Fanfic: Professora Fdp- AyD/ Portinõn | Tema: Anahi e Dulce

Oi meu amores, me desculpem os 2 meses de sumiço! Aconteceram algumas coisas na minha vida e eu não soube lidar, infelizmente estou em um relacionamento que não me agrade e que eu não sei como sair (minha mãe está me pressionando a continuar com ele alegando que tudo vai melhorar, mas eu não tenho certeza), enfim, eu voltei porque aqui eu me sinto segura! Obrigada por não me abandonaram. Amo vocês <3

Caí violentamente no chão, já que eu estava sem a droga das muletas e sem me equilibrar em dois pés e fui, praticamente, me arrastando até a passagem. Os trilhos por onde eu andava não ajudavam em nada, se quer saber.

“Ei!” gritei contra a parede. “Alguém? Angel! Mai? Dulce?!” berrei. Nada.

Olhei pra cima teatralmente e rosnei. “Por que você me odeia tanto?” perguntei, sem esperar obter resposta alguma.

Saí dali – mancando – e me sentei no degrau que ficava entre os trilhos da ‘paisagem’ assustador. Pisar com o meu pé ainda doía um pouco e havia sido completamente proibido por meu médico querido.

Suspirei, chateada.

Ergui meus olhos do carrinho e dei uma conferida ali. Bonecos! Ah, não posso acreditar! Vários bonecos, todos com cara doentia e maldosa me encarando. Encarando a porta, ok, mas quem estava próxima à porta? Eu.

Várias marionetes se prendiam a pouca altura do chão por cordas de ventríloquo e aquilo dava medo. Eu tenho que admitir. Principalmente por estar sozinha e o cenário ser uma oficina repleta de homens mortos no chão sem cabeça e as cabeça estarem postas em bonecos por ali.

Um boneco abria e fechava a boca, com olhos vermelhos, me encarando. Sua boca abria e fechava e seus olhos pareciam cintilar, me chamando. Um pânico tomou conta de mim quando um vento passou por ali, fazendo todos os bonecos de madeira se chocarem e o tal brinquedo se mexeu.

Ele abriu ainda mais os olhos e parecia estar vindo pra mim.

BLAM

“Ahhhh!’ berrei, em pânico.

“Ai.” Gemeu a coisa.

Rapidamente – e quase inconscientemente – catei um dos trilhos que estava solto e parti pra cima do boneco. Na primeira paulada, o bicho gemeu altíssimo e segurou o pedaço de ferro de minhas mãos.

“Você quer me matar?” Dulce berrou.

“Ai, Meu Deus.” Murmurei, a ajudando a levantar.

“Você é louca! Sua maluca, doida!” ela berrou, furiosa acariciando a testa levemente cortada.

“Ah, não exagera, ok?” disse, cruzando os braços e ficando de perfil. “Como eu ia saber que era você?”

“Olhando antes de me bater com um pé de cabra?” perguntou, irritada.

“Não era um pé de cabra.” Rebati.

“Anahí, cala a porra da boca, ta bom?” grunhiu, furiosa.

Eu bufei, inconformada. “Que você quer aqui?”

Ela rosnou e riu, incrédula. “Vim te salvar. Mas se quer saber, você vai ficar sozinha agora.” Ela disse, antes de se pendurar nas cordas do boneco louco e tentar subir pra um alçapão no teto.

“Ei! Você não pode me largar aqui! É maldade.” Choraminguei, com medo. Não queria ficar acompanhada de bonecos.

Ela não me deu bola e continuou tentando subir, quando uma de suas mãos já tocava o teto do negócio a corda arrebentou e ela caiu junto com o boneco que começou a girar a cabeça rapidamente e acabou explodindo.

É, explodiu!

A minha cara estava preta, assim como metade da roupa de Dulce que havia sido comprometida e praticamente pegava fogo. Ela se desfez da camiseta na velocidade da luz e começou a bater com o pé sobre ela pro fogo apagar. E lá estava ela com os gominhos de fora e aquele top preto escondendo seus fartos seios. Ah, perfeito.

“Seu santo é muito forte.” Ela comentou depois de olhar chocado pra camiseta.

“Eu digo o contrário!” resmunguei. “Como você conseguiu passar por ali?” apontei pro teto, ainda inconformada. Ela ia mesmo me deixar aqui sozinha?

“Longa história.... Tão longa quanto a de eu saber que aquilo existia. Digamos que Derrick trabalhou aqui durante um tempo” ela explicou brevemente.

Eu bufei e fui me sentar no degrau onde eu me encontrava antes. Dulce me seguiu e sentou junto comigo.

“É a segunda vez que fico presa junto com você! Isso deve ser algum tipo de castigo!”

Ela riu, achando minha reclamação divertida. “É quase um ritual.”

“Tá mais pra sina! Que inferno.” Rosnei de volta.

Pra ela devia ser muito legal mesmo. Claro. Não era a cara dela que estava toda suja, nem era ela que estava com o pé quebrado e tinha que andar pra um lado e pro outro pulando em um pé só por estar sem muletas... Fantástico! E quando eu ainda falo que a porcaria da lei de Murphy me persegue me chamam de dramática.

Passei as mãos no meu rosto, tentando limpar a sujeira que estava ali. Dulce riu da minha tentativa frustrada. Engraçado como ela estava achando tudo muito engraçado hoje.

“Deixa assim, Any.” Ela disse retirando minhas mãos dali. “Você fica tão linda de blackpower.”

Eu lhe mandei um olhar mortal e fui catar sua camiseta carbonizada do outro lado da peça. Mesmo manca foi fácil pegá-la do chão e sacudir. Ela estava toda suja e preta, acabei largando longe de novo. Eu precisava de algo pra me limpar. Hoje eu havia inventado de vir com uma blusinha branca normal e um colete jeans.

Passar jeans no rosto não ia ser legal e tirar a blusa não era uma opção.

Passei por um grupo de bonecas que usava vestidos compridos e brancos. Eu sorri antes de passar meu rosto ali. Livre!

Tirei o pano do meu rosto pra seguir rumo ao meu degrau e quase morri de susto ao ver Dulce na minha frente. Como Diabos ela se materializou ali?

Guardei um belo grito em minha garganta. Ela sorriu do meu susto. Por que ela estava tão sorridente hoje? Seu sorriso torto me fez perder todo o ar dos meus pulmões e com certeza todo o oxigênio de meu sangue. Estranho. Isso era biologia? Não era a matéria da estagiária?

“Bu.” Ela murmurou, sorrindo depois.

Aquele movimento pareceu ser em câmera lenta. O biquinho necessário pra fazer o som, o fechar dos lábios finos e o sorriso torto perfeito a seguir. Como se ela soubesse como era linda e mesmo assim gostasse de lembrar a população feminina presente – no caso: eu – toda hora.

“Por que você faz isso?” perguntei, sem conseguir guardar o pensamento pra mim.

Ela enrugou o cenho, confusa, ainda sorrindo. Sorrindo o meu sorriso. O meu sorriso torto. “Isso o que?” perguntou.

“Isso.” Apontei, levemente irritada por estar constrangida. “Você deslumbra as pessoas.”

Ela soltou uma sonora gargalhada e me fez corar. Eu sacudi a cabeça, irritada comigo mesma e baixei o rosto.

Engole-me, Terra!

Ela levantou meu rosto suavemente com sua mão direita e perguntou, se divertindo. “As pessoas não me interessam no momento, mas... Eu deslumbro você, Annie?” meu nome saiu praticamente cantado por seus lábios.

“Eu sou a única pessoa que te interessa no momento?” respondi, com outra pergunta. Admitir que sim seria piorar minha situação. Minha terrivelmente constrangedora situação.

Ela mordeu seu lábio inferior e sorriu torto. Ela não fazia idéia do quão linda ela estava com aquela boca daquele jeito e ainda sem camisa e só de top.

“Talvez...” sorriu, seus olhos cintilavam pra mim. “E eu interesso pra você?”

Aquilo me enfeitiçou. Me proporcionou uma euforia gigantesca e sem que eu pudesse segurar – novamente – a pergunta escapou dos meus lábios.

“Sabe sobre o que é o meu trabalho? Quer dizer... Como é a minha forma prática de perder calorias?”

Ela me olhou curiosa. Afinal, eu havia mudado mesmo de assunto.

“Qual?” perguntou, levemente entediada.

“Beijando.” Soltei. “Beijar emagrece.” Defini por fim.

O sorriso dela não poderia ser mais sacana e a gargalhada estrondosa dela foi espetacular quando ela abraçou minha cintura rapidamente e sussurrou em meu ouvido antes de me beijar: “Eu precisava mesmo emagrecer.”

Oh, não, ela não precisava. Mas não me importava nada, nada dela pensar assim... Definitivamente, não.

Seu beijo não foi muito diferente do primeiro. Suas mãos em minha cintura me seguravam firme ali – acredito eu, em função do meu pé – e me mantinham bem equilibrada.

Uma de suas mãos foi pra minha nuca, intensificando verdadeiramente o beijo. Aquilo era tão bom, tão agradável. Dulce se mexeu delicadamente comigo, acho que ela queria procurar um apoio.

Quando ele começou a parar de se mexer eu escutei um som de algo caindo na peça e um grito, horrorizado, em minha direção.

“MEU DEUS!” exclamou Angel, sem nem disfarçar o susto ou se preocupar com os cabelos, agora, armadaços “VOCÊ TÁ PEGANDO A PROFESSORA DE BIOLOGIA?”

Maite não havia descido do alçapão ainda e quando ouviu isso, caiu na peça “O que?” perguntou, incrédula.

Dulce olhou pra elas e me encarou. Isso não era bom... Nada bom. – aliás, era sim, rá.

“Não!” eu neguei, rápido. “Era respiração boca a boca! Juro!’ eu estava em pânico demais pra pensar em algo melhor.

Dulce me olhou com uma cara de quem me chama de idiota.

“Hm... Ok.” Disse Maite, com uma cara de quem acredita. “Esse método é novo? Quero dizer... De pé e com a língua?” e começou a rir. Angel gargalhou alto.

“Nossa! Métodos de primeiro socorros são a sua cara, Dulce.” Mexeu ela. “Biologia, por biologia... Daqui a pouco vocês estão estudando anatomia do corpo!” E gargalharam ainda mais.

Coloquei as minhas mãos no rosto, envergonhada demais pra conseguir mandar as duas pra bem longe. Dulce estava tensa agora. Que perfeito.

“Calem-se.” Ela disse, por fim, naquele seu tom que põe medo até no Diabo. “Agora.”

“Sim, senhora, senhora professora!” murmurou Maite, amedrontada.

Angel olhou pra ela, amedrontada também. Silêncio, que mágico.

“Obrigada.” Ela agradeceu. E ali tinha um clima tenso e um silêncio chato.

“Eu quero ir embora daqui!” berrei por fim, com vontade de chorar.

“Seu pai já está a caminho.” Angel respondeu, mordendo o lábio inferior, ainda com vontade de rir. “Ele e todos os policiais de Forks.”

Eu revirei os olhos. Ok.