Fanfics Brasil - 20º capitulo - O adeus consensual e com hora marcada me parece atitude de gente que nunca vai conseg O Safado do 105 AyA

Fanfic: O Safado do 105 AyA | Tema: Anahi e alfonso


Capítulo: 20º capitulo - O adeus consensual e com hora marcada me parece atitude de gente que nunca vai conseg

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Já sabia que os próximos dias seriam difíceis. Não fui surpreendida pelos inúmeros momentos em que parei para refletir sobre como estava me sentindo triste. Acho que o pior foi ter que trabalhar mesmo sabendo que não estava pronta para focar em nada que não fosse a minha avó. O meu rendimento só fazia cair; bem que tentei dar o melhor de mim, mas ninguém consegue fazer isso vivendo em sua pior versão. 


As noites eram as piores. Não sei o que há com elas... Parece que a vida se cala só para ouvir todas as coisas pelas quais você se lamenta. A consciência me atingia durante as madrugadas, e a minha única salvação era acrescentar mais frases à minha “parede da Clarice” (com os pincéis novos que comprei). 


Colocava música alta toda vez que sabia que o Calvin estava com alguém. E ele não me poupou... Não me lembro de um dia que tivesse passado sozinho. Ele estava com o apetite (ou a safadeza) nas alturas. Tentava sempre disfarçar os sons de sexo, mas era impossível. No fundo, sabia que eu estava ouvindo. Não tinha como não ouvir. Mas, fazer o quê? A gente cura a dor com o que pode. Eu tinha uma parede, e ele tinha um pênis. 


O tempo passava, e eu me sentia cada vez mais vazia. A minha alma se sentia um pouco melhor quando me deitava na cama, virada para a parede, e relia tudo. Liguei para a minha família todos os dias. Eles não estavam tão diferentes de mim, mas pelo menos permaneciam juntos. E eu só tentava não me deixar ser vencida pela dor. Pensei pelo menos umas mil vezes em voltar para casa. E então, eu parava na frase mais destacada da minha parede. 


“Liberdade é pouco.” 


Meu Deus, como é pouco. Pensei que tudo se resolveria quando me mudasse. Meus problemas teriam fim, minha vida avançaria... Seria quem realmente pensava que era. Mas não... Tenho outros problemas, outras inércias... E sou exatamente o que eu não sabia que era. Uma desconhecida com o mesmo rosto de sempre. 


“O que eu desejo ainda não tem nome.” 


Estabilidade? Coragem? Maturidade? Afinal, o que eu queria? Ou melhor, do que eu precisava? Às vezes é melhor a gente ter o que precisa do que ter o que a gente quer. Talvez a palavra certa seja autoconhecimento. Eu queria muito poder me conhecer por inteira. Não saber quem realmente sou me angustia. E de fato coloca em risco toda a liberdade com a qual sonhei a minha vida toda. A minha relação com o Calvin voltou a esfriar. Devo tê-lo encontrado pelo menos duas vezes logo pela manhã. Como sempre, estava aguando as plantas com o famoso regador. Cada bom-dia que trocamos foi desanimador, brochante. Ele mal olhava para a minha cara. Eu também não. Mesmo assim, sei que me observava quando eu virava as costas. 


Bom... Tentei não pensar nele. Mas eu não tinha nada melhor para pensar. Sério. Família: não. Trabalho: não mesmo. Vida amorosa: piada. Amizades: neca de pitibiriba. Por isso não me julgue, cada segundo em que não pensava na vovó era ocupado pelo meu vizinho cafajeste. Recordava-me de cada palavra, cada toque... De tudo. Percebia o quanto a minha vida era chata sem o seu bom humor constante. 


Não devia estar com raiva, visto que me deixei ser decepcionada. Ele me avisou. Eu que não acreditei que alguém pudesse ser tão ridículo. Minha raiva sofria variações de acordo com a linha do meu raciocínio. Ora ficava puta da vida, e tinha vontade de sair fodendo o mundo todo só para esfregar na cara dele, ora pensava com mais calma e percebia que fazer isso só me faria ser uma mulher que não sou, e pior, por causa de alguém que não merece. Se eu queria o respeito dele, precisava, antes de tudo, respeitar a mim mesma. 


Depois de muito refletir, percebi que começamos errado. Quero dizer, talvez tenha sido preciso termos feito sexo loucamente (nada é por acaso), porém o erro se encontrava em mim e na minha ideia ultrapassada de mesclar sexo com sentimento. De criar expectativas.  


Não havia por que prosseguir com aquele clima chato. Precisávamos apenas deixar as coisas mais definidas. Afinal, Calvin não era uma má pessoa, muito pelo contrário. Ele só era um péssimo pretendente a algo mais que uma amizade comum. 


Quando chegou o domingo de manhã, abri os olhos já decidida a não deixar as coisas como estavam. Coloquei o meu biquíni branco e optei por um vestidinho transparente como saída de banho. 


As minhas promessas seriam devidamente cumpridas (ele não tinha o que cumprir, pois nunca me prometeu nada). Dificilmente falo alguma coisa por falar, principalmente sendo tão importante. Sabia bem que o domingo era um dia difícil para o meu vizinho. Não custava nada ajudá-lo. 


Peguei uma garrafa de cachaça e alguns limões dentro da minha geladeira. É isso mesmo; se a vida te der limões, faça uma limonada. Ou uma caipirinha (tudo fica melhor com cachaça). 


Percorri o longo (só que não) caminho até a varanda dele. Observei pela janela, como de costume, mas não consegui vê-lo. Estava tudo escuro. Ainda conferi se seu carro continuava atrás do meu, vai que não estivesse em casa... Mas o veículo permanecia estacionado no lugar de sempre. 


Abri a porta devagarzinho. Estava aberta. Acho que era costume do meu vizinho se manter tão desprotegido. Qualquer um poderia entrar ali, inclusive um assaltante. O muro baixo gradeado e a portinha não significavam nada. Calvin ficava muito exposto. 


Uma coisa ruim se instalou no meu estômago só de imaginá-lo deixando a porta destrancada à noite. Tudo bem que devia facilitar para as suas vadias entrarem e saírem quando bem entenderem, mas não deixava de ser perigoso. Ele precisava parar de fazer aquilo com urgência. 


Anahí: Calvin? – chamei quando cheguei à sua sala. Dei alguns passos leves, percebendo que aquele lugar continuava do mesmo jeito como da última vez que o vi. Não que fizesse tanto tempo assim. Só pareceu uma eternidade, mas não foi. 


Olhei por todos os lados e depois reparei que a porta do quintal estava aberta. Ainda era cedo, provavelmente um horário entre dez e onze horas da manhã, por isso não achei que já estivesse lá. Mas estava. 


Entrei devagarzinho, timidamente. Percebi que o vizinho estava de costas para a porta, empunhando uma tesoura de jardineiro, concentrado até demais em podar um dos tantos vasos que enfeitavam o quintal. O encanto tomou o meu corpo novamente. Tudo me pareceu lindo demais, desde o jardineiro até o sol brilhando com força, intensificando os tons de verde e o colorido das variadas flores. 


A piscina estava lá, com uma mangueira se preocupando em deixá-la cheia. A mesa, a palhoça, o som, as pedras achatadas... A churrasqueira ainda estava desligada, mas senti um cheirinho bom de comida gostosa. Certamente ele já tinha preparado alguma coisa e levado para lá. 


Fiquei o observando. Só dava basicamente para ver a sua b/unda (quase cedendo à sunga preta), as pernas torneadas e as coxas musculosas. O cabelo escuro estava meio molhado, espetado para cima. Uma coisa de louco. Mas eu precisava me controlar. Tinha de ser forte pelo menos uma vez na vida, já que havia sido covarde em todos os âmbitos até então. 


Percebi uma toalha branca e comprida ao lado da piscina. Foi lá mesmo que me sentei. Depositei a garrafa e os limões ao lado, pois se eu andasse até a mesa ele provavelmente me veria. Queria fazer uma surpresa. Sei lá. 


Retirei a minha saída de banho, lembrando-me de que não tinha pensado em passar protetor solar, ou pelo menos um óleo bronzeador. 


Com atenção, olhei ao redor. A sorte fez ser possível haver um tubo de filtro solar perto de onde começava a armação da piscina. Esgueirei-me, conseguindo pegá-lo. Pus uma quantidade em minhas mãos e comecei pelas pernas. Uma música bem legal começou a tocar na rádio, e ouvi Calvin cantando baixinho. Admito que meu coração colocou chifres na minha razão; foi uma traição involuntária. 


Depois de ter quase me melecado inteira com o filtro solar (menos as minhas costas, pois não alcancei), e de ter visto o Calvin trabalhar em mais dois vasos, fiquei cansada de esperar pela sua surpresa. Na verdade, tinha começado a ficar muito nervosa com a espera. Se ele detestasse me ver por ali? Se me expulsasse de sua casa? Tudo podia acontecer. 


Anahí: Tem como passar isso nas minhas costas? – perguntei alto para ser ouvida, esticando o produto na direção dele. 


Calvin levou um susto, virando-se na minha direção. Ofegou um pouquinho e, finalmente, sorriu o velho sorriso safado. Uma segunda traição aconteceu dentro de mim. Sorri de volta, ainda com o filtro apontado para ele. 


Calvin: Anahí? – Ele não acreditou muito que eu estivesse ali. 


Anahí: Eu! Vamos, Calvin, o sol está me assando toda. 


Ele soltou a tesoura na grama e veio andando até mim, sem desviar os olhos. Parou no lado oposto da piscina só para lavar as mãos com a mangueira. Depois, continuou o seu percurso. E eu continuei sorrindo feito uma boba. 


Calvin: Que inveja dele! – respondeu, e o sorriso ficou ainda mais cafajeste. Achei que fosse ter uma morte súbita quando chegou perto o bastante e se ajoelhou ao meu lado. 


Admirei os seus olhos, agora um pouco claros por causa do sol forte, analisando-me com alegria. Desci um pouco o meu olhar para a coisa que brilhava em volta do seu pescoço. Era a corrente. A corrente de prata com a inicial C. Ergui uma mão e a toquei, de quebra encostando, sem querer querendo, na sua pele entre os peitos. 


Calvin pegou o tubo das minhas mãos e, sem deixar o sorriso ir embora, colocou uma grande quantidade nas suas. Tampou-o com os dentes e o jogou em cima da toalha. Virei-me de costas para ele, puxando os meus cabelos para frente. Fechei os olhos quando senti o seu toque. 


Anahí: Eu trouxe caipirinha. Quero dizer, os ingredientes. 


Calvin: Você trouxe muitas coisas, Anahí. – Eita... Frase dúbia? Só podia ser. Conheço-o bastante para ter certeza. 


Suas mãos percorreram a minha coluna de um jeito nitidamente sensual. Prendi os lábios, tentando em vão controlar o meu corpo. A excitação foi acesa sem precisar de muita coisa. Bastou apenas a merda de um toque, e pronto. Já era. 


Anahí: Trouxe apoio. E amizade. 


Sua boca foi parar no meu ouvido. 


Calvin: E o quê mais? – rosnou baixo, como um gato selvagem. 


Anahí: Só. 


Calvin me puxou pela cintura, obrigando-me a ajoelhar também. Afundou sua boca no meu pescoço, passando as mãos agora pela minha barriga. Desceu pela lateral da minha coxa, e fechei os olhos com força. Minha nossa... Precisava resistir. Precisava ficar imune aos seus ataques sempre precisos. Precisava não sentir tantas emoções quando aquelas mãos encontravam a minha pele. 


De repente, virou-me de frente. Meu peso pareceu significar nada durante aquele movimento, e me vi deitada sobre a toalha em menos de dois segundos. Um corpo grande, másculo, sedutor e safado foi colocado bem em cima de mim. Pedi socorro aos céus. 


Anahí: Calvin... Não... – O pedido foi patético. Era óbvio que eu queria aquilo tanto quanto ele. Se eu tivesse um pau, estaria tão duro quanto o que me cutucava entre as pernas. 


Ele segurou o meu rosto, parando para me observar calmamente. Eu estava desesperada. Como o maldito podia estar tão tranquilo? Era muito injusto. Quando voltou a abrir o sorriso, desta vez muito perto, achei que, sim, o mundo era mesmo uma porcaria injusta e deprimente. 


Balancei a cabeça em negativa. Precisava tentar mais uma vez. 


Anahí: Não vim aqui atrás de sexo, Calvin Klein. – Aquela frase me fez ter coragem para prosseguir. – Não quero isso de você. Vim prestar o meu apoio, como prometido... Vim te fazer companhia. 


Calvin: Poxa, anahí, como você mente mal. – Riu de leve, passando seus dois polegares pelos meus lábios. Seu rosto estava tão colado ao meu que era impossível não entrar em um estado febril. 


Calvin se ergueu um pouco e levou uma mão à parte de baixo do meu biquíni. Gemi de frustração, fazendo uma careta. Tentei fechar as minhas pernas, mas ele não deixou. Passou um dedo por dentro, atingindo-me em cheio. 


Bufou. 


Calvin: Se sua boceta não estivesse tão molhada, eu até acreditaria em você, vizinha. – Sorriu amplamente. Senti-me perdida, encurralada. Traída, mais uma vez, pelo desejo sufocante. Mas que merda! Eu precisava parar. Urgente. – Nunca esperei tanto para ter alguém quanto espero para te ter, Anahí... – Tirou os dedos de mim, colocando-os na própria boca. 


Lembrei-me da Karen-quenga na hora. Argh. Ódio! 


Foi a péssima lembrança que me fez empurrá-lo com força, utilizando mãos e pernas. 


Anahí: Não, Calvin. Não será assim! 


Ele se ajoelhou na toalha. Sentei-me de novo, afastando-me o máximo que pude. Ouvi um rosnado de frustração partindo dele. Uau! Calvin frustrado? Que ótimo que vivi para acompanhar isso de perto. 


Anahí: Você é sempre tão difícil! 


Difícil? Meu Deus, ele nunca me viu difícil. Mas irá ver. Ou não me chamo Anahí Portillo. 


Anahí: Você que é fácil demais. 


Calvin arquejou e se sentou ao meu lado, com as pernas flexionadas e os braços apoiados nos joelhos. Aquela tinha sido por muito pouco. 


Calvin: Apenas não finjo não te desejar. É simples. 


Suspirei. Sério, mesmo meu ego estando absolutamente orgulhoso por ser alvo do desejo daquele cara, o meu lado racional sabia que o maldito sequer era seletivo. Ser alvo de seu desejo era o mesmo que ganhar na loteria junto com mais dois milhões de pessoas. Eu precisava ser alvo de outra coisa; algo bom o bastante que me faça ganhar sozinha na Mega-Sena acumulada. 


Anahí: Vai ter que fingir. Ou, pelo menos, aceitar que não pode ter tudo o que quer. Vou deixar as coisas bem claras, Calvin, se quiser a minha amizade, vai ter que ser só ela. Nada mais. 


Encarou-me com seriedade. Deu de ombros. Sorriu um pouco. 


Calvin: Nada? 


Anahí: Nada. Não haverá sexo, beijos... Não haverá nada que dois amigos não façam. É só isso que quero de você – menti. Uma mentira necessária para o meu futuro. 


Ele apoiou as mãos para trás. Olhou para um ponto entre as suas pernas. Acabei olhando também, por curiosidade. Um volume grotesco fazia a sunga ficar mais apertada que o normal. 


Calvin: Diz isso pra ele, não pra mim. Um amigo não deve ficar de pau duro quando vê uma amiga, certo? – Gargalhou. 


Mesmo quase entrando em desespero, fiz força para rir também. Tomei um pouco mais de fôlego para prosseguir. – É isso ou nada. Do contrário, serei sempre a vizinha emburrada contigo. É o que quer? Que permaneçamos neste clima insuportável? 


Aprumou-se, segurando a corrente de prata com as duas mãos. Pareceu-me um gesto involuntário. Será que tinha criado aquela mania? Com que frequencia estava usando a corrente? – Não, claro que não. Eu... Eu senti muito a sua falta – disse seriamente. 


Droga... Coração traiçoeiro que não consegue ouvir certas coisas e observar certos sorrisos! 


Quase joguei tudo pelos ares. Sentia que estava por um triz, em cima de uma corda bamba, tentando me equilibrar no autocontrole. 


Anahí: Eu também – murmurei. Calvin ergueu uma mão e apertou um pouco a minha bochecha. Largou-me rápido demais. – Como você está? 


Calvin: Não, não... Como você está? 


Dei de ombros. 


Anahí: Péssima. Dói tudo. 


Calvin: Sei como é... – Suspirou. – Vai passar. Eu assopro. – Abriu o largo sorriso. 


Anahí: Conte-me tudo, Calvin. 


Encarou-me como se tivesse acabado de receber uma notícia horrível. Passou as mãos pelos cabelos ainda molhados, espetando-os mais. 


Calvin: Não... Não, Anahí, por favor. Hoje, não. 


Anahí: Tudo bem, eu entendo. Mas talvez seja melhor desabafar. Quem era ela? Digo, sua ex? 


Ele fechou os olhos. Desviou o rosto e lá ficou, voltando a segurar a corrente. Toquei seus cabelos com cuidado, aproximando-me mais. Colei meu corpo no seu, lateralmente. Calvin demorou tanto a mostrar reação, que acabei puxando seu rosto para mim. 


Calvin: Às vezes decepciono um pouco, como aconteceu contigo. Às vezes decepciono muito, como aconteceu com ela. – Continuou sem me olhar. 


Se o que fez comigo era o pouco, minha nossa... 


Anahí: O que você fez? 


Sorriu. 


Calvin: Não a amei. Foi isso. Não se deve namorar alguém sem amar, certo? Acredite, eu fazia o tempo todo. Chegava a ter umas três ou quatro namoradas de uma só vez. 


Prendi os lábios com força. Puta merda... Ele não está querendo me dizer que... 


Anahí: Ela se matou? – Minha voz saiu estridente. 


Calvin: Não, eu a matei, Anahí. Foi a mesma coisa. Agora, vamos mudar de assunto. E a sua família? Larguei seus cabelos e me afastei totalmente dele. A minha cara não devia ter sido nada bonita, pois sentia meu rosto pulsar, esquentar e quase explodir. 


Anahí: Acho que estão bem. Quando foi isso? 


Calvin: Que bom... Espero que todos superem depressa. Você também, mocinha. – Desta vez, apertou a ponta do meu nariz. – Gosto de te ver sorrir. 


Rosnei, um pouco frustrada. 


Anahí: Quando foi isso? 


Calvin fechou as expressões. 


Calvin: Alguns meses depois da morte do meu pai. Perdi o rumo, sabe... Enrolei as coisas. Ela descobriu sobre a minha promiscuidade, mas não desistiu de mim. Ficou enchendo o meu saco até que perdi a cabeça e falei que nunca a amei. Dois dias depois, ela... Eu... Nunca quis que... – Sorriu. Ele sorriu mesmo? Não acreditei, mas foi. Acredite se quiser. 


Anahí: Ai, meu Deus... 


Calvin: Prometi a mim mesmo que nunca mais enganaria ninguém – murmurou, visivelmente perturbado. – Quem quiser ficar comigo, precisa saber como eu sou. Não tenho nada parecido com namoro, sequer fico com uma pessoa só por muito tempo. Não me envolvo, Raissa. Não posso arriscar, devo isso a memória dela. 


Ai, meu Deus do céu! Que horror! 


Meus olhos se encheram de lágrimas. Mal sabia que pensar. 


Calvin: Ah, não, Anahí... Por favor, me diga que não veio aqui para sentir pena de mim, para se lamentar pelo que passei... E pelo que fiz os outros passarem. – Suspirou. – Você precisa entender que a culpa sempre é minha. Eu faço tudo errado. 


Neguei com veemência. 


Anahí: Vim aqui para ser sua amiga. Uma amiga de verdade. Não falo de amizade colorida, falo de uma amizade preta e branca. Absolutamente neutra – expliquei. – E isso significa que o tempo que gastaria fazendo sexo comigo será utilizado com muita conversa. 


Ele bufou, contrariado. 


Calvin: Não vejo vantagem. 


Anahí: Claro que há. Não vai haver só conversas sérias! – Dei-lhe um tapinha no braço e ri, tentando fazer o clima melhorar um pouco. Calvin gargalhou. Foi tão fácil. Era simples demais fazê-lo rir. Seu humor se modificava em uma velocidade tão impressionante que me deixava meio confusa. Precisava me acostumar com aquilo. – Também podemos fazer muitas coisas, como amigos! – No fundo, eu 


mesma estava tentando me animar com relação à nossa nova condição. 


Calvin: O quê, por exemplo, amiguinha? – ironizou, erguendo uma sobrancelha. Rachei de rir de sua expressão. 


Levantei-me da toalha em um sobressalto. 


Anahí: Cair na piscina! Simbora? Está muito quente hoje! 


Calvin ficou me olhando de um jeito engraçado, até que, de repente, levantou-se e foi me empurrando para a piscina. Meus joelhos bateram na borda e meu corpo se projetou para frente. Caí de cara, seios e barriga na água gelada. 


Quando submergi, só ouvia gargalhadas. 


Anahí: Cretino! – Ergui-me o mais depressa que pude e comecei a espirrar água congelante nele, usando mãos e pés. O coitado bem que tentou se esquivar, mas, percebendo que seria pior receber aquele gelo gradativamente, deu um mergulho. – Não vale, Calvin, eu não ia molhar meu cabelo! – gritei quando ele se sentou, já dentro da piscina. 


Calvin: Desculpa aí, amiga! 


Dei língua para ele, mas me arrependi. Seu sorriso foi embora, e ficou observando a minha boca com atenção. A cara de bocó que fez acabou me fazendo rir. Decidi me deitar com a cabeça apoiada em um dos vértices da piscina. Calvin continuou sentado, olhando-me. 


A água até que estava relaxante. Achei isso depois que o choque inicial passou, e fiquei brincando com as minhas mãos, tentando ignorar a seriedade repentina do safado do 105. 


Calvin: Anahí, eu queria te pedir uma coisa. – Ainda me encarava. 


Anahí: Sim, claro. – Meus nervos quase se espatifaram por causa da apreensão. O que iria me pedir, Senhor? 


Calvin: Aliás, duas coisas. 


Anahí: Fala logo! 


Antes que eu morra de curiosidade, né? 


Calvin: A primeira é que não conte a ninguém as coisas que te falo – disse com um olhar sério. – Você é a única que sabe tanto. 


Um nó subiu na minha garganta. Tentei engoli-lo, mas eu precisaria de uma abertura do tamanho de uma baleia (no mínimo!) para fazê-lo passar. 


Anahí: Sem problemas, Calvin. Isso não está em questão. Tudo o que for dito ficará entre nós. 


Sorriu. 


Calvin: Obrigado. 


Anahí: Agora, faça seu segundo pedido. 


Calvin: É que... Eu tenho problemas com adeus. 


Anahí: Como assim? – Franzi o cenho. Levei mais água para o centro da minha barriga, usando as mãos. Minhas pernas estavam esticadas, meio que boiando. Meu traseiro se encostava ao fundo plastificado da piscina de armação. 


Calvin: Não estou lidando muito bem com a ideia de nunca mais te tocar. Eu queria uma última chance. 


Sentei-me, de repente. Calvin passou da seriedade para o sorriso debochado em um raio de segundo. 


Anahí: Calvin... Não... 


Alvin: Uma noite, Dulce. – Ergueu o dedo indicador. O olhar estava no modo cafajeste. – A última. Juro. Nunca mais vou te tocar depois dela. Seremos amigos, como o combinado. 


Suspirei alto, tomada pelo nervosismo completo. A proposta era... Maluca. Não podia dar certo. 


Só abriria mais uma cratera dentro de mim, ou pior, deixaria a aberta ainda mais funda. Por outro lado, o meu corpo quase pulou de felicidade. Talvez eu também estivesse precisando de um adeus mais digno. 


Anahí: Não – a razão me fez dizer. 


Calvin: Por favor... Eu juro. – Suspirei alto. Merda. – Ei... Vai ficar tudo bem. Seremos amigos, os melhores amigos do mundo. Meu pau nem vai ficar duro, você pode até ficar nua na minha frente! – falou tão rápido que parecia mais um moleque. 


Jorrei água na cara dele. 


Anahí: Não exagera! 


Gargalhou muito, revidando. Iniciamos uma verdadeira guerra. Juro, a gente levou a sério a batalha. Começamos espirrando água um no outro com as mãos, até que fomos rindo e usando os pés também. No fim, estávamos de pé, chutando a água como podíamos, com nossas barrigas doendo de tanto rir. 


Foi divertido. Talvez o momento mais legal que já passei com ele, provando a mim mesma que seríamos melhores se fôssemos apenas amigos. Infelizmente, o instante teve fim depressa, mas pelo menos foi um fim maravilhoso. Quero dizer, eu não devia achar maravilhoso. Não devia sentir tanto tesão quanto senti quando ele me puxou de encontro ao seu corpo. 


As mãos permaneceram na minha cintura, porém os olhos encaravam a minha boca. Estremeci diante do seu corpo molhado, esbanjado sensualidade, pecado e excitação. 


Calvin: Esta noite, vizinha – definiu. – Diz que sim. 


Fechei os olhos. Foi o meu maior erro, pois Calvin não hesitou em fazer nossos lábios se encostarem. Beijou-me com um fogo sem igual, fazendo-me sentir calor mesmo estando ensopada de água fria. As mãos subiram pelas minhas costas e agarraram os meus cabelos. Soltei um gemido. Ele precisava ser tão bom nisso? 


Calvin: Diz que sim, Anahí... – murmurou entre meus lábios. 


Acabei tendo uma ideia. Uma ideia que, por Deus, precisava dar muito certo. Foi um insight impressionante, uma reviravolta nas minhas ideias e atitudes. 


Anahí: Esta noite... – Coloquei-a em ação. Nem pensei muito nas consequências, não nas que se referiam a mim mesma. Só pensei nas consequências que o Calvin precisava sofrer. 


Calvin: Em que parte da nossa casa? – Desceu os lábios pelo meu pescoço, numa ânsia que prometia ser insaciável. Senti o volume de seu pênis firme na minha barriga. 


De novo a palavra nossa? Meu pai amado! 


Anahí: Vai terminar onde tudo começou – defini. 


Ouvi seu riso contra a minha orelha direita. 


Calvin: A gente se vê na sua cama, vizinha. Não vejo a hora... – Gemeu de propósito, fazendo-me arrepiar dos pés à cabeça. – Vou te fo/der como se não houvesse amanhã... 


Anahí: Mas não vai ter mesmo – respondi com convicção forçada. 


Calvin: Então, imagina só como vai ser. 


Ah, eu imagino, Sr. Klein. Imagino perfeitamente, como se estivesse acontecendo agora. Só não sei se conseguirei esquecer depois. Portanto, você tem a obrigação de me fazer esquecer após o último beijo. O problema é que eu vou te fazer lembrar a cada instante; vou te dar uma noite que mulher alguma conseguiu te dar na vida. 


Diz a verdade, eu estava f/odida. Mas ele também estava, e mal sabia disso.



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Autor(a): mandyherrera

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 17



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  • ponnyyvida Postado em 20/09/2018 - 22:08:04

    Aí aí esses dois rs *_* Dois safadinhos que eu amo <3 Continuaaaa

  • ponnyyvida Postado em 05/09/2018 - 19:56:52

    Aí senhor. Como que a guria (Lilian) pode ser tão lerda ao ponto de não perceber que a Any tinha algo com ele ?! :/ Esses dois que não se entendem, só por Deus viu. Continuaaaaaa <3 ps: ainda bem que você voltou, achei que tinha abandonado

    • mandyherrera Postado em 14/09/2018 - 15:09:46

      eu espero pra ver se tem mais comentario

  • Romântica Anônima Postado em 19/08/2018 - 10:29:59

    ai Meu Deus coitadinha da Any ! Poncho também em :/ continuaaaaa <3

    • mandyherrera Postado em 03/09/2018 - 18:07:57

      vc viu nada ainda vou vao odiar &quot;calvin&quot;

  • ponnyyvida Postado em 15/08/2018 - 17:06:59

    Meuuuu Deussss, esses dois são dois turrões :/ O Poncho só faz merda, pelo amor :X Tadinha da Any, sofrendo pra caramba e o Poncho com uma das "amigas" dele :/ Continuaaaa <3

  • Romântica Anônima Postado em 11/08/2018 - 11:57:03

    PELO AMOR DE DEUS CONTINUAAAAAA

  • ponnyyvida Postado em 06/08/2018 - 17:37:01

    Cadê você ?!??

  • ponnyyvida Postado em 26/07/2018 - 00:42:38

    Aaaaaa eles se perdoaram <3 Que amor *_* Continuaaaa ;)

  • ponnyyvida Postado em 16/07/2018 - 06:40:09

    A Any tá boladona :/ Continuaaa *_*

  • Romântica Anônima Postado em 29/06/2018 - 11:13:00

    CONTINUAAAA, quero outro hot desses !!!

  • stefany Postado em 29/06/2018 - 07:32:59

    Para o mundo que eu preciso de mais um hot desse

    • mandyherrera Postado em 14/07/2018 - 17:57:46

      concerteza vai ter mais hot's


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