Fanfic: Através de um olhar AyA | Tema: Anahí e Alfonso/ Aya/

- M-Maite? – Eu gaguejei tentando parecer bem, mais na verdade, eu mal sentia minhas pernas tamanha a pressão exercida sobre elas, e sentindo sangue viscoso escorrer livre de entre os meus fios de cabelo.

- Eu to legal. – Ela respondeu de voz firme.

- Chris ? Ucker? Dul ? – Eu não sei quanto tempo eu posso me manter lúcido, então é melhor perguntar tudo de uma vez.

- To bem. – Todos eles disseram.

- Chris ? Consegue se levantar ? – Ele estava debruçado sobre Maite assim como eu.

- Consigo. – Ele disse se mexendo devagar. – Ai. – Ele disse quando ficou reto.

- Tudo okay ?

- Haram. – Ele respondeu se ajeitando a me dar espaço. Por favor, por favor, me de só mais 10 minutos! Eu preciso tira-los daqui.

- Christopher ? – Eu chamei e senti a dor nas minhas pernas se intensificar quando ele se mexeu, eu mordi forte a boca tentando não deixar a dor tomar conta de mim. Era como se um ferro tivesse atravessados minha coxa de baixo pra cima, o que eu lembrei a mim mesmo ser bem possível. E uma dor lancinante persistia nas minhas costas bem abaixo na cintura, acompanhada fielmente por outra no meu quadril. – Você pode sair ?

- Nós já chamamos a ajuda! – Uma voz feminina gritou do lado de fora do carro. E vários rosto se aproximaram das janelas, ou o que costumavam ser janelas, tentando ver algo dentro do carro.

- Acho que eu posso. – Dulce disse empurrando a porta, eu mais ouvi do que vi isso, porque pela minha posição sobre Maite e a dor letal sobre meus olhos não me deixava ver muito. Dulce deu um empurrão forte contra a porta que se abriu e com muito esforço saiu do carro. – Vem Ucker! – Ela comandou entrando até a metade no carro puxando ele.

- Ta tudo okay Maite? – Eu perguntei tentando me concentrar.

- Tudo Poncho . . .Mais eu acho que tem alguém sangrando. . . É você Chris ? – Ela perguntou preocupada.

- É só um corte superficial Má. – Ele disse com a voz calma.

Eu vi Christopher passar por cima do freio de mão com a ajuda de Dulce Maria.

- Puta merda, acho que quebrei o braço. – Ele reclamou saindo. – Parem de me agarrar e ajudem eles no bando de trás!. – Ele reclamou pois as pessoas insistiam em tentar ajudá-lo. Fique acordado Alfonso. ACORDADO!

Eu fechei os olhos vencido mais sem me entregar e ouvi um barulho alto . . .

- To fora. – A voz de Chris soou muito aliviada. – Poncho ? Alfonso! – Ele gritou em pânico. Eu reabri os olhos bem devagar e fitei ele como pude.

- Tire . . . M . . Maite. – Eu arfei. – Má ? Eu vou sair de cima de você . . . Não se assuste . . . Só saia . . Eu vou . . Ficar  . .Bem. . . – Eu puxei meu corpo de cima do seu sentindo a estaca se cravar mais e mais fundo no meu quadril e nas minhas costas. Eu não pude evitar. Eu não pude mais me conter. E soltei um grito de furar os tímpanos mais não parei de me afastar. Tudo ficou em silêncio mortal.

- Poncho ? Poncho ? Ah não, não não! – Maite havia se levantado e olhava pra mim e meus inúmeros cortes e perfurações. –Não! Chamem a ambulância! – Ela gritou desesperada.

- Tira . . Ela. – Eu arfei novamente pra Christian com meu ultimo fôlego.Então, eu cai num imenso nada.

Dizem que na morte, nós vemos um grande clarão para o qual seguir, ou uma grande escuridão sem fim . . Ou até mesmo um filme da sua vida. Não acredite. Não houve escuridão. Não houve absolutamente nada.

Hey! Morrer até que não foi tão difícil ou ruim. Eu só apaguei sabe ? Legal isso.

Ecooooo! Ecoooo! E tem eco aqui nesse vazio . . .Que muintio loco.

Dubadi,Dubadaaaaaaa!

O peito do pé de Pedro é pretoooo!

O peito do pé de Pedro é pretoooo!

O peito do pé de Pedro é pretoooo!

Tá, enxeu o saco isso já.

- Alfonso ? – Mãe ? Espera, ela não morreu, morreu? – Oi filhote. – Ela tinha a voz quebrada e chorosa soando no meu ouvido. – Fica bom meu bebe. –Ela pediu. Bom ? Como se pode ficar bom morto? Ou sequer ruim? Mãããããe?

Nada.

O que será que aconteceu ?

Eita porra! Que isso ? As paredes de onde eu estava, mais como veis unidos sem fim ou começo, começaram a tremer levemente e se tornarem turvas a minha vista. Eu não tenho medo. Já morri mesmo. Derrepente a cena toda mudou. Minha volta se enxeu de cores, formas, sons e cheiros. Minha família estava toda a minha volta, mais eu tive que piscar algumas vezes antes de reconhece-los pela luz muito forte para os meus olhos antes fechados. Minha mãe estava encostada a uma parede e meu pai a abraçava fortemente. Eu logo soube que estava num hospital, tinha cor de hospital, cheiro de hospital e agulha no meu braço pro soro. Maite se escondia no peito de Christian que tinha um curativo sobre o lábio  superior do lado esquerdo. Christopher estava sentado a minha frente com Dulce no seu colo, ele tinha uma tala no braço e ela um corte leve do lado esquerdo do rosto.

- Respeitem o morimbundo. – Eu disse com a voz rouca pela falta de uso. Houveram gritos e pulos de satisfação e minha mãe se ajoelhou ao lado da minha cama.

- Ah bebe graças a Deus.

- Ou ao Diabo quem sabe. – Christopher disse fazendo graça e se levantando sorrido para mim.

- Vem de graça que eu morro de novo. – Eu alertei depois de um pigarro. Todos na sala riram e minha mãe apertou um botão ao lado da minha cama chamando o doutor.

- Como você se sente filho ? – Meu pai perguntou vindo pra mais perto com a minha mãe.

- Ah . . To bem eu acho. – Eu disse olhando meu braço com o soro. – Exeto por isso.

- Logo nós vamos tirar isso de você Alfonso. – Um homem disse entrando na sala. Ele usava um jaleco branco, devia ter entre 28 e 30 anos e trazia uma plaqueta na mão, ele era meio musculoso pra um médico e tinha o cabelo loiros liso rente a cabeça. – Mais, agora nós temos que conversar. – Ah merda. Eu não gostei do tom de voz dele!

- Sobre . . ? – Eu incentivei. A minha volta minha família se afastou dando espaço para o médico passar, os olhos da minha mãe ficaram marejados como se ela fosse chorar e Maite concretizou meus pensamentos caindo no choro. – O que houve ?!