Fanfic: Uma nova chance para ser feliz | Tema: Herroni
— É tão quentinho… — Ana acaricia, sonhadora, uma manta para bebês, deslizando seus dedinhos pelo tecido.
E tudo o que Luna e Dulce fazem é suspirar, encantadas. Não tem como negar que a fascinação de Ana Carolina por bebezinhos é algo até engraçadinho, se não levarmos em consideração o que ela acabou de fazer no andar de cima, no departamento de itens para banho da grande loja.
Eu tive de tirá-la de lá carregada, e, acredite, acho que salvei a vida de Ana. Seu pai certamente me deve essa.
Uma mulher robusta olhava, desinteressada, algumas banheiras de recém-nascido quando a menina parou do seu lado, olhinhos brilhantes de emoção, e soltou aquilo de “Puxa, moça, é um montão de bebezinhos que você tem aí, hein”. A frase inocente fez com o que o rosto da mulher enrubescesse em pura irritação. O motivo: ela não estava grávida, apenas acompanhando alguém. Poncho, com toda a certeza, me deve a vida da princesa Matraquinha.
— Mai… hum… você e o pai dela…? — Dul sonda, parando ao meu lado e observando os itens no balaio.
Penso em contar o que está havendo. Dulce é minha confidente, moramos juntas por um tempo e conversamos muito uma com a outra, mas a verdade é que nem sei definir o que estou fazendo com Poncho.
— Não é nada de mais, você sabe… — dou de ombros, mantendo minha atenção na menininha — Ontem eu bebi umas tequilas a mais com o pessoal do trabalho e acabei esquecendo as chaves de casa. O gostosão me deu abrigo e a espertinha me pegou no flagra.
Pelo canto do olho, pego Dul rindo.
— A menina é linda, não?
Ambas encaramos Ana Carolina testando todas as texturas de mantas, de olhinhos fechados, deliciada.
— Sim, Dul, ela é… — estou curtindo muito a menininha, tanto quanto tenho gostado da companhia do pai dela.
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— Garota, eu acho que se você pedir um desconto, a loja te venderá as prateleiras também — provoco Luna, que tem seu carrinho cheio de itens. Ao que parece, ela está esperando um batalhão de crianças dentro deste corpo magro.
Lu sorri, brilhante, as sardas ainda mais acentuadas pela gestação.
— Estou levando algumas coisas para a neta de Simone. A bebê está para nascer…
Evito revirar meus olhos. Simone é a mulher que auxilia Dominic no Centro Comunitário. Segundo a senhora, a filha dela é uma folgada de marca maior. Pelos meus cálculos, esse será o sexto neto de que Simone cuidará sozinha, enquanto a ilha folgada não está nem aí.
— Dom me colocaria para fora se pensasse que comprei tudo isto só para o nosso bebê — a ruiva brinca.
— Até parece…
Luna continua a falar, porém, deixo de escutar quando meus olhos se voltam para onde Ana está, a menos de cinco metros de mim. Uma loira lânguida interceptou seu caminho e se curvou para falar com a menina. Aparentemente, não há nada de mais nisso… Mas algo que a mulher está dizendo altera visivelmente o semblante da criança. Seus ombros caem para frente, os olhos fitam o sapatinho e as mãozinhas se entrelaçam em frente ao corpo. Ana parece desconfortável. E o calor emanando da minha face não permite pensar duas vezes antes de ir até elas e descobrir o assunto.
Pego apenas uma parte da conversa.
—… perna, coitadinha de você — o som complacente na voz de garça engasgada soa como piedade, ou uma forçada benevolência.
Desnecessária! A imbecil acha que está sendo legal e nem se dá conta de que só constrange a menina.
Controle-se, Maite, controle-se.
Respiro fundo e me coloco ao lado da menina. Ambas sobem seus olhares para mim, a criança olhando pra cima e a mulher voltando para sua postura ereta novamente.
Sorrio para Matraquinha e recebo seu sorrisinho sincero em retorno, como se nada que ela ouviu há menos de um minuto atrás tivesse acontecido. Este é seu mecanismo de defesa, agora eu percebo.
— Nós vamos fazer mais compras, Maite?
— É sua filha? — ouço a garça.
Ignoro e mantenho minha atenção na Ana.
— O que você acha de perguntar à Luna e Dul se elas querem fazer um lanche, Ana? Eu estou com muita fome, e você? — afasto seu cabelo dos olhos.
— Eu também! — a garota emite uma risadinha, circulando a mão pela barriga.
Espero ela sair para enfim encarar a desavisada.
— O que você estava dizendo a ela?
Os lábios finos da mulher se abrem, surpresa pelo meu tom.
— E-eu só disse… — ela me olha com mais atenção e estufa o peito, corajosa — Eu só estava dizendo à sua filha o quanto lamento por ela não ter, você sabe… — com um gesto de mão, ela aponta para a menina, mais longe de nós agora — Sinto muito por ela, eu nem imagino minha filha sem a perna… T-tenho uma da mesma idade.
— Ah, tem? — indago, calma.
Ela sorri parecendo mais relaxada por achar que estamos na mesma condição de mães.
— Sim, e a minha é muito espoleta, por isso eu disse que nem me imagino como seria para ela nascer assim.
Deus, fazia tanto tempo que meu sangue não esquentava deste jeito. Nem me lembro quanto. Talvez tenha sido quando encontrei a mãe de Dulce em nossa casa, a velha cretina. Eu queria matar aquela mulher… Estou muito perto deste sentimento agora.
— E ficar sem a língua, você já imaginou?
— Hã?
Dou um passo à frente.
— Isso o que você ouviu, sua desavisada imbecil — abaixo minha voz, para que somente ela me escute — Você não tem noção do que diz a uma criança, não? Eu deveria te fazer engolir esta merda de língua venenosa…
A mulher empalidece.
— Você é louca… — leio o sibilado de seus lábios.
— Você não viu nada. E agradeça por aquela menininha estar logo atrás de mim, do contrário, eu enfiaria a mão na sua cara de sonsa.
— E-eu não disse nada de mais, só falei à sua filha o quanto lamento.
Argh!
— Ô idiota, qual parte do “não fale merda para uma criança” você não entendeu?
Posso até ver a dilatação de suas pupilas. Fecho meus punhos, cravando as unhas nas palmas das mãos para não acertar um tabefe estalado neste rosto sem graça.
— Maluca… — ela bufa, numa mistura corajosa e amedrontada, já me dando as costas.
— Imbecil desavisada — xingo baixo, mas sei que ela escutou antes de andar apressada para longe.
Respiro bem fundo.
Autor(a): ThammyPerroni
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Tomo um tempo para observá-las de longe, através da vidraça, sentadas em uma das mesas da rede de lanchonetes fast-food. Desconfio que minha filha tenha grande influência na escolha do lugar. Avaliando bem, nunca imaginei Maite se alimentando de porcarias, a cozinha dela é tudo sobre tomates e plantas. Vê-la devorando um hambúrg ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 105
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janainacrislochetti18 Postado em 26/09/2018 - 12:53:39
Continua ,quero saber o que aconteceu com a filha da may
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janainacrislochetti18 Postado em 20/09/2018 - 19:30:57
Cadê tu mulher , sdds da fanfic
ThammyPerroni Postado em 25/09/2018 - 23:19:05
Voltei
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poly_ Postado em 16/09/2018 - 15:27:50
Não vejo a hora de descobrir o passado de Maite. Continuaaa
ThammyPerroni Postado em 25/09/2018 - 23:19:38
é bem tenso e complexo o segredo dela
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janainacrislochetti18 Postado em 02/09/2018 - 23:41:20
Ah ansiosa pelo próximo
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poly_ Postado em 31/08/2018 - 12:53:36
Ahh continua logooo
ThammyPerroni Postado em 01/09/2018 - 23:10:56
desculpe já estou de volta
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janainacrislochetti18 Postado em 18/08/2018 - 00:47:55
Posta cadê vc ?
ThammyPerroni Postado em 01/09/2018 - 23:11:16
TO AQUI volteiiiii
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mariana_medina Postado em 16/08/2018 - 19:29:06
EU TO FICANDO É DOENTE SEM ESSA FIC AQUI
ThammyPerroni Postado em 01/09/2018 - 23:11:35
Volteiiiiiiiiiii
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mariana_medina Postado em 12/08/2018 - 22:10:13
Socorrooo Cade tuuuuuu
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mariana_medina Postado em 07/08/2018 - 21:39:10
CADEEEEEE????
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mariana_medina Postado em 04/08/2018 - 09:53:16
Vou ver a outra fic, com certeza! Poste maissss que eu tô depente dessa aqui tbm kkk