Fanfics Brasil - Eu sou de quem eu quero, e não de quem me quer. Uma nova chance para ser feliz

Fanfic: Uma nova chance para ser feliz | Tema: Herroni


Capítulo: Eu sou de quem eu quero, e não de quem me quer.

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Bato a porta do armário, trancando-a. Finalmente meu turno acabou. Ser médico socorrista nesta cidade é como estar em uma montanha-russa: em determinados dias, não há nada acontecendo; em outros, o caos se estabelece e todas as piores coisas parecem conspirar juntas.


Com o peito ainda molhado, visto a camiseta. Sento-me no banco do vestiário e calço minhas botas.


— Uma cerveja para encerrar? — Ian oferece.


Ian e eu somos amigos desde a faculdade. Viemos transferidos juntos para este batalhão há alguns anos. Tenho o cara como um irmão e fiz dele padrinho de Ana Carolina.


— Hoje não, cara, Lupita vai pegar a noite de folga.


Ele veste sua jaqueta de couro, retira o capacete de cima do armário e se escora contra a porta de metal.


— Os caras estão indo ao Derrick’s, acho que vou dar uma passada lá — soa demasiadamente despreocupado.


Encaro o seu rosto, tão cansado quanto o meu. Ian não disse, mas pelo que ouvi no rádio transmissor da ambulância, meu amigo pegou um daqueles casos ruins que todos nós desejamos que não caia em nossas mãos. Uma gestante atropelada por um ônibus, com código de gravidade 5 – isto, por si só, já avisa que as chances da vítima são mínimas.


— Quer conversar? — ofereço. Ele se afasta.


— Não, cara. Acho que estou precisando mesmo é de ir à reunião na casa da Vick, amanhã à noite. Você vai, não vai?


A ideia é tentadora. Victoria também é médica, trabalha como plantonista e professora no hospital universitário, e é uma boa amiga. Nos encontros que ela promove em sua casa, consigo colocar um pouco de toda a merda acumulada para fora. Sem sentimentos, somente sexo, livre de qualquer amarra. Não há espaço para nenhuma mulher na minha vida, Ana virá sempre em primeiro lugar.


— Sim, acho que vou — termino o trabalho em meus cadarços e me preparo para voltar para casa.


Aciono o controle remoto do portão que leva direto à garagem do prédio. Aguardando pela abertura dele, me deparo com uma cena que, por alguma razão estúpida, causa um pequeno reboliço em meu estômago: minha vizinha num vestido justo preto, agarrado às suas curvas tonificadas, deixando os seios bem acomodados empinados para cima. Os cabelos negros estão penteados moderadamente sobre os ombros. Em seus pés, um sapato preto de salto fino altíssimo me faz imagina- lá nua em minha frente, usando somente eles.


A porcaria de pensamento inadequado me deixa duro. Para acalmar meu “ânimo”, assisto a um mané engomado ao seu lado, com a mão possessivamente pousada em suas costas, aguardando ela abrir o portão de pedestre com sua chave. O sujeito a encara como um predador. Não consigo ver o rosto de Maite, mas estou bastante curioso sobre a rotatividade em seu apartamento. Linda desse jeito seria um milagre que a mulher se mantivesse inativa. Pobre Jensen. Evito encarar o casal por mais tempo, piso no pedal e entro com a caminhonete no subsolo.


Para minha filha, meu carro é a verdadeira extensão de nossa casa. No banco de trás, algumas bonecas de princesa estão sentadas em ordem, parecendo curtir o passeio. No console, seus DVDs dominam o quesito música. A menina é uma pequena espaçosa.


Desligo o motor, retiro minha mochila do banco do passageiro, jogo-a por cima do meu ombro e desço. Mando uma mensagem de texto para Vick, confirmando seu convite de amanhã, e entro no elevador. Aperto meu andar e vejo o painel mostrando nossa próxima parada. Assim que as portas se abrem no térreo, eis que eu os tenho em primeira mão.


O casal de revista.


Miséria, nesta perspectiva, Maite parece ainda mais linda.


Sua atenção está no cara.


— Eu tenho que ir. A gente se fala, Leonardo.


Ela o beija rapidamente no rosto em despedida e eu quase engasgo com a vontade de rir da expressão desorientada do tal Leonardo – um cãozinho que acabou de cair do caminhão de  mudança.


Chego a ter um milésimo de segundo de pena dele, no entanto, o cara se dá conta da minha presença expectadora e assume uma expressão ameaçadora: um aviso de “não mexa com o que é meu”. Meu divertimento só ganha mais força.


E é neste momento que os olhos de gata selvagem encontram os meus. A morena me pega no minuto em que estou me esforçando para não gargalhar alto. Sua sobrancelha se eleva, afiada, do tipo “Há algo engraçado aqui?”.


Mordo a língua para me manter sério.


Ela dá um passo adentro, deixando o engomado fora de nosso espaço.


— Vizinha… — cumprimento baixo, com um aceno de cabeça.


As portas se fecham. Adeus, Leonardo. Eu me compadeço por você, cara.


— Esquentadinho… — ela devolve o cumprimento provocativo e se ajeita ao meu lado.


Ficamos ambos de frente para as portas. A proximidade me permite absorver seu cheiro delicioso mais profundamente. E eu até que gosto desta coisa que ela estabeleceu de me provocar.


Encaro o marcador de andares acima de nossas cabeças.


— Seu namorado não ficou muito contente com a despedida.


Noto, pela visão periférica, seu rosto lentamente se girando para me encarar. Finjo desconhecimento.


— Pois isto não é da sua conta, vizinho — enfatiza a palavra “vizinho” ironicamente e volta a observar o mesmo ponto onde estão meus olhos. — E ele não é nada meu — esta última parte é um resmungo.


Suas palavras me agradam. Muito. Porcaria, o que há de errado comigo?


Limpo a garganta, falsamente desinteressado.


— Acho que Leonardo não ficará feliz com esta definição. Pela maneira como a mão dele parecia grudada às suas costas, nosso amigo pensa que você é dele, vizinha.


Cruzando os braços sobre os seios, ela se gira para mim. Desta vez, faço questão de encará-la nos olhos.


— Aprenda algo, esquentadinho: eu sou de quem eu quero, e não de quem me quer.


Seus lábios se projetam ao pronunciar as palavras, cheios, convidativos. Os olhos afiados me enfrentam com tanta audácia. Me pego desejando pressioná-la contra a parede e descobrir qual é o gosto deste seu atrevimento.


— Devidamente anotado, vizinha — espero que ela não perceba o esforço para manter a graça, presente na súbita rouquidão de minha voz.


E a danada apenas sorri, de lado, desafiadora.


O elevador nos coloca em nosso andar. E somente aí é que nosso contato visual é quebrado.


Maite é uma mulher ciente de si mesma. Eu aprecio isso.


Faço um gesto com a mão, oferecendo passagem para fora da caixa de aço. Rebolando em seus quadris, assisto-a caminhar muito bem equilibrada em seu salto fino até a porta em frente à minha.


Seu cheiro gostoso comanda o ar.



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Autor(a): ThammyPerroni

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 105



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  • janainacrislochetti18 Postado em 26/09/2018 - 12:53:39

    Continua ,quero saber o que aconteceu com a filha da may

  • janainacrislochetti18 Postado em 20/09/2018 - 19:30:57

    Cadê tu mulher , sdds da fanfic

    • ThammyPerroni Postado em 25/09/2018 - 23:19:05

      Voltei

  • poly_ Postado em 16/09/2018 - 15:27:50

    Não vejo a hora de descobrir o passado de Maite. Continuaaa

    • ThammyPerroni Postado em 25/09/2018 - 23:19:38

      é bem tenso e complexo o segredo dela

  • janainacrislochetti18 Postado em 02/09/2018 - 23:41:20

    Ah ansiosa pelo próximo

  • poly_ Postado em 31/08/2018 - 12:53:36

    Ahh continua logooo

    • ThammyPerroni Postado em 01/09/2018 - 23:10:56

      desculpe já estou de volta

  • janainacrislochetti18 Postado em 18/08/2018 - 00:47:55

    Posta cadê vc ?

    • ThammyPerroni Postado em 01/09/2018 - 23:11:16

      TO AQUI volteiiiii

  • mariana_medina Postado em 16/08/2018 - 19:29:06

    EU TO FICANDO É DOENTE SEM ESSA FIC AQUI

    • ThammyPerroni Postado em 01/09/2018 - 23:11:35

      Volteiiiiiiiiiii

  • mariana_medina Postado em 12/08/2018 - 22:10:13

    Socorrooo Cade tuuuuuu

  • mariana_medina Postado em 07/08/2018 - 21:39:10

    CADEEEEEE????

  • mariana_medina Postado em 04/08/2018 - 09:53:16

    Vou ver a outra fic, com certeza! Poste maissss que eu tô depente dessa aqui tbm kkk


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