Fanfics Brasil - Pergunte a elas por que Ana não gosta de vir à escola, Poncho. Uma nova chance para ser feliz

Fanfic: Uma nova chance para ser feliz | Tema: Herroni


Capítulo: Pergunte a elas por que Ana não gosta de vir à escola, Poncho.

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Paro a moto em uma rara vaga disponível no portão da escola. Neste horário ainda é possível, ao contrário da regra de não estacionar ou formar fila para embarque e desembarque quando as crianças estão entrando e saindo. Desligo o motor, retiro o capacete e só então avisto minha caminhonete estacionada dois veículos à frente. Maite também está aqui. Isso realmente não faz nenhum sentido.


Prendo o capacete ao guidão, retiro a chave do contato e atravesso a rua a passos acelerados. O senhor que cuida da portaria já me conhece e permite minha entrada sem perguntas. Não deixo de perceber a maneira estranha como ele me olha, o que só ferra minha curiosidade.


Caminho para a secretaria, mais curioso do que efetivamente nervoso. Uma assistente se levanta da mesa – foi ela quem me ligou, revela – e aponta para a sala da diretora ao fundo. Seus olhos arregalados devem significar alguma coisa, analiso, enquanto sigo sua indicação.


A porta está entreaberta e a primeira voz que escuto vinda de dentro me faz parar por um instante. Pego apenas uma parte do que ela diz.


—… Ter vergonha, isso acontecendo bem debaixo do seu maldito nariz!


Um passo mais e eu a vejo.


De bochechas coradas, irritada, o dedo ameaçador gesticulando para três mulheres não menos insatisfeitas. Uma delas é a psicóloga da Ana.


Eu não faço a porra da menor ideia do que está acontecendo aqui, mas seja lá o que for, Maite parece realmente furiosa (hoje ainda mais do que quando me lançou um vaso capaz de partir minha cabeça ao meio).


Pigarreio.


— Bom dia — as faço cientes da minha presença, calmo, sobretudo.


 _________________________________________________________________________________


 Merda. Era só o que faltava. Estas covardes tinham mesmo de chamar ele. Rá. Eu deveria ter previsto essa.


Viro-me na direção de Poncho e… perco a linha de raciocínio por um instante diante da visão dele, divinamente bom no uniforme de socorrista, que contorna seu peito, braços, abdômen… oh, porcaria. Eu já o vi vestido assim antes, mas, a bem da verdade, acabo de descobrir que a imagem cultivada na memória não faz jus a tê-lo tão perto. Lindo além da medida.


Sua expressão não revela nada, então, seja lá o que as omissas disseram a ele, ainda tenho algum crédito aqui.


— E não é que vocês chamaram o pai dela… — viro-me de volta para as três negligentes — Ótimo, vamos ver o que ele pensa.


— O que eu penso sobre o quê? — Poncho dá um passo para dentro, depois outro e outro, tão calmo que me faz sentir louca.


Como dizer a ele que este lugar é o inferno para a pequena Matraquinha? Que as crianças são como diabinhos aterrorizando a mente da menina, cercando-a no pátio, empurrando, hostilizando sua deficiência até que a expressão brilhante, feito à luz da manhã em dia de sol, transforme-se em nada além de apagada, frágil?


Deus, eu queria ter arrancado ela dali, enfiado a mão nos pestinhas e lhes ensinado alguma coisa sobre respeito. E estas infelizes aqui querem alegar que é uma atitude normal de crianças? Que Ana tem problemas de relacionamento… Problemas de relacionamento! Inacreditável! A menina é o próprio grilo falante, abre-se para todos que se aproximam, elas não veem isto?


— Senhor Alfonso, bom dia — a tal diretora soa patética, bajulando o homem com seu tom condescendente — Esta mulher…


— Tenho nome! Eu me chamo Maite — corto seu jeito desdenhoso de tentar me transformar na desvairada do lugar.


— Por favor, vamos nos sentar — ela me ignora, oferecendo os dois lugares à frente de sua mesa, já assumindo a cadeira ostentosa.


As outras duas (inclusive a que se diz psicóloga) se posicionam em pé, atrás da mulher, do outro lado da mesa.


Poncho puxa uma cadeira, esperando que eu me mova até ela. Se ele soubesse o quanto meu sangue ferve neste momento, e do meu esforço para não me atracar com estas imbecis despreparadas…


— Maite… — em seu chamado mais firme, eu o olho de frente. Enxergo o pedido velado para que eu me sente ao seu lado, como se estivesse dizendo que tudo tem o seu tempo e vou poder lhe contar o que eu tiver que dizer.


Meu coração salta uma batida fora do compasso, amando a sensação de sua confiança em mim. Isto tem o poder de me relaxar um pouco. Apenas um pouco.


Faço o que ele pede e me sento na cadeira indicada. Ele ocupa a outra. Em um gesto aparentemente incentivador, Poncho aperta meu joelho, transmitindo todo o calor de sua palma.


— E então, o que está havendo? — questiona.


A diretora ajeita o coque mal feito em sua cabeça e o encara, como se eu não estivesse aqui.


— Nesta manhã, tivemos um problema aqui na escola. Esta mulher… hum — a desgraçada finge se corrigir — A senhora Maite entrou na secretaria ofendendo a todos que aqui trabalham, de maneira desrespeitosa e inadmissível.


Tenho que rir.


— Espera, se eu vou ficar aqui tendo de ouvir a versão distorcida que você tem a oferecer ao pai da Ana Carolina, então acho que devemos começar do início — viro-me para Poncho — Pergunte a elas por que Ana não gosta de vir à escola, Poncho. Pergunte por que todas as manhãs a menina detesta vir a este lugar.


Noto seus traços endurecerem, apesar da fachada serena. Ana é tudo para o homem.


Baixo minha voz, odiando ter de falar.


— As pestes daqui estão aterrorizando a menina, Poncho. Eles a empurram, cercam, machucam, caçoam, dizem coisas maldosas. E essas três aí querem fazer parecer normal — suspiro profundamente — Por favor, me desculpe por me meter, mas não dá, você precisava ver como eles a deixam…


A idiota da psicóloga me interrompe.


— Nós não queremos “fazer parecer normal”, senhora, eu já lhe disse que trabalho com crianças há muito tempo, elas estão passando por uma fase de…


— Mulher! Em que merda de lugar você tirou o seu diploma? O nome disso não é fase, é bullying! Você fica aí dizendo que a Ana tem problemas, e quanto a essas crianças serem pequenos monstros? E quanto a lhe ensinar sobre respeito às diferenças, o que a escola faz neste sentido?


— Nós não temos que responder nenhuma de suas perguntas, senhora, o responsável pela criança é o senhor Alfonso — a estúpida diretora sem argumentos abre a boca.


— Viu? É disso que estou falando — debocho, nervosa, desejando jogar o ridículo bibelô enfeitando a mesa na cabeça da mulher — Por fora, uma escola perfeita e cara, por dentro, pessoas despreparadas.


— Mai… — o tom sério de Poncho me freia, mas a maneira com que me chama é como se dissesse que estamos conectados.


Assisto-o respirar fundo uma vez.



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Autor(a): ThammyPerroni

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 105



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  • janainacrislochetti18 Postado em 26/09/2018 - 12:53:39

    Continua ,quero saber o que aconteceu com a filha da may

  • janainacrislochetti18 Postado em 20/09/2018 - 19:30:57

    Cadê tu mulher , sdds da fanfic

    • ThammyPerroni Postado em 25/09/2018 - 23:19:05

      Voltei

  • poly_ Postado em 16/09/2018 - 15:27:50

    Não vejo a hora de descobrir o passado de Maite. Continuaaa

    • ThammyPerroni Postado em 25/09/2018 - 23:19:38

      é bem tenso e complexo o segredo dela

  • janainacrislochetti18 Postado em 02/09/2018 - 23:41:20

    Ah ansiosa pelo próximo

  • poly_ Postado em 31/08/2018 - 12:53:36

    Ahh continua logooo

    • ThammyPerroni Postado em 01/09/2018 - 23:10:56

      desculpe já estou de volta

  • janainacrislochetti18 Postado em 18/08/2018 - 00:47:55

    Posta cadê vc ?

    • ThammyPerroni Postado em 01/09/2018 - 23:11:16

      TO AQUI volteiiiii

  • mariana_medina Postado em 16/08/2018 - 19:29:06

    EU TO FICANDO É DOENTE SEM ESSA FIC AQUI

    • ThammyPerroni Postado em 01/09/2018 - 23:11:35

      Volteiiiiiiiiiii

  • mariana_medina Postado em 12/08/2018 - 22:10:13

    Socorrooo Cade tuuuuuu

  • mariana_medina Postado em 07/08/2018 - 21:39:10

    CADEEEEEE????

  • mariana_medina Postado em 04/08/2018 - 09:53:16

    Vou ver a outra fic, com certeza! Poste maissss que eu tô depente dessa aqui tbm kkk


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