Fanfics Brasil - Você gostaria de uma carona para a escola, Ana? Uma nova chance para ser feliz

Fanfic: Uma nova chance para ser feliz | Tema: Herroni


Capítulo: Você gostaria de uma carona para a escola, Ana?

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Visto-me para o trabalho, pego a bolsa e vou até o apartamento de Poncho. Na porta, me pergunto se devo tocar a campainha ou bater. Opto por bater três vezes, de leve.


Não demora, o pedacinho de gente mais tagarela que existe a abre. Os olhos crescem contemplativos, subindo dos meus pés até chegar ao meu rosto.


— Maite!


Impossível não gostar da recepção.


— Bom dia, Ana. Será que eu posso tomar o café da manhã na sua casa? — encolho os ombros — Estou sem nada lá na min…


Antes de terminar a frase, ela já está me oferecendo passagem. Noto seu uniforme escolar bem alinhado ao corpinho, os cabelos presos em um rabo ondulado escorrido e a extensa franja caindo na lateral do rosto.


— Papai! Olha quem veio tomar café aqui! — a riqueza de seu gritinho emite ondas pelo ambiente.


Meu desejo é ajoelhar a abraçá-la. E não resisto. Pegando Ana desprevenida, me abaixo diante dela, seguro sua mão, e planto um beijo.


— Tudo bem, princesa?


O olharzinho percorre sua roupa e me fita em seguida.


— Eu tenho que ir pra escola, Maite.


E ao que parece, ela não curte muito esta parte de sua vida.


Dou uma batidinha com o dedo na minha têmpora, simulando ter me lembrado de algo. Remexo minha bolsa e retiro o pequeno objeto.


— Eu trouxe isto para você.


— Pra mim? — impressionante como, de uma hora para outra, suas emoções podem mudar. O encantamento admirado da criança é excitante.


Rapidinho, ela abre o embrulho e encontra a pequena pulseira dourada, repleta de pingentes em formato de vestidinhos, sapatos, bolsas, castelos, coroas e em tons cor-de-rosa. Quando botei meus olhos na peça, não tive como evitar. Parecia feito pra ela.


Ajudo-a a colocar, e quando termino de conectar o fecho, ela nem espera para sacudir o bracinho e ver os objetos dançarem, reluzentes.


— É tão lindo!


Toco a pontinha de seu nariz pequeno.


— Sim, exatamente como você — cochicho para que somente ela escute.


Levanto-me do chão, dou um passo para dentro e encontro Poncho apoiado ao balcão, segurando uma xícara de café. Em seu pulso, o presente que lhe dei. A expressão traz aquele olhar vivo, repleto de energia, a percorrer todos os fragmentos do meu corpo.


— Bom dia, vizinho. Posso? — pergunto antes de entrar completamente.


— Você é bem-vinda, vizinha — a resposta preguiçosa, até divertida, eu diria, me faz espremer os lábios.


Avisto Lupita na cozinha.


— Bom dia, Maite! Como você está?


Ela não parece surpresa com a minha presença


 — Estou bem, e você, Lupe?


A mulher carrega a garrafa térmica para o balcão da cozinha.


— Ah, eu estou bem também. Venha, sente-se aqui.


Desconfortável pela atenção dela, ainda tenho de lidar com os olhos dele em mim. Evito retribuir e sigo para o local indicado por Lupe.


— Oh, sim, obrigada.


A Matraquinha já está ao meu lado, me pedindo para sentar perto dela, balançando o braço, brincando com os pingentes e nos metralhando com conversinhas sem fim. Ela é o centro das atenções. Estamos todos em volta da menina, servindo, ouvindo, zelando. Exatamente como uma família funciona.


Logo Poncho pede que Ana vá escovar os dentes, para levá-la à escola. A palavra parece ter um efeito reverso no ânimo da menina. Curioso, na verdade. Toda a alegria em um minuto se esvai.


Desanimada e de cabeça baixa, carregando um grande peso sobre os ombros, ela faz o que o pai pediu. Lupe a acompanha, me deixando sozinha com Poncho.


— Ela não gosta muito de ir à escola, não é?


O assunto também não o agrada, percebo em seu semblante cansado.


— Ela ainda não se adaptou. A psicóloga disse que é uma fase — remexe seu café enquanto fala.


Observo o corredor vazio, por um instante, e volto minha atenção pra ele.


— Ana frequenta uma psicóloga?


— A escola recomendou.


— Hum.


Minha língua salpica com perguntas inapropriadas. A maneira como isso sai dele, o fato de que alguém tão pequeno frequente um profissional assim, o acidente, a mãe…


Brinco com a borda da xícara e acabo não me contendo. Toco a mão dele por cima da mesa, dizendo:


— Logo as coisas se encaixam, Poncho.


Ele sorri, simples, sem ênfase, e então, quando seus olhos batem nos meus, algo novo estala entre nós. Não sei bem o que; apenas sinto a força, a intensidade… a perspectiva de um futuro, eu acho. Covardemente, mudo e direção para fitar qualquer outra coisa que não ele.


— Obrigado pelos presentes, Maite.


— De nada — limpo a sujeira invisível na minha calça de alfaiataria.


Um profundo silêncio se cria entre nós por alguns instantes, até que, quebrando o estranho clima, as duas estão de volta.


A Matraquinha retorna surpreendentemente quieta, olhos baixos, mochila pendurada nas costas. Incomoda-me vê-la assim. Eu não me lembro de como era ir à escola na sua idade, acho que não gostar deve ser inerente às crianças, mas por que algo parece destoante em relação a ela?


Sei lá… Neste momento, só consigo sentir a desconfortável sensação de querer animá-la.


— Você gostaria de uma carona para a escola, Ana? — oh droga! Eu realmente disse isso em voz alta?


Tudo acontece ao mesmo tempo. A menina me olha, Lupe olha pra ela, eu olho pra Poncho e ele… bem, ele me investiga com olhos semicerrados.


— Quero dizer, eu estou indo na mesma direção — acrescento rapidamente, encolhendo os ombros.


— Maite, você sabe onde Ana estuda? — o tom do pai da criança é tranquilo (até demais), mas o arqueio de sobrancelha, ah, este me desafia a mentir.


Argh!


— Não, mas você pode me dizer — cochicho somente para ele, sem graça.


— Você pode me levar, Maite? Você deixa, papai? — a criança metralha, cheia de expectativa.


Poncho provavelmente entendeu o que estou tentando fazer. Não nego: quero ver a menina alegre. Então por que ele me enfrenta, como se estivesse esperando eu reconhecer isto?


Sem tirar os olhos de mim, responde:


— Maite terá de ir com meu carro.


Posso afirmar que Ana gosta muito da boa nova e Mari suspira aliviada. Quanto a Poncho… Sabe-se lá Deus o que tem por trás deste seu olhar.



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Autor(a): ThammyPerroni

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 105



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  • janainacrislochetti18 Postado em 26/09/2018 - 12:53:39

    Continua ,quero saber o que aconteceu com a filha da may

  • janainacrislochetti18 Postado em 20/09/2018 - 19:30:57

    Cadê tu mulher , sdds da fanfic

    • ThammyPerroni Postado em 25/09/2018 - 23:19:05

      Voltei

  • poly_ Postado em 16/09/2018 - 15:27:50

    Não vejo a hora de descobrir o passado de Maite. Continuaaa

    • ThammyPerroni Postado em 25/09/2018 - 23:19:38

      é bem tenso e complexo o segredo dela

  • janainacrislochetti18 Postado em 02/09/2018 - 23:41:20

    Ah ansiosa pelo próximo

  • poly_ Postado em 31/08/2018 - 12:53:36

    Ahh continua logooo

    • ThammyPerroni Postado em 01/09/2018 - 23:10:56

      desculpe já estou de volta

  • janainacrislochetti18 Postado em 18/08/2018 - 00:47:55

    Posta cadê vc ?

    • ThammyPerroni Postado em 01/09/2018 - 23:11:16

      TO AQUI volteiiiii

  • mariana_medina Postado em 16/08/2018 - 19:29:06

    EU TO FICANDO É DOENTE SEM ESSA FIC AQUI

    • ThammyPerroni Postado em 01/09/2018 - 23:11:35

      Volteiiiiiiiiiii

  • mariana_medina Postado em 12/08/2018 - 22:10:13

    Socorrooo Cade tuuuuuu

  • mariana_medina Postado em 07/08/2018 - 21:39:10

    CADEEEEEE????

  • mariana_medina Postado em 04/08/2018 - 09:53:16

    Vou ver a outra fic, com certeza! Poste maissss que eu tô depente dessa aqui tbm kkk


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