Fanfic: Através de um olhar AyA | Tema: Anahí e Alfonso/ Aya/

Ponto de vista de Alfonso Herrera.

A noite chegou rápido e logo escureceu como breu, de algum jeito, a escuridão
me convidava, me chamava pra sair, e apesar de eu saber que era exatamente a esse convite que meus irmãos esperavam que eu cedesse, e eu não pude dizer não. Eu entrei no chuveiro da casa... Que casa? A casa modelo da minha mãe. Ela é decoradora de interiores e essa casa foi construída para fazerem pequenas apresentações sobre um novo grande projeto de arquitetura do meu avô. Apesar de ser só um modelo, a casa tinha de tudo, menos comida. O chuveiro era aquecido então o banho foi um tanto normal, agora... Trocar-me com as janelas sem vidro foi horrível! Essa historia de vento nas partes não é para mim. Eu me troquei rápido vestindo uma coisa simples: ama camisa de mangas branca, uma calça jeans e meu tênis. Coloquei a jaqueta de couro por sobre o ombro e desci os degraus correndo rumo ao meu carro. Minhas coisas iriam ficar aqui até eu achar um lugar meu de verdade, exceto meu caderno de desenhos e algumas roupas que eu larguei no carro e esqueci de tirar, agora também deixa quieto. Era relativamente cedo para eu sair, nove e vinte, mais eu não conseguia mais ficar em casa. Eu preciso é de uma boa noite de sexo selvagem. Selvagem é fácil de conseguir, não to a fim de ficar correndo atrás de mulher hoje. Eu sabia que meus irmãos iriam me procurar de todo jeito então resolvi ir pra um lugar calmo, e só esperar que eles viessem. Havia uma  espécie de bar na quinta avenida que era bem o que eu queria: Cheio de mulheres fáceis, bem exclusivo, e sem todo aquele incomodo de três pessoas dividindo um metro quadrado.

Um grande letreiro estampava uma ostentosa maçã com o nome Apples escrito em verde. Sai do carro e entreguei as chaves pra um dos manobristas de azul e caminhei ate a entrada.
- Nome? - O gorilão perguntou quando eu cheguei à porta.
- Herrera, Alfonso Herrera.
- Muito bem senhor Herrera, pode entrar, tenha uma boa noite. - Ele disse ao
verificar uma lista, ele tirou o cordão de isolamento e eu entrei sem nem olhar para a fila. O lugar é grande, mais não tanto como uma boate, tinha uma pista de dança, umas quatro mesas de sinuca dois bares, alguns divãs onde as pessoas conversavam animadamente e tocava uma música alta e ritmada. Diferente de uma boate, eu não precisei quase morrer espremido para entrar. Só trezentas pessoas entravam ali por noite, e tinham que ter o nome em uma lista muito exclusiva. Eu caminhei até o bar mais próximo e pedi um Martini seco. O barman trouxe rapidamente e eu fui para uma das mesas de bilhar.
- Hey. - Chamei um cara que estava encostado a uma parede. - Joga? – Indiquei a mesa de bilhar. Ele veio gingando até mim e disse:
- Não, ganho. - Eu ri e o cumprimentei.
- Alfonso, Alfonso Herrera. - Eu me apresentei pegando um taco e riscando com o giz.
- Henrique, Henrique Castro. - Ele se apresentou ao fazer o mesmo. - Então Alfonso, em busca de garotas ou uma boa noite de porre?
- Garotas. - Eu disse sorrindo com uma sobrancelha arqueada. - Você começa. - Ele deu uma tacada muito boa. - E você?
- O mesmo. - E veio pro meu lado se ajeitando pra uma segunda tacada. - E nada melhor que se mostrar bom em joguinhos. - E me deu uma piscada travessa.
- Como estão as opções hoje? - Eu perguntei dando uma tacada
- Razoáveis. - Ele respondeu. - Tem uma GP mais tirando isso tudo bem. Eu o olhei curioso.
- GP?
- Garota proibida.
- Desculpe, isso não existe no meu dicionário. - Eu disse me concentrando no jogo e fazendo-o rir. - Porque ela é proibida?
- Ela não é exatamente proibida. - Ele emendou fazendo uma boa tacada. - É só que ela não é nada, nada fácil. Olha ali. - Ele disse e apontou pra um canto mais afastado. Eu me virei me deparando com uma garota que devia ser um pouco mais nova que eu, tipo dezessete, dezoito. Não sei ao certo, ela usava uma camiseta colada preta e uma calça jeans em suas pernas bem torneadas, ela era magra e sentada eu não pude avaliar muita coisa, mas ela tinha uma expressão de pura concentração cravada no rosto, e estava sentada sozinha em um dos divãs... Ela não era exatamente gostosa, mais algo nela me chamou a atenção.
- Quem é ela? - Eu perguntei interessado. Pronto, é com essa que eu vou pra cama hoje.
- Não sei. - Ele disse parando para admirá-la. - Mais também não me interessa, não faz meu tipo. - Ele completou displicente e continuou com outra tacada.
- Posso chegar nela então?
- Não faria isso se fosse você. - Ele disse rindo.
- Por quê?
- Ta vendo os óculos?
- To. - Eu disse sem entender, ela usava um óculos com aros escuros, meio quadrado com as bordas mais claras.
- Se ela quisesse qualquer cara com ela hoje, ela usaria lentes, e não óculos. - Ele
disse com voz de quem sabe das coisas.
- Eu sei lidar com qualquer mulher, essas são meio fracas na cama. - Eu disse
ainda olhando-a. - Mais eu to muito afim dessa aí. Posso ou você vai chegar nela?
- Vai fundo. - Ele disse e desviou o olhar pra um dos bares. - Meu alvo é outro. -
Ele deu uma piscada travessa pra garota dos drinks e ela corou.
- O nome dela é Kyra. - Eu disse a ele guardando o taco. - Ela estuda na mesma faculdade que eu, e é uma das minhas amigas. Investe, vale à pena. - Eu incentivei. - Agora, eu tenho uma garota pra levar pra casa se me desculpa. - Eu disse e dei uma piscada pra ele, ele riu e se virou indo pro bar.
Eu concentrei minhas atenções na garota avaliando como chegar nela sem ser
tosco. Ela tinha um copo quase vazio na mão direita: primeiro impulso: Pagar um drink
pra ela seria até cavalheiresco. Eu atravessei o local até um bar próximo a ela e discretamente olhei em seu copo, ela bebia algo claro então eu não pude saber o que.
- O que aquela garota está bebendo? - Eu questionei o barman que veio me atender.
- Acho que vodka pura. - Ele disse analisando.
- Me dá um desses e um wisky puro. - Eu disse a ele. Ele mexeu sobre as garrafas no alto de uma prateira e pegou duas garrafas, eu fiquei fitando discretamente a garota por um grande espelho sobre a cabeça do barman, no teto, segundos depois ele me entregou o meu wisky e a vodka da garota. Eu paguei e peguei os copos me virando pra ela. Eu dei dois passos em sua direção e um jegue vindo do inferno atravessou na minha frente se sentando na frente do divã que ela ocupava. - Merda. - Eu rosnei pra mim mesmo me virando nos calcanhares e ficando de costas pra eles.
- Olá princesa. - Eu o ouvi a cumprimentar. Errado, mulheres odeiam serem chamadas de princesa na primeira conversa. - Eu vi que seu drink estava acabando e tomei a liberdade de trazer-lhe outro. - Eu passei a observar os gestos dele e dela pelo espelho do bar, ele estendeu o drink pra ela e ela abaixou os óculos os parando na ponta do nariz e disse numa voz entediada.
- Obrigada, mais eu não to afim. - Ela recolocou os óculos no lugar e voltou à
atenção para o outro lado. Eu me arrumei esperando o cara se levantar, mas a anta é
insistente.
- Eu sou Robbie Walter. – Ele se apresentou colocando os drinks sobre uma mesa de centro entre os dois. Ele devia ter uns vinte e cinco, vinte e seis... PEDOFILIA! POLICIA!
- Não me interessa, desculpe. - Ela disse entediada retirando os óculos e o
guardando dentro do bolso da calça.
- O seu...?
- É aquele que minha mãe me deu. - Ela disse enfadada e nervosa, eu ri baixo, eu
vou adorar ter essa mulher. - Agora, porque você não levanta essa bunda magra e sem
experiência daí, levando seu drink e me deixa em paz? - Ela pediu fingindo empolgação.
- Eu sou corretor de imóveis ha dois anos e ganho dois mil e quinhentos por
mês... - Ele continuou, cara idiota.
- Que parte do eu não to interessada você não entendeu seu idiota? - Ela
perguntou sacudindo a cabeça em descrença.
- Eu só vou quando você me der um beijo. - Ele disse rindo como se tivesse feito uma piada engraçadíssima. Epa! O único que vai beijá-la sou eu.
- Rá rá. - Ela disse sarcástica mais eu vi temor pairar seus olhos. - Vai logo ou...
- Ou... - Ele incentivou sabendo tê-la acuado. Hora de fazer alguma coisa, essa garota desperta um tipo de instinto protetor em mim... Estranho.
- Oi anjo. - A cumprimentei me virando rápido com os drinks na mão, ela me olhou em um misto de descrença, raiva, e medo. Talvez ela achasse que eu era mais um a incomodá-la. - Eu trouxe o drink que você pediu. - Eu me sentei ao seu lado e me virei para o cara. - Posso ajudar?
- Você é...? - Ele questionou com uma cara de nojo.
- Alfonso Herrera. - Eu disse aparentando irritação. - Noivo dela. - E indiquei a garota com a cabeça. - Algum problema? - Ele levantou os braços em sinal de rendição e curvou a cabeça pro lado olhando a garota.
- Era só dizer que estava acompanhada. - Ele disse sorrindo.
- Com licença?! - Eu pedi tapando a visão dele e inflando minhas narinas. - EU sou o noivo dela, e sou ciumento então tire essa bunda magra e inexperiente daí antes que eu a chute e a arranque-a de você. - Eu disse achando sensato usar a mesma expressão que ela aparentando que nós já a havíamos usado juntos, ele levantou os braços outra vez e fez uma cara fingida de pânico.
- Já saquei, já saquei. To saindo! - Ele finalmente se levantou e virou as costas
levando os dois drinks que havia trazido.