Fanfic: A dor da omissão | Tema: Herroni | +18 | Tema: Herroni, Drama, Ação, Romance, Hot

Maite

As coisas ao contrário do que pensei não seriam tão fáceis, no jantar tive que desviar de um interrogatório de Mario sobre eu ter oferecido café para um de seus capangas, parece que outro viu e bateu com a língua nos dentes. Lembrar do momento me causa arrepios, tenho que ser mais cuidadosa.

“— Fiquei sabendo que esteve de conversinha com um de meus homens, me disseram que até ofereceu um café. Poderia me explicar, querida esposa? — Ele pergunta me olhando de forma ameaçadora.

— Querido, eu estava apenas sendo educada. Fui até lá fora tomar um ar e como ele estava ali resolvi oferecer um café — Digo tentando passar o máximo de verdade possível para que ele acredite em mim.

— Escute bem, nada de ficar de conversinha com meus homens! Só fale com eles sobre o necessário — Ele diz apertando meu rosto com uma das mãos, seu dedo polegar de um lado e o indicador do outro.

— Eu só... — Tento insistir, mas paro quando ele aumenta o aperto.

— Fui claro, esposa? — Ele pergunta em tom de ameaça enquanto usa a mão para apertar meu pescoço, me sufocando. Por não poder falar apenas assinto com a cabeça e ele me solta.”

...

Mais tarde vou até o quintal e vejo o mesmo homem de ontem, mas dessa vez vou inventar uma desculpa para não ser denunciada novamente. Olho para um outro homem que está um pouco mais afastado, mas que não para de observar nossa interação, acho que encontrei o linguarudo.

— Oi, será que pode me ajudar? Acho que tem um probleminha no encanamento da pia da cozinha — Peço usando uma mentira que acabei de inventar.

— Claro, senhora — Ele responde ao meu pedido me seguindo.

— E aí, já pensou na minha proposta de ontem? — Já vou direto ao assunto, não pretendo passar mais tempo aqui. Só ontem já consegui as marcas de Mario no meu pescoço, sei que dá próxima ele obviamente voltará aos velhos costumes de me bater.

— Pensei e resolvi aceitar, só que vai depender do que você quer pedir — Ele avisa.

— Preciso de seu celular, quero enviar uma mensagem — Proponho.

— Não posso fazer isso, senhora — Ele rejeita minha proposta.

— Prometo que não vou fazer nada que te coloque em risco — Peço.

— Tudo bem, mas quero ver a mensagem — Ele desiste de me contrariar e entrega o celular e escrevo uma mensagem em código para Christian, pois sei que ele é o único que vai entender.

“Sanchez, demain”

— Prontinho — Devolvo o celular para ele assim que acabo de escrever.

— O que é demain? — Ele pergunta.

— Felicidades — Respondo tentando ser convincente e ele acredita, envia a mensagem e me mostra quando ela foi enviada.

— Pronto, agora tenho que ir antes que eu levante mais suspeitas — Ele diz voltando para fora da casa. Estranho ele não ter cobrado o favor de imediato, mas me lembro de que ele está pensando em algo relativo a sexo e que essa cobrança virá depois. 

...

Preparei o almoço e agora preciso pensar rápido em uma forma de conseguir sair dessa casa amanhã. E se eu cobrar mais um favor do capanga? Ou então cobrar do Mário uma recompensa? E o pior é que hoje ele chegou uma seda e quando ele está assim é sempre um mau presságio.

— Será que teria como eu ter uma recompensa amanhã? Prometo me comportar nos dias seguintes — Sugiro por não ter nada a perder, a vontade de sair daqui está me deixando inconsequente e percebo isso com a resposta dele.

— Você se acha bastante esperta, não é esposa? — Ele resmunga.

— Porque diz isso? — Respondo com uma pergunta, sorrindo para disfarçar.

— Conseguiu enviar uma mensagem — Ele responde e arregalo os olhos depois de me virar de costas para ele.

— E como eu faria isso? — Zombo tentando convencê-lo de que isso seria impossível.

— Você fez, através de um dos meus homens. Pode agradecer a ele, a mensagem já foi enviada e não tive como reverter. Mas quem erra comigo erra só uma vez — Ele diz em tom ameaçador.

— Do que você está falando? — Disfarço, mas sei que ele já descobriu.

— Coloque a morte dele na sua conta e saiba esposa que essa será a última vez que irei te perdoar — Ele adverte e me acerta com um tapa.

— Você o matou? — Pergunto, mas ele nem se dá ao trabalho de me responder. Com certeza ele matou.

— Chegou a hora do seu castigo, querida — Ele sussurra e parte para cima de mim desferindo tapas e um deles é tão forte que me faz cair no chão. Quando estou no chão ele me chuta e começo a gritar rezando para que alguém escute e me ajude.

***

Alfonso

Christian, Carlos, mais três seguranças e eu estamos cercando discretamente a casa onde o maluco está prendendo Maite desde ontem à noite e acabamos por resolver não invadir hoje de manhã, esperaríamos o horário de almoço para que o desgraçado de Mario estivesse ali. Depois de algum tempo Christian recebe uma mensagem e nos diz que é de Mai.

— Ela enviou Sanchez demain, Sanchez é o mercado onde a ajudei da outra vez e demain é amanhã em francês. Ela está planejando escapar — Ele explica.

— Pode ser uma emboscada, vamos continuar com nosso plano de resgatá-la — Carlos aconselha.

— Estou de acordo — Respondo.

...

E logo depois que ele chega resolvemos esperar uns minutos para invadir e é aí que escutamos gritos de Maite.

— Vamos invadir agora! — Ordeno.

...

Me perdoem se tiver erros, escrevi correndo só para não ficar em falta com essa fanfic. Será que conseguirão salvar Mai? Beijos!