase saltou da cama e eu fiquei mais confusa ainda quando ela caminhou determinada até a porta do chalé e a abriu, fazendo com que a iluminação fraca das primeiras horas de sol entrassem na minha cabine.


-Nós já vamos – Dulce falou firme, eu apenas via o contorno de seu corpo parado na porta contra a iluminação – Nos dê quinze minutos.


Foi um silêncio quase de um minuto. Eu a observava ainda deitada na cama, tentando processar como Dulce tinha levantado tão rápido quando tinha vezes que eu precisava praticamente arrastá-la da cama quando estava em seu modo preguiçoso.


Porém não era essa a questão que mais dominava meus pensamentos. Ela estava ali parada, com minha blusa da Lana amarrotada em seu corpo magro, ficando em um Tamanho maior atingindo suas coxas. A morena estava de pés descalços e cabelo
extremamente bagunçado, jogado para lados incoerentes. Mas ainda assim eu via a sua postura ofensiva, ombros retos, pés separados como se estivesse em uma base de luta.


Eu precisava ver a cara que Maite e Megan estavam fazendo ao vê-la daquele jeito, por isso levantei e passei os dedos pelo meu cabelo tentando organizá-lo minimamente.


-Dez minutos – escutei a voz fria de Megan.


-Quinze – eu disse abraçando a cintura de Dulce – Cinco é só para o nosso bom dia.


-Puta merda, sem detalhes Portilla – Maite fez uma careta engraçada – Quinze minutos e se vocês não forem lá na Casa Grande, eu apareço aqui com uma câmera
filmando tudo!


Meu olhar colidiu com os olhos vedes de Megan. Os dela estavam vermelhos e inchados, como se tivessem chorado a noite inteira. Mas ainda assim, continham um tom raivoso enquanto me fitavam por aquele breve segundo. Nosso contato foi quebrado por uma porta sendo fechada bruscamente, foi tão repentino que até mesmo comecei a piscar em surpresa. Então aqueles olhos castanhos em tom de chocolate me atingiram. Deuses, eles eram tão mais vívidos e ameaçadores! Apenas porque eu tinha certeza que agora Dulce poderia ler a minha alma facilmente quanto ler um livro em grego.


-Temos de nos arrumar, eu vou tomar banho primeiro.


Ela me olhava daquele jeito e só dizia isso? Dulce desviou para o lado para passar por mim, indo em direção ao banheiro de meu chalé. Eu não conseguia, por mais que eu
tentasse, não conseguia imaginar o que ela estava pensando naquele momento.


Resmunguei alto, eu odiava quando não tinha respostas! Eu precisava da segurança, precisava saber por onde estava andando. Então antes que a filha da primavera atingisse o banheiro, eu a segurei pela cintura, a girei e a prendi contra a parede em movimentos rápidos e que não deixava escapatória.


-Cinco minutos para o bom dia – eu exigia.


-Anahí, não – Dulce encolheu um pouco – Nem escovamos os---


Levei minha mão a nuca dela, segurei o cabelo ruivo um pouco acima com firmeza e a beijei interrompendo a sua fala. Não era o beijo que eu planejava que fosse.
Era dominador e que exigia de Dulce tudo o que eu tinha direito. A língua dela envolvendo a minha, obedecendo aos meus desejos, assim como permitindo a minha vontade de explorar cada pedaço daquela boca que era só minha. Minha outra mão desceu até aquela bunda deliciosa que ela tinha, apertando a carne ao mesmo tempo em que a puxava para colar o corpo ao meu. Só então envolvi o meu braço em sua cintura e a apertei contra mim, forçando cada parte colada nossa se pressionar ao mesmo tempo em que puxava de levinho o cabelo que eu também segurava.


Dulce tentou lutar de início, mas não resistiu por muito tempo. Eu senti quando seu corpo se entregou, relaxando em meu braço, sua boca liberando um gemido que foi abafado pela minha boca que ainda tomava a dela em um beijo intenso. Deslizei minhas mãos pelo corpo dela, tocando a curva da cintura, apertando o quadril, até alcançar as pernas dela e a impulsionar para cima, a fazendo circular minha cintura para se sustentar.


Dessa vez, eram as mãos delicadas dela que se aventuravam por meu cabelo, segurando firme daquele jeito que me fazia estremecer. Então ela me beijou sem pudores, sem receios de tentar me dominar a altura. Sem medo de me apertar contra suas pernas e rebolar. Eu sabia que ela estava excitada, cada vez mais quente e entregue.


Naquele momento eu entendia os viciados em drogas. O vício de consumir algo que vai te dar novas sensações, te confortar e fazer esquecer o mundo ao seu redor. Dulce era o meu vício. Sempre tinha algo que se movia dentro de mim em direção a ela, causando sensações, sentimentos, tremores e medos. Aquela garota era a minha perdição, meu ponto fraco.


Mas ao mesmo tempo era o que me fazia sentir viva, que fazia meu coração disparar por qualquer besteira. Ela me tragava para prazeres novos mesmo que fosse a mesma boca que me beijasse sempre.


Dulce María Saviñon era a minha resposta.


Mesmo que eu estivesse confusa, perdida, bastava que ela estivesse por perto que eu sabia o que eu tinha de fazer. Eu tinha de protege-la, eu tinha de fazê-la sorrir. Eu tinha de ser alguém digno de seus olhares, de seu carinho. E por ela, apenas por ela, eu iria para o inferno mais uma vez e quantas vezes mais fosse preciso.


-Candy – murmurei quando nossas bocas se afastaram, ofegantes e já saudosas uma da outra – Eu não sei o que você está pensando sobre a Megan aqui – disse e respirei
fundo, precisava de um certo tempo para ter pensamentos coerentes enquanto a tinha beijado daquele jeito – Mas você precisa entender só uma coisa.


-O-o que?


Os olhos castanhos se abriram, escurecidos pelo desejo, mas incertos sobre a minha resposta. Por alguns segundos eu me perdi nela mais uma vez. Bastava um olhar e eu já me sentia pertencendo a ela. Era como se Dulce se tornasse o centro gravitacional do
mundo. Do meu mundo.


-Eu sou sua garota – eu disse tendo mais certeza do que nunca daquilo, respirei fundo e a coloquei no chão para poder segurar aquele rosto com toda a delicadeza do mundo em minhas mãos – Eu não saberia por em palavras direito tudo o que eu estou pensando. Não conseguiria explicar o que eu to sentindo. Mas por favor, nunca duvide disso. É a única certeza que eu tenho agora. Eu sou a garota da Dulce María Espinosa Saviñon.


Então ela sorriu. Um sorriso que me fez entender que em um dos raros momentos da minha vida, eu tinha certeza de que eu estava fazendo a coisa certa.


(...)


Terminamos de nos arrumar em vinte minutos, com Maite tentando invadir a porta e eu a ameaçando eletrocutá-la, já que Dulce ainda estava só de roupas íntimas quando ela retornou.


Na Casa Grande estavam apenas as caçadoras, Maite e Miley. As três visitantes sentadas em um sofá, com seus arcos no colo. A filha de Hermes e Hécate dividiam o outro sofá com Dulce, deixando-me em pé encostada a uma parede, mantendo aquela minha pose de durona que sempre assumia. Quíron estava em sua forma em cadeira de rodas, parado a frente dos sofás encarando a cada semideusa ali presente. Ariana chegou depois, sonolenta e bocejando, ficando em pé do lado oposto ao meu. Eu não confiava
nem um pouco na filha de Hades, mas não podia negar que depois do que ela tinha dito, as coisas estava levemente diferentes.


-Vamos fazer um resumo do que sabemos – Quíron iniciou aquela conversa – Perséfone veio ao mundo superior para trazer consigo a primavera e o verão. Em algum
momento da primavera, alguém a raptou e levou para um lugar aparentemente frio.


-E relacionado a Deméter – Dulce acrescentou.


-O que minha mãe tem a ver com isso? Ela nunca faria mal a própria filha! – Megan prontamente se manifestou.


-Cláudia e Dulce tem tido sonhos com Perséfone – Miley explicou calmamente – Por isso sabemos que ela está presa e capturada. Cláudia tem tido maior contato nos sonhos, porque estávamos no Mar de Monstros e ao que parece, isso tornava complicada a comunicação com a Dul.


-Foram só dois contatos – Dulce falou pensativa.


-Dois? – indaguei franzindo o cenho – Você contou apenas um sonho.


-Ah bem, o segundo não foi bem um sonho – ela me fitou e seus ombros encolheram – Quando eu fui brincar de voar com o ciclope, eu pensei mesmo que iria morrer – fiz uma careta só de lembrar as sensações ruins que senti ao vê-la lá no alto, estando enjaulada e
com o tamanho micro – Eu escutei a voz dela em minha mente, meio que dizendo o que eu tinha de fazer. Usar meus poderes e o escudo.


-Às vezes nossos pais conversam conosco de maneira bem estranhas – Ariana comentou.


-Mas eu não vejo como isso pode ter conexão com Deméter – Maite disse – Digo, todo mundo sabe que ela já enlouqueceu quando Hades a sequestrou pra se casar. Imagina agora?


-A situação não é nada boa – Quíron confirmou – As regiões agrícolas estão sofrendo um impacto disso, nada está sendo produzido como antes. Logo a economia será afetada também.


-Porém a pequena Cláu disse certamente que Deméter está envolvida – Miley lembrou.


-Talvez ela esteja mentindo? – Megan falou e recebeu um olhar assassino de Dulce – Entenda, ela é uma criança, como poderia diferenciar ao certo um sonho fantasioso de um sonho de semideus?


-Ela não confundiria – Dulce disse firmemente – O sonho dela é muito parecido com o meu. O mesmo lugar, a mesma posição em que Perséfone está. O mesmo frio invernal---


-Você disse inverno? – Quíron interrompeu Dulce, os olhos bem abertos.


-O que está pensando? – eu reconhecia aquele olhar de quem tinha descoberto algo.


-Criando algumas hipóteses – Quíron disse com cuidado – Mas não quero levantá- las sem antes confirmar algumas coisas. O que menos precisamos é de uma alarme em falso. Caçadoras – o centauro olhou para as três garotas – Essa parte da missão depende
muito de vocês. O que Ártemis falou?


Dessa vez foi Ashley que sentou mais na beirada do sofá, o seu jeito de liderança me fazia respeitá-la um pouco.


-O que Camila nos passou foi que vocês estavam atrás de três itens. As lágrimas de uma sereia, o cordão mágico de ouro e a selenita original – Ashley começou – O pedaço verdadeiro da lua, contendo seu poder mágico.


-Sim, um artigo único, raro e poderoso – Miley confirmou.


-Ele está desaparecido, tendo sido roubado de Ártemis pouco depois de ter assumido as obrigações de Selene – Ashley continuou falando calmamente – Ártemis sempre teve uma suspeita sobre o que aconteceu com a pedra, mas sabiamente não ousou interferir nisso ou iniciaria uma provável guerra ou brigas entre os deuses.


-Há várias lendas sobre Adônis – Emily prosseguiu quando Ashley deu uma pausa – Filho de um incesto entre o rei e sua filha, ele era um dos rapazes mais lindos que já existiu. Consequentemente chamou a atenção de duas deusas. Afrodite e Perséfone.


-A rivalidade entre Afrodite e Perséfone nunca foi velada – Megan falou – Ambas as deusas são portadoras de uma beleza e encanto único. Perséfone chegou a receber proposta de vários deuses, casando-se apenas por ter sido sequestrada. Elas passaram a disputar por Adônis, sendo então decidido por Zeus que ele passaria 4 meses com cada uma.


-Meu pai não suporta nem ao menos escutar o nome dele – Ariana parecia estremecer com alguma lembrança.


-O ponto chave não é a rivalidade das deusas. Mas sim como Adônis morreu. Apesar de belo e espirituoso, o rapaz era prepotente e soberbo, um príncipe mimado e com a atenção de duas deusas.Seu maior erro, entretanto, foi achar que era um arqueiro melhor do que qualquer outro. Inclusive melhor que Ártemis – Ashley contava – Em um embate, ele matou Hipólito, o arqueiro favorito de Ártemis. E toda a confusão começou.


-Ártemis procurou Ares – Megan prosseguia a história – E com ciúmes como estava, Ares deu a Ártemis o seu javali. Ela soltou a besta sobre o favorito de Afrodite, o matando.


Dizem que a deusa enquanto corria para salvar o amante, machucou-se na floresta e seu sangue respingou sobre as rosas brancas, tornando-as vermelhas.


-O amor fazem mesmo as pessoas estúpidas. Tanta intriga por causa de um homem – Ashley revirou os olhos – O caso é, o corpo de Adônis nunca foi encontrado e ele
permanecia seguindo a regra dos 4 meses com Perséfone. Até parar de ir vê-la de uma vez, bem quando a pedra desapareceu.


-A pedra tem poder suficiente para mantê-lo em terra, quebrando uma ordem direta de Zeus – Megan informou.


-Então... Então Afrodite teria roubado a pedra? – Miley tentava deduzir.


-É a suspeita. Porém se isso for comprovado, a ira de Ares por ainda ser traído por esse humano, assim como a de Perséfone por ter sido enganada... Seria uma discussão que todos sofreriam as consequências – Ashley contou.


Os deuses e seus dramas. Esse não era o único, e provavelmente não seria o último, caso em que conflitos de sentimentos fazia com que toda a ordem natural da coisa fosse afetada. Cansada de ficar em pé, afastei da parede e passei a mão por meu cabelo jogando os fios para trás em um gesto de mania. Aproximei do sofá onde Dulce estava, sentando ao seu lado sobre o braço do móvel. Ela prontamente descansou o braço sobre minha perna, quando dei por mim minha mão repousava em seu antebraço e meu polegar
fazia suaves carícias.


-A história é boa – falei encarando as caçadoras – Mas ainda não contaram uma coisa útil de verdade. Não podemos perseguir uma suspeita sem nem ao menos sabermos aonde começar.


-Temos por volta de uma semana – Ariana lembrou em seu tom sombrio.


-Há um lugar – Ashley explicou – Colorado Spring, próximo ao Jardim dos Deuses. Sempre há uma distorção por ali. Tempo e espaço. Quando tentamos nos aproximar, passamos sem nem ao menos perceber. Ártemis sempre percebeu, mas achou inofensivo
já que em nada afetava a vida humana ou a ordem natural das coisas ao redor.


-Então temos uma rota – Miley ponderou e pressionou os lábios um pouco tensa, seus olhos se fixando nos meus – Precisamos montar um time, menor do que o do Mar de Monstros.


-Já temos três com as caçadoras. Se a Candy vai, obviamente eu estarei junto. Maite, você está fora dessa – falei determinada, olhando para a filha de Hermes.


-O que? Nem fodendo eu vou perder a diversão, Portilla! – Maite exclamava indignada.


-Você está machucada, não aguentaria uma luta de verdade – fui enfática – Mal sobrevivemos quando estávamos em nosso melhor. Se você for, machucada desse jeito, colocaria sua vida em risco e a de outro alguém que pararia para salvar o seu traseiro!


-May – Dulce chamou com cuidado, tocando o braço da garota maior – Eu meio que concordo com a Anahí.


-Semideuses demais também é um perigo – Ashley comentou.


-Isso não é um problema, não para nós – Miley deu um sorriso orgulhoso – Consegui reproduzir o efeito do colar de Dulce para alguns objetos. Não é tão eficaz quanto o original, mas funciona muito bem e nos dá uma vantagem.


Objetos que foram criados por Chris. Por um momento, a lembrança de meu amigo invadiu minha mente, deixando-me tensa, fazendo-me naufragar pouco a pouco na tristeza da perda. Mas logo estava sendo salva, Dulce colocava uma mão sobre a minha e apertava com delicadeza e firmeza ao mesmo tempo. Aquilo me fez soltar um suspiro cheio de saudades.


-Eu também irei – Ariana afastou-se da parede para se fazer mais notada – Eu morei dois anos lá. Conheço bem alguns pontos seguros, caso for necessário.


-Demetria provavelmente queira ir – Dulce comentou olhando para Miley.


-Ela não irá, partiu logo cedo essa manhã – Miley encolheu no lugar – Disse algo como fechar um passado para viver o presente.


-Ela foi falar com o namorado? – Maite questionou surpresa.


-Ex-namorado – Miley falou enfatizando o ex.


-Então quando voltarmos, acho que alguém aqui não será mais solteira – Maite brincou caçoando da Miley a fazendo corar, riu divertida.


-Não sei como vou sobreviver sem as zoações da Cheechee – Dulce falou fazendo bico.


-Eu ainda estou chateada com essa história – Maite protestou – Mas vou conseguir um transporte para vocês. É o mínimo que eu possa fazer.


-Ao menos saberemos que vamos chegar vivas ao lugar. Maite Perroni  não estará dirigindo! – provoquei com tom de alívio.


Maite jogou uma almofada em mim, mas logo Dulce ria sabendo que eu falava a verdade. Maite só não era pior do que Angel no volante.


-Falando sério agora – Maite ajeitou-se no sofá – Qual seria melhor o modelo? Uma van? Para caber todo mundo...


-Temos nosso próprio transporte – Emily sorriu – Vamos segui-las de perto.


-Uma picape seria uma boa ideia – Miley comentou.


-Vou sair atrás de uma! – Maite levantou animada – Volto em algumas horas, não se preocupem. Nem vem com sermão Quíron – ela falou assim que o treinador do
acampamento abriu a boca – É para uma causa maior!


Antes que ele voltasse a reclamar, a filha de Hermes saiu apressadamente da sala. Levantei também, sabendo que nada demais seria discutido dali em diante. Dulce também levantou e já de maneira inconsciente nossas mãos se buscaram para que pudéssemos sair juntas.


-Espera – Megan pediu, ficando em pé. Dulce apertou mais forte minha mão e virou lentamente o corpo na direção da caçadora – Eu queria pedir desculpas pelo meu
comportamento da noite anterior.


-Tudo bem – Dulce aceitou tão rápido que me surpreendeu – Você estava absorvendo a perda do Christian ainda. Também peço desculpa pelo soco, poderia ter sido abordado de outra maneira.


-Foi algo mesmo desnecessário – Ashley comentou suavemente.


-Podemos esquecer essa apresentação que tivemos ontem – Dulce prosseguiu fitando apenas a Megan – Mas também quero deixar claro que se você atacar a Anahí
como fez ontem ou de qualquer outra forma, vamos ter uma outra conversa da mesma forma que tivemos. Minha mão em seu rosto tendo um forte debate de como não mexer com a garota dos outros.


Arqueei as sobrancelhas em choque. Vejamos, Dulce era quase sempre uma pacificadora, conseguindo tudo na base de uma conversa. Foi assim com a sereia, foi mais ou menos assim com Circe. E agora estava ali, aquela garota magrela e de profundos
olhos chocolates, encarando a minha ex de maneira firme dizendo que vai me proteger. Eu fiquei maravilhada, confusa e achando aquilo bem estranho. Geralmente era eu quem estava defendendo e não o contrário. A sensação inversa estava ali bastante presente,
mesmo que eu não a compreendesse por completo


-Não manteremos uma relação de hostilidade – Emily se interpôs – Já foram pedidas as devidas desculpas. Entraremos em uma missão delicada e eu não preciso me preocupar se uma de vocês vai atacar a minha companheira de caçada.


-Pelo que eu me lembre, Anahí Portilla nunca precisou ser protegida – dessa vez ela falava olhando diretamente para mim.


Eu via certa mágoa em seu olhar. Não a culpava, eu não tornei nossa relação nada fácil. Brigávamos o tempo todo e na maioria das vezes, a culpa era minha. Por isso soltei
um longo suspiro, não estava me sentindo nada confortável e isso poderia ser notado por minha expressão. Mesmo assim, eu sabia a coisa certa a se fazer.


-Eu fui uma idiota com você na maioria das vezes Megan – admiti e encolhi os ombros – Tivemos momentos bons e ruins. Mas eu mudei, da mesma forma que eu sei que você mudou. Nós só temos de passar por essa missão e pronto.


Aquilo pareceu surpreender Megan de certa forma. Depois de alguns segundos, ela deixou os ombros caírem perdendo a pose defensiva. Abri um rápido sorriso e logo estava sendo arrastada por Dulce para fora da Casa Grande.


-Só pra constar – a morena menor falou e sorriu – Anahí ainda é uma idiota.


-Fala sério Dulce, a gente só não poderia sair daqui sem que você me zoasse? – reclamei a puxando para fora da casa.


-Oh sim, porque você jogou na minha cara que teve momentos bons com sua ex- namorada – Dulce soltou minha mão e cruzou os braços – Agradeço pelas imagens que se formaram de vocês duas juntas em minha cabeça!


Estávamos já fora da varanda quando olhei para Dulce. Ela estava emburrada, olhar afiado, bico nos lábios e braços cruzados. Deuses, minha pequena com ciúmes era a
coisa mais linda do mundo.


-Ela foi minha primeira relação mais séria com alguém, Candy – disse e a puxei de lado para poder sussurrar no ouvido – Mas você é a primeira que eu me entrego sem
reservas, que tal assim?


Ela me olhou fingindo estar desconfiada e eu não resisti em dar um beijo rápido em seus lábios. Estávamos indo para o meu chalé e assim que entramos ela fechou a porta e se espreguiçou.


-Espera – Dulce travou com os braços para cima – As caçadoras são virgens, certo?


-Sim – confirmei tirando o meu tênis usando meus próprios pés – O que tem?


-Vocês duas não transavam? – Dulce perguntou direto e reto.


-Claro que sim Candy – respondi franzindo o cenho – Oh sim, já entendi sua dúvida – abri um sorriso meio malicioso – Sexo não precisa de penetração para se ter prazer, ela nunca se sentiu à vontade para chegar nesse nível. Como você acha que meu ponto forte é usar bem a minha língua?


-GIOVANNA!


Dulce ficou vermelha com o que eu disse. Bateu o pé no chão de raiva, pegou um travesseiro e jogou com força em minha direção. Pegou outro e também jogou, assim como fez com quase praticamente todos enquanto eu ria divertida com a situação. Ok, eu estava adorando não ser a única ciumenta da relação, de saber que ela se incomodava só de imaginar que eu estava com outra. Sem contar que ela ficava incrivelmente linda e sexy daquele jeito “vou te matar, Anahí Portilla”.


-Eu te odeio! – ela gritou enquanto eu desviava de um último travesseiro.


A filha da primavera deu as costas bufando e ameaçando sair do chalé. Ela conseguiu até abrir a porta e dar dois passos para fora. Ao menos até eu correr até ela, a
pegar e jogar por sobre o meu ombro. Dulce gritou, chamando atenção de todo mundo que estava do lado de fora. Ela batia em minhas costas e ordenava que eu a colocasse no chão. Obviamente eu não a escutei, voltei para dentro do chalé e fiz o vento fechar a porta
atrás de mim. A joguei em minha cama e quando ela tentou levantar, sentei em seu colo, a fiz deitar de novo e prendi os pulsos dela contra o colchão.


-Nem venha me beijar – ela ordenou zangada – Não quero saber de você agora.


-Tenho uma triste notícia para te dar, Saviñon – disse sorrindo grande pelo que eu iria dizer – Você teve todas as chances de evitar isso, mas agora vai ter de lidar comigo por um longo, muito longo tempo.


-Tem certeza que não posso devolver para fábrica? Veio cheio de defeitos! – ela rosnou e tentou se soltar.


-Não, sem devoluções. Sem retorno. Eu tenho muita, muita pena de você – inclinei até deixar meu rosto a centímetros do dela, sorrindo de verdade desde que tínhamos retornado do Mar de Monstros – Mas eu vou tentar fazer isso valer a pena, eu juro.


-Eu acho bom, Anahí – ela disse em um tom ameaçador e revirou os olhos – Viu? Produto com defeitos, não sacou ainda que já deveria estar me beijando.


Ri baixo e breve, pois logo a estava beijando sentindo aquela felicidade tão forte, intensa, mas que me acalmava ao mesmo tempo. Era uma realidade que eu sabia que não tinha volta, eu era de Dulce mais de mim mesma.



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Autor(a): AnBeah_Portinon

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 179



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  • tryciarg89 Postado em 09/02/2022 - 17:32:25

    Por favor poste mais,uma das melhores fics que já li,descobri ela recentemente. Mas por favor continue...

  • raphaportiñon Postado em 28/01/2022 - 14:34:57

    Poxa, achei essa fic há poucos dias e me apaixonei por ela. Li e reli várias vezes nesse pouco tempo e é uma pena que não teve continuação, ela é maravilhosa e perfeita assim como Portiñon. ❤️... Com almas gemêas como deve ser, sem traição mas com todos os sentimentos de amor, dor, bondade, raiva, felicidade, ciúme, perdão, angústia, amizade, aventura e um amor eterno. Cada capítulo foi sensacional. Pena que não teve continuação e fim !

  • livia_thais Postado em 02/04/2021 - 23:41:44

    Continuaaa

  • DreamPortinon Postado em 19/12/2020 - 03:48:41

    Continuaaaaaaa

  • siempreportinon Postado em 05/11/2020 - 21:08:27

    Continua!!!

  • candy1896 Postado em 05/11/2020 - 20:12:12

    QUE BOM QUE VOLTOU, CONTINUA

  • livia_thais Postado em 30/09/2019 - 22:05:41

    Continuaaa

  • Jubs Postado em 10/05/2019 - 01:11:59

    VOLTAAAAAAAAAA

  • Jubs Postado em 05/05/2019 - 23:02:43

    Continuaaaaaa

  • Jubs Postado em 02/05/2019 - 03:04:52

    CONTINUAAA QUE ESSE CAPÍTULO SÓ ME DEIXOU CURIOSA




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