Fanfic: Através de um olhar AyA | Tema: Anahí e Alfonso/ Aya/

A manhã passou lenta e entediante diante dos meus olhos. A coisa mais
emocionante que acontecia eram as trocas de aula. E como eu disse: Só falatório desnecessário.
- Ah, eu vou ter uma taquicardia de emoção se alguém quebrar o salto hoje. -
Maite disse se sentando à mesa do refeitório que eu dividia com Angelique.
- É, ta feia a coisa aqui hoje. - Dulce reclamou se sentando com Christopher e
Christian. - Eu estou a ponto de tomar minhas próprias providencias se isso não melhorar. - Ela completou fazendo cachos no cabelo e dançando sensualmente uma musica que só ela ouvia.
- Atreva-se. – Ucker disse com as narinas infladas, as sobrancelhas franzidas
numa pura expressão de ódio.
- É brincadeira gatão. – Ela disse se aprumando na cadeira e começando a comer o lanche da cantina.
- Preparem-se. - Eu alertei. - O dia vai começar a melhorar, olha quem está
vindo ali. - Por trás de Ucker vinha uma garota loira tingida com um vestido rosa curto e cavado, rebolando de um jeito que eu achei que ela fosse quebrar as costelas. - Bom dia va...Belinda. - Eu cumprimentei ignorando a cara de nojo dos outros.
- Bom dia Alfonso. - Ela respondeu. - Como foi seu primeiro dia de aula? – Ela
prosseguiu se sentando no meu colo. GALIIIIIINHA. Desculpa, foi impulso. Eu a tirei do meu colo devagar e fiquei em pé.
- Muito entediante, e agora que você chegou ficou uma verdadeira bosta, se me desculpa o palavreado. - Ela me olhou arregalando os olhos e com a boca aberta.
- Vo-você está ter-mi-minando comi-go-go? - Ela gaguejou debilmente.
- Terminando? - Eu questionei com uma sobrancelha erguida. - A gente nunca
começou para se poder terminar alguma coisa.
- Pegou pesado Alfonso. - Maite disse se levantando. - Ele não quis dizer isso
Belinda.
- Sim, eu quis. - Eu disse irritado olhando pra ela. - De que lado você está
Maite?!
- Do lado dela se você não deixar de ser estúpido animal. - Christopher se
intrometeu.
- E o que você tem a ver com isso?! - Eu esbravejei.
- Tudo bem gente. Não briguem por isso. – Belinda interrompeu. – Eu já entendi Alfonso.
- Tenho a ver. – Christopher disse se levantando, e atraindo toda a atenção do
refeitório. - Que você não precisa, não pode e não deve, tratá-la assim Alfonso Herrera, ela não é animal, e mesmo que fosse... Você não trata seu cachorro assim trata? E pelo amor de Deus, nossa mãe iria te...
- Iria o que? - Eu interrompi porra! Ele não é MEU irmão?! Porque ele fica
defendendo essa vaca? Que porra! Eu já me diverti com ela. - Ela é minha EX, não sua! Eu a trato como bem entender, é só o que ela merece sendo fácil... - Meu rosto se virou para o lado tamanho o impacto do tapa que Angelique me deu. - MAS QUE PORRA FOI ESSA BOYER?! - Eu gritei e Angelique nem ao menos se encolheu quando eu dei um passo à frente.
- Vai me bater Alfonso?
- Não duvide disso. - Eu rosnei. - Ninguém, ouviu bem, NINGUÉM, bate em
Alfonso Herrera!
- Alfonso! - Maite se espantou. - Você não...
- Cale a boca você também caralho! - Eu esbravejei pra ela. Porque ninguém
nessa merda de faculdade, nem nessa merda de família, faz o bom e generoso favor de ficar do meu lado?? Mas quer saber. Eu sempre soube que isso uma hora ia acontecer, meus irmãos sempre tiveram inveja de mim, era só questão de tempo pra eles arrumarem uma boa desculpa para me fazer passar por idiota, eu só nunca pensei que Angelique estaria no meio disso também. - Quer saber? - Eu prossegui olhando Belinda de cima em baixo, ela parecia altamente encolhida entre os braços de Maite e lágrimas silenciosas corriam por seu rosto. - Fique com eles se é isso que eles querem, eles obviamente prefeririam que fosse você a irmã deles e não eu...
- Não é assim cara. . – Christopher começou coçando a cabeça.
- É EXTAMENTE assim Christopher. - Eu interrompi. - Agora que ambos
conseguiram o que querem, eu vou embora dessa merda, e vocês podem esquecer que eu existo. Eu não volto mais para aquela porra de casa.
- Pon... - Maite começou colocando uma mão no meu braço, e com os olhos
levemente marejados.
- Não me toca. - Eu disse ríspido. O quê? Ela acha que pode chegar assim, se
meter no fim do meu não-namoro, ficar do lado da vaca da Belinda e vai ficar por isso mesmo?! Nem fodendo!
Eu me virei soltando meu braço e caminhando em passos decididos para fora da faculdade sob o olhar de todos aqueles estudantes sem uma vida para cuidar. De repente eu desejei não ter estacionado tão longe da entrada, pois a cada passo eu ficava mais perto do carro e do arrependimento. Merda! Eles são minha família. A única que eu tenho, e eu trato eles desse jeito... Eles mereceram, e ponto.
- Finalmente. - Eu disse a mim mesmo fazendo uns estudantes retardatários me olharem de esgueira. - Que é? O carro não é meu? A boca não é minha? Então tira essa sua atençãozinha de merda da minha vida porra! - Que povo enxerido! Já não me basta meus irmãos cuidando do jeito como eu falo agora eles também?! Eu entrei no meu carro antes que fizesse uma loucura e acaba-se me metendo em encrenca, alias, se algum professor quisesse dar o ar da graça passando aqui eu estaria lascado até a morte, no primeiro dia de aula, e último se meu humor não melhorasse logo e essa idéia fixa de sair da faculdade não abandonasse minha cabeça.
Para onde eu vou agora? Eu não posso ir pra casa, ou posso? Eu disse que não voltava mais lá, mais eu precisava pegar umas roupas, e umas coisas antes de deixar de vez a grande mansão dos Herreras. Eu liguei o carro e sai do estacionamento do colégio rezando pra ninguém me ver, e ao que parece minhas preces foram atendidas, pois eu não vi professor nenhum ou qualquer outra autoridade escolar no meu caminho. Está vendo? O mundo conspira para que eu me afaste ao máximo dos meus irmãos. Eu sempre estou certo.
Eu dirigi rapidamente rumo a minha casa, chegando lá em tempo recorde. Se eu fosse rápido, Elleonora ainda estaria no supermercado fazendo as compras para o café da manhã especial dos meus pais, e sair sem ser incomodado seria bem mais fácil. Eu estacionei o carro do lado de fora pra não precisar interfonar e entrei sorrateiramente pelo canteiro do jardim atravessando o caminho para a porta lateral da casa.
- Senhor Edward. - Uma voz grave e masculina soou as minhas costas me
fazendo pular de susto.
- Caramba James! - Eu esbravejei colocando minha mão sobre o peito tentando não morrer de taquicardia. - Não precisa me matar do coração pra me manter protegido. - James é o nosso guarda costas há uns quatro anos, mais ainda não perdeu essa mania feia de ficar escorregando pelos cantos escuroda casa procurando possíveis delinquentes. Agora você imagine o que é ter um guarda costas de quase dois metros de altura, loiro, com cara de marginal, espreitando as suas costas. Uma hora ele vai se olhar no espelho de passagem e vai acabar prendendo a si próprio!
- Desculpe senhor. - Ele disse formalmente e saiu dali do mesmo jeito que
chegou: Sabe-se lá Deus como. Ele estava lá, e no segundo seguinte eu estava só outra vez. Eu não disse? Eu olhei a volta tentando ver qualquer sinal de para que lado ele houvesse seguido, mais nada podia ser visto muito longe devido à alta cerca viva que rondava minha casa, enegrecendo o jardim mesmo quando o sol estivesse a pino. Eu voltei a caminhar seguindo lentamente e o mais silencioso possível para dentro da minha casa, se alguém me visse, era capaz de me parar, e eu não estava com tempo ou paciência pra isso. Destrancando a porta o mais devagar e silencioso possível eu saltei porta a dentro a encostando as minhas costas e correndo furtivamente escada acima. Perfeito, ninguém me viu. Eu andei cautelosamente pelo corredor, escutando atrás das portas para saber se havia alguém naquele andar, mais todos pareciam estar no térreo, muito ocupados para me notar andando aqui em cima. - Duas portas Edward. - Eu sussurrei a mim mesmo
num sub-tom me referindo as portas dos quarto de Maite e Christopher, que eu teria que passar pra chegar ao fim do corredor no meu quarto. Como os quartos estavam em perfeito silêncio e ordem eu não achei arriscado passar reto por eles sem checá-los e ir direto ao meu. Eu abri a porta lentamente e o meu quarto parecia estar vazio e do jeito que eu deixei. Eu fechei a porta com um pequeno estalado e fui pro meu guarda roupas.
- O que eu levo? - Eu perguntei a mim mesmo. – Dinheiro... - Eu comecei a
listar e peguei minha carteira verificando quanto eu tinha... Pai, eu parecia uma criança fugindo de casa, mais eu tinha certeza que uma hora eu ia voltar, só não ia fazer isso de graça. Christopher, Maite e Angelique iriam pagar caro por ter e afrontado daquele jeito. – Celular... - Eu prossegui com a lista. - Cartões de crédito... Carro... Caderno... Roupa! Puts!... Ta bom eu acho. - Eu soquei tudo numa mochila que ficou até a tampa e sai do mesmo jeito que entrei, sem dar pistas de vida.

"Ponto de vista de Maite Herrera.”

- A culpa foi dele. - Eu disse emburrada dentro do carro com o Chris. - Ele
escolheu sair de casa só por causa dessa briguinha! Ele é uma criança!
- Você realmente acredita nisso ou esta só repetindo milhões de vezes pra se
convencer? - Christian perguntou com a atenção focada na estrada. Fazia três horas que o Alfonso tinha saído da faculdade e de lá pra cá eu, Ucker, Angel, Chris e Dul temos tentado falar com ele mais o bruto parece que foi engolido pela terra!
- Eu sei que estou certa Christian! Sei disso. - Eu disse tentando aparentar
segurança sem muito sucesso. - E se aquele filho duma mal comida não estiver em casa quando nossos pais chegarem ele vai ver o que é a danação eterna!
- Mai, - Christian começou. - Me lembre de nunca mexer com você. - Eu ri
divertida e me apoiei no ombro dele.
- Eu não sei o que faria sem você Chris.
- Morreria de solidão. - Ele disse achando graça. Eu fechei a cara e dei um tapa
no ombro dele. - Ai ow! Eu to dirigindo.
- Não diiiiga! - Eu zoei. - Olhe pra frente e se concentre, eu não to a fim de ficar
paraplégica num acidente de carro. - Ele deu língua pra mim e focou na estrada. – Acho bom! - Disse fingindo raiva.
- Também te amo. - Ele disse amargo. - Olá Carter. - Ele cumprimentou o
porteiro aqui de casa. - Alfonso passou aqui?
- Não senhor Chávez. – Carter respondeu. - Há algo que eu possa fazer pelos
senhores?
- Não Carter. - Eu respondi me sentindo meio angustiada. - Se você vir o Poncho me ligue okay? Não diga pra ele mais me avise no mesmo segundo. - Depois eu disse mais baixo. - Ele tem que vir em casa pra pegar alguma coisa.
- Eu farei senhora Herrera. - Carter disse e com um aceno de cabeça voltou a
monitorar as câmeras da casa.
- Vamos para onde agora? – Chris disse dando ré.
- Não sei. . . Vamos ligar pro Ucker e ver se ele já passou nos amigos do Poncho. – Eu dei minha melhor sugestão.
- Tudo bem. - Ele disse e me passou o celular dele já que Ucker não estava com o seu, nem Dul, nem Angel, então o meu ficou com ele. Eu disquei meu próprio número cruzando os dedos pra que Alfonso tivesse parado com essa rebeldia adolescente e tivesse dito à pelo menos um dos amigos onde estava. O telefone tocou duas vezes antes de Christopher atender soando esperançoso.
- O achou?
-Não. - Eu respondi. - E você?
- Também não. - Ele respondeu com um suspiro. - Ele ficou mesmo puto com
a gente.
- Eu sei. - Eu respondi suspirando também. - Onde você tá?
- Tô indo na casa do Oliver.
- Já foi no D e no Jack?
- Já. - Ele respondeu vencido. - Derrick não o vê desde hoje cedo, Jack não
vê ele desde ontem.
- Arrr! - Eu quase rosnei. - Onde esse branquelo filho da mãe se meteu?!
- Sei lá. - Christopher disse com certa raiva. - Ele é o mais novo, e o mais
problemático!
- Sei, sei. Mais alguma idéia de pra onde ele pode ter ido?
- Não.
- É melhor nós pararmos pra comer alguma coisa. - Chris disse ao meu lado. -
Já passou da hora do almoço, Edward vai ficar bem e de repente até a noite a gente tem noticias dele.
- Ucker, depois que você passar no Ollie vai pra casa, a gente precisa comer e
só nos resta esperar agora. - Eu disse no fone pro Christopher.
Ele suspirou derrotado.
- Eu não devia ter o deixado sair assim. . . Eu sou o mais velho e não fiz nada...
- A culpa não foi sua Ucker, ele logo vai aparecer. - Eu tentei confortá-lo e a mim mesma. - A noite ele vai ter que sair pra algum lugar, ele sempre sai. Se nós formos rápidos o achamos ainda essa noite.
- Você tem razão. – Ele concordou. - Em vinte minutos e eu tô em casa.
Ele desligou e eu também. Deeeeus! Tomara que nós o achemos mesmo, eu tô com um pressentimento ruim sobre deixá-lo só. Coisa de irmã mais velha? Não sei, talvez sim, talvez não.