Fanfics Brasil - Captura a Bandeira The Mythology- Portiñon- Adaptada

Fanfic: The Mythology- Portiñon- Adaptada | Tema: Dulce María, Anahí Portilla, Portiñon, Mitologia Grega


Capítulo: Captura a Bandeira

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Capítulo dedicado as minhas primeiras leitoras: Lern Jauregui, Cacheadaportinon e Cristineportinon. Agradeço pelos comentários me ajuda muito. 


Pov Dulce 


Eu iria morrer. 


Agora eu tinha certeza disso. E iria morrer por pura teimosia e orgulho. Eu sei, eu que pedi por isso e aceitei, sabia dos termos e condições de Anahí quando praticamente implorei para ela me treinar. Mas eu nunca pensei que seria tão difícil e desumano assim! Até mesmo Maite havia ido conversar com Anahí para ela maneirar um pouco, e o que o diabo branco fez? PIOROU. 


Semanas haviam se passado desde o início dos treinos. Agora o lugar se encontrava com muito mais semideuses, estava mais barulhentos e com mais cara de acampamento. As vezes até parecia algo comum. Até alguém aparecer e fazer alguma bizarrice. Como uma filha de Hécate transformar um ex-namorado filho de Dionísio em um rato branco por duas horas. Ou um filho de Deméter fazer crescer uma planta super esquisita na cabeça de Drew. Aquilo foi realmente engraçado, mas o garoto teve de se esconder dos filhos de Ares durante dois dias. 


Eu estava aprendendo a gostar do lugar. Claro que tirando todas as manhãs em que Anahí me matava um pouco mais. Pelo menos por uma hora, eu ia dançar com Angel e Maite. Eu era terrível, eu sei disso, fazia movimentos bizarros e sem ritmo. Mas estava melhorando e me esforçando. Angel e Maite eram uma dupla perfeita para isso, elas eram brincalhonas, divertidas e esquisitas o suficiente para tornar àquela hora um dos meus momentos favoritos. Anahí estava certa, coisa que ela nunca vai me ver admitindo, quando disse que dançar me ajudaria a manter uma noção melhor das coisas. Ainda continuava desastrada quando ficava desatenta, mas o nível de acidentes estava diminuindo com louvor. 


Os treinos sempre eram diferentes um do outro. Afinal, Portilla também nunca havia ensinado a ninguém antes. Às vezes, treinávamos os meus reflexos e ela ficava atirando coisas em mim com uma máquina que Chris inventou. Nesse dia, um grupo se juntou para ver o verdadeiro desastre, eu fui um verdadeiro bobo da corte que saiu extremamente nojenta daquele treino. Hora, ela me ensinava técnicas com a espada, e nesses momentos eu tinha de admitir que ela realmente sabia o que fazia. Outros, era baseado apenas no meu ataque ou na defesa. Descobrimos que eu não deveria usar escudos, eu já era desastrada o suficiente sem ter um peso maior em meu braço esquerdo. 


Uma das coisas engraçadas que aconteceu foi que as pessoas pararam com o bullying. Maite dizia que era porque eu já sofria demais só com os treinos da Anahí que dava até pena. Ally chegou até a comentar que ninguém se atreveria a mexer com o bichinho da Portilla. Uma coisa que me deixou ofendida, mas depois me fez rir, pois as vezes eu era exatamente isso. 


Em uma das noites em que o meu grupo de amigos – sim, agora eu tinha amigos, outra vantagem do Acampamento – ficou em volta da fogueira, fiquei escutando histórias bizarras e de aventuras de cada um deles, até mesmo Anahí estava ali, mas eu desconfiava que era apenas por Maite e Chris. Cada um tinha um talento que se destacava. Ally não era a melhor no arco-e-flecha, esse título pertencia a Demetria, mas era a melhor na arte da cura. Ambas cantavam divinamente. Angelique tinha um charme persuasivo, ela literalmente conseguia tudo o que queria quando decidia. Vi isso acontecer quando ela pediu de maneira bem instigante para um garoto ir buscar amoras na floresta para ela. Só que as amoras eram extremamente difíceis de encontrar. Maite era a mais encrenqueira e travessa, apesar da mais carinhosa também. Ela era rápida, ágil e também tinha um mapa embutido em sua mente. Anahí... Bem, ela tinha aquele lance de raios e eu ouvi as pessoas comentando que ela podia voar de certa maneira, além de ser uma mestre na esgrima. Chris era um gênio, eu gostava de compará-lo a Tony Stark, o Ironman da Marvel. 


-Isso é irritante – falei pensando alto. 


-O que é irritante Dul? – Maite perguntou ao meu lado. 


-Não saber quem é minha mãe – admiti e soltei um longo suspiro. 


Eles fizeram um pouco de silêncio em compreensão ao que eu tinha dito. Já fazia um tempo considerável em que eu estava ali e nada havia acontecido. A essa altura, eu deveria saber de algo, certo? Além de ter passado do tempo de ter sido reclamada naturalmente. 


-Vamos fazer apostas de quem seria a mãe da Dul? – Demi sugeri como se fosse uma ideia brilhante. 


-Poderia ser Afrodite – Christopher Uckermann, um garoto que também é novato e estava por perto, acabou comentando – Você é bonita, Dul. 


Angel soltou um Awn junto com Ally. Maite revirou os olhos e eu fiquei vermelha. Não, não achava que era de Afrodite. 


-Se existisse algum deus dos desastrados, seria o seu parente – Anahí prontamente alfinetou. 


-Eu tenho que concordar, Dul – Chris riu – Lembra da vez que você derrubou o jantar de uma garota de Ares e saiu correndo como se aquilo dependesse de sua vida? 


-E dependia! – me defendi prontamente. 


-Talvez... Íris? – Ally tentou – Seria irmã da Camilla. 


-Falar nisso, vocês sabiam que ela estava beijando a Laur na floresta? – Angel disparou a fofoca – Uma dríade amiga minha viu tudo! 


-MIla e Laur são um casal? – perguntei surpresa. 


-São lésbicas? – Ucker disse meio tapado. 


-Óbvio, Camren é o casal mais antigo que tem aqui – Maite revirou os olhos – Mas elas sempre brigam, voltam, brigam... Nunca sabemos em que pé está o relacionamento. 


O assunto iria mudar, eu sabia disso, mas eu não queria. A questão de quem seria minha mãe me incomodava e instigava a curiosidade. Fui pensando rapidamente nas deusas até que veio uma em minha mente. 


-Eu poderia ser filha de Ártemis. Ela é a deusa da caça não é? 


Fez-se um segundo de silêncio até todos explodirem em uma gargalhada. Arqueei as sobrancelhas surpresa com aquilo, até mesmo Anahí parecia se divertir com a situação. 


-O que eu disse demais? – indaguei confusa. 


-Ártemis é uma das três deusas virgens – Ally explicou ainda com tom de riso – Junto com Héstia e Atena. 


-Mas Atena tem filhos. A Bea Miller é uma – falei olhando para a garota loira com seu grupo de amigos, não muito longe. 


-Sim, mas ela não faz... Não tem relações. É coisa bem nível mental – Dinah riu mais ainda – Não queira entender como os filhos de Atena nascem. 


-Mas Ártemis tem um chalé! – disse ainda confusa. 


-São para as caçadoras – Angel contou – Um grupo de jovens donzelas que juram fazer parte de uma caçada, leais a Ártemis. Elas renunciam o amor e aos homens, principalmente – fez uma breve careta – Um bando de virgens que ficam brincando no mato, sinceramente. Não sei como a Megan se juntou a elas. 


Mal terminou de pronunciar aquilo, Angel abriu os olhos como se tivesse proferido a pior das coisas. Todos ficaram em silêncio e eu mais uma vez não entendia o que se passava. Anahí levantou, estava tensa, ombros duros e olhar frio. Ela se afastou sem dizer nada, apesar de deixar claro que era com ela o problema da conversa. 


-O que aconteceu com a Portilla? – Ucker questionou tão curioso quanto eu. 


-Isso é coisa dela – Chris disse prontamente, defendendo a amiga. 


-Eles iriam saber mais cedo ou mais tarde, é tipo a fofoca imortal do Acampamento – Angel disse louca para contar o que estava acontecendo, Chris pareceu não gostar e levantou para ir embora – Eu não deixo de estar certa, vocês poderiam perguntar até mesmo para Wes, Keaton e Drew que eles saberiam responder. 


-Ainda assim é algo delicado – Maite observou. 


-Ah chega de mistério – Demetria deu de ombros – Megan e Anahí eram namoradas até o ano passado. 


Eu fiquei estática. Anahí era capaz de namorar alguém. Anahí namorava uma garota. Anahí era lésbica? A minha mente processava as informações sem realmente absorver tudo. 


-Mas então Megan virou caçadora e elas tiveram de terminar – Angel contou rapidamente – Anahí ficou mal por um tempo, se descuidou e quase morreu por causa disso. Quase destruiu o chalé de Deméter, que é a mãe de Megan, em uma das brigas. 


-Nossa – foi tudo o que eu consegui dizer – Então a Anahí ela... Ela é... 


-Sim, você não sabia que ela chegou até a ficar com a Zoey do último ano em uma festa lá da escola? Oh, é mesmo, você é a adolescente brega que não vai para festas – Maite falou e me olhou acusatória. 


-Eu só não gosto de pessoas loucas, bêbadas e explodindo hormônios presos em um lugar fechado! – me defendi prontamente – E também não tinha interesse na vida da Portilla, porque iria me importar com esses detalhes? 


Realmente eu não tinha. Mas isso era passado. Saber que ela já namorou era algo surpreendente que me despertava a curiosidade. Eu realmente acreditava que no lugar do coração dela existia alguma coisa muito ruim e negra, porque ela sabia ser bem diabólica comigo. Os raros momentos em que a vi sorrindo? Era quando me maltratava nos treinos. Meus pensamentos foram prontamente interrompidos, pois o pessoal pegou o vilão, Ucker sabia tocar, e começaram a tocar Ed Sheeran. 


(...) 


No dia seguinte não houve treino com Anahí. Quíron acordou a todos no mesmo horário em que eu encontrava a filha de Zeus na arena, anunciando que mais tarde haveria o Capture a Bandeira, um jogo que era tradição no acampamento. A parte da manhã seria reservada para os preparativos e a decisão dos times entre vermelho e azul. 


Ares e Atena sempre eram um contra o outro, liderando o combate por serem deuses de guerra. Depois de uma longa discussão, a divisão foi feita por chalés. No fim, o que era importante saber, era que no vermelho liderado por Ares estaria os chalés de Deméter, Zeus, Apolo e Nêmesis. Enquanto que o azul, liderado por Atena, estaria Hermes, Hécate, Dionísio, Hefesto. Chris estava animado, dizia que era uma boa desculpa para bater em Wes e Keaton. Eu ainda me preocupava apenas em manter as regras do jogo em mente, pois já que ainda estava indefinida automaticamente era aliada de Hermes. 


O Capture parecia simples. Cada time iria esconder a bandeira, não em locais impossíveis, obviamente, mas em lados opostos. Geralmente o Rio Zéfiro delimitava os territórios, cortando boa parte da floresta do acampamento com suas águas. O time tentaria pegar a bandeira do outro, sendo proibido mutilação e mortes. Mas nada como alguns hematomas, ferimentos e ossos quebrados, quem sabe? As armas eram padronizadas, aqueles com armas especiais teriam de deixá-los de fora. Isso contava com o isqueiro de Anahí e o canivete de Maite. 


-Vamos fazer bem essa estratégia – Bea, filha de Atena, liderava o ataque – Primeiro vamos posicionar a bandeira azul aqui – ela apontou um lugar no mapa, estávamos tendo nossa reunião em uma tenda afastada da tenda vermelha – Filhos de Hermes ficarão por aqui e instalarão armadilhas para quem se aproximar. Hefesto, cubram as laterais e façam bom usos de seus brinquedos. O chalé de Hécate irá distrair os arqueiros, eles irão fazer uma linha de defesa de longo alcance. Enquanto isso, Dionísio e Atena irão atrás da bandeira vermelha. 


-Anahí vai vim com tudo – Chris observou – Ela sempre vem ao ataque. 


-Poderíamos jogar água nela, ficaria que nem um pinto molhadinho e soltando faíscas de raiva – Maite sugeriu prontamente. 


A imagem em minha mente me fez rir brevemente. Às vezes, apenas de pirraça e talvez com um impulso de morte, eu chamava Anahí de Pikachu. Ela odiava e piorava o treinamento, mas tudo valia a pena quando ela torcia aquele bico em puro desgosto e me olhava como se fosse me matar. Eu disse, impulso de morte. Na verdade, eu adorava provoca-la, tirá-la do pedestal que ela achava estar encima. 


-Eu lido com a Anahí – Maite se prontificou – Mas acho que devemos usar dois elementos surpresa. Christopher e Dulce. 


-O que tem em mente? – Bea indagou curiosa. 


-O que tem eu? – Ucker questionou. 


-Dulce está sobre treinamento severo, pode ser pouco tempo, mas ela já pode bater em alguns de nós aqui. Ucker é novato, ninguém liga para os novatos – Maite explicou sua lógica – Mandamos o Ucker como isca e Dulce vai e dá o bote, pegando a bandeira. 


-Não, isso é muita responsabilidade – neguei prontamente – Capaz de tropeçar em uma raiz e bater com a cabeça. 


-Dul pare com isso. Você vem treinando duramente, todo mundo ver o quanto você está melhorando. Mas isso só vai funcionar quando você se permitir avançar. Se ficar com essas de eu não consigo, nunca vai conseguir mesmo. 


Maitefoi enfática em cada palavra que dizia, me fazendo engolir em seco, cair os ombros e acabar concordando. Eu era apenas o plano secreto, sendo o que o principal se manteria. Depois disso veio o almoço, que foi o mais agitado e cheios de provocações. Até mesmo Ally e Demetria nos enchia de rimas engraçadas para abaixar a moral do time adversário. Era engraçado e a competição estava presente como se fosse uma verdadeira entidade. Depois disso veio a preparação para o jogo. Todos pegaram uma armadura grega simples e elmos com as cores respectivas ao seu time. Eu não tive dúvidas quando escolhi a espada, uma que tinha a lâmina mais larga do que eu usava nos meus treinos, mas que mais se adequava pois as outras eram ainda mais pesadas. 


-Semideuses! – Quíron gritou, parado sobre um pequeno palanque que foi construído – Agrupar! 


Todos terminaram rapidamente os preparativos e fomos para perto da floresta. Eu estava incrivelmente nervosa e agitada. Mas meu lado hiperativo e competitivo havia aflorado, além de ter sido desafiada intimamente a conseguir algo da qual não tinha certeza de ser capaz. Custava nada tentar, Maite estava certa, não é? O máximo que poderia acontecer era apanhar um pouco, mas isso eu estava acostumada, graças a Portilla. 


-Líderes! – o centauro chamou. 


Bea Miller de Atena subiu no palanque junto com Drew Chadwick de Ares. Ambos conselheiros de seus chalés, segurando seus elmos debaixo do braço e trocando olhares assassinos. 


-Lembrando as regras do jogo, é terminante proibido as mortes – Quíron relembrou amenizando o seu tom, ninguém ousava falar enquanto ele estava comandando o jogo – Muito menos mutilações. Ninfas e sátiros estarão prontos para intervir e resgatar semideuses machucados. Assim que eu mandar, os times devem entrar na floresta e tomar suas posições, assim que escutarem o sinal, o jogo começa. 


Os dois semideuses concordaram, deram as mãos em respeito ao inimigo e de repente todo mundo gritou eufórico. Estava me afastando quando senti um esbarrão em meu ombro. Ergui o olhar irritada com aquilo, pronto para enfrentar o idiota que fez aquilo... E sim, foi mesmo uma idiota, pois Anahí estava ali, com sua armadura completa e elmo vermelho na mão. 


-É bom que não caia tão fácil, Saviñon. Eu que estou te treinando e seria uma vergonha – ela avisou naquele tom que eu odiava. 


-É bom que você cuide de seus problemas, não venha chorar quando pegarmos a sua bandeira – ameacei prontamente – Ou vai ficar soltando choques de raiva, Pikachu? 


A expressão dela se fechou de uma forma que eu sabia que deveria me afastar enquanto podia. Mas não sem dar um sorrisinho de deboche. Ucker passava por ali, o acompanhei e logo estávamos seguindo o chalé de Hermes floresta adentro. 


-Você está bem? – Ucker perguntou ao meu lado. 


-Ansiosa, nervosa, mas acho que estou gostando – fui sincera. 


-Não se preocupe, eu vou tentar te dar cobertura – ele sorriu solidário – E quando vencermos, vamos rir de todos esses moleques reclamados e mostrar o verdadeiro poder dos indeterminados. 


Ucker era um cara legal, apenas um pouco lerdo as vezes. Sorri animada com a ideia, já que os indeterminados eram os que mais sofriam ali no acampamento. Eu sabia, por exemplo, que Wes e Keaton pegaram Ucker no banheiro, tentaram afoga-lo na privada e tudo meio que explodiu lá dentro. Ninguém sabia ao certo o que aconteceu, mas aquilo assustou bastante o garoto. 


-Chalé 11, as armadilhas! – Bea comandou e fincou a bandeira em um ponto aberto, mas que deixaria evidente qualquer pessoa que ousasse se aproximar – Vamos esmagar aqueles insetos vermelhos! 


Todos, até mesmo eu, soltou um grito de guerra. Então todo mundo começou a correr para se posicionar. Miley , uma filha de Hécate, se aproximou e nos chamou para que a seguíssemos, ela daria cobertura o máximo que poderia e nos deixaria no ponto certo para começar o jogo. Ela era linda, mas tão misteriosa quanto todos os filhos da deusa da magia e das encruzilhadas. Tamanho mediano, nem muito baixa ou muito alta, pele cor de oliva, cabelos claros como os olhos, mas era o seu sorriso que mais chamava a atenção, era lindo e contagiante. Ninguém sabia ao certo do que eles eram capazes, a magia era bastante ampla. 


Seguimos para um ponto mais na lateral direita, a batalha principal aconteceria de frente e no centro, onde os filhos de Ares iriam avançar como uma fera abrindo caminho. Ao menos fora isso o que Bea presumira. Chegamos a uma área próxima ao rio que cortava o acampamento, Miley pediu para esperássemos o sinal. 


-Eu vou manipular a névoa, isso é difícil dentro do acampamento, mas não impossível. Isso vai nos dar a vantagem de passar pela linha de frente do time vermelho – Miley murmurou – Depois disso vocês corram o máximo que der procurando a bandeira, eu vou me juntar ao meu chalé quando deixar vocês. 


-Obrigado, Mih – Ucker fora educado. 


-Vocês dois podem ser o elemento surpresa que eles não esperam, isso pode dar 


certo. 


Miley sorriu mostrando lindas covinhas. Mas não podemos continuar conversando, um som alto repercutiu por toda a floresta, como se fosse uma trombeta. E os jogos começaram, que a sorte estivesse conosco! Miley pareceu murmurar algum tipo de formula e foi como se uma fumaça acinzentada nos envolvesse. Ela começou a seguir a passos curtos, mas um tanto rápidos. Chegamos ao rio e já havia semideuses batalhando, filhos de Ares tentando avançar com sua brutalidade, sendo parados por azuis que também tentavam avançar. Passamos pelo rio como se fossemos invisíveis. Ninguém sequer lançou um olhar sobre nós. Escutei uma grande explosão e isso me fez encolher, mas eu sabia que era apenas alguma armadilha de Hermes sendo ativada ou alguma das criações de Hefesto em ação. 


A filha da magia nos guiou cerca de cem metros depois do rio, adentramos o território inimigo com sucesso. Paramos em um lugar que aparentemente estava vazio, Miley soltou um longo suspiro parecendo cansada por ter mantido aquela fumaça nos cobrindo e escondendo. 


-Agora é com vocês. Corram e se protejam. Ucker, fique mais evidente, você é a isca, Dulce a surpresa – Miley instruiu e focou o olhar no meu colo – Belo colar. 


Só então notei que meu colar estava exposto. Engoli em seco e o coloquei para dentro, escondendo o pingente em forma de rosa negra. Eu já estava tão acostumada com ele que as vezes esquecia que o usava. Não o tirava, nem mesmo nas horas do banho, um último presente antes de meu pai... Partir. 


-Boa sorte. 


Miley desapareceu por entre as árvores e Ucker tomou a frente, seguindo as instruções, sacando sua espada e mantendo o escudo de bronze preso ao seu braço esquerdo erguido. Também saquei minha espada, completamente atenta ao que acontecia ao meu redor. Um grito forte rompeu a nossa esquerda e Ucker por pura sorte ergueu o escudo a tempo de amparar um ataque de um garoto com um machado, mas não houve tempo para evitar um golpe contra o peito. Um chute que o jogou para trás. Eu estava prestes a ajudar, quando ele levantou e contra-atacou. Ele não tinha técnica, mas atacava muito bem para um novato, o suficiente para desarmar o inimigo e dar um forte golpe com o cabo da espada que usava nocauteando o garoto com elmo vermelho. 


-Vamos! – ele exclamou agitado e com um sorriso vitorioso. 


Ele saber ao menos atacar foi uma surpresa que veio em bom momento. Como foi mandado, avançamos pelo flanco do inimigo. Ucker mais em evidência, eu me escondendo sempre que podia. Tivemos de enfrentar ainda três filhos de Nêmesis, eu sendo obrigada a entrar em batalha para diminuir a desvantagem. Foi assim que eu descobri que os treinamentos de Anahí, apesar de serem cruéis, estavam fazendo efeitos. Eles pareciam mais lentos do que a filha de Zeus, o que me ajudava a prever os ataques e contra-atacar rapidamente. 


-Ali! 


Ucker exclamou e apontou a espada para um ponto mais à frente. A bandeira estava ali perto, sobre o punho de Zeus. Aquilo me fez ter uma sensação ruim, não tinha ninguém defendendo o lugar? 


-Eu vou pegar, se for uma armadilha, eu vou cair – Ucker ponderou – Papel de isca. 


-Você está fazendo muito bem – comentei com um sorriso rápido – Eu tenho certeza de que é uma armadilha. 


O garoto ajeitou o elmo, respirou fundo e saiu da área da floresta, entrando perto do riacho que passava por ali. Ele andava calmo, passo por passo... Até pisar em algo que circulou o seu pé e o puxou bruscamente, Ucker caiu no chão e foi arrastado pelo cascalho que ficava nas margens do riacho até ser pendurado em uma árvore de cabeça para baixo. Uma armadilha. 


-Ah, esperava que fosse alguém legal para bater – Keaton apareceu e estava emburrado. 


-Já é sorte um cara como o Uckermann chegar até aqui – Wes estava ao seu lado – Devemos dar uma surra em dobro, como recompensa, não? 


 


Como eu pensei, uma armadilha. Wes riu e deu um soco no estomago de Ucker, o fazendo perder o ar. Meu coração parou ao ver que ele estaria apanhando enquanto eu corria para a glória de pegar a bandeira vermelha, agora desprotegida. Isso era errado, eu não conseguiria deixar um amigo para trás apenas para cumprir um objetivo. Eu já podia escutar a voz de Anahí me xingando por ser idiota por perder uma chance. Mas eu era esse tipo de idiota mesmo. 


Saí do esconderijo, peguei uma pedra de tamanho médio e atirei com toda a força na cabeça de Keaton. Ele xingou e os dois olharam para mim surpresos. Eu sabia que estava ferrada, se fosse apenas um talvez, apenas talvez, eu pudesse ganhar. Mas eram dois filhos de Ares sedentos por uma briga. Engoli em seco e automaticamente eu assumi uma base de defesa. 


-Será que se machucarmos ela demais a Portilla fica irritada? – Wes ponderou. 


-Que se foda a Portilla! – Keaton gritou irritado – Eu vou cuidar dessa menininha, você cuida da moça pendurada ai. 


Keaton puxou uma espada da bainha em sua cintura e avançou em passos largos, rápidos e fortes. A presença de guerra dele me assustava um pouco, mas eu não iria cair sem brigar. Eu tinha desenvolvido um certo orgulho ok? Desviei do ataque frontal, mas o garoto girou na base dos pés e atacou com a espada. Por muito pouco eu não consegui defender. Os ataques eram frenéticos, sempre diretos e muito fortes, me obrigando a segurar a espada com ambas as mãos, coisa que eu nunca tinha feito antes. Dois ataques direto, um por cima e outro pela lateral. Apesar de ser evidentemente mais forte, Keaton seguia um padrão. 


“Aprenda como o inimigo luta e você saberá conduzir a dança”, a voz de Anahí ecoou em minha mente. 


Esperei pelo ataque de cima e me preparei para o da lateral. Defendi e avancei bruscamente, dando um belo chute no meio das pernas de Keaton. Ele perdeu o ar, curvou o corpo e seu rosto ficou extremamente vermelho. Homens sempre teriam esse ponto fraco! Um grito de dor chamou minha atenção, então eu vi que Wes ainda espancava o Uckermann. Estava tão focada em minha batalha que eu esqueci dele! Ia correr em direção ao meu companheiro de equipe, quando algo segurou em meu pé e me fez cair prontamente para frente, batendo forte o queixo no chão. Gemi em dor e quando olhei para baixo, Keaton me segurava apesar de ainda estar encolhido de dor. 


-Vai chorar pela mamãe, vai? – Wes provocava. 


Estiquei meu braço e tentei me arrastar, mas Keaton era naturalmente mais forte, puta merda ele era um filho de Ares! O desespero estava começando a sobrepor a minha mente, eu estiquei meu braço como se assim pudesse alcançar Wes e pará-lo. Ele estava sendo cruel com Ucker! Então eu senti um formigamento na ponta de meus dedos, como se fios invisíveis estivessem se enrolando em minha mão e eu pudesse manipular algo. No momento, eu não tentava processar o que estava fazendo, apenas o fiz. Apontei minha mão para a floresta e vi a terra se mexendo, de certa forma eu sabia que eram as raízes das plantas debaixo da terra seguindo o meu comando. Desejei com todas as minhas forças que elas subissem e segurassem Wesley. E como se dobrassem a minha vontade, raízes e cipós saíram da terra como chicotes e enrolaram no corpo do filho de Ares. Eu sentia meus dedos repuxarem e quando fechei o meu punho, as plantas abraçaram Wes e o puxaram para baixo, o prendendo como se fossem cordas. 


-O que?! Mas o que diabos é isso? – Wes gritou se debatendo. 


-O que você fez? – Keaton gritou abaixo de mim. 


Era como um surto de adrenalina. Eu sabia que se fosse ter de fazer algo, teria de fazer agora. Então com o meu pé livre, fiz um movimento com força para baixo, chutando a cara de Keaton e tendo certeza de que tinha quebrado o seu nariz ou até mesmo alguns dentes. Ele me soltou e eu me levantei quase sem equilíbrio, pegando a minha espada e correndo em direção a Ucker. Em um único movimento cortei a corda que o deixava pendurado, o garoto caiu no chão como um saco e eu o ajudei a levantar. 


-Saviñon, me solte! Eu vou acabar com você! – vociferava Wes. 


O ignorei e segurei firme em Uckermann. Ele passou o braço por sobre o meu ombro buscando apoio e juntos caminhamos até a bandeira. 


-Pegue, a glória é sua. Você me salvou – Ucker disse com dificuldade, mas estava sorrindo. 


Abri um sorriso sincero e animado. O soltei e ele sentou no chão gemendo em dor pela surra que tinha levado. Aproximei da bandeira esperando que algo desse errado, que tivesse outra armadilha. Mas então meus dedos envolveram a madeira e eu peguei a bandeira, a erguendo para o alto e soltando um grito de vitória. Logo escutamos um som similar ao que iniciou a caçada. Nem um minuto se passou para que o lugar começasse a encher de semideuses. Os de elmo azul gritaram pela vitória e vieram me pegar para me erguer no ar. 


Nós havíamos ganhado. Eu havia ganhado. E de quebra, chutado o traseiro de alguns filhos de Ares e vencido o time de Anahí. Tinha coisa melhor do que isso?! 


 


 


Noda Autora 


Demorou mais chegou, vou postar mais capítulos Amanhã, espero que gostem. 



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Autor(a): AnBeah_Portinon

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 179



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  • tryciarg89 Postado em 09/02/2022 - 17:32:25

    Por favor poste mais,uma das melhores fics que já li,descobri ela recentemente. Mas por favor continue...

  • raphaportiñon Postado em 28/01/2022 - 14:34:57

    Poxa, achei essa fic há poucos dias e me apaixonei por ela. Li e reli várias vezes nesse pouco tempo e é uma pena que não teve continuação, ela é maravilhosa e perfeita assim como Portiñon. ❤️... Com almas gemêas como deve ser, sem traição mas com todos os sentimentos de amor, dor, bondade, raiva, felicidade, ciúme, perdão, angústia, amizade, aventura e um amor eterno. Cada capítulo foi sensacional. Pena que não teve continuação e fim !

  • livia_thais Postado em 02/04/2021 - 23:41:44

    Continuaaa

  • DreamPortinon Postado em 19/12/2020 - 03:48:41

    Continuaaaaaaa

  • siempreportinon Postado em 05/11/2020 - 21:08:27

    Continua!!!

  • candy1896 Postado em 05/11/2020 - 20:12:12

    QUE BOM QUE VOLTOU, CONTINUA

  • livia_thais Postado em 30/09/2019 - 22:05:41

    Continuaaa

  • Jubs Postado em 10/05/2019 - 01:11:59

    VOLTAAAAAAAAAA

  • Jubs Postado em 05/05/2019 - 23:02:43

    Continuaaaaaa

  • Jubs Postado em 02/05/2019 - 03:04:52

    CONTINUAAA QUE ESSE CAPÍTULO SÓ ME DEIXOU CURIOSA


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.




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