Fanfic: Uma nova chance para ser feliz | Tema: Herroni
Seco parcialmente meu peito e visto a camiseta, que se agarra à umidade. Bato a porta do armário, com o pensamento em uma só direção: a da vizinha. Mandei uma mensagem pra ela ontem à noite e outra hoje; em nenhuma delas obtive resposta, por muito pouco não liguei. A mulher está sob minha pele além do que deveria, e já deu muitos sinais de que, para ela, não temos nada a nos unir além do maldito e infindável desejo.
Ontem ainda tive de lidar com a inocente notícia de que um amigo da morena fez cócegas em minha filha. O mesmo que já encontrei saindo de seu apartamento em outras ocasiões. Maite não estaria me levando enroscada em seu dedo, tendo um namorado em causa, estaria?
Já nem posso afirmar com convicção.
Pela maneira como ela se esgueirou da minha cama, na madrugada anterior, eu não deveria insistir nisso. Tudo o que vejo em seus olhos é uma barreira sutil. A mulher não quer nenhum envolvimento. Eu deveria respeitar isso e manter distância.
Jogo minha mochila por cima do ombro e só então me dou conta de outra presença no vestiário.
— Chefe — cumprimento em voz baixa, acenando com a cabeça para o homem parado na porta.
Caminho até a saída e paro diante dele.
— Longo dia, não, filho?
César Évora é um senhor na casa dos sessenta, estrangeiro, médico socorrista durante muitos anos, e agora chefe deste batalhão. Minha contratação veio por suas mãos.
— Nada a que não estejamos acostumados, senhor.
Ele sorri por baixo do bigode amarelado de tabaco.
— Feliz aniversário, Poncho. Estou muito orgulhoso de seu trabalho — recebo uma batida em minhas costas.
Eu havia até me esquecido desta porcaria. Aniversários nunca foram o meu forte, exceto os de Ana.
— Obrigado, senhor.
_________________________________________________________________________
Paro diante da porta fechada e aguardo alguns instantes. Eu deveria bater, empurrá-la contra a maldita parede e fazer Maite se lembrar de como funcionamos bem juntos. Será que a provocadora não se sente desta mesma maneira de merda? Balanço a cabeça, negando a ideia. Provavelmente não. A mulher seria muito capaz de oferecer tudo o que você puder obter dela para em seguida amassar seu coração e comer no jantar.
É melhor não insistir nisso, a voz da razão sopra fraca, lembrando sobre como Ana também está se envolvendo demais com ela.
Dou alguns passos até a minha própria porta, enfio a chave e abro, estranhando a escuridão não habitual na sala. Ao acender a luz, escuto um coro de vozes.
— Surpresa!
Mas que merda é…
Pisco algumas vezes para o grupo de pessoas me encarando, sorridentes. Da esquerda para a direita, Lupe, Diana (colega que acabou de deixar o turno junto comigo), Lívia e nossa mãe, Helena – segurando os ombros da minha filha –, Candice, Vick, Ian e… ela. Maite.
Meus olhos param na mulher por um longo tempo, como se sua presença me atraísse para si. Miséria. Ela quebra nosso contato com alguma coisa que Ian diz em seu ouvido e que a faz rir.
— É seu aniversário, papai! — Ana Carolina se adianta, vibrante.
Pego-a no colo e suspendo no ar.
— Você organizou uma festa para mim, pequena?
Ela emite risadinhas que tocam diretamente em meu peito e me fazem lembrar a razão de querer voltar para casa todas as noites.
— Sim! Era uma surpresa!
Aperto a pontinha de seu nariz.
— Pois eu estou surpreso, filha.
Coloco Ana no chão para cumprimentar os convidados. Minha mãe é a primeira.
— Você parece mais magro, filho.
— Impressão sua, mãe — beijo o alto de sua cabeça. Ela alisa meu peito.
Lívia faz alguma piada sobre meus cabelos estarem embranquecendo. Nossa diferença de idade é de cinco anos, sou mais velho e fiz papel de seu pai quando precisou. Perdemos o nosso muito cedo.
Diana conta como conseguiu chegar antes de mim. Ela e Lupe engatam uma conversa que me permite ir para onde estão Victoria, Candice, Ian e Maite. Algo neles juntos retorce a borda de meu intestino, principalmente pela maneira gananciosa como meu amigo ronda minha mulher… porra, de onde saiu isso de “minha mulher”?
Beijo os rostos de Candice e Vick, recebendo suas congratulações, e cumprimento Ian. Deixo a morena por último, propositalmente. Na nossa hora, abraço-a aproveitando a distração do grupo. É necessário um grande esforço para não levá-la longe de vista e ter meu tempo a sós com a mulher.
— Pensei que você viria na noite anterior — sussurro, os lábios tocando sua orelha.
— Mal acostumado, vizinho? — responde, discreta.
Dou uma risada baixa, curtindo o arrepio bonito no topo de seu ombro em reflexo à minha carícia em seu braço.
Algo que Ian diz me obriga a me afastar dela. Victoria se aproxima, apoiando-se contra mim para ouvi-lo.
—… Maite é bem-vinda para ir — pego esta parte da maldita coisa.
A morena põe sua atenção no grupo.
— Onde? — me apresso em perguntar sem parecer tão malditamente incomodado.
— Estamos planejando uma reuniãozinha lá em casa amanhã, Poncho — Vick explica.
A informação, indigesta, é um soco no meu estômago.
Sorrio superficialmente, na esperança de que Maite recuse com elegância. Mas veja se os olhos dela em mim, curiosos, não são exatamente o oposto do que eu espero…
— Reunião? — ela pergunta tão pacificamente que me causa desconfiança.
— O tipo de reunião para desopilar depois de um turno, se é que você me entende — Ian, o fodido, vai mais longe.
As garotas riem, maliciosas, não fazendo muito para inibir a interpretação da coisa.
— Eu não acho que Maite queira… — tento cortar logo o assunto.
— Eu adoraria — a morena me interrompe, num timbre adorável.
Diabos.
Encaro-a e percebo sua intenção. Espertamente, ela sacou no ar o espírito do negócio e esta me desafiando a dissuadi-la. Estreito meus olhos; ela dá um sorriso contido, de canto dos lábios sem de fato sorrir.
Não me mostro afetado, no entanto.
Sustento seu olhar.
Minha vizinha deixou transparente como a água o tipo de lance que estamos tendo. Sexo, e nada mais. Quem sabe algo compartilhado seja exatamente o que ela está procurando, no final das contas, reflito com amargor.
Caramba, a ideia é além de perturbadora.
Desço meu olhar para sua boca espessa. Ela umedece o lábio inferior, criando uma urgência em mim por tocá-la.
Autor(a): ThammyPerroni
Este autor(a) escreve mais 4 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
— Vocês nos dão licença? Há algo que eu preciso conversar com Maite — entoo tão natural quanto posso. Sem me importar com a opinião de qualquer um desta sala, aponto à mulher a direção do corredor para os quartos. Com um arqueio em sua bonita sobrancelha, desafiadora, ela não mostra inten&ccedi ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 105
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
janainacrislochetti18 Postado em 26/09/2018 - 12:53:39
Continua ,quero saber o que aconteceu com a filha da may
-
janainacrislochetti18 Postado em 20/09/2018 - 19:30:57
Cadê tu mulher , sdds da fanfic
ThammyPerroni Postado em 25/09/2018 - 23:19:05
Voltei
-
poly_ Postado em 16/09/2018 - 15:27:50
Não vejo a hora de descobrir o passado de Maite. Continuaaa
ThammyPerroni Postado em 25/09/2018 - 23:19:38
é bem tenso e complexo o segredo dela
-
janainacrislochetti18 Postado em 02/09/2018 - 23:41:20
Ah ansiosa pelo próximo
-
poly_ Postado em 31/08/2018 - 12:53:36
Ahh continua logooo
ThammyPerroni Postado em 01/09/2018 - 23:10:56
desculpe já estou de volta
-
janainacrislochetti18 Postado em 18/08/2018 - 00:47:55
Posta cadê vc ?
ThammyPerroni Postado em 01/09/2018 - 23:11:16
TO AQUI volteiiiii
-
mariana_medina Postado em 16/08/2018 - 19:29:06
EU TO FICANDO É DOENTE SEM ESSA FIC AQUI
ThammyPerroni Postado em 01/09/2018 - 23:11:35
Volteiiiiiiiiiii
-
mariana_medina Postado em 12/08/2018 - 22:10:13
Socorrooo Cade tuuuuuu
-
mariana_medina Postado em 07/08/2018 - 21:39:10
CADEEEEEE????
-
mariana_medina Postado em 04/08/2018 - 09:53:16
Vou ver a outra fic, com certeza! Poste maissss que eu tô depente dessa aqui tbm kkk