Fanfics Brasil - Maratona- O Ritual The Mythology- Portiñon- Adaptada

Fanfic: The Mythology- Portiñon- Adaptada | Tema: Dulce María, Anahí Portilla, Portiñon, Mitologia Grega


Capítulo: Maratona- O Ritual

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Pov Dulce



Acordamos com batidas fortes na porta do chalé de Anahí. Eu resmunguei enquanto Anahí me abraçava ainda mais. Ela mal se movia durante o sono ou parecia
querer me largar mesmo que inconsciente. Pensei em ignorar completamente a porta, mas
na terceira batida mais forte Anahí rosnou furiosa e de mal humor.



-Candy vai lá ou eu vou matar esse estúpido – ela resmungou me soltando e desabando ao meu lado.



Eu estava prestes a reclamar por causa da preguiça que estava, mas Anahí já estava apagando mais uma vez. Mordi o canto da boca me sentindo culpada, afinal tinha feito a semideusa contar toda uma história enquanto estava cansada. Soltei um suspiro e levantei da maneira mais lenta que eu conhecia, me arrastando até a porta e a abrindo com uma expressão evidente de sono e mal humor.



-Chancho!!!!!



Mal tinha processado o grito de Dinah e aquela garota alta estava me agarrando e sufocando contra o seu peito farto. Eu tinha levado um susto, mas quando recuperada, eu
abracei minha melhor amiga com todas as forças.



-Maite!! – gritei de volta e ela me levantou do chão por alguns segundos, me fazendo rir – Mas... Como?! Não deveria estar com minha mãe?



-Eu fui, chequei a tia, ela está bem e chateada pela falta de notícias – Maite se afastou e sorriu grande para mim – Eu não aguentei, quando soube que vocês voltaram, eu tive de vim para cá. Afinal, sabia que vocês estariam morrendo de saudade de mim!



-Se eu não estivesse mesmo, te chamaria de metida! – ri da cara de indignada de May – Mas como soube que tínhamos voltado?



-Se dependesse de você eu estaria morrendo de preocupação ainda né – ela me olhou de forma acusatória e eu encolhi, tinha realmente esquecido desse detalhe – Mas eu
tenho os meus contatos. Agora me faça o favor de levar o seu traseiro gordo e o branquelo do de Anahí para a clareira, Miley já está terminando de ajeitar as coisas para o ritual.



-Mas já?!



Só então eu notei que era noite e que estava tudo iluminado apenas pelas tochas e candelabros pelo Acampamento. A sensação era de que não tinha passado uma hora
desde que tinha conseguido adormecer!



-Sim, vocês tem quinze minutos!



Dito isso, Maite partiu rapidamente para o seu chalé, soltando um beijo no ar para mim. Entrei novamente no chalé de Zeus e quanto mais eu aproximava da cama de Anahí, mais tinha pena de acordá-la. A garota branca e de cabelos longos estava completamente serena em seu sono, tão tranquila abraçando o meu travesseiro que eu me
encontrava em um sério debate interno de como acordá-la sem me sentir culpada. Eram raros os momentos em que Anahí se entregava completamente ao sono, pois ela sempre estava em alerta, esperando que o pior acontecesse.
Sentei na cama e tirei o cabelo que cobria o seu rosto, começando a acariciar sua bochecha com todo carinho. Eu não sabia quando ou como, mas eu estava tão rendida a
Anahí Portilla que bastava olhá-la para me sentir transbordar em um sentimento que ia para além do meu corpo.



-Amor – chamei suavemente – Temos de ir.



Ela nem ao menos se moveu. Inclinei e comecei a dar beijos desde a bochecha dela até o pescoço, finalizando com uma mordida que fez a pele dela arrepiar. Anahí suspirou cansada e virou um pouco o corpo para poder me encarar. Os olhos estavam
extremamente azuis, chegando a beirar um cinza.



-Eu queria ficar chateada com você por me acordar – ela reclamou e esticou os braços para trás se espreguiçando.



-Era Maite na porta – expliquei fazendo carinho na barriga dela com a mão por dentro da blusa, eu simplesmente não conseguia não tocá-la – Ela veio avisar que o ritual já está para começar.



-Mas já? Espera, a Maite? – Anahí me encarava confusa.



-Sim, acho que apagamos – sorri dedilhando a cintura dela – Ela ficou sabendo que tínhamos voltado e veio para cá.



-Só podia ser ela a única louca de quase derrubar a minha porta – Anahí revirou os olhos.



-Sim, claro. Porque Anahí Portilla é perigosa e briguenta – falei arqueando uma sobrancelha.



-Ainda tem dúvidas? Deixe-me lembra-la porque todos tem medo de mim!



Ela avançou tão de repente que eu não tive chance nenhuma de defesas. Anahí me puxou e impiedosamente começou a fazer cócegas em mim. Eu não conseguia me livrar dela, por mais que batesse em seus braços ou tentasse empurrar suas mãos, eu estava ficando fraca por causa da gargalhada que eu soltava. Anahí parou apenas quando eu repeti com dificuldade uma frase que ela ordenou. “Anahí Portilla é a mais foda de todas”.



Depois tivemos de nos arrumar rapidamente para não termos de enfrentar alguém batendo a nossa porta e reclamando. Felizmente eu já tinha uma porção de roupas por ali, o que dava um ar ainda maior de intimidade com Anahí. Vesti uma saia alta escura e uma
blusa de ombros caídos, mas de mangas cumpridas. Anahí estava como sempre, calça jeans rasgada no joelho, coturnos, blusa de uma banda qualquer. Tudo o que eu fiz foi lhe entregar uma toca, porque eu adorava quando ela usava aquilo.



Saímos de mãos dadas e seguimos em silêncio para a clareira. Era um silêncio gostoso e que nos preparava mentalmente para o que estava por vim. Aquele era um
ponto decisivo, sem ele todo o nosso trabalho seria perdido. A morte de Chris teria sido em
vão, já que os itens se tornariam inúteis. Assim que chegamos, a clareira havia sido praticamente transformada em um local
mágico. Havia tochas espalhadas iluminando a tudo. No centro, um enorme pentagrama desenhado com alguma espécie de tinta branca. A cada ponta da estrela havia algo diferente. Uma estava com uma tigela com terra, outra com três velas de diferentes tamanhos e de cor vermelha, uma com uma bacia de água. Em uma das pontas havia um pequeno bastão com fitas, elas se moviam a cada manifestação do ar, mesmo que fosse uma simples brisa. Um não tinha absolutamente nada.



-Dulce! – Cláudia quase gritava ao me ver.



Ela estava com Maite e só com o seu chamado eu percebi as pessoas que estavam ali. Quíron estava próximo a Miley, discutindo alguma coisa junto com Demi. Quando ela tinha voltado? Ela tinha pintado o cabelo? A filha de Apolo escutou o meu nome e virou o
rosto para mim e minha boca caiu em surpresa. Ela tinha raspado toda a lateral e feito californianas lilases! E o melhor era que tinha ficado linda.



Próximas a floresta estavam as caçadoras, elas devem ter vindo mais rápido em seus pégasos já que não tinham de enfrentar o trânsito que tivemos de enfrentar em nossa ida, atrasando a viagem. Outro grupo se encontrava do outro lado, este era onde Cláu estava sorrindo a nossa espera. Lá Maite nos encarava enquanto Ariana e Uckermann trocavam algumas palavras.



-Já estava indo buscar as duas – Maite ameaçava assim que nos aproximamos.



-Talvez não gostaria de ver o porquê elas duas demoraram – Demi se aproximava junto com Miley.



-Dul, você poderia entregar o colar? – Miley pedia.



Fiz que sim com a cabeça, soltando a mão de Anahí para tirar o acessório. Mas enquanto eu levava o fecho para frente e o manipulava para que abrisse, Maite soltou uma expressão tão de surpresa que foi quase um grito histérico digno de Angelique Boyer .



-Meus deuses Maite! – Ariana reclamou, provavelmente tendo levado um susto como eu tinha.



-COMO VOCÊ VAI EXPLICAR ISSO DULCE?! – Ela apontava para mim quase arfante – ISSO É UMA ALIANÇA!



-Dul vai casar?! – Cláu perguntou em choque e já pulando de felicidade.



-Não! – Anahí respondeu rápido e eu a olhei, ela prontamente encolheu – Não agora e nem tão cedo, por Zeus!



Anahí passou a mão no cabelo agitada por toda atenção que estávamos tendo. Movimento mal planejado, logo ela movia a mão por seus fios claros e Maite estava
exclamando novamente, mas dessa vez sendo acompanhada por Demetria.



-Ela também tem um anel! – Demi acusou e riu – Olha que lindo!



-Estão finalmente namorando? Oficialmente? – Miley perguntou sorrindo.



-Bem, sim – disse completamente corada.



-Deixa eu ver se esse anel é digno de minha amiga – Maite puxou minha mão – Isso é safira! E é metade de um coração. Anahí me dê a mão.



-Não me toca Perroni!



-Deixa de frescura – Maite pegou a mão dela e a puxou tão bruscamente que Anahí quase tropeçou – Meus deuses, eu nunca vi essa pedra antes! Parecem da cor dos olhos de Dulce.



-Por isso ela deve ter escolhido ela – Demi disse como se compreendesse finalmente uma equação.



-Como foi que você pediu? – Ariana tinha as sobrancelhas arqueadas – Não vi tempo para que isso acontecesse ou arranjasse os anéis.



-Eu não devo satisfação a ninguém – Anahí rosnou e puxou a mão novamente.



-Como ela pediu Mila? – Maite virou para mim.



-Ah... Pedindo – era impossível não sorrir com a simples lembrança.



-Espera, foi por isso que vocês saíram do hotel? – Ariana lembrou do acontecido – E voltaram que nem duas bobocas apaixonadas!



-Fugiram no meio da noite – Miley concordou.



-Você levou minha amiga por uma madrugada em uma cidade desconhecida, Portilla?! – Maite fingiu estar brava.



-Ah vão se fo---



-Giovanna! Cláu está aqui, nada de falar essas coisas – a cortei prontamente.



Ela rosnou e cruzou os braços, se afastando um pouco do grupo, mas não muito já que eu não a segui.



-Então a Dul e a Narrí estão só namorando? – Cláu parecia tentar compreender a situação.



-Sim, minha pequena – Miley explicou amavelmente – Por isso estão usando anéis também, para que simbolize o compromisso que tem uma com a outra agora.



-Quero só ver quando você e a Demi vão aparecer de anéis ou coisa parecida – Maite não resistiu a provocação.



-Logo – Demi falou sorrindo tão abertamente que não restava dúvidas de que elas estavam juntas e felizes – Mas no momento certo também.



-Ok, isso ta ficando meloso demais – Ucker se manifestou pela primeira vez – Estou começando a me sentir só.



-Olha ali as caçadoras, vai lá falar com elas – Anahí desejou sorrindo
diabolicamente.



-Sempre soube que você queria me matar – Ucker disse fazendo uma careta.



Foi impossível não rir. Era estranho se parasse para pensar que há pouquíssimo tempo atrás Anahí estava mesmo querendo matar o Ucker. Principalmente quando o
garoto quase se declarou para mim ou tentou me beijar. Mas agora ela apenas revirou os olhos e se aproximou de novo de mim. Sem dizer nada, colocou o cabelo sobre um ombro e tirou o meu colar. Seu olhar se prendeu sobre a pequena parte de minha cicatriz que
aparecia perto da clavícula.



-Ei – chamei baixo, escutando Maite provocando Miley e Demi, tínhamos um pouco de privacidade – Não foi sua culpa. Éramos diferentes naquela época.



-Eu era tão estúpida – Anahí deixou os ombros caírem, pegou a minha mão e depositou o colar – Eu posso pedir perdão quantas vezes for, mas ainda vou lembrar de
você machucada por minha culpa.



-Annie...



-Está na hora – Miley nos interrompeu – Vamos Dul, eu preciso de você no centro comigo.



-Vai acontecer alguma coisa com ela? – Anahí perguntou seriamente.



-Calma, nada demais. Só preciso da ligação dela com a deusa, de mãe e filha, para poder guiar mais a busca – Miley explicou calmamente – Prometo que devolvo ela inteira, Portilla.



Anahí não riu ou exibiu qualquer expressão, apenas continuou nos encarando seriamente. Miley tocou em meu braço e começamos a seguir para o centro do pentagrama, tomando o cuidado para não pisar e borrar a figura. Lá no centro, olhei ao redor percebendo que todos tinham se aproximado e feito silêncio. Anahí de braços cruzados ao lado de Demi, que também se mantinha séria apesar de mais relaxada do que a filha de Zeus.



-O colar Dul, por favor – Miley pediu.



Eu abri a palma de minha mão e Miley posicionou a dela uns quinze centímetros a cima, com a palma virada para baixo. Ela respirou fundo e pareceu se encontrar. Senti um leve formigar em minha mão quando o colar começou a se mover até levitar entre a minha
palma e a de Miley. Ela franziu o cenho, parecendo estar ainda mais concentrada. O vento agitou-se ao nosso redor e eu poderia jurar que as chamas de cada tocha e das
velas ficaram mais fortes.



Da minha direita, uma pequena pedra veio levitando. Era semitransparente, com um
brilho interno tão mágico que reluzia de dentro para fora. Era a selenita original, a pedra com poder suficiente para poder manter Adônis, uma alma pertencente ao Hades, em uma outra dimensão. Da minha esquerda veio então o cordão feito de ouro e com cerca de trinta centímetros. Ele era tão dourado que brilhava a qualquer reflexo. De trás de mim veio
a lágrima de uma sereia, talvez o item mais raro de todos ali, pois emocionar uma sereia
era realmente algo quase impossível. Eu estava completamente encantada, não me
acostumaria nunca com Miley fazendo coisas diferentes o tempo todo. Harry Potter para
que quando se tinha uma garota morena linda usando magia bem a sua frente?



-Dul – Miley falou baixo, abrindo os olhos lentamente e me fitando de um jeito intenso – Minha energia irá se conectar com a sua, não estranhe a invasão ok?



-Ok, eu acho – disse incerta, mas extremamente curiosa.



Os olhos dela ficaram travados aos meus, tão enigmáticos e intensos que eu pude notar exatamente o momento em que as íris claras começaram a mudar de cor. Eles
ficavam púrpuros, mágicos, cheios de um encanto hipnótico. Então eu senti a invasão. Era como se algo pressionasse meu corpo de dentro para fora, crescendo e tomando pouco a pouco cada circulação minha. Um toque em meu coração como se ela estivesse literalmente acariciando o órgão, o fazendo disparar alucinado.



-Terra – Miley falou, sua voz firme e autoritária, eu podia sentir a energia vindo da terra aumentar com apenas o seu comando – Fogo – ela chamou e todas as chamas cresceram fortemente ao nosso redor – Água – a água que estava dentro do recipiente
agitou-se tanto que era possível escutar o som de seu movimento – Ar – o vento foi tão forte que fez meu cabelo e o dela agitarem-se com a corrente – E espírito.
Senti o ar de meus pulmões pararem, este era definitivamente o elemento mais poderoso, pois eu senti minha própria alma balançar.



-Fizemos a conexão com a natureza – Miely explicou para mim, sua voz cada vez mais ficando firme e etérea – Vou entoar o feitiço, é uma formula em gaulês antigo, então provavelmente ninguém entenderá nada.



Eu nem ousava piscar, mas consegui acenar levemente com a cabeça. Miley inspirou profundamente e começou a murmurar algumas coisas que eu realmente não conseguia entender. Sabe aquela coisa de sentir o ambiente? Eu o podia sentir cada vez mais carregado, como se algo estivesse no ar, enchendo-o de algo que eu não saberia
descrever!



As coisas começaram a acontecer lentamente. O cordão enrolou-se na corrente de meu colar, ambos eram finos e delicados. Meu colar começou a brilhar ainda mais. O
frasco com a lágrima da sereia abriu e derramou sobre o pingente de rosa negra o seu líquido. Então o cordão foi até a selenita e enrolou-se completamente nela.
Nesse momento o entoar do feitiço de Miley ficou ainda mais firme e forte. A selenita com todos os itens flutuou para o alto e começou a girar em movimentos de
rotação, ou seja, girando no mesmo lugar. Ergui o meu olhar hipnotizada pelas faíscas que
começaram a sair de cores roxas e verdes tentando formar uma imagem, era como se o
sinal estivesse falhando e Miley estivesse ajeitando a transmissão!
O que veio a seguir foi completamente surreal. Foi como se estivéssemos tocado em
um equipamento ultramoderno do futuro. As imagens explodiram em um enorme holograma um pouco acima de nossas cabeças. Tridimensionais e levemente translucidas, mas sendo completamente possível notar um dos jardins mais belos que existiam. A imagem tremeu e então uma garota apareceu. Ela era de pele levemente bronzeada,
cabelos escuros e olhos castanhos. Era tão linda que aquecia o seu peito só de olhá-la! E, bem, era a minha mãe.
Perséfone estava tão tranquila e relaxada em seu jardim que um sorriso de campo sempre marcava os seus lábios cheios. A natureza ao seu redor parecia feliz só dela estar ali, os animais a circulavam e era possível ver os pássaros voando ao seu redor, parecendo cantar para ela. Uma verdadeira princesa da Disney em uma versão morena e grega! Mas então a imagem tremeu e tudo começou a esfriar. As flores começaram a
murchar e os animais fugiram amedrontados. Perséfone ergueu-se atenta e em alerta, até que olhou para atrás de si e seus olhos se abriram. Tudo o que veio a seguir foi neve, uma verdadeira tempestade de neve que fez minha mãe se encolher e proteger. Sombras enormes apareceram atrás dela e ela recuou antes de ser pega.



Ela tentava fazer a terra protege-la, mas tudo estava congelado ao seu redor. Não existia mais vida, não existia mais jardim. Era tudo gelo e neve. Uma figura apareceu no
holograma mágico. Uma mulher esbelta, mas com um olhar frio tão carregado de emoções negativas que você poderia estremecer com o único pensamento que vinha ao encará-la: ira. A falta de vida parecia enfraquecer minha mãe, pois ela cambaleava enquanto
sustentava o olhar daquela mulher branca e de olhar assustador. Elas pareciam discutir, mas infelizmente a magia não vinha com opção de áudio. Elas batalharam, Perséfone
tentando usar seus poderes, mas logo foi abatida por um enorme gigante de gelo que a
atacou por trás.



-Não pode ser... – Quíron murmurava abismado.



A imagem mudou completamente, mostrando agora Perséfone no mesmo trono em que aparecia em meus sonhos. Eu podia escutar o choro de Cláu e o chamado dela pela nossa mãe, mas nada me fazia desviar os olhos da imagem. Ela gritava, tentava se soltar,
mais parecia que nada desprendia seu corpo dali. A imagem afastou-se mostrando que ela estava em uma espécie de salão de gelo, e como se desse a opção menos zoom, o holograma mostrou um castelo no alto de um monte de gelo.



-Espere – Miely resmungou e meus olhos desviaram para ela – Se não tiver paciência eu não vou conseguir fazer a conexão!



Arqueei as sobrancelhas, a filha de Hécate estava tremendo como se estivesse morrendo de frio. Seus lábios ficavam azulados e enquanto falava era como se fumaça de ar frio saísse de seus lábios. A selenita flutuou ao nosso redor até parar ao meu lado. Ela
explodiu em uma nova imagem. Uma que fez meu coração parar completamente.



-Mamãe! – Cláudia gritou tentando entrar no pentagrama, mas Maite a segurou – É a mamãe!



Era como se Perséfone estivesse ali, bem ao meu lado, sentada naquela maldita cadeira. O seu estado me arrasava completamente por dentro. Sua pele que outrora era morena e vivaz, estava pálida e quase branca. Seus olhos escuros estavam sem vida e seus lábios rachados. Ela estava fraca, com frio e evidentemente mais magra. Havia
sofrimento em seu olhar, como se ela estivesse sendo torturada de dentro para fora! Mas mesmo assim, quando ela olhou para o lado fixando Cláudia, ela sorriu gentilmente.



-Você tem sido uma boa menina, Cláu – ela murmurou, a voz entrecortada e saindo difícil – É um acalento poder falar com você em meus sonhos – ela suspirou e voltou a atenção para mim, eu senti um forte calafrio ao mesmo tempo em que meu coração voltava
a bater com força total – Mas você é mais complicado, o seu colar a protege até mesmo de mim.



-Onde você está? – eu indaguei vacilante, mas engoli em seco e firmei minha postura – Diga-me onde você está, eu vou até lá. Por favor, me diga!



-Eu não sei ao certo, só há frio aqui – ela tossiu e ergueu o queixo para manter a postura decentemente – Mas há alguém que vocês podem buscar e que podem vos guiar. Ela teve um irmão gêmeo. Achei-o e ele o trará até mim. Mas por favor... Não demore – sua postura vacilou mais uma vez quando uma rajada de ar frio pareceu entrar por seu
nariz e boca, ela tremeu por dentro parecendo sufocar.



Perséfone estava mesmo sendo torturada! Eu quis correr em sua direção, mas era como se algo me travasse ali, naquela posição. Cerca de dez segundos depois ela se recuperou finalmente.



-Rápido... Venham rápido... – ela pareceu até mesmo implorar, seu olhar caia sobre mim em tom de desculpa – Eu sinto muito por não ter participado muito de sua vida eu...



-Com quem você está falando?
A voz vinha cortante como a brisa mais gélida do muno. Primeiro Perséfone abriu os olhos surpresa, mas depois assumiu uma postura de pura teimosia. Seu queixo erguido, ombros tensos, olhar determinado. Ela olhou de rabo de olho para mim antes de desligar
aquela transmissão no mínimo diferente. Assim que o fez, a pedra caiu ao chão junto com todos os itens, ao mesmo compasso em que Miley caia para frente sem forças. Eu a segurei firme em meus braços a impedindo de abraçar o chão. Os elementos se aquietaram, as chamas desaparecendo todas. Demi foi a primeira a invadir o pentagrama, correndo para pegar Miley de meus braços.



-Você está bem? – Demi perguntou amparando a filha de Hécate.



-Sim, só c-com f-frio – Miley gaguejou.



-E você? – Anahí de repente estava ao meu lado, tocando meu braço de maneira firme – Está bem?



Os olhos azuis me encaravam preocupados. Foi então que eu desabei, finalmente processando tudo o que tinha acontecido com minha mãe. Ela não estava apenas sendo prisioneira, ela estava sendo torturada! Anahí me abraçou enquanto eu tentava chorar em
silêncio. Era difícil afugentar o olhar triste da deusa, o modo como ainda tentava se manter firme quando estava inegavelmente abalada.



-E-eu posso nunca tê-la visto – chorei com a cabeça apoiada no ombro de Anahí – Mas ela estava me-me protegendo. E a-agora ela estava tão mal. É a minha mãe Nah, estão machucando a minha m-mãe!



-Nós vamos acha-la meu amor – Anahí me apertava firme, fazendo carinho em meu cabelo tentando me acalmar – Eu prometo para você que vamos fazer de tudo para acha- la e libertá-la.



-Você vai encontrar a mamãe – Cláu falava em algum ponto ao meu lado, então eu a senti abraçar a minha cintura – Eu acredito em você Dul! A mamãe também acredita.



Aquilo ao mesmo tempo que me quebrava, acendia uma chama de determinação dentro de mim. Eu iria encontrá-la. Eu iria salvar a deusa e conheceria a minha mãe
verdadeira!



-Quíron – escutei a voz de Ashley mais ao longe – Você sabe quem é aquela outra mulher. Isso não foi uma pergunta, eu vi quando você a reconheceu.



Aquilo me fez afastar de Anahí e enxugar as lágrimas. Permaneci abraçada a Cláudia, simplesmente porque ela era provavelmente a única que poderia ter sentimentos parecidos com os meus naquele momento. Afinal era a minha irmã.



-Sim, eu a reconheci – o centauro falou em um tom sombrio – É irmã de Perséfone.



-Irmã? – Megan indagou confusa – Mas Deméter teve outros filhos deuses?



-Sim, mas Perséfone sempre foi a favorita – Quíron explicava – Todos são proibidos de falar o verdadeiro nome dela, tamanho foi o desgosto de Deméter ao tê-la de um abuso
de Poseidon. Porém muitos a chamam de Despina, que também pode significar...



-Senhora – Cláu falou fungando – É como ela aparecia em meus sonhos, como senhora.



-Exatamente – Quíron abriu um vago sorriso, mas logo ele desaparecia – Essa é a deusa do inverno, provavelmente a divindade que foi mais abandonada e ignorada, com o único propósito de destruir tudo o que seus pais ou irmãs tinham de bom. Os lagos
congelados, o inverno que acaba com a primavera e a vegetação. Tudo pertence ao domínio dela.



-Então ela fez isso por vingança? – Ariana indagou irritada – Tudo isso por causa de uma briga familiar?



-Guerras já aconteceram por muito menos, filha de Hades – Quíron suspirou – Por muito menos o mundo já tomou rumos que até mesmo eu desconheço. Ela provavelmente foi guiada pelo sentimento de abandono, de inveja, de vingança e raiva. Porém soube ser paciente, pois depois de duas guerras consecutivas, os deuses ainda estão se recuperando.



Duas guerras. Primeiro os titãs e depois os gigantes. Eu já tinha escutado falar sobre elas, por todo o acampamento sempre se comentava sobre uma história ou outra dos semideuses que estiveram presente nas duas guerras. Foi na segunda que o
Acampamento Romano foi finalmente revelado e uma trégua foi feita entre as duas nações.
Nada que resolvesse de fato a rivalidade que acometia os dois acampamentos.



-Ela falou de um irmão gêmeo – Maite lembrou.



-Sim – Quiron respondeu – Árion, o cavalo imortal. Ele ajudou uma filha de Plutão no passado, sendo sua montaria e guia durante a guerra contra os gigantes.



-Eu posso encontrá-la – Ariana se manifestou – É de certa forma uma irmã do lado negro da força. É romana – ela fez uma breve careta – Mas creio que eu sou a mais
indicada para isso.



-Eu vou com você – Ucker se prontificou, ele tinha ficado quieto por um bom tempo – Eu posso me comunicar com cavalos.



-Vocês terão de partir o quanto antes – Quíron anunciou por fim – É uma missão de busca que terá de ser realizada o mais rápido possível.



-Enquanto isso o que faremos? – Demi indagou ainda segurando Miley entre os braços, a aquecendo.



-Aguardamos, nos preparamos – Maite respondeu por ele.



-Nós iremos partir ainda essa noite – Emily falou – Temos de levar essa informação o quanto antes para a Ártemis.



-Faça isso – Quíron a olhava agradecido – É o meio mais rápido de que o Olimpo descubra o que está acontecendo.



As coisas então começaram a acontecer sem que eu percebesse realmente. Miley entregou a selenita a Ashley, elas partiram logo depois com poucas despedidas, chegando a desejar boa sorte para Ariana. Anahí pegou o meu colar, eu nem ao menos tinha notado que ele estava ainda mais bonito do que antes, mais dourado e com a rosa negra com um brilho em sua pedra ainda mais lindo. Nada disso passava por mim, apenas os braços de
Cláu ao meu redor. Em minha mente eu focalizava apenas a minha missão. Convencia a mim mesma de que logo iria encontrar minha mãe e que seria capaz de salvá-la.



Notas Finais


 


Parabéns para quem acertou quem era a vilã! xD



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Autor(a): AnBeah_Portinon

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 179



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  • tryciarg89 Postado em 09/02/2022 - 17:32:25

    Por favor poste mais,uma das melhores fics que já li,descobri ela recentemente. Mas por favor continue...

  • raphaportiñon Postado em 28/01/2022 - 14:34:57

    Poxa, achei essa fic há poucos dias e me apaixonei por ela. Li e reli várias vezes nesse pouco tempo e é uma pena que não teve continuação, ela é maravilhosa e perfeita assim como Portiñon. ❤️... Com almas gemêas como deve ser, sem traição mas com todos os sentimentos de amor, dor, bondade, raiva, felicidade, ciúme, perdão, angústia, amizade, aventura e um amor eterno. Cada capítulo foi sensacional. Pena que não teve continuação e fim !

  • livia_thais Postado em 02/04/2021 - 23:41:44

    Continuaaa

  • DreamPortinon Postado em 19/12/2020 - 03:48:41

    Continuaaaaaaa

  • siempreportinon Postado em 05/11/2020 - 21:08:27

    Continua!!!

  • candy1896 Postado em 05/11/2020 - 20:12:12

    QUE BOM QUE VOLTOU, CONTINUA

  • livia_thais Postado em 30/09/2019 - 22:05:41

    Continuaaa

  • Jubs Postado em 10/05/2019 - 01:11:59

    VOLTAAAAAAAAAA

  • Jubs Postado em 05/05/2019 - 23:02:43

    Continuaaaaaa

  • Jubs Postado em 02/05/2019 - 03:04:52

    CONTINUAAA QUE ESSE CAPÍTULO SÓ ME DEIXOU CURIOSA




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