Fanfic: Professora Fdp- AyD/ Portinõn | Tema: Anahi e Dulce

“Bom, tenham um bom dia, classe!” exclamou sorridente Sr. Stevens, se despedindo. “Espero vocês de volta na próxima semana!”

Eu e Angel caminhávamos tranqüilamente pra fora da sala. Ela estava tagarelando algo sobre Derrick, ela ficou extremamente satisfeita quando ficou sabendo que ele me ‘salvou’ de Alfonso ontem.

“E sabe do que mais?” sorriu ela, girando e fazendo sua saia de líder de torcida sacudir. “Ele me convidou pra sair hoje a noite!”

“Sério?” eu já sabia... “E aí? O que você respondeu?”

Ela riu e revirou os olhos. “O que toda líder de torcida consciente diz quando o capitão do time de futebol americano da escola a convida pra sair: SIM! Óbvio!” Eu ri de sua animação.

“Que ótimo, Angel.” Sorri, tentando me equilibrar nas muletas.

 Sabe como é difícil pensar em modelitos e ter que usar um gesso gigante? Mai me ajudou colocando uma legging preta, uma sapatilha preta e uma sobrelegging vermelha com decote canoa e balonê na bainha.  Ela era fantástica!

“E você, amiga? Como está?” quis saber. “Eu ainda não acredito que Alfonso tratou você daquele jeito.”

“Eu não me importo, você sabe.” Eu sorri. “Ele é só um idiota do time de futebol.”

Ela gargalhou. “Sabe, eu acho que ele gosta de você.”

“Um jeito meio bruto de demonstrar, não é?” ironizei, chateada.

“Eu sei... Mas ele nunca superou o fora.”  Ela disse, puxando uma cadeira pra eu sentar, já na cantina. Depois disso teríamos dois períodos de biologia.

Maite e Derrick ainda não estavam na mesa, estávamos só Angel e eu. Miley e Katy geralmente se juntavam a nós bem depois de bater, elas demoravam pra vir almoçar. Sempre.

“Maite e Christian estão saindo?” eu quis saber.

Angel riu e mordeu o lábio inferior. “Estão, mas sabe quando é muito secreto? Tão secreto que eles não contam pra ninguém?”

“Eles estão saindo escondido?” eu gargalhei. “Eu também gostaria de sigilo se saísse com Chris..”

“Ei!” Angel riu, dando-me um leve tapa no braço “Ainda é meu irmão, viu?”

Eu olhei pro lado, fugindo do assunto.

“Gente! Vocês não sabem da maior!” Maite chegou rindo. “O baile de primavera desse ano será um baile de máscaras!” despejou tudo, animada.

“Oh, my Gosh! Eu ficarei irreconhecível com esse gesso!” revirei os olhos. Quando o colégio fica animado eu me quebro com um esqueleto! Que bom!”

“Coloque uma máscara nele...” sugeriu Angel.

“Há-há-há!” rosnei. Elas riram.

“Eu espero arranjar com quem ir...” suspirou Mai, sonhadora.

“Eu me candidato!” sorriu Derrick, chegando na mesa.

“Ah, é? E eu? Como fico?” inquiriu Angel.

“Você também vai comigo!” ele sorriu, pensativo.

“Ai, seu depravado!” riu Maite. “Eu não quero ir com você.”

“Nem eu queria ir com você!” ele disse pondo a língua pra ela.

“Como vocês são maduros!” exclamei irônica.

“E você? Com quem vai, Aniz?” Angel questionou.

“Eu não vou. Qual é a graça de ir em um baile de máscaras com um gesso gritante na perna? Todo mundo saberia quem eu sou.”

“Mas você não saberia quem eles são.” Disse Maite, como se fosse muito bom.

“Aham.” Revirei os olhos. “Eu vou pra sala. Depois a gente se fala.” Disse por fim, me levantando.

“Ué, mas agora não é biologia?” Maite  estranhou.

“Sim, por quê?”

“Porque você odeia Dulce.” Explicou Angel.

“Até que eu chegue lá, já estarei atrasada.” Sorri. Não era mentira, minhas muletas faziam uma tartaruga ser mais rápida que eu.

Despedi-me com um último aceno e fui pra sala. Cheguei lá rapidamente e me sentei na minha carteira habitual. Minha cabeça estava bem atrapalhada e por algum motivo – que eu desconhecia totalmente – a idéia de ter aula com Dulce parecia boa.

Lentamente os garotos da turma foram chegando, pouco a pouco a sala já estava cheia. Por um milagre Ben, o garoto que dormia em todas as aulas não havia vindo hoje e eu estava muito satisfeita com isso. Angel e Mai sentaram-se atrás de mim e conversávamos pacificamente até a professora Dulce entrar. Abafei uma risadinha baixa quando me liguei no que eu tinha pensado.

Oh, grande professora!

“Bom dia, turma!” ela cumprimentou. “Temos um aluno novo!” anunciou, chateada. E então, Alfonso entrou. “Sente-se ali.” Ela indicou a cadeira ao meu lado.

Eu fiquei em choque. Era algum tipo de piadinha de mal gosto dela? Eu arfei quando o idiota sentou do meu lado batendo propositalmente na minha cadeira.  Dulce sabia que eu odiava Alfonso, mas então porque ela o colocou na mesma carteira que eu? E na mesma turma?

E eu ainda pensei que ela fosse uma pessoa legal.

Eu rosnei. Eu estava ferida e irritada. Eu o odiava como nunca havia odiado alguém. E aquilo não iria mudar, nunca! 

“Eu quero marcar um trabalho pra próxima semana.” Se adiantou. “Sobre formas de perder calorias.” Ela disse. “Valerá metade da nota restante, então aproveitem pra recuperar a nota perdida aí, porque a prova não estará fácil.”

“Como nada que a professora faz.” Soltou Poncho, se achando muito engraçado. 

Eu revirei os olhos.

“Com licença, sra. Dulce.” Cuspi mais irônica que o normal. “Há alguma possibilidade de troca de lugares?”

Ela que havia parado de explicar pra me olhar, parecia muito insatisfeita em responder. “Não, srta. Portilla. Agora escute, você precisa de nota.”

“E você de um cérebro! Olha com quem você me colocou!” explodi.

Alfonso me fulminou com o olhar. “Portilla, Portilla...Não me menospreze.”

“Calado.” Grunhi. “Calado! Só...Fique calado!”

“Você não é ninguém pra me mandar calar a boca...” ele rosnou.

“Eu não quero saber se sou ou não, fique quieto! Imbecil! Por que você está?”

“Porque eu tenho direito de estar aqui, tanto quanto você.”

“Você não tem direito a nada!” rosnei.

“E você tem por quê?” perguntou irônico. “Eu ia acabar com você ontem...Deu muita sorte do garotinho do time ter te salvo, garota.”

“Quem, é você pra acabar com alguém?” rosnou Angelique, se metendo na conversa. “E ele é muito mais homem do que você virá a ser um dia!”

“E como assim ia acabar com ela?” interferiu Maite. “Você não vai nem chegar perto dela se depender de alguma de nós!”

Ele gargalhou. “O que? O resto do aviário resolveu interferir?”

Aquilo me subiu o sangue e eu levantei. Ele olhou pra cima pra me responder. Eu só não estava entendendo porque a estagiária não havia se metido ainda, mas independente disso, Alfonso estava merecendo uma coisa há muito tempo: Um choque de realidade!

“Antes de você vir falar assim comigo e com as minhas amigas, aprenda a não ser tão repugnante e baixo. Seu ridículo!” eu disse, amarga. “Se você pensa que eu sou assim, ótimo, então se preocupe em saber porque eu nunca quis sair com você... Você é sujo. Nojento...” um tremor de puro nojo passou por mim. “Quando você virar um homem e deixar de ser um palhaço, você verá que não é nada! Nada além de mais um erro genético.”

“Quem é você pra falar assim comigo?” ele perguntou, levantando também. “Uma garota ridícula com complexo de superioridade...Ah, quer saber, Anahi? Você me cansa com toda essa sua hipocrisia! É isso que você é! Uma hipócrita!” ele disse, irônico “Tudo o que você e suas amigas querem é abraçar o mundo com as pernas...”

“Cala a boca!” grunhiu Dulce, indo pra onde ele estava. Eu nunca havia a visto tão furiosa. “Eu estou farta da discussão dos dois! Herrera, eu juro que se você continuar com isso, eu vou lhe por pra fora.”

“Ah vai? Pois eu mesmo saio!” ele disse, passando por mim e me dando um belo encontrão. “E pode ter certeza que não quero voltar.”

“Você vai.” Dulce sorriu. “Com seu pai. Ligarei pra ele, quero ver como ele irá reagir quando souber tudo o que você falou das senhoritas.” Ela disse segurando meu cotovelo pra eu não cair.

Ele mandou-lhe o dedo do meio antes de sair. Eu jurei que Dulce fosse atacá-lo. Mas ela apenas o deixou ir. “Estão dispensados.” Ela murmurou. “Saiam agora. O trabalho é pra próxima semana.”

A turma se dissipou rapidamente. Angel e Mai esperariam por mim na rua.

“Você é uma idiota!” eu cheguei gritando “Você sabe que eu o odeio mais do que qualquer coisa e você o fez sentar do meu lado!”

Ela me olhou confusa, acho que não queria responder porque ainda estava irritado.

“Ele...Aquele idiota! Você não tem nada na cabeça...Eu passei três meses pra me recuperar do trauma e você o põe do meu lado! Você é um monstro!”

Dulce levantou ruidosamente da cadeira, jogando a pra longe com o impacto do corpo, descontrolada.

“Eu nunca te dei o direito de vir falar assim comigo! Você por acaso esqueceu que quem manda aqui sou eu?” ela berrou. “Contenha-se, Anahi, Agora!”

“Conter-me?” eu berrei, incrédula. “Você é uma idiota! Idiota! Eu odeio você! Odeio, odeio!”

“Odeia?” ela rosnou. “Pois bem! Sua mãe precisa mesmo ter uma conversa séria com você! Vou levá-la pra casa, Srta. Portilla! Vamos falar com sua mãe!” Eu olhei pra ela incrédula.

“Que você vai falar pra ela? Que deixou o sr. Herrera” cuspi o nome do filho da puta “Me chamar de galinha e me xingar na frente de todos?”

“Dizer que você o xingou também na frente de todos e ainda me xingou no final da aula.” Ela esclareceu me pegando por um braço “Venha comigo agora, eu não estou brincando.”

Furiosa eu fui obrigada a segui-la e dispensar minhas amigas. Raiva era uma palavra muito pequena pra o que eu estava sentindo.