Fanfics Brasil - Prólogo Akai Ito - Camren

Fanfic: Akai Ito - Camren | Tema: Camren / Fifth Harmony


Capítulo: Prólogo

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Agosto, 2003


(Doze anos antes)


09:30 PM – Miami


Edifício World Tower Central – Penthouse da Família Cabello


Risadas gostosas e gritinhos finos ecoavam no quarto infantil onde duas garotinhas vestidas em pijamas e com os cabelos bagunçados, brincavam de guerra de travesseiros em cima da cama.


— Hora de dormir, pimpolhos. — Informou uma voz grossa em um tom gentil.


As duas direcionaram o olhar à porta e sorriram largo ao ver o senhor de cabelos grisalhos que tanto amavam, escorado no batente da mesma. Correram em sua direção, para abraça-lo, sendo retribuídas com o mesmo carinho.


— Vovô, nos conte uma historia pra dormir? — Pediu a mais nova, seus olhinhos castanhos estavam reluzentes em expectativa, assim como os verdes da garotinha ao seu lado.


— Mas Camilinha, já está tarde... — O idoso negou. No entanto, estava prestes a ceder, como sempre.


— Por favor, vovô da Camz. — Implorou a pequena Lauren, juntando suas mãozinhas diante o próprio rosto, um biquinho formado em seus lábios rosados. — Conta uma historinha do fio vermelho.


Um sorriso divertido enfeitou os lábios do senhor Anthony Cabello ao ouvir tal pedido. A lenda Akai Ito era a preferida das meninas e ele conhecia diversas historias com aquele tema.


— Está bem, mas terá que ser rápido. — Avisou, adentrando o quarto e se acomodando na poltrona cor de rosa ao lado da cama infantil, sorrindo satisfeito diante a comemoração das pequeninas.


— Yes! — As duas meninas gritaram em uníssono, unindo as mãozinhas e rodopiando entre pulinhos antes de correrem até a cama de Camila e se acomodarem embaixo das cobertas.


Os olhinhos estavam atentos enquanto o patriarca da família Cabello dedicava-se a contar uma das varias historias da lenda do chinês Xia Lao Yue, um antigo Deus lunar mais conhecido como o Deus do amor que aparecia somente sob o luar para amarrar um fio vermelho (invisível aos olhos humanos) nos tornozelos de duas pessoas, destinando-as a ser alma gêmea uma da outra, sem importar a situação.


— Naquele instante, seus olhos encontraram-se com um olhar sábio sobre si...


— É ele, não é? — Lauren indagou, não contendo a curiosidade.


— Lolo, você sempre interrompe o vovô, que coisa feia. — Reclamou Camila, fazendo sua melhor amiguinha esconder-se sob as cobertas. — Se fizer isso de novo eu nunca mais te convido pra dormir na minha casa.


— Não vou mais fazer, eu prometo, Camz. — Lauren murmurou acuada, e então Camila puxou o lençol que cobria o rostinho envergonhado de sua amiga, sorrindo ao ver que ela estava corada. — Me desculpa?


— É claro que eu te desculpo bobinha. — Alargou o sorriso, puxando a outra menina para um abraço apertado, lhe dando um beijo na têmpora antes de se afastar, satisfeita ao ver o lindo sorriso de Lauren iluminar seu rostinho novamente.


Anthony só soube rir e sorrir da interação das pequenas. Elas tinham uma relação magica e única, tão genuína e pura que ele passaria a vida inteira admirando se possível.


— Sim, floquinho de neve, é ele, o Deus do destino — Explicou carinhosamente a Lauren, apertando o narizinho da mesma. — Posso continuar agora?


As duas assentiram ansiosas pelo fim da historia. Anthony Entrelaçou os dedos sobre seu colo, buscando na memoria onde havia pausado.


— O velhinho aconselhou o menino a se preparar para seu destino quando se tornar adulto. — Direcionou o olhar às meninas — Quem sabe qual era esse destino? — induziu-as a completar.


— Se casar com uma esposa. — Camila levantou o dedinho e respondeu. Lauren soltou uma risada um tanto alta, apertando o cobertor entre os dedos.


— Não Camz. É se casar com uma moça e só depois de se casar que ela se torna uma esposa, não é? — Se certificou com Anthony, que assentiu em resposta, fazendo-a empinar o nariz em orgulho. — Viu só?


— Você é uma chata. — Resmungou a mais nova de braços cruzados, emburrada. Não gostava quando Lauren se achava a mais inteligente e lhe corrigia.


A menina de olhos verdes abriu a boca para rebater, mas antes que a discussão tivesse inicio, Anthony interviu ameaçando parar de contar a historia, fazendo-as concordar em ficar quietinhas ouvindo a continuação.


— O menino acertou uma pedra na garotinha, que segundo o velhinho, seria sua destinada, achando que assim a manteria longe para sempre e o destino não seria cumprido.


— Ele é muito mau. — Lauren disse entristecida, puxando a mão de Camila entre as suas.


— Não querida, às vezes nós machucamos as pessoas que amamos sem querer, por medo ou outro motivo maior e não por maldade. Um dia você entenderá melhor.


A pequena franziu o cenho sem entender muito bem, mas assentiu com o pensamento de que jamais machucaria Camila, por mais que sentisse medo. Passou o bracinho em volta da amiguinha sonolenta, que apenas deitou a cabecinha em seu ombro.


— O menino então correu por vários caminhos diferentes, deixando o fio vermelho todo emaranhado na intenção de nunca mais se encontrar com a garotinha. Os anos se passaram e o menino tornou-se um lindo homem que precisava de uma esposa. Todas as moças queriam se casar com ele, mas o mesmo não gostava de nenhuma delas. Sabem por quê?


— Porque elas não eram a mocinha do outro lado do fio vermelho, duh. — Camila respondeu de forma obvia sob um bocejo, quase se entregando ao sono. Lauren por outro lado parecia bem desperta.


— Isso mesmo! Elas não eram sua destinada. — Confirmou seu avô, radiante com a esperteza da neta. Camila era seu maior orgulho.


— A mulher mostrou sua cicatriz, afirmando ter sido de uma pedrada que levara em sua infância, e o rapaz tão logo lembrou-se do ocorrido, sentindo-se imensamente culpado e ao mesmo tempo surpreso ao descobrir que aquela moça qual estava apaixonado, era sua destinada. — Anthony abriu um sorriso em meio a historia, notando que sua neta havia adormecido no aconchego do abraço de Lauren. Então encurtou a historia, finalizando-a — Contudo, depois de casar-se com sua destinada, O rapaz percebeu que o velhinho tinha razão, não adiantava fugir, pois o destino do Akai Ito sempre seria cumprido.


— E eles foram felizes para sempre? Ficaram juntinhos? — Lauren questionou baixinho, acariciando os cabelos da Camila. Sentia-se protetora da amiga.


— Claro floquinho, o que o fio vermelho do destino une ninguém jamais consegue separar. Mesmo que fiquem distante por um tempo, ou se o fio estiver um tanto emaranhado, fazendo-os se perder um do outro, um dia irão se reencontrar. — Garantiu com um sorriso.


A garotinha de olhos verdes assentiu de forma pensativa. Anthony tendo sua missão cumprida, depositou um beijinho de boa noite na testinha de cada criança e deixou o quarto de sua neta.


— Eu nunca vou deixar ninguém nos separar pra sempre, Camz. — Sussurrou baixinho em determinação contra os cabelos macios da menina adormecida, inalando o doce aroma de rosas que tanto amava, apertando-a contra si. — Eu prometo.


...


No escritório do mesmo prédio uma reunião acontecia entre os principais acionistas dos Edifícios residenciais e Hotéis World Tower.


— Dando inicio a esta reunião, os informo que meu pai, Anthony Cabello, o presidente de nossa empresa, me pediu para representa-lo esta noite. — afirmou Alejandro, ocupando a cadeira principal ao lado de sua esposa Sinuhe, tendo toda a atenção dos presentes. — E venho por parte do mesmo informar-lhes sua decisão de unir e transferir os nossos 50% das ações, que é dividido entre meu pai e eu, já que minha mãe me passou sua parte, unicamente para o nome da nossa única herdeira, Camila Cabello, tornando-a assim, a sócia majoritária da World Tower.


Um silencio ensurdecedor tomou conta daquela sala, enquanto todos sentados à mesa se entreolharam, deixando o clima um tanto tenso.


— Isso é um absurdo! — Clara Jauregui se opôs, se pondo de pé, visivelmente alterada. — eu jamais vou permitir esse disparate! — Protestou e então percebeu todos os olhares surpresos sobre si, tratando-se logo de se corrigir e tentando manter a postura — Não podemos permitir que uma garotinha assuma um império como o nosso. Isso aqui não é a Disney.


— Querida, acalme-se. — Michael Jauregui, um tanto constrangido com a situação, tocou os ombros de sua esposa na intensão de apaziguar a situação. Ninguém além dele entendia a revolta de sua esposa, que piorou quando Camila nasceu.


— Nós temos consciência de que Camila ainda não tem condições de comandar os negócios, Clara. — Sinu respondeu tranquilamente. — É exatamente por isso que Alejandro, sendo seu pai, assumirá a presidência no lugar da nossa filha a partir de hoje, esse é o desejo do meu sogro, que tem a necessidade de se aposentar.


— Pois ele deve estar com algum problema na cabeça! — Clara acusou entredentes. Todos olhavam, mas ninguém ousava se pronunciar — E afirmo desde já que mesmo não tendo tanto poder como vocês, ainda é necessário a minha assinatura, eu ainda faço parte dessa porcaria e não vou assinar nada! Muito menos permitirei que meu esposo assine! — Exclamou se retirando da sala de reuniões em passos firmes. Michael pediu desculpas e seguiu a esposa.


— Você está maluca, Clara? — Sussurrou quando a alcançou — Você sabe o que pode causar ficando contra as decisões do Anthony?


— O que eu sei Mike, é que era para eu estar sendo nomeada presidente da World Tower, não o palerma do Alejandro! — passou a mão pelos cabelos, transtornada — tudo isso é culpa dela! Se Camila não existisse, seria para Lauren que Anthony deixaria a liderança do nosso império e você sabe disso! Era a chance que teríamos de recuperar tudo que um dia pertenceu aos Jauregui.


— Não diga bobagens, a menina não tem culpa de ter nascido! Camila é apenas uma inocente que não tem ideia do poder que tem em mãos nesse momento. Aceite as coisas como elas são, Clara. Não há o que fazer.


— Não! Eu não vou permitir que aquela garotinha imbecil ocupe o lugar da nossa filha, nem que para isso eu precise tomar medidas drásticas.


Michael temeu o que viu nos olhos sombrios da esposa. O tom de voz que ela usou fez um arrepio percorrer seu corpo, e antes que pudesse dizer alguma coisa, Clara saiu de sua vista em passos largos e decididos. Respirou fundo e então a seguiu.


— Já que hoje não tem como ser resolvida a documentação sem a assinatura dos Jauregui, eu vou me retirar, deixei minha pequena Dinah sozinha em casa. — Explicou Milika Hansen, a advogada da empresa.


— Tudo bem, não se preocupe Lika, vá cuidar da sua menina. — Sinu se despediu da melhor amiga com um abraço carinhoso e um sorriso doce, que foi desfeito quando olhou para trás e viu Alejandro receber um abraço e um beijo um tanto intimo da Megan Smith, uma das sócias da World Tower. Aquela mulher parecia estar sempre dando em cima de Alejandro e não escondia isso nem do próprio Bruce, seu esposo.


Ao ver o olhar assassino que sua esposa lhe lançou, Alejandro engoliu em seco, endurecendo a postura e afastando Megan pelos ombros com delicadeza.


— Eu já disse pra você não fazer insinuações assim na frente da minha esposa. — repreendeu a mulher ousada, que revirou os olhos — Nós já conversamos, o nosso envolvimento já está acabado, Megan, isso não pode mais acontecer e você precisa entender.


— Você acha que pode me usar e se livrar assim fácil como se eu fosse descartável? — Arqueou a sobrancelha — Ah querido, você está muito enganado, sabe muito bem que eu tenho o poder de destruir a sua vida a hora que eu quiser... — ameaçou.


— Você não seria capaz...


— Eu sou capaz de muitas coisas e eu vou te provar se for preciso. — Segurou o queixo do homem com audácia — Acredite Alejandro, você vai pagar caro por me rejeitar. — Avisou apenas para ele ouvir, antes de se afastar.


...


Na manhã seguinte, Anthony e sua esposa Elsa Cabello tomavam café da manhã tranquilamente, sentados à mesa redonda que estava localizada no amplo terraço próximo a piscina, na agradável companhia das garotinhas inseparáveis, Lauren e Camila.


— Aconteceu algo curioso esta manhã. — A senhora comentou enquanto passava geleia de framboesa em uma torrada — Encontrei os meus novelos de lã espalhados por toda a sala.


Anthony imediatamente olhou com desconfiança para as duas crianças sapecas. Camila levou à mão a boca para abafar a risada, enquanto Lauren corava, encolhendo-se na cadeira. Rose, a cozinheira da família, sorria, enquanto servia chocolate quente às pequenas.


— Acho que estas senhoritas aqui podem explicar direitinho, amor. — O patriarca deduziu de olhos semicerrados em direção às duas.


— A Lolo... — Camila respirou fundo, tentando controlar as risadas para conseguir falar — A Lolo tentou amarrar a lã vermelha da vovó no meu tornozelo quando eu estava dormindo.


Lauren escondeu o rosto com as mãos, tentando controlar as lagrimas que queriam deixar seus olhinhos já molhados, temendo o castigo que poderia ganhar por ter aprontado.


— Ei, querida, não precisa chorar. — Elsa a tranquilizou, acariciando de leve seu bracinho — Apenas nos explique o motivo, não vamos castigar você.


A menina olhou para os próprios pés em nervosismo.


— E-eu queria que a C-camz e eu, fossemos destinadas igual as crianças da historinha — Esclareceu, fungando um pouco. — Porque eu não quero que nos separem nunca, nunca... — Confessou baixinho.


Elsa lançou um olhar repreensor ao esposo por ter colocado aquelas ideias na cabeça das crianças com suas historias. Anthony apenas encolheu os ombros, comovido com a situação.


— Floquinho, quem disse que vão separar vocês? — Perguntou o senhor — Vocês são melhores amigas, sempre serão.


— É verdade Lolo, eu sempre vou ser sua amiga. — Camila levantou-se para enlaçar o pescoço de Lauren em um abraço e depositou um beijinho estalado em sua bochecha — Não chora que eu choro junto.


— A mamãe disse que se for preciso, vai me levar pra um colégio interno só pra eu nunca mais ver a Camz... — Confessou seu medo, escorando sua cabecinha na da Camila.


Anthony trocou um olhar preocupado com a esposa, prometendo em silencio tirar aquela historia a limpo, não deixaria Clara fazer aquilo de jeito nenhum, conversaria com a mesma sobre isso mais tarde.


— A tia Clara não pode fazer isso. — Camila protestou, sentindo seu coraçãozinho se apertar com a possibilidade. — Eu tenho uma ideia, Lolo. Já que não podemos ficar amarradas com um fio do destino... — Levou as mãozinhas até os cabelos de Lauren, retirou os dois elásticos pretos que a mesma usava no cabelo com cuidado para não machuca-la. A menina enxugou seus olhinhos verdes com as costas das mãos e encarou Camila com curiosidade. — Podemos usar as pulseirinhas do destino então.


Os idosos assistiam com curiosidade, sem ousar interferir aquela interação ingênua.


— Mas Camz... São xuxinhas e não pulseiras. — uniu as sobrancelhas — e não vai funcionar porque não existe pulseiras do destino, só o fio.


— Se eu disse que existe pulseiras do destino é porque existe! — advertiu Camila, emburrada, e bateu o pezinho no chão. — Não está vendo? — Segurou as duas na frente do rosto de Lauren. — Não é, vovô?


— Claro, querida. — pressionou os lábios para conter um sorriso, assim como Elsa, que não queria estragar aquele momento tão puro e bonito das crianças.


— Me dá seu braço. — puxou o bracinho de Lauren e colocou a pulseira no mesmo.


— Nós vamos estar ligadas pela pulseirinha pra sempre e ninguém nunca vai nos separar  mesmo, mesmo? — Certificou-se esperançosa, pegando a outra pulseira, colocando no pulso de Camila e depositando um beijinho ali.


— Sim, pra sempre e sempre ficaremos juntas! — Camila sorriu retribuindo o beijinho em cima da pulseira no pulso da Lauren — Promete que nunca vai tirar? — Ergueu o dedo mindinho onde a outra garotinha entrelaçou com o seu.


— Eu prometo, Camz.


As duas se abraçaram fortemente entre sorrisos, sob os olhos reluzentes dos adultos, emocionados com aquela cena tão inocente e mágica.


— Mas que porra! — O tio da Camila passou furioso por eles enquanto falava ao telefone, sem notar que não estava sozinho ali — Eu já falei que vou pagar essa merda até o final da semana. Vocês não tem o direito de me ameaçar! — Socou o ar.


— Mark Cabello! — Anthony repreendeu a atitude do filho, que gelou, desligando o telefone rapidamente. — Em primeiro lugar eu já proibi palavrões nesta casa e em segundo, em que encrenca você está metido desta vez?


— Não é nada de mais. — respondeu, visivelmente nervoso — é sobre uma aposta boba — Mentiu — eu preciso ir, estou atrasado para a faculdade. — inventou uma desculpa e saiu o mais rápido que pôde.


Elsa e Anthony se encararam preocupados com filho, mas resolveram ignorar e aproveitar o café da manhã com as crianças que estavam entretidas colocando frutas uma na boquinha da outra, envolvidas em uma bolha só delas, alheias a qualquer problema ao redor.


Sinuhe e Alejandro chegaram em seguida, distribuíram beijinhos de bom dia nos presentes e contaram como havia sido estressante a reunião na noite anterior, principalmente sobre a reação da Clara, que já era bem prevista.


Contudo, Anthony resolveu marcar um almoço com os acionistas para deixar claro qual seria o futuro da empresa, enquanto sua esposa Elsa ficou encarregada de levar as crianças para brincar no playground que havia no prédio, o que deixou Lauren e Camila muito animadas.


...


Mais tarde, o mordomo Alfred recepcionou os pais de Lauren e seus irmãos mais novos. Chris correu desajeitado em direção as meninas, enquanto Taylor, que mal havia aprendido a andar, jogou os bracinhos para Elsa, que a pegou com carinho.


Em seguida chegou as amiguinhas delas, Dinah Jane Hansen e Ambar Smith, duas garotinhas da mesma idade da Camila, junto com seus pais.


— Já podemos ir, vovó? — Camila puxou a saia da Elsa, fazendo-a rir. — Já chegaram todos.


— Estou esperando apenas o Matt, querida.


— Eu não acredito que vão misturar o filho da cozinheira com os nossos filhos! — Protestou Clara e Megan concordou, fazendo Anthony bufar. O patriarca não gostava nem um pouco do preconceito com classes sociais que aquelas duas sempre faziam questão de mostrar.


— São crianças, Clara, deixe-os em paz.— Michael resmungou, olhando feio para a esposa, que bufou.


— Vamos logo, temos um assunto importante a tratar. —Anthony os apressou e então os adultos o seguiram ao escritório.


...


Horas mais tarde no playground, a Sra. Elsa, sentada em um banco, balançava Taylor adormecida em seus braços enquanto conversava com a Rose, que lhe fazia companha. As crianças corriam, pulavam e se divertiam nos brinquedos.


— Não sei por que a Camila brinca com filho da empregada. — Disse Ambar, jogando os cabelinhos loiros de lado em um gesto esnobe, do mesmo jeito que sua mãe fazia. — Ele é mais grande que ela.


— Maior — Corrigiu Lauren em um revirar de olhos e respirou fundo.


Lauren se encontrava emburrada num cantinho, sentada com os cotovelos apoiados no joelho e as mãos na testa. Suas narinas estavam infladas e os lábios torcidos em um bico de desgosto. Tudo isso porque Camila estava se divertindo com o filho da Rose, Matthew, brincando com algumas cartolinas e não a deixou ver do que se tratava, pois disse ser segredo e aquilo doeu na garotinha de olhos verdes e a irritou muito.


— Lolo — A voz de Camila chamou sua atenção, fazendo com que sua pulsação acelerasse. Lauren estava muito chateada e não queria falar com a melhor amiga agora — Eu tenho uma surpresa que eu fiz pra você, o Matt me ajudou, ele...


— Eu não quero saber! — Gritou e se levantou, o rostinho vermelho e os olhos frios e marejados em direção a garotinha, que não entendeu aquela reação — Eu não quero brincar com você nunca mais e nem quero mais ser sua amiga, eu não amo mais você e quero que você suma, Camila!


— Mas Lolo...


Os olhinhos de Camila brilharam em lagrimas quando Lauren correu para longe tentando evitar as próprias lagrimas. Nunca brigara assim com Camila, mas naquele momento estava sentindo algo muito confuso e que doía em seu coraçãozinho. Falar daquele jeito com sua amiguinha estava doendo ainda mais nela, porque não queria magoa-la e não conseguia se controlar, precisava ir pra longe.


— O que aconteceu? — Dinah parou ao lado de Camila quando a viu chorar e deixar aquele presente que fez com tanto cainho pra Lauren, cair no chão.


— Elas brigaram — Ambar respondeu em uma caretinha, dando de ombros.


— Eu vou chutar a bunda branquela dela Mila, não chora. — Abraçou Camila rapidamente e enxugou suas lagrimas, antes de sair correndo atrás de Lauren pra tirar satisfações.


— Me espera, eu quero ver isso. — Gritou a loirinha, seguindo Dinah, enquanto Camila fungou triste e desviou o olhar, vendo algo que lhe chamou a atenção.


Um cãozinho segurava uma bolinha entre os dentes e lhe encarava. Camila soltou uma risada, enxugou as lagrimas e se levantou, seguindo o cachorro, que correu para trás do prédio.


...


— Para Dinah! — Lauren quase gritou quando a amiga, apenas um ano mais nova que ela, mas ainda assim maior, a imprensou contra a parede, quase a sufocando no pescoço. — Foi a Camila quem começou...


— Você é muito chata com ela e ela ama você, sua babaca! — Dinah a soltou bufando — Ela não deixou você ver o que estava fazendo com o Matt porque era uma surpresa pra você e você não merece, fez ela chorar! Se eu fosse a Mila nunca mais falava com você.


— Eu fui muito rude? — mordeu o lábio inferior, encolhendo os ombros ao se sentir culpada quando viu Ambar e Dinah assentindo — Me solta, eu vou pedir desculpas pra Camz.


Dinah a soltou, então Lauren correu até onde Camila estava, mas não a encontrou. Franziu o cenho ao ver uma bolinha jogada na saída do prédio e foi até lá, arregalando os olhos ao ouvir os gritos de Camila. Lauren correu assustada e se espantou ao ver dois homens segurando Camila e a colocando em um carro.


— Lolo, me ajuda! Eu não quero ir! — Camila gritava esperneando nos braços daqueles estranhos. — Me solta! Mamãe! Mamãe!


Lauren no primeiro momento estava paralisada sem saber o que fazer, até que tentou correr, mas já era tarde, o portão estava trancado e o carro já estava indo longe, levando a melhor parte de si consigo.


— Camz, me perdoa... — gritou em um soluço, deixando-se cair sentada no chão, sentia-se fraca — eu menti, eu amo você sim, eu não quero que você suma... volta Camz.... Por favor... — Com os olhos embaçados pelas lagrimas, Lauren olhou a pulseirinha em seu pulso. — Eu vou trazer você de volta, Camz... Eu prometo. 



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Autor(a): camrenfeels

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