Fanfic: Através de um olhar AyA | Tema: Anahí e Alfonso/ Aya/

Ponto de vista de Alfonso Herrera.

- Não chore mãe. – Eu pedi baixo.

- Eu não sou sua mãe Alfonso. Você não me deixou ser.

- Me desculpe . . . Mais eu não posso deixar que você me veja assim.

- Então eu não vou. – Beatriz rodopiou num mesmo lugar sumindo num buraco invisível.

- Mãe ? Mãe ? – Eu estava sozinho agora nesse lugar branco. . .Maldito lugar branco! Eu vinha tendo sonhos assim com Beatriz desde que eu a mandei embora meses atrás. Todas as noites.

O leve torpor do sono começou a me deixar e aos poucos eu fui readiquirindo a consciência.

Eu abri os olhos e fracamente me arrastei me sentando na cama. Eu esfreguei os olhos molemente expurguindo os últimos indícios de sono e finalmente olhei ao redor do quarto. Meu quarto é bem grande aliás tem 12X15, do tamanho exato do que eu tinha na mansão Herrera. Tinha um TV em um suporte na parede, uma grande janela de vidro coberta por percianas brancas, em uma das laterais me dando vista pra um enorme jardim do lado de fora. Havia um banheiro, um sofá, minha cama, e um pequeno armário onde eu podia guardar minhas roupas e outras coisas. Eu olhei pro meu sofá e havia uma garota sentada lá. Eu acho que conheço ela de algum lugar mais não me lembro bem da onde. Ela tinha cabelos ondulados, compridos, de um tom escuro de castanho, que lhe caiam até a cintura, ela usava uma camiseta branca curta que não deixava nada a amostra, seios médios e redondos comprimidos no seu corpo, pernas bem torneadas escondidas parcialmente em uma bermuda que ia até os seus joelhos, nos pés ela tinha um tênis branco e as pernas cruzadas em cima do sofá. Ela rabiscava e re-rabiscava em um caderno com uma expressão concentrada no belo rosto de pele bronzeada.

- Hum. .Bom dia. - Eu cumprimentei a fazendo se desconcentrar do caderno.

- Ah meu Deus! - ela exclamou descruzando as pernas e fechando o caderno. – Quer dizer. . Bom dia.

- Você é. . ?

- Anahi, Anahi Portilla. – Ela disse se levantando e eu achei o nome mais familiar que o rosto, mais ainda sem saber de onde a conhecia. – Eu sou sobrinha da Ninel Portilla, sua enfermeira.

- Eu não sabia que ela tinha uma sobrinha. – Eu disse inclinando a cabeça pro lado.

- É, ela não fala muito de mim por aqui. Alias, ela não fala muito com ninguém aqui. – Anahi disse me arrancando um sorriso involuntário. – Eu acho que você  . . . Eu te conheço de algum lugar, só não sei da onde. – Ela disse com uma mão no queixo apoiando o rosto e a outra no joelho.

- Eu tenho a mesma sensação. – Eu disse parando pra pensar.

- Qual é seu nome ?

- Alfonso, Alfonso Herrera. – Eu disse olhando pra ela e esperando por sua reação.

- Hum . . .  –Ela parou para pensar olhando para o chão. – O nome não me é estranho, mais eu não sei de onde eu te conheço. – Ela respondeu finalmente.

- Estranho isso. – Eu comentei. – Talvéz da faculdade que eu costumava frenquentar  . . . Já foi na Faculdade Privada de Los Angeles Beach?

- Ah não ! – Ela disse fazendo uma negativa com a cabeça e cruzando as pernas de novo. – Gente como eu não entra em lugares como aquele . . . Cheio de patricinhas e caras bombados . . . Definitivamente não é minha praia. – Ela disse enrugando o nariz. – Definitivamente não.

- Obrigado pela parte que me toca. – Eu disse sorrindo para ela.

- Ah! – Ela disse corando fraco nas maças do rosto. – Eu não quis te ofender . . . Mais não deixa de ser verdade. . .

Eu ri baixo da sua vergonha e ela corou mais ainda.

- Então se você não frequenta os lugares que esse ‘tipinho’frequenta – Eu comecei colocando aspas na palavra tipinho. – Não sei de onde nós podemos nos conhecer.

- Nem eu. – Ela disse com um suspiro. – Que materia você fazia lá ?

- Engenharia náutica.

- Nossa. – Ela disse abrindo levemente os olhos. – Minha mãe é formada na mesma matéria.

- Serio ? Ela é alguém que eu possa ter ouvido falar ?

- Com certeza. – Ela afirmou pegando o caderno de novo e voltando a rabiscar. Aparentemente ela não gostava muito de falar da mãe, ou do quanto ela era famosa.

- E você estuda onde ? – Eu resolvi puxar outro assunto . .Eu? Puxando assunto? A quanto tempo eu não faço isso? Meses?

- F. U. P. – Ela disse voltando a olhar pra mim. – Faculdade Universitária Podemore.

- Eu já ouvi falar dessa faculdade. – Eu disse pensativo. – Mais nunca passei nem perto. . . Que curso você faz?

- Decoração de interiores. – Ela disse colocando o caderno de lado outra vez. – São 3 longos anos de curso, e agora a gente está na parte mais chata, que é que cor cobre que tom e blábláblá. – Ela disse apoiada nas mãos de novo. – Mais eu só faço esse, porque me da uma base pra arquitetura, que é o que realmente quero fazer, não isso de localizar o Fen-chui nas casas alheias. – Ela disse com um gesto de mãos como se espantasse uma mosca. – Mais como eu não tenho dinheiro pra pagar 5 anos na faculdade de arquitetura, eu me inscrevi na F.U.P. e esse era o mais perto que eu pude chegar de arquitetura sem precisar pagar. . . . – De repente ela ficou muito vermelha. – Desculpa, falei de mais.

- Não tem nada. – Eu disse com um sorriso sincero. – Eu normalmente só tenho sua tia pra conversar, e ela não é exatamente falante, não comigo.

- Mais isso estava mais pra um monólogo. – Ela disse com o rosto franzido. Essa garota era cheia de expressões faciais e corporais, e eu me pegava preso em cada uma delas, tentando decorá-las e decifrá-las. – A quanto tempo você está aqui Alfonso ?

- Hum . . .4 meses. – Eu disse. – 4 longos meses parado nessa cama maldita como o inválido que fiquei.

- Hey! – Ela advertiu se levantando. – Não fale assim de si mesmo. Não ajuda em nada.

- Se você diz. – Eu disse amargurado.

- Hum . . Eu vou te deixar em paz Alfonso. Vou procurar outro lugar pra escrever . . . – Ela começou a juntar suas coisas espalhadas pelo sofá.

- Não. – Eu disse um pouco mais alto que o necessário. – Quer dizer. . Você pode ficar se quiser . . Não tá incomodando.

- Certeza?

- Absoluta. – Eu repondi com convicção. – Você é a coisa mais emocionante que aconteceu por aqui desde que eu cheguei. – Eu disse revirando os olhos. Ela deu um risada baixa e voltou a se sentar.

- Quantos anos você tem Alfonso ?

- Quantos você acha que eu tenho ?

- Hum . . .- Ela parou pra me avaliar. – 25?

- Que? – Eu disse abismado com um sorriso.

- Ah! É o que parece com essa barba toda. – Ela disse dando de ombros.

- Sério? Eu acho que vou tirar então. – Ela sorriu.

- Vai ficar bem melhor, eu acho. Quantos anos você tem de verdade ?

- 17.

- Mentira! – Ela acusou dando risada.

- Tá. 18.

-Nem vem.

- 19. Agora é serio. – Eu completei quando vi que ela ia protestar. – E você ?

- Adivinhe. – Ela disse se levantando e se aproximando de mim.

- Hum . . .17?

- Ah seu chato! – Ela reclamou batendo um pé com força no chão. Eu sorri pela sua raiva.

- Você acaba seriamente de bater o pé ? – Eu perguntei ainda sorrindo. – Eu achei que só as garotas de filmes fizesem isso.

- Não seja bobo! – Ela disse corando e se sentando na minha cama perto das minhas pernas. – Me diz Alfonso, o que você faz quando não esta sendo acordado por uma adolescente ?

- Hum . . .Bom, eu assisto tv, leio alguns livros, dou uma volta pelo hospital, converso com os médicos . . . .Sabe essas coisas que inva . . – Ela fez uma cara repreendedora pra mim. – Pessoas como eu fazem. E você ? O que faz quando não está sendo a coisa mais empolgante na vida de uma pessoa como eu?

- Eu ? Ah, eu estudo, e estudo . .AH! E eu estudo. – Hoje eu ri mais que qualquer outro dia dentro desse inferno.

- Que vida social agitada essa sua.

- Realmente, eu quase nem tenho tempo. – Ela disse balançando a cabeça em uma expressão falsa de exasperação. – Que tipo de livro você lê ?

- Qualquer um, menos auto-ajuda.

- Arr! – Ela disse se sacudindo. – Que horror!

- 2 votos. – Eu disse com o mesmo gesto que ela.

- E você gosta de filmes?

- Gosto muito. –Eu disse impolgado. – Quando eu não estava aqui, eu costumava ir no cinema sempre que tinha tempo, todo fim de semana quase, e eu já tinha assistido quase a locadora toda.

- Sério? Eu gosto de filmes, mais não tenho um dedo muito bom pra escolhas, então eu nem me arrisco muito.

- Ah mais tem Anahi! – Eu incentivei. – A industria cinematografica é muito variada é bem complexa.

- Porque você não me indica uns então ? – Ela disse se levantando da cama e indo pro sofá pegar o caderno. Ela virou algumas paginas e me entregou o caderno em uma folha em branco e uma caneta.

- Que responsabilidade. – Eu disse sorrindo. – Eu vou te indicar os filmes que eu gosto mais, ok? 

- Tudo bem.

- E depois, você pode procurar as influências de cada diretor e sei lá, assistir o resto.

- Hurum, agora escreve logo e para de me enrolar que eu to ficando curiosa. – Ela disse se sentando de novo. Eu sorri pra ela e escrevi a lista no caderno.

1- E se fosse verdade?

2- Ensaio sobre a cegueira.

3- Vida de magnata.

4- P.s. Eu te amo.

5- Across the Universe.

6- O codigo Da vinci

7- Brilho eterno de uma mente sem lembranças

8– Sim, senhor.

9- Corrida mortal

10- The spirit.

11- Herois

12- V de vingança

13- Holiday – O amor não tira ferias

14- O inferno.

- Bom, esses são só pra começar, pra você pegar gosto. – Eu disse sorrindo pra ela.- E o último, por favor, assista por nós dois. Eu to desesperado atrás dele, mais saiu depois que eu vim pra cá, e eu não pude ver ainda. – Ela deu um sorriso pequeno e pegou o caderno da minha mão.

- Não assisti nenhum desses. Tem algum que possa me fazer chorar?

- P.S. eu te amo. E talvés, V de vingança.

Ela suspirou.

- Então esses eu vou deixar por último.

- Não! – Eu reclamei. – Tem que ser na ordem!

- Tá, tá. Seu estressado. – Ela disse sorrindo.

- Eu não sei se você vai gostar de todos, mais eu gostei muito.

- Hurum. – Ela disse olhando o papel de novo.

- E desculpe pela caligrafia desleixada, faz tempo que eu não escrevo.

- Desleixada ? – Ela perguntou descrente. – Queria eu que a minha fosse desleixada desse jeito. – Eu dei um sorriso meio constrangido e dentro de mim eu queria muito que ela voltasse aqui todos os dias para me ver. Eu até pensei em me oferecer para assistir os filmes com ela, mais que lógica isso teria? Eu já vira a todos, e ela, nenhum, além do mais, porque raios ela iria escolher vir me ver, a qualquer outra coisa que ela poderia fazer estando lá fora?

- Anahi . . . Você . . .Bom, se você quiser . . . Eu  . . . – Eu em sentia meio inseguro e envergonhado agora, por ter começado a dizer seja lá o que eu fosse dizer. – Bem, esqueça. – Eu finalizei odiando o lado frouxo de Alfonso Herrera, e desviando meu olhar para as minhas próprias mãos.

- Ah, agora diz Alfonso! – Ela comandou. – Você não vai me deixar curiosa. - Eu sorri pra sua expressão indignada e me arrumei nas cobertas ficando mais ereto e passando suavemente da sua altura.

- Anahi, eu queria saber se você  . . .

- Annie, o Alfonso . . . – Ninel entrou no quarto interrompendo o que eu ia dizer e ao me ver sentado e Anahi perto de mim um vago flash de descrença, e talvéz até ódio, pairou pelos seus olhos por dois segundos. Anahi se virou para ela com um sorriso e ao olhar pra sua sobrinha sua expressão amenizou. – Querida. – Ela disse se aproximando.

- Oi tia. Eu e o Alfonso estávamos conversando sobre uns filmes que ele quer que eu assista. – Anahi explicou e depois se virou pra mim me lançando um sorriso. Eu não pude evitar e sorri de volta.

- Annie. – Ninel tinha a voz firme e os olhos me fitavam friamente. – Já está na hora de você ir minha criança, o ginásio já deve estar aberto.

- Ah merda. – Anahi disse se levantando. – Eu nem vi a hora passar. – Depois de pegar suas coisas ela se virou pra mim com um leve sorriso educado brincando em seus lábios. – Foi um prazer conhecer você Alfonso.

- Pra mim também Anahi. - Eu disse e sorri fraco pra ela. Eu não queria que ela fosse embora. É bom se ter alguém pra conversar depois de tanto tempo. Ela pareceu perceber minha vontade para que ela ficasse e hesitou por um segundo. Eu me mexi ansioso e dei um meio sorriso pra ela pedindo mudamente que ela ficasse.

- Vá logo Annie, ou você vai se atrasar. – Ninel disse impurando ela pra fora do quarto de um jeito brincalhão. Anahi deu um sorriso alegre pra ela e saiu sem mais uma palavra. Ninel encostou a porta, e se virou de frente pra mim com um dedo acusador virado em minha direção. – Escute aqui Alfonso, Anahi não é pra você. – Ela veio andando para perto de mim sem jamais abaixar seu dedo. – Ela é uma garota doce e eu não vou deixar que você toque um dedo nela. Eu sei o que você fez com a Stephanie, alias o hospital todo sabe. – Mais enhi ? Como assim “o que eu fiz com a Stephanie”? . Eu não fiz absolutamente nada!

- Do que exatamente você está falando Ninel?

- De fato de você ter tranzado com ela e depois descartado a coitada. Você não vai fazer o mesmo com a minha sobrinha Alfonso!

- 1º Eu não tranzei com a Stephanie, eu nem posso fazer isso e você sabe. – Seu rosto já mudara pra um tom vermelho de raiva, mais agora eu pude ver que ele se tornava vermelho de vergonha. – 2º Eu parei de FICAR com ela sim, mais é porque ela te ofendeu e eu não gostei disso. – Seus braços jaziam parados do lado de seu corpo e ela tinha o rosto vermelho como um pimentão. – E por ultimo, eu não vou tocar um dedo na Anahi, até porque eu duvido que você vá deixa-la vir aqui outra vez. Agora, se você não se incomoda eu gostaria de ir ao banheiro escovar os meus dentes e dar um jeito nesse emaranhado que eu chamo de cabelo . – Eu finalizei com um sorriso. Ninel me olhou espantada e gaguejou um sim senhor. – Já falei que não gosto de que me chamem de senhor.

Na noite desse dia, eu não tive outro dos meus pesadelos horriveis, nem gritos ou acusações. Eu sonhei com a Anahi.