Fanfic: A dor da omissão | Tema: Herroni | +18 | Tema: Herroni, Drama, Ação, Romance, Hot

Maite

A hora do jantar se aproximava, eu já estava maquiada e agora só faltava escolher a roupa. Acabo por escolher uma regata branca acompanhada de uma saia lápis preta com cinto. Passo um batom da cor vinho para provocar, sei que quando Alfonso comentou sobre o meu batom foi porque ficou muito tempo de olho na minha boca. E já que o plano é seduzir, farei muito bem feito.

...

Ao chegar à casa de Diego sua empregada me recepciona e me direciona até a sala de jantar. A mesa já estava repleta de gente, mas pareciam faltar algumas pessoas ainda e minha consciência respira aliviada por eu não ter sido a última a chegar. Minha maquiagem foi algo demorado e enrolei muito para escolher a roupa, antes que eu puxe uma cadeira para me sentar, Diego o faz e me cumprimenta sendo seguido por todos que estavam na mesa. Logo depois Alfonso chega acompanhado de uma senhora de aspecto jovial e Diego o encara surpreso, mas não diz nada.

...

O jantar começou e as conversas giravam em torno das famílias arranjando bons partidos para seus filhos, até aí tudo bem. Então a conversa chegou até mim, que estava mexendo com o garfo no prato de forma entediada.

 ─ E você, Maite. Tem alguém? ─ A senhora Garcia, se eu não me engano, é quem me pergunta.

─ Não, estou curtindo minha vida de solteira ─ Explico e vejo a senhora arregalar os olhos.

─ Mas já devia estar pensando em casamento, não? Seus pais não têm... ─ Ela começa e é interrompida, incialmente me sinto aliviada.

─ Ela tem cara de quem vai ser solteirona por um bom tempo ─ Alguém me alfineta e já sei que se trata de Angelique.

─ Acho que nós mulheres temos que lutar por nossa independência. Pois confiar em homens não está em alta ─ Argumento me lembrando do meu casamento e vejo Alfonso com uma expressão incrédula.

─ Nós homens somos confiáveis, não há nada de errado com a independência das mulheres. Mas é possível conseguir isso com um homem ao lado ─ Alfonso contesta e a conversa que envolvia toda a mesa passa a ser uma discussão entre nós dois.

─ Mas assim como as mulheres, os homens não são todos iguais. Confiança é uma questão a parte ─ Insisto na minha ideia inicial.

─ Sim, confiança é uma questão a parte. Mas é a base inicial de uma relação ─ Ele refuta meus argumentos mais uma vez, essa conversa não me faz sentir bem.

─ Maite, está tudo bem? Você está branca como uma folha de papel ─ Diego se preocupa.

─ Estou, onde fica o banheiro? ─ Digo aérea e vou para onde me indicam, se fosse outro momento eu riria da cara dos outros que estavam na mesa que ao ouvirem “banheiro” me olharam como seu eu fosse maluca.

...

No banheiro me escoro na pia e quero jogar água no meu rosto, mas não posso por causa da maquiagem e acabo por passar um pouco de água na minha nuca para me acalmar. Estou percebendo que ultimamente ando precisando visitar minha psicóloga, pois as lembranças têm sido mais frequentes e cada vez mais reais e tenho estado mais sensível ao assunto. Fecho os olhos por um instante e escuto a porta se fechar.

─ Você está bem? ─ Alfonso é quem entrou e me encara preocupado.

─ Estou ótima ─ Digo dando um sorriso pouco credível e abrindo os olhos. Como ele não me conhece muito bem acreditou.

─ Foi a nossa discussão que te deixou assim? Me desculpe ─ Ele pede, me olhando culpado.

─ Não, foi só um mal estar. Obrigada pela preocupação ─ Agradeço e vejo que o olhar dele não alivia nenhum pouco.

─ Você está ficando ainda mais pálida ─ Ele observa e me segura pela cintura.

─ Eu preciso ir pra casa, mas seria muito mal educado ─ Pondero.

─ Não, você veio de carro? ─ Ele pergunta.

─ Sim, acho que vou indo. Você se despede de todos para mim? ─ Peço e ele nega com a cabeça.

─ Vou te levar sua maluca, está achando que vai dirigir assim? ─ Ele pergunta retoricamente num esbravejo.

─ Posso muito bem dirigir ─ Teimo, mas ele nem me responde. Só me leva até lá fora e me coloca dentro do carro e dirige até a minha casa.

...

Hum... Parece que o destino se encarregou de fazer Poncho entrar na casa da Mai. Mas, a vida dele parece estar mesmo sendo escrita por uma vadia megera. Pois a pobrezinha da Mai está passando mal e a probabilidade de rolar algo é quase nenhuma.