Fanfics Brasil - Arma fumegante O Jogo Da Mentira- Trendy/Vondy

Fanfic: O Jogo Da Mentira- Trendy/Vondy | Tema: Dulce, gemeas


Capítulo: Arma fumegante

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Os vizinhos dos Pardo levavam o futebol do Hollier a sério. Depois da vitória da escola, o pessoal saiu buzinando pela rua, e os Wessman, que moravam a duas casas de distância, colocaram uma faixa do Hollier na garagem.


Dulce estacionou na entrada da garagem e ouviu um alerta de mensagem. Era Christopher. ESTA NOITE FOI INESPERADAMENTE DIVERTIDA, escreveu ele. OU NAS PALAVRAS DO NOTÍC IAS DA DULCE: GAROTO TÍMIDO MARCA UM GOLAÇO EM JOGO DE FUTEBOL.


Dulce corou, adorando o fato de Christopher ter adotado seu hábito de fazer manchetes e estar começando a escrever as próprias. NADA MAU, NÃO É?, respondeu ela, com uma sensação cálida e feliz por todo o corpo. Tirando o probleminha com Alfonso, Christopher fora maravilhoso: tinha deixado as amigas de Roberta encantadas e até feito algumas piadas hilárias. Pelos olhares que Belinda e Maite lançaram a ela no final do jogo, Dulce soube que o tinham aceitado. Era bom saber que Christopher as aceitara também.


Dulce desligou o motor e olhou em volta. Por incrível que pareça, havia chegado antes de Taylor, embora tivesse levado Christopher até a casa dele depois do jogo. Os carros do casal Pardo também não estavam ali, e, embora o da vovó estivesse estacionado do lado de fora da garagem, a casa estava escura.


Dulce abriu a porta da frente e tentou encontrar o interruptor. Seus passos ecoaram na casa silenciosa. Ela foi até a cozinha, onde a luz da lua atravessava as portas de vidro e lançava sombras longas sobre a mesa de madeira. Já voltara para muitas casas vazias, mas a dos Pardo estava estranhamente sinistra e solitária naquela noite. Chocada, ela percebeu o quanto se acostumara a ser cumprimentada calorosamente pela sra. Pardo.


Dulce estava prestes a ligar a luz quando viu o ardente brilho laranja de um cigarro no quintal. Seu coração acelerou. Algumas semanas antes, quando Christopher a levara a um vernissage, eles estavam sentados em um banco, do lado de fora, quando ela notou um vulto escuro fumando a poucos metros deles, ouvindo cada palavra que diziam. O vulto tinha desaparecido antes que Dulce conseguisse ver quem era.


Ela assobiou baixo, chamando Drake. Logo ouviu o dogue alemão entrando devagar na cozinha. O cachorro a encarou com os olhos arregalados. Os dedos da garota tremiam quando ela o conduziu pela porta de trás. Por mais nervosa que ficasse perto do enorme cão, sentia mais medo do fumante do lado de fora.


– Venha, garoto – chamou ela em tom tranquilo ao passar pelas portas de vidro.


Seu coração saltou quando viu uma forma escura reclinada em uma espreguiçadeira.


Um caracol de fumaça subia em direção às arvores, sinistro como o dedo curvado de uma bruxa.


– Roberta? – disse uma voz áspera e familiar.


Dulce se surpreendeu, com os olhos se ajustando à escuridão.


– Vó. – Ela soltou a coleira de Drake, e ele trotou pelo gramado para cheirar um aglomerado de azaleias.


– Quem você achou que era? Deus? – A avó agitou o cigarro, chamando Dulce. – Sente-se. – Ela abriu espaço para minha irmã gêmea na extremidade da espreguiçadeira verde-escura.


Dulce se sentou com relutância. Para sua surpresa, a avó ofereceu um maço de Merits.


– Quer um?


Dulce torceu o nariz. Sempre odiara o cheiro de fumaça de cigarro. Mas será que Roberta teria aceitado?


– Hum, minha garganta está irritada – mentiu ela. Depois inclinou a cabeça. – Por que você não está com a mamãe e o papai?


– Eles iam se encontrar com os Finche – contou a avó de Roberta, depois fez uma careta. – É tão cansativo encontrar essas pessoas. Estão sempre tentando me juntar com o pai viúvo daquela mulher horrorosa. Posso ser velha, mas consigo encontrar meus próprios namorados, muito obrigada.


Ela segurou o cigarro entre os dedos enrugados e lançou um longo olhar a Dulce.


– Entããão – disse lentamente, esticando a palavra. – Não vai mesmo falar nada sobre meu... Do que você chamou na última vez? Hábito nojento que mata e envelhece a pele prematuramente?


Dulce riu alto. Aquilo parecia mesmo algo que sua irmã gêmea diria, e era bom saber que Roberta também não era fumante.


– Não. Já virei essa página. Viva e deixe viver. Ou, no seu caso, viva até o cigarro matar você – retrucou ela com um sorriso malicioso.


A vovó bateu a cinza em um copo que estava usando como cinzeiro.


– Para mim parece bom. Então, Roberta, como está a busca por faculdades? – Ela cruzou as pernas. – Você nem sequer vai começar a faculdade no ano que vem?


– Hum – Dulce tentou ganhar tempo. A pergunta tinha algo que apertou seu estômago, e de repente ela sentiu dificuldade para respirar. Nunca vira nada nos pertences de Roberta relativo a visitas ou inscrições em universidades. Roberta tinha todas as oportunidades do mundo, mas não aproveitava nenhuma delas.


Ei, nem todos nós fomos feitos para a universidade. Talvez eu planejasse me tornar uma grande atriz de Hollywood.


– Só estou tentando manter minhas opções em aberto – disse Dulce por fim. – Mas vou me inscrever em várias faculdades boas.


– É mesmo? – perguntou a avó, erguendo uma das sobrancelhas grisalhas. – Planeja ficar no Arizona?


– Essa é uma boa opção – comentou ela em voz baixa. Ironicamente, a Universidade do Arizona era uma das instituições em que ela tinha se inscrito quando morava em Vegas. Ofereciam muitas bolsas de estudos, e ela havia gostado do currículo do curso de jornalismo. Entretanto, os prazos para entrega dos formulários de ajuda financeira já deviam ter se esgotado havia muito tempo àquela altura. Será que um dia voltaria àquela antiga vida? Ou teria que se inscrever em faculdades como Roberta Pardo? Podia fazer algo assim? Morar no quarto de Roberta e ir às aulas dela era uma coisa. Mas frequentar uma faculdade à custa dos Pardo, continuando a se fingir de Roberta no dormitório, parecia diferente por algum motivo. E a ideia de o assassinato de Roberta ainda estar sem solução nessa época era impensável.


A vovó franziu o nariz.


– As fraternidades da Universidade do Arizona são agitadas, você quer dizer. A vida é mais que diversão, sabia?


Dulce fixou os olhos em suas sandálias.


– Pode acreditar, eu sei.


A vovó Pardo bateu o cigarro no braço da espreguiçadeira, com uma expressão pensativa no rosto enrugado.


– Seu pai adorava uma boa festa – disse ela, suspirando. – No fundo, ele é um garoto californiano. Mas ele e sua mãe se acalmaram bastante quando se mudaram para Tucson. – Ela torceu o nariz. – Claro, valia a pena se mudar pelo emprego dele.


– Eles moravam na Califórnia antes de Tucson? – perguntou Dulce, incapaz de esconder sua surpresa. Os Pardo nunca tinham dito nada sobre o assunto, mas eram tão ligados à comunidade em que viviam que ela simplesmente presumira que estavam ali desde sempre.


A vovó a olhou com uma expressão insana.


– Mas é claro que moravam. Eles se mudaram para cá logo depois de adotar você.


– Ah, verdade. Dã – disse Dulce com a voz fraca. Era estranho pensar que um dia eles tiveram uma vida completamente diferente.


A vovó suspirou.


– Sempre senti falta de quando eles moravam na mesma rua que eu. Nós nos divertíamos muito quando Roberta ainda era viva.


O coração de Dulce se apertou. Será que tinha ouvido a senhora direito?


Esperei com a respiração suspensa. A vovó tinha dito Roberta. Eu.


– Minha irmã amava bebês – continuou a avó, com os lábios finos abrindo-se em um sorriso. – E amava você especialmente. Ela a bajulava. Chamava-a de sua pequena xará.


Os olhos de Dulce se reviraram levemente quando ela absorveu as palavras. A Roberta de quem a avó estava falando não era sua irmã gêmea. Roberta recebera o nome da irmã da vovó Pardo, sua tia-avó.


A avó pegou sua taça de martíni e tomou um longo gole.


– Se morássemos mais perto, eu poderia ter cuidado de você com mais atenção e a afastado dos problemas. Seus pais sempre foram tolerantes demais. Alguns fins de semana a mais comigo teriam eliminado essa sua insolência. – Ela olhou para Dulce.


Porém, depois de um instante, seus olhos suavizaram, e ela colocou a mão sobre a da neta. Dulce sorriu, pois não esperava esse pequeno gesto de gentileza.


A avó contraiu os lábios, como se quisesse dizer mais alguma coisa, mas não conseguisse encontrar as palavras.


– Enfim – disse ela, voltando a ficar séria ao retrair a mão.


– Enfim – repetiu Dulce, constrangida outra vez.


Drake ergueu a cabeça e olhou para a porta, soltando um ganido baixo. Dulce virou-se para seguir seu olhar. Taylor estava do outro lado das portas de vidro que davam para a cozinha, observando Dulce e a avó.


A vovó Pardo acenou.


– Acho que sua irmã chegou.


Flagrada, Taylor respondeu com um aceno casual e, em seguida, sumiu de vista. Um instante depois, a luz da janela de seu quarto foi ligada.


A avó estalou a língua, então apagou o cigarro.


– Espero que Taylor não tenha visto a fumaça. Ao contrário de você, não posso confiar nela para guardar um segredo.


Dulce observou a sombra de Taylor se movendo pelo quarto.


– Na verdade, Taylor tem seus próprios segredos – murmurou. – Você ficaria surpresa se soubesse do que ela é capaz.


Como assassinar a própria irmã, pensei sombriamente.



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Autor(a): Dulce Coleções

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 294



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  • ana Postado em 02/03/2021 - 00:40:52

    Aaaaaa, kd vc????

  • ttm Postado em 27/07/2020 - 15:20:43

    deve ser horrível desconfiar de quase todos ao redor, continua amore

    • Dulce Coleções Postado em 03/08/2020 - 13:49:40

      Já pensou passar por algo assim, é foda

  • ttm Postado em 23/07/2020 - 15:04:25

    continua amore

    • Dulce Coleções Postado em 27/07/2020 - 13:50:47

      Continuando amore

  • ttm Postado em 21/07/2020 - 16:48:49

    ok, por essa eu não esperava de modo algum kkkkkkkkkk continua amore

    • Dulce Coleções Postado em 23/07/2020 - 14:22:04

      Hahaha acho q bem esperava

  • ttm Postado em 19/07/2020 - 22:46:34

    continua amore

    • Dulce Coleções Postado em 21/07/2020 - 14:53:42

      Continuando amore

  • ttm Postado em 17/07/2020 - 16:05:48

    PUTA MERDA, continua amore

    • Dulce Coleções Postado em 19/07/2020 - 17:44:05

      Continuando amore

  • ttm Postado em 13/07/2020 - 18:36:59

    continua amore

    • Dulce Coleções Postado em 17/07/2020 - 12:15:51

      Continuando amore

  • ttm Postado em 11/07/2020 - 22:07:43

    acho que a Taylor pode estar envolvida, mas também não tenho certeza hahahaha, continua amore

    • Dulce Coleções Postado em 13/07/2020 - 17:31:13

      Várias teorias kkkk

  • ttm Postado em 09/07/2020 - 19:13:31

    continua amore

    • Dulce Coleções Postado em 11/07/2020 - 16:12:27

      Continuando amore

  • ttm Postado em 07/07/2020 - 18:25:30

    a resposta da Belinda pra Bethany KKKKKKKKKKK amei, continua amore

    • Dulce Coleções Postado em 09/07/2020 - 15:45:09

      Resposta foda kkkkk


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