Fanfics Brasil - Enfrentando Seus Inimigos The Mythology- Portiñon- Adaptada

Fanfic: The Mythology- Portiñon- Adaptada | Tema: Dulce María, Anahí Portilla, Portiñon, Mitologia Grega


Capítulo: Enfrentando Seus Inimigos

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Enfrentando seus inimigos



Pov Anahí



A quimera me encarava com um olhar felino assassino, voraz. Eu podia sentir em meu corpo aquela velha sensação de perigo formigando sobre minha pele, alertando todos os meus sentidos. Meus dedos seguravam tão forte a espada que as pontas encontravam- se brancas.



Eu tinha retornado para casa e como de presente tinha recebido o monstro que dera início a todo o meu pesadelo. Eu tinha uma vida difícil, se comparada a das outras crianças de minha idade, mas absolutamente tudo piorou quando aquela criatura nos atacou. Pelo
canto dos olhos eu vi Dulce e meus irmãos bem afastados, sendo protegidos por uma imensa e feroz bola de pelos. Aquilo me deu segurança para deixá-los de lado e me concentrar no meu embate a frente. Eu sabia que estava prestes a enfrentar a culpa de boa parte de meu sofrimento. Eu estava fervendo por aquela batalha, mesmo que naquele momento o frio estivesse dominando o ambiente e o chão estivesse coberto por uma grossa camada de neve. Nada mais importava além de mim e a Quimera.



A besta hibrida rosnou encolhendo o corpo pronta para o ataque. Ajeitei melhor minha espada em mãos e mantive meu foco naqueles malditos olhos. Porém era impossível controlar pensamentos, minha mente jogava em mim lembranças de um passado que eu pensei ter enterrado, mas que emergia tão forte quanto a minha raiva.



(...)



(A mulher a minha frente me encarava intrigada, sustentando o meu silêncio pacientemente. Eu estava encolhida naquela enorme poltrona, sentindo-me terrivelmente culpada por estar ali, apesar de acreditar não ser realmente a causa de tudo. Tinha apenas sete anos e estava no início de sessões com uma psicóloga.



-Anahí, você sabe que pode me contar qualquer coisa, o que me disser não deverá sair daqui a menos que queira – a psicóloga falava serena – Não irei julgá-la, mas preciso que me conte o que realmente aconteceu naquele dia.



-Eu já falei – falei em um tom baixo e tímido – Mas ninguém acredita em mim.



-Você contou que uma sombra destruiu a sala de sua escola – ela repetia calmamente – Como era essa sombra?



Eu a encarei um pouco surpresa por ela não ter dito que eu estava louca ou ter começado um discurso de como aquilo era impossível de acontecer. Eu não estava louca, eu tinha mesmo visto uma sombra me perseguindo e querendo me atacar. Então tinha
apenas me escondido dentro do armário enquanto tudo dentro da minha sala de aula começava a cair. Naquela época eu tinha pensado que era realmente um monstro, mas um similar aos dos contos de fadas que perseguiam crianças malcriadas.



-Eu não vi direito – admiti envergonhada – E-eu fiquei com medo e me escondi. Mas era enorme e fazia sons estranhos!



-Essa é a primeira vez que a “sombra” aparece Anahí?



Eu neguei com cabeça e engoli em seco. Pela primeira vez eu sentia uma pequena abertura para revelar para alguém “aquelas” coisas que aconteciam comigo. Contei a ela
como via algumas coisas diferentes e como tinha medo o tempo todo de que algo de ruim
fosse acontecer. Tinha pensado mesmo que era uma boa coisa, até a psicóloga no final da sessão recomendar a minha mãe que eu fizesse exames neurológicos.



Foram uma bateria
de exames chatos e mais chatos, minha mãe se apoiava nos diagnósticos, nas possibilidades que buscassem uma explicação por eu ser esquisita. Não demorou para eu ser apenas a garotinha com hiperatividade e suspeita de esquizofrenia. Exatamente, eles
achavam que eu alucinava com as coisas e que tinha um indício de delírio de perseguição.



O rótulo sempre parecia estar escrito em minha testa, dificultando as coisas na escola, aumentando os murmúrios do quanto Anahí Portilla era problemática e não conseguia ser normal.



Minha mãe simplesmente não sabia lidar comigo, com meus choros de medo por ter algo atrás de mim. Por eu ser suspensa por mal comportamento ou até mesmo expulsa da escola por algum ter batido em alguns “coleguinhas” meus. De verdade, eles apontavam
para mim, provocavam-me, chamavam-me de louca. Eu tentava a todo custo ser uma boa garota, mas o impulso de defender-me sempre falava mais alto. Ainda mais quando envolviam meus irmãos pequenos naquilo tudo.
Minha infância havia sido roubada completamente por rótulos e estereótipos, por uma sociedade que julgava e não aceitava quem saia da linha da normalidade. )



(...)



Avançamos praticamente ao mesmo tempo. Os cascos do monstro criavam sons abafados por causa da neve. Quando próximos, a Quimera soltou sobre mim rugindo furiosamente enquanto eu abaixava meu corpo e deixava que ele deslizasse pelo chão, o fazendo saltar sobre o meu corpo. Girei e me pus de pé em menos de dois segundos,
segurando minha espada rente ao meu corpo.



Mas aquela besta esquisita tinha um elemento traseiro surpreendente. A serpente
estava já virada em minha direção, pronta para dar um verdadeiro bote. Ela tinha um grande cumprimento e sua forma me lembrava aquelas cobras de filme de terror. Inteligentes e com um brilho assassino naqueles olhos oblíquos. Ela investiu rapidamente,
a boca aberta pronta para me morder, mas eu deslizei para o lado sentindo o ar agitando- se com tamanha a velocidade do ataque. A serpente retrocedeu e atacou novamente, dessa vez em um ponto mais baixo me obrigando a saltar habilmente para trás. Estava
esperando pelo terceiro golpe quando a Quimera cansou daquela brincadeira e girou rapidamente o corpo, abrindo a enorme boca liberando uma leve fumaça.



MERDA!



Rapidamente ativei o meu relógio, o transformando em um escudo e abaixando o meu corpo para me proteger o máximo possível. O monstro hibrido lançou seu jato de fogo, fazendo o metal esquentar em meu braço, mas não o suficiente para que realmente me
machucasse. Quando acabou eu saltei para trás o mais rápido que conseguia, usando o vento para empurrar meu corpo para metros de distância.



Nos encaramos novamente e a fúria começava a dominar cada poro dentro de mim. Minha mente repetia como em um mantra irado que a culpa era daquela besta. Tudo desmoronou por culpa dela!



(...)



(Estávamos no hospital. Eu tremia de corpo inteiro, mas mantinha Mari em meu coloco a segurando com apenas um braço, com o outro eu puxava Deh corredor adentro.
Eu só parei quando uma enfermeira me abordou. Estava em choque e com apenas um pensamento coerente em minha mente: eu precisava colocar Marichello e Derick em segurança, precisava leva-los a um hospital, pois estavam feridos.



Assim o fiz, depois de lançar um raio tão poderoso que fez a Quimera fugir machucada. Mas antes disso, a perseguição havia sido desleal. Ela praticamente brincara conosco como se estivesse se divertindo com a comida antes de dar a garfada final. A enfermeira fazia perguntas, mas eu não conseguia falar, estava assustada demais, com um medo insano correndo em minhas veias. Fomos levados para o pronto socorro, por sorte mamãe sempre mantinha uma documentação dentro de nosso bolsos para caso acontecesse. Principalmente porque algo sempre acontecia comigo.



Quando despertei conscientemente, estava em um quarto de hospital. Minha mãe caminhava de um lado para o outro, sua expressão não tinha um resquício de vida. Seus olhos estavam cansados e chateados. Mamãe estava irritada comigo novamente e o único pensamento que eu tinha era de que a culpa era toda minha. Por mais que eu não
entendesse o que estava acontecendo de verdade, eu sabia que tudo acontecia por minha
causa.



-Deus, eu não sei mais o que fazer – ela falava consigo mesma, passando a mão pelo cabelo – Tudo seria tão mais fácil se ela não existisse! Isso deve ser um castigo pelo meu erro, por ter me apaixonado por aquele homem, sendo que meus pais tinham dito que ele era perigoso para mim!



Meu coração disparou ao escutar aquilo. Eu sabia, sempre soube, mamãe não me amava como amava Derick e Mari. Mas escutá-la era completamente diferente. Porém eu estava sendo monitorada pelos aparelhos e logo aquela oscilação em meu coração fez um
deles apitar denunciando o aumento da frequência cardíaca. Tisha encarou-me um pouco
surpresa, mas segundos depois sua expressão mudou.



-Bom que acordou – ela disse quase sem emoção – Está viva. Isso que importa.



-D-desculpa mamãe, eu não queria! – chorei sem conseguir controlar – Eu t-tentei proteger o Derick e a Mari, mas a-aquela coisa era tão assustadora e cuspia fogo!



-Chega disso! – Tisha gritou – Isso que você tem já está colocando seus irmãos em perigo e isso eu não vou aceitar! Meus pequenos não tem culpa de você ser assim!



Eu era apenas uma criança assustada. Escutar aquilo foi apenas o primeiro passo para destruir todo o meu coração. Depois do incidente com a Quimera, tudo mudou e piorou. As “alucinações” pioraram e eu tinha aprendido finalmente a escondê-las. Minha mãe cuidava o básico de mim, me alimentando e me mantendo saudável. Mas não havia olhares carinhosos, não tinha uma atenção de verdade. Mari fez o caminho inverso, se aproximando mais ainda de mim por ter visto o mesmo que eu. Foi ai que eu a ensinei a não contar aquilo para ninguém, pois se o fizesse sofreria o mesmo destino que o meu.
Pouco tempo depois eu tinha entendido o que tinha de fazer.



Tisha estava certa, meus irmãos e nem ninguém tinha culpa pelo o que eu trazia comigo. Mesmo ainda sendo uma criança, eu engoli toda aquela responsabilidade que era jogada encima de mim. Arrumei uma mochila e na madrugada de uma noite qualquer eu estava saindo de casa sem me despedir de ninguém. Assim que eu passei pela porta, escutei um som atrás de mim. Tisha estava parada no meio da sala, encarando-me daquele mesmo jeito de sempre.
Ela não me via mais como sua filha e ter plena consciência disso quando se era tão pequena e necessitada era como uma verdadeira morte.



-Eu não vou voltar – eu avisei tentando ser forte, mas por dentro tremia toda.



-É uma escolha sua – ela disse, sua voz sem emoção, seus olhos embargados – Eu já não sei mais o que fazer, Anahí.



-Eu sei – disse triste e enraivada – Não terá de se preocupar mais comigo.



-Está levando o seu cartão? – foi a única pergunta que ela me fez naquela noite.



-Sim – admiti corando, sabendo que iria precisar daquele dinheiro.



Ela apenas assentiu e seguiu em direção para a cozinha. Nenhuma palavra a mais ou a menos. Esse foi o nosso adeus definitivo. Eu parti daquela casa deixando de ser uma criança para me tornar apenas uma sobrevivente. )



(...)



A Quimera lançou mais uma vez o seu jato de fogo, forçando-me a desviar me jogando contra o chão com neve derretida. Eu estava com as mangas da blusa completamente molhada e chamuscada por causa daquele maldito fogo. Rosnei e fiquei de
pé, fazendo as minhas mãos ficarem elétricas prontas para dar um disparo elétrico.



-Não Anahí! – gritou Dulce quase em desespero – Há muita água ao redor, você pode acabar se eletrocutando também!



Aquilo foi como um baque em mim. Meus poderes elétricos eram os que eu tinha mais domínio e não poder usá-los me fez estremecer um pouco. Isso foi o suficiente para que a Quimera me pegasse com a guarda baixa. Ela avançou tão rápido quanto um felino, eu praticamente tropecei para trás, caindo e bunda e por puro reflexo abrindo as pernas. A serpente tinha aplicado um golpe bem no meio delas, me dando a chance perfeita para poder descer um golpe com o escudo o usando como arma prendendo sua parte inferior
contra a cabeça reptiliana. O leão rosnou em dor e tentou recuar esticando ainda mais a
serpente. Foi então que eu usei daquela imobilização para descer a espada com tudo, cortando a cabeça da cobra fora.



Sangue explodiu por todo o lado, sujando minha roupa e meu rosto, mas em nada eu me importava. Eu estava exultante, meu sangue fervendo pela morte daquela criatura.



Naquele momento era raro qualquer tipo de pensamento lógico passar por minha mente.
Meus instintos de guerreiro e vingança se mesclavam com as lembranças que passavam por mim como um verdadeiro veneno.
Recuei para trás, mas isso não foi o suficiente como eu pensei. A quimera avançou com tudo, rosnando e me acertando com aquela enorme cabeça de leão sobre a barriga.



Meu corpo foi para trás, mas antes que eu escapasse, uma de suas patas atingiu bem em cheio minha perna, arrancando um grito de dor enquanto eu me mantinha no chão. A besta avançou, sua cabeça de leão encarando-me como seu prato favorito. Seus olhos assassinos. Ela correu até mim, suas patas ao redor de meu corpo. Tive de largar tudo para desviar do bote da boca felina, a fazendo acertar o chão ao invés de meu corpo enquanto eu estava apenas movendo o meu tronco.



Fechei minhas mãos em punhos, acertando a cabeça de leão com toda a força que eu tinha. Eu podia sentir cada golpe que eu dava ferindo os nós de meus dedos, rasgando minha pele e fazendo sangrar. Mas eu não importava, eu estava frenética, eu estava
adorando a sensação de surrar aquela besta com minhas próprias mãos.



A cada golpe era como se eu sentisse um de meus problemas esvaindo de mim. Os dias em que passei tremendo de frio, a época em que passei fome por me negar a usar o dinheiro que vinha de minha mãe. As noites em que dormi na rua depois de uma fuga
alucinada. O modo como o destino tinha me moldado, me fazendo desconfiar de tudo e de todos. Eu me alimentava do desespero, da ansiedade de viver apenas mais um dia, apenas mais um para provar para o mundo que eu podia continuar lutando.



Mas em um momento, a Quimera escapou de meus golpes e surpreendentemente conseguiu abocanhar meu braço direito, mordendo a tão ponto que eu cheguei a acreditar que ele iria arrancá-lo. Segurei em sua boca, usando daquela minha força sobrenatural para poder forçar a abertura. Eu urrava e rosnava, sentindo dor e teimosia corroendo
minhas veias. Aproveitei a boca aberta apenas para espalmar a minha mão que já estava
lá dentro e soltei toda a eletricidade que eu poderia reunir naquele momento.



A fera tremeu forte, saltando do lugar e cambaleando para trás. Eu estava fraca, ferida e esgotada tanto física e emocionalmente. Pensei que tinha acabado com aquele ser depois disso. Mas a Quimera era a união de três seres em um, ela era mais forte do que
qualquer outra coisa. Ela empinou suas patas de bode e eu arregalei os olhos, sabia que não iria conseguir desviar. Ela iria me esmagar!



Porém o chão tremeu. Senti meu coração disparar quando segundos antes dela descer as patas em minha direção raízes saírem do chão a minha direita, atacando meu inimigo mortal como se fossem chicotes e lanças. A quimera caiu para o lado, arfando e
ensanguentada. Olhei para o lado e vi Dulce com os olhos castanhos arregalados, as mãos sobre o chão enquanto ela ainda controlava as raízes.



Eu me enfureci com aquilo. Ela não poderia acabar com o MEU inimigo. Então mesmo sentindo que iria morrer por simplesmente continua respirando, eu levantei. Fosse a adrenalina, a teimosia ou o simples e puro ódio que estivesse me dando forças naquele momento, eu iria acabar com aquilo. Peguei minha espada e praticamente me arrastei em direção à Quimera. Ela não tinha condições de lutar e se eu estivesse em meu normal,
simplesmente teria ido embora para poder continuar sobrevivendo.



Mas eu precisava matar aquele monstro. Eu precisava mostrar para mim mesma que o havia superado!
Então segurei a espada com a lâmina voltada para baixo e sem nenhum pingo de remorso ou sentimento similar, finquei a espada sobre o peito peludo e de leão dele. Cravei com toda a minha força, até a espada atingir o outro lado. Cai de joelhos sem aguentar o meu próprio peso por conta da perna machucada, mas isso me fez apenas encarar mais de perto ainda a fera.



-Vá para o Tártaro – cuspi todo o meu ódio naquelas palavras.



A Quimera retribuía meu olhar antes de virar pó dourado, seu espírito retornando para as profundezas do inferno grego. Arfei forte, sentindo um peso esmagador saindo de cima de mim ao mesmo tempo em que toda a dor vinha forte sobre mim. Fechei meus
olhos e senti meu corpo começar a cair, mas sem nunca ter chegado ao chão realmente.



-Inferno Anahí! – Dulce havia me amparado, eu mal notava que estava praticamente sobre ela – Eu sabia, sabia que não devia deixar você lutar sozinha!



-Ela está machucada! – Derick falava nervoso – Temos de leva-la a um hospital!



-Eu vou---



-Não vai ser necessário Mari.



Abri meus olhos alarmada, meus instintos se agitando novamente quando aquela voz masculina sobressaiu a de minha irmã. Minha visão turva me permitiu ver apenas um homem usando terno, robusto e não muito alto, mas de um porte evidentemente elegante.



Ele se aproximava rapidamente de mim, trazendo consigo uma garrafinha transparente com um líquido que eu rapidamente reconheci: néctar.



Dulce pegou a garrafa e rapidamente colocou sobre minha boca, me fazendo dar uns goles antes de afastar, sabendo do cuidado que se devia ter ao beber aquelas coisas divinas. Arfei e fechei meus olhos com força, rezando para aquela dor passasse logo e eu pudesse exigir saber quem era aquele homem e como diabos tinha néctar em uma garrafa de plástico.



-Ela está bem?



Antes a quimera tivesse retornado e eu tivesse que lutar contra ela mais uma vez. Meu corpo agiu por puro instinto quando levantou em um pulo, mesmo estando ainda
bastante machucado. Fiquei tonta, mas apesar disso eu comecei a me afastar enquanto minha visão começava a focalizar as pessoas a minha frente. Mari estava agarrada a Derick, ambos assustados, amedrontados. Penélope tinha
assumido a sua forma de rottweiler e estava deitada sobre a neve apenas observando.



Dulce ficava de pé encarando-me preocupada e tentando se aproximar. Mas meus olhos
estavam mesmo colados naquela mulher. Ela estava evidentemente mais velha. Mas bem. Usando um conjunto social cor creme, o cabelo mais castanho claro do que eu lembrava. Seus olhos eram os mesmo e me encaravam de forma enigmática. Marichelo Portilla estava ali, a menos de três metros de mim.



-Anahí, você ainda está sangrando – Dulce disse me fitando com certo desespero, mesmo que sua voz tentasse manter a calma – Eu preciso saturar as feridas de seu braço e imobilizar sua perna para que o néctar faça o trabalho direito.



-N-não, vamos embora daqui – eu falei com urgência.



-Eu tenho todo o aparato de primeiros socorros – o homem falou aproximando-se – Você tem de se cuidar, Anahí, se sair daqui desse jeito mal poderá se defender se algo vier.



Minhas pernas tremeram com a simples ideia de passar mais tempo naquela casa, com minha mãe por perto. Dulce pareceu adivinhar que eu iria desabar, pois logo estava do meu lado me amparando com seu corpo magro. Em seus olhos havia um pedido mudo e gritante ao mesmo tempo.
Eu não conseguiria protege-la se algo acontecesse no caminho. Foi esse pensamento que me fez ultrapassar todo aquele sentimento sufocante de estar respirando
o mesmo ar que Tisha. Acenei com a cabeça e o homem desconhecido ajudou Dulce a me levar para dentro da mansão, me guiando até uma das três salas que tinha ali.
Estava tudo diferente, decorado de uma forma mais elegante e glamorosa. Engoli em seco quando sentei no sofá, tendo consciência apenas de Dulce tirando a minha blusa praticamente destruída e de Mari voltando correndo com uma maleta branca e vermelha.



-Quem é você? – perguntei de maneira rude para o homem ainda estranho.



-Enrique, mas você pode me chamar de Rick – ele explicou entregando para Dulce água oxigenada – Você sabe o que fazer?



-Sim, tenho uma amiga curandeira – Dulce disse pegando as coisas para limpar o corte – Já tive de cuidar da Narrí antes, não é a primeira vez e nem será a última.



-Ai, PORRA! – gritei de dor quando ela começou o processo.



-Cuidarei da perna dela então, precisamos imobilizar para o néctar curar mais rápido – Rick falou tirando o paletó e folgando a gravata azul que usava.



Dulce me entregou a garrafa com néctar para que eu pudesse bebericar a bebida. Logo ela estava me deixando anestesiada para que eu não sentisse a dor de estar sendo “concertada”. Mari e Deh estavam afastados, observando a tudo no canto da sala, perto de nossa mãe. Eu me neguei a encará-la, focando minha atenção em Dulce que começava a aplicar os pontos sobre minha pele.



Pior do que enfrentar a Quimera seria enfrentar a minha mãe.


 


 


Notas da autora


 


Desculpa essa demora pra postar, é que eu estava em processo de mudança de estado, e só consegui um celular novo faz pouco tempo, desculpa mesmo. Agora vou voltar a postar regularmente, espero que gostem do capítulo.



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Autor(a): AnBeah_Portinon

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 179



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  • tryciarg89 Postado em 09/02/2022 - 17:32:25

    Por favor poste mais,uma das melhores fics que já li,descobri ela recentemente. Mas por favor continue...

  • raphaportiñon Postado em 28/01/2022 - 14:34:57

    Poxa, achei essa fic há poucos dias e me apaixonei por ela. Li e reli várias vezes nesse pouco tempo e é uma pena que não teve continuação, ela é maravilhosa e perfeita assim como Portiñon. ❤️... Com almas gemêas como deve ser, sem traição mas com todos os sentimentos de amor, dor, bondade, raiva, felicidade, ciúme, perdão, angústia, amizade, aventura e um amor eterno. Cada capítulo foi sensacional. Pena que não teve continuação e fim !

  • livia_thais Postado em 02/04/2021 - 23:41:44

    Continuaaa

  • DreamPortinon Postado em 19/12/2020 - 03:48:41

    Continuaaaaaaa

  • siempreportinon Postado em 05/11/2020 - 21:08:27

    Continua!!!

  • candy1896 Postado em 05/11/2020 - 20:12:12

    QUE BOM QUE VOLTOU, CONTINUA

  • livia_thais Postado em 30/09/2019 - 22:05:41

    Continuaaa

  • Jubs Postado em 10/05/2019 - 01:11:59

    VOLTAAAAAAAAAA

  • Jubs Postado em 05/05/2019 - 23:02:43

    Continuaaaaaa

  • Jubs Postado em 02/05/2019 - 03:04:52

    CONTINUAAA QUE ESSE CAPÍTULO SÓ ME DEIXOU CURIOSA


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.




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