Fanfics Brasil - Tudo bem. Seu pedido é uma ordem, Maite… Uma nova chance para ser feliz

Fanfic: Uma nova chance para ser feliz | Tema: Herroni


Capítulo: Tudo bem. Seu pedido é uma ordem, Maite…

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Na cozinha, o homem enche minha taça. Vagueio o olhar pelo espaço numa análise que não fiz esta manhã, quando acordei em sua casa. A planta do apartamento é um espelho da minha, mas a decoração é muito diferente, mais quente, mais familiar. Há cores em alguns detalhes, vida. Ana deve ter grande participação nisso.


Poncho me oferece a taça, pega a garrafa e me convida para voltar à sala com ele. Sento-me ao seu lado no sofá, sobre meus pés. A televisão, agora desligada, é substituída pela lareira elétrica abaixo dela, a qual ilumina e aquece.


Bebo uma quantidade do vinho e me questiono se devo fazer a pergunta que me deixou intrigada desde a situação com aquela desavisada na loja. De frente para Poncho, arrisco.


— Eu posso te perguntar uma coisa?


Com a habitual seriedade, recebo uma inclinação sutil de seu queixo – um sinal verde.


Hesito por um instante, sem saber ao certo se eu deveria.


Ele percebe.


— Pergunte, Maite.


Ok. Aliso a borda da taça, brincando com o som no cristal, e formo o questionamento em minha língua.


— Ana. Ela nasceu assim?


As íris escuras se desviam de mim. Noto o enrijecer de sua mandíbula e o movimento discreto do músculo, demonstrando um aumento da pressão no aperto. Tenho a sensação de estar tocando num assunto delicado, que não me diz respeito. E a verdade é que não diz mesmo. Estou agindo igualzinho à imbecil da loja.


Chego a pensar que ele não vai responder e me adianto em mudar de assunto.


— Desculpe, Poncho, eu não deveria…


Ele me corta.


— Ana não nasceu assim — o som sai grave, distante.


Penso ver um flash de culpa em seu semblante. Altero a direção de meu olhar para as chamas artificiais, desejando ter somente engolido a curiosidade quando tive a oportunidade.


— Nem é da minha conta, você não…


— Foi um acidente. A mãe dela dirigia o carro.


Oh, merda…


— Eu sinto muito…


Poncho deixa de encarar sua taça e sobe os olhos pra mim. A dor está ali, visível, uma ferida aberta.


— Minha ex-mulher é alcoólatra… ou era — ele ri com amargor — Eu deixei Ana sob os cuidados dela num momento em que, teoricamente, estava limpa. Ou eu pensava estar… Jesus, nunca deveria ter deixado Ana sozinha com ela.


Claro como a luz do dia, Poncho se culpa pelo ocorrido. O protetor de Ana carrega o peso de algo que a marcará para sempre.


Limpo a garganta, tentando pensar no que dizer; nada me vem à mente. Só consigo sentir o meu próprio pesar.


— Ana era só uma menininha presa nas ferragens, tudo porque confiei na mãe dela. Achei que Belinda nunca assumiria um volante bêbada com sua criança pequena no banco de trás.


Deixo minha taça sobre a mesa de centro, tomada pela necessidade de estar mais perto dele.


— Você não tinha como prever isso, Poncho… — deslizo, me aproximando — Coisas ruins também acontecem com pessoas boas. Infelizmente, a vida é assim.


— Eu deveria ter percebido que Belinda não aguentaria muito tempo sóbria. Fiquei cego querendo manter aquele casamento, não fui capaz de enxergar o óbvio. Ela nunca quis ser uma mãe ou esposa.


Por sua entonação, tenho a leve sensação de que Max ainda sente algo pela mulher. A nova informação é absorvida de maneira um tanto indigesta por meu estômago.


— Ela também deve ter sofrido muito com isso — medito em voz alta.


Minhas palavras causam nele um tipo de espanto, desgosto, não sei bem.


— Se sentiu, nunca demonstrou — assisto-o virar a bebida de uma só vez, sem humor — E sabe o que mais de dói? Eu trabalho salvando vidas e não pude ajudar minha filha quando ela mais precisou.


Sua dor é algo que eu consigo entender. Minha boca seca, o coração bate descompassado e já sinto os tremores das lembranças tentando reaparecer.


Imitando seu gesto, pego minha taça da mesa e tomo meu vinho sem saboreá-lo, apenas viro para que o álcool venha acalmar o sistema querendo entrar em ebulição.


— Nem tudo é como queremos, Poncho... Às vezes não podemos proteger nossos filhos como gostaríamos.


Céus, essa merda dói.


Pouso novamente meu copo no lugar, respirando fundo e expirando em fragmentos. Quando minhas costas voltam para o encosto do sofá, pego Poncho com seus olhos afiados em mim, curiosos, vívidos.


— Por que você diz isto?


Engulo o vestígio do vinho ainda na boca, domando a tempestade inapropriada.


— Nada específico… — dou de ombros — Só não acho certo você se culpar por algo que não estava sob seu controle.


Toco sua mão livre, desenhando círculos na palma. Apesar de tudo, o calor e a eletricidade de nosso contato são um tipo de calmante surpreendente. Sem pensar muito, me vejo diminuindo o espaço entre nós para subir em seu colo.


Poncho é um bom cara. Estar perto dele me faz muito bem.


— Podemos não falar sobre coisas tristes e apenas nos curtir? — peço.


Com nossos rostos a uma polegada de distância, movo meus dedos pelos traços de desconfiança em sua testa.


— Tudo bem. Seu pedido é uma ordem, Maite…


Montada nele, deixo o momento nos levar. Movimento-me vagarosamente em seu colo, esfregando jeans contra jeans, sentindo sua dureza despertar meu sexo.


— Poncho…


— Mai…


— Devemos fazer isto em sua casa? — resmungo; nossos lábios colados se roçam preguiçosamente.


— Se você gemer baixinho, acho que não teremos problemas — seu bom humor ressurge.


Poncho se levanta do sofá, me suspendendo. As mãos carregando-me pela bunda, sem desprender nosso beijo. Envolvo minhas pernas em sua cintura e o sinto nos levar. Em seu quarto, sou despejada no centro da cama, e meus cabelos caem espalhados pelos lençóis.


O homem paira sobre mim como uma águia namorando sua presa – lento, demorado. A crueza faminta em sua expressão reflete o meu próprio estado de urgência.


— Venha, Poncho, transe comigo… — imploro, acesa e pronta.


Ele sorri, miseravelmente atraente.


— Hoje nós não transaremos, Maite…


Um chorinho ameaça grunhir da base de minha garganta, em protesto.


— Hoje nós faremos amor.


Bom Deus!


Perco o ar.


Há muito tempo eu não faço amor, nem consigo saber a diferença mais... No entanto, a partir da maneira obstinada como minha roupa começa lentamente a ser retirada e o caminho que sua boca explora minha pele, uma nova emoção renasce de um lugar desconhecido, dormente por anos.


E tal qual o seu pedido, gemo baixinho para cada investida de seu corpo contra o meu. No escuro, sinto lágrimas escorrerem pela lateral do meu rosto, e agradeço silenciosamente por apenas eu ter ciência delas.



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Autor(a): ThammyPerroni

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 105



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  • janainacrislochetti18 Postado em 26/09/2018 - 12:53:39

    Continua ,quero saber o que aconteceu com a filha da may

  • janainacrislochetti18 Postado em 20/09/2018 - 19:30:57

    Cadê tu mulher , sdds da fanfic

    • ThammyPerroni Postado em 25/09/2018 - 23:19:05

      Voltei

  • poly_ Postado em 16/09/2018 - 15:27:50

    Não vejo a hora de descobrir o passado de Maite. Continuaaa

    • ThammyPerroni Postado em 25/09/2018 - 23:19:38

      é bem tenso e complexo o segredo dela

  • janainacrislochetti18 Postado em 02/09/2018 - 23:41:20

    Ah ansiosa pelo próximo

  • poly_ Postado em 31/08/2018 - 12:53:36

    Ahh continua logooo

    • ThammyPerroni Postado em 01/09/2018 - 23:10:56

      desculpe já estou de volta

  • janainacrislochetti18 Postado em 18/08/2018 - 00:47:55

    Posta cadê vc ?

    • ThammyPerroni Postado em 01/09/2018 - 23:11:16

      TO AQUI volteiiiii

  • mariana_medina Postado em 16/08/2018 - 19:29:06

    EU TO FICANDO É DOENTE SEM ESSA FIC AQUI

    • ThammyPerroni Postado em 01/09/2018 - 23:11:35

      Volteiiiiiiiiiii

  • mariana_medina Postado em 12/08/2018 - 22:10:13

    Socorrooo Cade tuuuuuu

  • mariana_medina Postado em 07/08/2018 - 21:39:10

    CADEEEEEE????

  • mariana_medina Postado em 04/08/2018 - 09:53:16

    Vou ver a outra fic, com certeza! Poste maissss que eu tô depente dessa aqui tbm kkk


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