Fanfics Brasil - Quente demais para aguentar O Jogo Da Mentira- Trendy/Vondy

Fanfic: O Jogo Da Mentira- Trendy/Vondy | Tema: Dulce, gemeas


Capítulo: Quente demais para aguentar

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Na noite seguinte, Dulce estava no estacionamento do Clayton Resort. Os prédios baixos ultramodernos de barro vermelho estavam todos acesos, mesclando-se naturalmente à montanha ao fundo. Ao seu redor havia um campo de golfe ondulante e verdíssimo, com bandeiras tremulando ao vento fraco. Vários sprinklers foram acionados ao mesmo tempo, enevoando o gramado. Dois nadadores flutuavam na piscina em forma de ferradura à direita, conversando em voz baixa. Tudo tinha aparência romântica e impecável, sem um detalhe que destoasse.


Ela escutou um baque atrás de si, virou-se e viu Maite, Belinda e as Gêmeas do Twitter saindo do SUV de Belinda.


– Sempre digo que é melhor planejar um trote durante uma invasão de propriedade – sussurrou Lili com um sorriso malicioso. Seu biquíni rosa-choque aparecia sob uma regata branca apertada demais, e ela levava uma toalha de praia roxa sob o braço.


Dulce passou uma das mãos sobre a leve saída de praia amarela que encontrara na gaveta de lingeries de Roberta, sentindo-se nervosa. Naquela noite, as garotas planejariam um baile supersecreto do Jogo da Mentira, mas para isso iam invadir as fontes termais do resort. Poderia se imaginar que, a essa altura, Dulce já estaria acostumada a infringir a lei, mas era difícil se livrar de seus instintos de obediência às regras e do bom comportamento.


Eu estava com os nervos à flor da pele por outra razão. Reconhecia aquele lugar de uma de minhas lembranças. Fora ali que minhas amigas tinham me arrastado das fontes para o porta-malas de meu carro na noite em que houve o trote do vídeo do assassinato, a mesma em que Taylor quase me matara sufocada. Eu tinha considerado aquilo como um trote bobo, mas agora tinha dúvidas. Talvez Taylor estivesse treinando para a hora da verdade.


Belinda tomou um gole de uma garrafa de Evian enquanto Gabby e Lili seguiam na frente.


– Já tenho várias ideias ótimas – disse Gabby.


– Devíamos fazer temas de baile bem clichês – tagarelou Lili. – Vamos arranjar uma tigela de ponche e um bolo no qual esteja escrita alguma coisa como CONCURSO DE DANÇA em glacê de cor pastel. E precisamos de toneladas de serpentina.


Maite, que estava enrolada em uma toalha presa sob os braços, parou de repente e segurou o braço de Dulce.


– Onde está Taylor? Achei que ela vinha com você.


Dulce deu de ombros.


– Fui ao quarto dela antes de sair, mas ela não estava lá.


Belinda se irritou.


– Aposto que está com meu irmão.


Dulce supôs que Belinda estava certa. Ela passara o dia tentando encurralar Alfonso para perguntar quanto tempo Taylor tinha ficado no hospital, mas, toda vez que o via, ele estava com ela.


– Ownn – arrulhou Gabby. – Talvez seja bom para Alfonso ter uma namorada.


– Especialmente se for uma de nós – acrescentou Lili.


Belinda contornou um galho de árvore. Dulce se abaixou quando ele ricocheteou em direção a seu rosto.


– Alfonso não precisa de uma namorada no momento. Ele precisa melhorar.


– Melhorar? – repetiu Lili. – Do que está falando?


Belinda fechou a boca. Alfonso tinha contado a Dulce que passara um tempo em uma clínica de reabilitação, mas ela era a única pessoa fora da família que sabia.


A não ser, claro, que ele tivesse contado a Taylor...


– Estou falando da perna dele – disse Belinda, hesitante. – Ela precisa sarar. Só isso.


– Fontes termais, aqui vamos nós! – vibrou Gabby, tirando galhos do caminho.


Diante delas havia uma clareira com rochas planas e vermelhas. Três piscinas de água natural do tamanho de Jacuzzis borbulhavam de forma convidativa.


Senti uma onda de medo e olhei em volta. Sim, eram mesmo as fontes. Naquela noite, eu fiquei furiosa com Taylor por usar um pingente igual ao meu relicário, como se ela estivesse tentando copiar meu estilo. Ela disse que o tinha usado para provocar a briga, mas, pelo visto, queria mais do que meu estilo. Ela queria minha vida.


Belinda puxou seu kaftan com estampa ikat por cima da cabeça e se acomodou em uma rocha plana ao lado das fontes. Maite continuou com sua toalha e andou hesitante em direção à piscina fumegante. Dulce e as Gêmeas do Twitter também tiraram as roupas, deixando suas coisas em uma pilha. Lili mergulhou o dedão na água e anunciou que a temperatura estava perfeita. Quando entrou, fechou os olhos e soltou um “Hum”. Dulce também entrou na água, sentindo o calor envolvê-la. Por um momento, ela se desligou do estresse.


– Ok, hora de planejar a festa – disse Gabby, ajustando o fecho dourado no meio de seu biquíni. – Vamos convidar todo mundo que é alguém no Hollier, certo?


– Menos as quatro pessoas que não queremos – acrescentou Belinda. Ela pressionou as mãos contra a água, criando ondas minúsculas.


– Talvez devêssemos convidar algumas pessoas descoladas do Wheeler – sugeriu Lili.


– Como os gatinhos do futebol. – Maite, que estava sentada na borda, mergulhando apenas as pernas, pareceu animada.


– Claro. – Dulce tamborilava com os dedos nas pedras. – Então, se fizermos o baile na escola, como vamos invadir depois do expediente, quando a porta é trancada?


– Ahn, exatamente da mesma forma que invadimos na última vez? – retrucou Maite. Como Dulce a encarou com um olhar vazio, ela acrescentou: – O trote do flamingo e do gnomo de jardim?


– Ah, sim – disse Dulce, lembrando-se vagamente de ter visto um vídeo desse trote.


– Passamos fita adesiva na fechadura antes que a escola feche – Belinda ajudou.


– E quanto à música? – perguntou Dulce rapidamente.


Todas ficaram em silêncio por um instante, pensando. Sons de animais vinham das árvores. As fontes termais eram tão isoladas que qualquer barulhinho ecoava no silencioso ar noturno.


– Eu poderia fazer uma playlist – propôs Lili.


– Não acho que será suficiente. – Dulce balançou a cabeça. – Precisamos de um DJ de verdade. Tem que ser incrível.


– O Tank pode fazer isso – sugeriu Maite. – Ele me deve um favor. – Ela lançou um olhar malicioso a Dulce.


Eu revirei meu cérebro tentando achar um cara chamado Tank, mas nada me veio à mente, e Maite não explicou mais.


– E se as Quatro Cafajestes descobrirem sobre a festa e decidirem entrar de penetras? – perguntou Dulce.


Lili torceu os lábios.


– Poderíamos fazer todo mundo mostrar o convite na porta.


– Ou poderíamos arranjar um leão de chácara – sugeriu Maite. – Fazer algo super chique, usar até uma corda de veludo. Aposto que o cara que trabalha na Plush faria isso por uns trocados.


– Sabe, talvez a gente queira que as Quatro Cafajestes entrem de penetras. – Os olhos de Belinda cintilaram. – Talvez a gente queira dar um trote nelas quando passarem pela porta.


– Um trote dentro de um trote! – Maite bateu palmas. – Adorei!


Dulce mordeu o lábio. Ela queria que esse trote fosse legal, e não que humilhasse alguém. Enfim, as Quatro Cafajestes tinham, de fato, metido as garotas em uma confusão enorme. E Bethany chamara Christopher para sair bem na frente dela.


– Por falar em festas – disse ela, decidindo mudar de assunto. – Já sabem o que vão usar para a festa do meu pai no sábado?


Lili foi até Dulce e colocou o braço ao redor de seu ombro.


– Talvez eu use este biquíni para dar um choque de vitalidade nos velhos.


As garotas riram. De repente, houve um farfalhar nos arbustos, e todas ficaram quietas.


Os olhos de Belinda estavam arregalados.


– O que foi isso?


Gabby tirou metade do corpo da água.


– E se for o segurança?


– Eu não posso ser pega de novo de jeito nenhum – choramingou Lili.


Dulce sentiu os braços se arrepiarem. O barulho ficou mais alto. Ela distinguiu duas figuras abrindo caminho entre os galhos. Houve um gritinho, e então Alfonso e Taylor saíram da vegetação.


– Meu Deus – murmurou Lili, jogando água neles. – Vocês nos apavoraram, idiotas.


– Desculpe! – gorjeou Taylor, parecendo alegre. Ela puxou Alfonso pela mão. – A gente só estava por aí. – Ela olhou para a irmã ao dizer isso. – Desculpe pelo atraso.


– É, desculpe pelo atraso, Beli – acrescentou Alfonso, olhando para a irmã.


A expressão de Belinda estava impassível.


– Por que não atendeu minhas ligações?


Alfonso se surpreendeu.


– E-Eu não ouvi.


Belinda saiu da fonte termal e arrancou o telefone de Alfonso de seu bolso.


– Não está nem ligado! – guinchou ela.


– Desculpe – protestou Alfonso, erguendo as mãos.


Belinda não respondeu. Todas as outras estavam em silêncio, olhando em volta, constrangidas. Taylor largou a sacola de lona ao lado de uma pedra baixa, fingindo não perceber a tensão. Ela tirou o vestido de ilhoses e colocou uma toalha azul-marinho sobre a sacola.


Agitando a mão em um gesto de desdém, Alfonso tirou a camiseta preta por cima da cabeça. Seu peito nu era liso e bronzeado, e os músculos do abdome, definidos. Dulce se pegou olhando, depois desviou os olhos. Era surpreendentemente difícil não olhar para Alfonso. Ele era deslumbrante.


– Ahn, achei que era uma festa só para garotas – disse Maite quando ele entrou na fonte.


Alfonso ergueu uma das sobrancelhas.


– Estão falando de coisas supersecretas?


Dulce deu de ombros.


– Mais ou menos, e...


– Ah, por favor. – Taylor revirou os olhos. – O Alfonso pode saber. De um jeito ou de outro, ele vai ser convidado. – Ela se aninhou a ele, olhando Dulce o tempo todo. – Enfim, o que você sempre dizia, Roberta? Se eu contar, vou ter de matar você?


De repente, Dulce sentiu um calor insuportável. Não gostava de ficar ali sentada debatendo sobre morte com Taylor, nem de brincadeira. Não sabia sequer se conseguia ficar na mesma piscina que ela naquele momento. Sem responder, saiu da fonte e enrolou o corpo em uma enorme toalha de praia. O ar frio da noite acalmou sua pulsação, e, respirando fundo e uniformemente, ela começou a percorrer uma das trilhas a fim de desanuviar a cabeça.


Dulce se encostou a uma rocha e olhou para o céu noturno, perguntando-se por quanto tempo mais conseguiria aguentar aquilo. Precisava de provas concretas contra Taylor, algo que pudesse apresentar à polícia.


– Roberta?


Dulce se virou. Parado diante dela, com a pele reluzente e molhada, estava Alfonso. Ele estava sem fôlego, como se tivesse corrido até ela. Dulce manteve o olhar afastado do abdome firme de Alfonso. Chegou à conclusão de que também era melhor não olhar para os braços.


– Alfonso! – A voz de Taylor ressoou a distância. – Onde você se meteu?


– Um segundo – gritou Alfonso, parecendo um pouco irritado. Ele olhou para Dulce com o rosto preocupado. – Você está bem? – perguntou.


– Estou ótima – respondeu ela com os olhos fixos no chão, tentando reunir coragem. Essa era sua chance de questioná-lo. – Ahn, e você? Está se divertindo com Taylor?


A expressão de Alfonso se contraiu.


– O que você tem a ver com isso?


Dulce ficou perplexa.


– Desculpe. Eu só estava puxando assunto.


Os ombros largos de Alfonso se retesaram.


– Eu não entendo, Roberta. – Ele balançou lentamente a cabeça. – Estou tentando seguir em frente. Mas... – Sua voz falhou, engolida pela brisa noturna que passou entre eles. – Não aguento ver você com o Uckermann – disse ele enfim. – Tenho vontade de matar aquele cara.


Ah, Alfonso, sussurrei, desejando que ele pudesse me ouvir. Era muito doloroso estar tão perto dele e não poder explicar o que ainda sentia por ele, mesmo agora. Eu morreria outra vez só de pensar que Alfonso poderia achar que meus sentimentos por ele tinham terminado.


O ar frio gelou o biquíni ainda molhado de Dulce.


– Desculpe. – Foi a primeira coisa em que ela conseguiu pensar. Não dava para imaginar o que aquilo parecia: Roberta estava apaixonada por Alfonso antes que ele desaparecesse. Ele fora atropelado por um carro na última noite deles juntos, e, quando voltara, ela estava com outra pessoa. Ela se sentia muito mal por fazer isso com ele, mas também não podia recomeçar do ponto em que Roberta parara com Alfonso. – E... Desculpe por não ter feito companhia para você no hospital naquela noite – acrescentou Dulce. – Queria dizer isso há muito tempo. Entendo por que ligou para Taylor, mas ainda sinto que deveria ter sido eu...


Alfonso soltou uma risada de desdém.


– Não importa. Agora é passado.


– Mas eu me sinto péssima por isso. – Dulce ouviu água espirrando e risadas vindas das fontes. – Pelo menos Taylor ficou com você? – pressionou Dulce. – Durante a noite toda, digo. Para você não precisar ficar sozinho?


Alfonso soltou uma risada, mas a raiva cintilou em seus olhos.


– Acha mesmo que sou tão covarde? Eu não precisava de Taylor para segurar minha mão.


Dulce ficou perplexa. Precisava que ele fosse mais claro.


– Então... Ela não ficou com você?


Alfonso balançou a cabeça.


– Ela foi embora logo depois de me deixar lá. Disse que queria falar com você. Estava furiosa, como se quisesse matar você ou coisa do tipo. Nunca a tinha visto assim.


Dulce fez de tudo para não engasgar. Era como se as palavras tivessem sido escritas para Alfonso, provando a culpa de Taylor.


– Ah, meu Deus – sussurrou ela.


As palavras me percorreram, trazendo um vazio terrível. Até aquele momento, eu não tinha me dado conta de quão desesperadamente queria que Taylor fosse inocente.


Ela era minha irmã mais nova, a garota com quem eu crescera, alguém que já tinha considerado minha melhor amiga. Mas as palavras de Alfonso me tiraram o último fio de esperança. Ela não passara a noite com ele e também não estava com Anahí e a equipe de tênis. Eu precisava encarar os fatos. Taylor, minha irmã, havia me assassinado.


Por causa de um garoto.


Alguém pigarreou. Dulce se virou e viu uma figura parada no final da trilha. Os olhos de Taylor cintilaram na escuridão.


– Então é aqui que você está – disse ela, já sem o tom de provocação, e sim com uma voz monótona e fria.


Os pelos dos braços de Dulce se arrepiaram. O que Taylor tinha ouvido?


– N-Nós só estávamos conversando – gaguejou ela.


– É – disse Alfonso. Seu olhar passou de Dulce para Taylor. Estava claro que ele não sabia em qual lado ficar.


Taylor olhou furiosamente para ambos. Depois ergueu algo no ar. Apenas quando o flash disparou, Dulce percebeu que era uma câmera. Em seguida, Taylor se virou e voltou para as fontes termais com as costas empertigadas.


– Venha quando estiver pronto, Alfonso – gritou ela.


Dulce e Alfonso observaram-na ir, e meu coração se apertou ao ver os trágicos personagens diante de mim: o garoto que eu amava, a gêmea que eu nunca ia conhecer e a irmã que tirara ambos de mim.



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Autor(a): Dulce Coleções

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 294



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  • ana Postado em 02/03/2021 - 00:40:52

    Aaaaaa, kd vc????

  • ttm Postado em 27/07/2020 - 15:20:43

    deve ser horrível desconfiar de quase todos ao redor, continua amore

    • Dulce Coleções Postado em 03/08/2020 - 13:49:40

      Já pensou passar por algo assim, é foda

  • ttm Postado em 23/07/2020 - 15:04:25

    continua amore

    • Dulce Coleções Postado em 27/07/2020 - 13:50:47

      Continuando amore

  • ttm Postado em 21/07/2020 - 16:48:49

    ok, por essa eu não esperava de modo algum kkkkkkkkkk continua amore

    • Dulce Coleções Postado em 23/07/2020 - 14:22:04

      Hahaha acho q bem esperava

  • ttm Postado em 19/07/2020 - 22:46:34

    continua amore

    • Dulce Coleções Postado em 21/07/2020 - 14:53:42

      Continuando amore

  • ttm Postado em 17/07/2020 - 16:05:48

    PUTA MERDA, continua amore

    • Dulce Coleções Postado em 19/07/2020 - 17:44:05

      Continuando amore

  • ttm Postado em 13/07/2020 - 18:36:59

    continua amore

    • Dulce Coleções Postado em 17/07/2020 - 12:15:51

      Continuando amore

  • ttm Postado em 11/07/2020 - 22:07:43

    acho que a Taylor pode estar envolvida, mas também não tenho certeza hahahaha, continua amore

    • Dulce Coleções Postado em 13/07/2020 - 17:31:13

      Várias teorias kkkk

  • ttm Postado em 09/07/2020 - 19:13:31

    continua amore

    • Dulce Coleções Postado em 11/07/2020 - 16:12:27

      Continuando amore

  • ttm Postado em 07/07/2020 - 18:25:30

    a resposta da Belinda pra Bethany KKKKKKKKKKK amei, continua amore

    • Dulce Coleções Postado em 09/07/2020 - 15:45:09

      Resposta foda kkkkk


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