Fanfic: A dor da omissão | Tema: Herroni | +18 | Tema: Herroni, Drama, Ação, Romance, Hot

Maite

Alfonso me trouxe para a delegacia para que eu pudesse fazer uma visita a Mario, eles não permitem a entrada de duas pessoas, mas quando explicamos a situação foram compreensivos. Entrei na sala e me sentei na mesa que tinha esse lugar e a outra cadeira de frente a minha, Alfonso está em pé no canto da sala e acho que escolheu esse lugar porque não quer me interromper. Mario chega em silêncio e se senta, respiro fundo para me acalmar e começo a minha sessão de desabafo.

— Você destruiu a minha vida, fez eu me apaixonar por você, me pediu em casamento e na nossa lua de mel se comportou como se estivéssemos vivendo o romance perfeito. Isso tudo para depois me tratar como uma escrava, me trancando dentro de uma casa e me agredindo. Mas o pior que você fez não foi isso, o pior foi mesmo depois de eu ter conseguido escapar você ter impregnado tão forte o me em mim. O medo de viver, de um dia você me encontrar e eu viver tudo aquilo de novo e foi bem assim que aconteceu, só que dessa vez eu tenho a chance de começar uma nova vida e é isso que vou fazer. Não tenho mais medo! Estou aqui para te perdoar, pois quanto mais rancor eu tenho mais sofro. Acabou o sofrimento, está perdoado e nunca mais quero te ver na minha vida depois que tudo isso acabar — jogo tudo na cara dele e me levanto mais leve, aliviada. Quando ele se levanta e vem na minha direção, Alfonso interfere e o guarda que nos esperava na porta os separa levando Mario dali.

— Tudo bem? — Alfonso pergunta preocupado me tomando em seus braços, algumas lágrimas saem de meus olhos e assinto com a cabeça. Tudo que tinha de tóxico em mim sai, todo o mal que Mario me fez.

...

Entramos no carro, já me livrei da amarra do meu passado e penso em qual seria a de Alfonso, nem seu pai quis me falar e ele também nunca me disse claramente o que era. Mas me lembro que ele me disse que queria me levar a alguns lugares e a curiosidade me vence.

— Para onde vamos? — Pergunto.

— Você me trouxe para que eu visse o maior enfrentamento da sua vida, você já havia me contado toda a sua história... Acho que agora é a minha vez — Ele explica.

— Entendo, mas os dois lugares fazem parte disso? — Continuo com o interrogatório.

— Você está muito curiosa! — Ele repreende.

— A culpa é sua de estar sendo tão misterioso! — Retruco e insisto depois mais algumas vezes, mas ele continua sem querer me dizer.

...

Quando vejo a fachada do cemitério fico surpresa, minha mente cria várias possibilidades. Mas resolvo não focar nisso porque posso me equivocar, andamos de mãos dadas até dois túmulos e leio os nomes nas lápides Paloma Herrera Rodriguez e Luna Herrera Rodriguez, olho as fotos e vejo uma mulher e uma criança. Tento silenciar a minha mente e permaneço em silêncio esperando ele começar a contar.

— Paloma e eu cometemos um erro ao nos casarmos, éramos amigos e acabamos por confundir as coisas um dia, transamos e o resultado disso foi Luna. Mas não porque eu fui um irresponsável, ela me confirmou que se precavia, mas o que eu não sabia é que era com pílulas e que naquela semana tomou outros medicamentos que cortaram o efeito. A culpa não foi de nenhum de nós, mas eu não pretendia abandonar minha filha e decidi que nos casaríamos para formar uma família. Foi tudo bem até Luna nascer e percebermos que mesmo com casamento e tudo, se não existe amor de verdade não é possível fingir um casamento feliz. Decidimos nos divorciar e durante o processo de divórcio fizemos um combinado de conhecer outras pessoas, mas não estabelecer uma relação com elas ao menos até que estivéssemos divorciados. Um dia uma das mulheres que eu estava me encontrando decidiu ir até a minha casa e assim que atendi a porta ela começou a dizer que eu era estranho por não a ter beijado até o momento e me beijou. Paloma viu, mandei a mulher embora e tivemos uma discussão terrível com ela dizendo que não respeitei o acordo. Estava na cozinha tomando um copo de água quando ouvi o barulho de um arranque do carro, sai para fora e vi ela dirigir saindo dali com a nossa filha. Ela estava dirigindo como louca, em alta velocidade... — Ele dá uma pausa e estremeço pensando em um acidente, que mãe imprudente dirige assim com a filha dentro do carro?

— Tem certeza de que quer continuar? Pode me contar depois, sabe... Temos todo o tempo do mundo — Sugiro não querendo forçá-lo a reviver tudo isso.

— Você já fez sua parte, é a minha vez — Ele explica.

— Tudo bem — afirmo e volto a ficar em silêncio para que ele possa continuar.

— Bom, assim que ela saiu peguei meu telefone e liguei várias vezes, mas dava caixa postal. Quando desisti recebi uma ligação de um hospital, eles reclamaram da minha demora para atender e expliquei que estava em outra ligação. Já percebi que não viria coisa boa disso e logo soube que eles ligaram apenas para confirmar a morte de Paloma e Luna. É por isso que eu sempre me achei um desgraçado que não merecia ser feliz, eu matei minha esposa e filha — Ele confessa e me olha esperando por alguma resposta minha, pela sua cara espera que eu o culpe.

— Você não é o culpado, foi tudo um incidente e quem estava dirigindo o carro não era você — Argumento com a minha visão da história.

— Mas se eu tivesse sido mais atento eu podia... Eu podia... — Ele começa a retrucar, mas é interrompido pelas lágrimas. O abraço, meus olhos estão lacrimejando, mas me seguro ao pensar que preciso ser forte por ele.

— Não. Pare com isso... Não foi sua culpa — Repito várias vezes na tentativa de acalmar o choro dele, que no momento está tão forte que ele até soluça. Dou alguns beijos no cabelo dele e ficamos ali por um bom tempo abraçados.

...

Gente, que história foi essa do Alfonso... Triste pelo meu bb

Ah já estava até esquecendo, tem mais um lugar onde ele vai levá-la. Onde será? Beijos e até o próximo