Fanfics Brasil - Capítulo 1 Akai Ito - Camren

Fanfic: Akai Ito - Camren | Tema: Camren / Fifth Harmony


Capítulo: Capítulo 1

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Agosto, 2015


06:10 PM – Miami


Edifício World Tower Central – Apartamento da Família Jauregui


Muitos dizem que adolescência é a fase mais intensa da vida de um ser humano, que é uma fase em que vivemos a mil por hora, fazemos varias descobertas, brigamos, nos apaixonamos, fazemos grandes loucuras e varias idiotices.


Esse não era o caso de Lauren. A garota se achava a exceção, pois não se identificava com nada do tipo. Para Lauren, sua mentalidade era bem mais avançada do que as das pessoas de sua idade. A moça de lindos olhos verdes trocava toda a turbulência em que seus amigos de sua idade viviam por um pouco de silencio e paz.


Em vez de perder tempo em festas, relacionamentos, praias e bebidas, Lauren estudava, lia sobre diversos temas, e nas horas vagas gostava de ouvir musicas de seus artistas favoritos, assistir séries e filmes, vídeos de seus canais preferidos no youtube, ou curtir seu passatempo favorito: a internet, mais precisamente o Twitter e o Tamblr, que ela costumava chamar de sua casa por vários fatores.


Naquelas redes sociais, Lauren podia ser ela mesma, podia se expressar a vontade. Ali não havia família, nem conhecidos, nem julgamentos e muito menos regras. Um mundo perfeito onde se encontrava pessoas semelhantes a ela, com gostos e pensamentos parecidos.


E a melhor parte da internet para Lauren era: Ali sua mãe não discursava sobre como ela deveria ser e se portar, não tinha Clara para lhe proibir e privar de tudo.


Por estas razões, Lauren perdia boas horas do seu tempo em seu “mundinho”, e não se importava muito com as criticas das pessoas por conta disso, afinal, elas não estavam em sua pele pra saber seus motivos de ser “diferente”, não sabiam de nada. Esta era a pessoa que Lauren conseguiu se tornar apesar da realidade em que cresceu, e não pretendia tentar mudar. Para ela, assim estava ótimo.


— “Por mim Laur, sai um pouco dessa caverna e vem viver aqui fora. aceita meu convite, vai? você sabe que me deve isso. Faz semanas que me deixa abandonada. Não estou valendo mais nada pra você? Não sente saudades?”


Um longo suspiro deixou os lábios rosados ao ouvir o áudio em que Veronica, sua atual melhor amiga, dramatizava, como sempre. Aquela garota e seus convites malucos sempre a colocava em encrencas, mas era praticamente impossível negar algo a aquela garota. Vero sabia ser bem persuasiva. Na maioria das vezes, a morena era a única que conseguia tirar Lauren de casa pra se divertir.


Inclua-me fora dessa! Não quero me meter em encrencas. Obrigada, mas dispenso.” — digitou e enviou. Preferia isso a enviar áudios.


— “Quem disse que será encrenca? Eu nem disse aonde vamos. Assim você me ofende.”


“E nem precisa dizer né? Você é bem previsível. Não quero invadir a eventos ou festas alheias. Odeio ir a boates, Não estou a fim de ir tirar fotos ou zoar em cemitérios ou lugares do tipo, e dispenso praias, clubes e piscinas, principalmente à noite.”


— “Passou longe, amiga.” — Uma risada soou divertira antes de o áudio continuar a ser ouvido — “Nó vamos ao circo que chegou à cidade. Tem cada gostosura de pessoas que você não tem noção! E sim, NÓS VAMOS! Você e eu, eu e você. Não aceito rejeição e você sabe! Sem falar que eu só posso sair se você for. hehe. Passe aqui em meia hora. Te amo!”


Os olhos verdes se reviraram, e quando Lauren estava prestes a digitar alguma desculpa para não ir, a porta de seu quarto foi aberta, seguido da luz que foi acesa sem sua permissão, fazendo-a virar-se na cama rapidamente e trincar os dentes ao ver de quem se tratava.


— Mas que porra! Eu já disse pra bater na porta antes de entrar, Taylor! — Se irritou automaticamente. Odiava quando faziam isso. Invadir sua privacidade era algo que a deixava nos nervos.


Taylor com apenas doze anos conseguia ser tão irritante quanto sua mãe.


— Mamãe quer você na mesa para jantar em dez minutos ou ela mesma vem aqui te buscar. — Empinou o nariz, com uma expressão de deboche, antes de virar-se para sair.


— Taylor a...


Tarde de mais, a menina já se havia ido e para maior irritação de Lauren, havia deixado a luz acesa e a porta aberta. A morena afundou o rosto no travesseiro, gritando abafado em frustração, antes de se levantar.


— Porque ninguém nessa família tem a decência de apagar a luz e fechar a porta antes de sair? O que custa deixar tudo do mesmo jeito que estava? Onde está o respeito? — Monologava Lauren enquanto fechava a porta, respirando fundo para manter-se calma.


E foi quando esticou o braço para apagar a luz, que seus olhos focaram em algo que a fez estremecer levemente e esquecer-se rapidamente de sua revolta momentânea. Seus olhos estavam focalizados intensamente em seu pulso, onde estava localizada uma pulseira antiga, que tinha um significado marcante e especial para ela, portanto nunca ousou retirá-la.


Doze anos haviam se passado desde que perdera sua melhor amiga da pior forma, mas as lembranças e a culpa nunca deixaram de atormentar Lauren. Ela sentiu-se arrepiar, seus olhos arderam e seu coração errou uma batida como todas as vezes que se lembrava daquele fatídico dia. Mas antes que sua crise de ansiedade tivesse inicio, ela expulsou aquela lembrança ruim de sua mente, trocando por lembranças boas junto a sua inesquecível amiguinha, como sua psicóloga a havia instruído.


Lauren abriu um sorriso triste, e fechou os olhos por um instante, deixando uma gostosa sensação tomar conta de si e acalmá-la aos poucos, enquanto se deixava levar pelas recordações dos melhores momentos com a garota que jamais esquecera e nem perdera as esperanças de um dia reencontrar. Camila sempre foi e sempre seria a melhor parte de si, como costumava pensar em segredo.


— Como seria se você estivesse aqui? — Perguntou, acariciando a pulseira em seu pulso — E se eu não tivesse brigado com você, não tivesse te deixado sozinha e tivesse conseguido impedir que te levassem? Será que ainda seriamos amigas?


Claro que seriamos. Sorriu com o pensamento, balançando a cabeça em concordância.


Com determinação, Lauren tirou uma foto da pulseira em seu pulso e voltou a sua cama, entrando rapidamente no Tumblr para postar a foto com as seguintes palavras:


“Acreditar é o que me faz seguir, acreditar é o ingrediente perfeito para não desistir. Nossas promessas foram feitas com o coração; silenciosas, sem precisar de contratos, inquebrável pela distancia e inalterável pelo tempo!”


Seus lábios se expandiram em um largo sorriso branco ao ver a chuva de notificações que gerou aquela publicação. Sentindo-se revigorante, Lauren levantou-se e não demorou em se arrumar, passando pela sala de jantar apenas para informar a sua família que iria sair. Só de pensar em jantar com eles, já perdia o apetite.


— Finalmente vai sair da toca. — Murmurou seu irmão, enquanto mastigava.


— Com quem irá sair? — Demandou Clara, inflexível. No mesmo instante, Lauren soube que só poderia sair se sua companhia fosse do agrado de sua mãe.


— Veronica Iglesias. — Replicou tranquilamente, sabendo que Veronica era uma de suas poucas amigas com as quais sua mãe não implicava, devido ao nível social de sua família.


— Porque não convida Ambar e Octavia, também? Você precisa de boas companhias.


— Não acredito que elas queiram...


— Convide-as, querida. — O olhar que a mãe lhe lançou a fez estremecer levemente. Nem seu pai e nem seus irmãos ousavam contrariar Clara, menos ainda para lhe defender.


Lauren aquiesceu, enviando mensagens para as irmãs Smith em seguida, mesmo contra sua vontade. Gostava de Ambar, cresceu junto com a mesma, no entanto, a loira e Veronica não se davam tão bem assim. Já Octavia cresceu em outro país, e fazia poucos meses que havia voltado a Miami. Não era como se Lauren não gostasse dela, muito pelo contrario, Lauren gostava mais do que deveria, sentia-se atraída pela beleza daquela mulher, e isso a deixava incomoda quando estava próxima a mesma, pois sabia o quanto era péssima em disfarçar algo.


A garota de olhos verdes sempre optou manter em segredo sua orientação sexual, pois sabia que isso a traria sérios problemas. Portanto, preferia tentar ignorar suas vontades. Despediu-se de seus pais e seus irmãos, e antes de sair ouviu novamente a voz de sua mãe.


— Lembre-se de passar na casa dos Cabello. — O tom da mulher deixava nítido que era uma ordem.


Aquele comportamento de Clara incomodava Lauren. A garota nunca gostara da pressão que sua mãe fazia para que bajulasse o Sr. Anthony, em prol de seus objetivos sujos. Para a jovem, aquele senhor significava muito mais do que poder e dinheiro. Ele era seu amigo, um avô para ela, e Lauren se sentia extremamente mal com tudo isso.


Assim que entrou na Penthouse da família Cabello, Lauren sentiu-se em casa ao ser recepcionada por Alfred com o carinho de sempre.


Assim que o mordomo deixou a sala de estar, a garota percorreu o local com o olhar, até ver Sinuhe debruçada na enorme janela de vidro, seu olhar era vago em direção ao céu. Com um suspiro triste, Lauren caminhou até a mulher e tocou-lhe os ombros em um afago, fazendo-a respirar profundamente e encostar a cabeça em seu ombro, Lauren abraçou-a de lado com carinho, entendendo de certa forma o que acontecia com ela.


— Ela amava quando o céu estava assim... — Expôs Sinuhe, em um lamento.


— Tenho certeza que ela ainda ama. — Lauren lhe garantiu, sorrindo com vontade ao imaginar Camila, agora quase uma mulher formada, linda, admirando as estrelas — Quem sabe ela não está fazendo isso nesse exato momento?


— Entendo porque você era a pessoa favorita dela no mundo, Lauren. — Sorriu-lhe com sinceridade, seu olhar lhe mostrava gratidão.


O barulho de pessoas se aproximando chamou a atenção das duas, que se separaram do abraço levemente, observando quando Alejandro, Anthony e Sofia — a caçula dos Cabello — entraram animados.


— Mamãe, você não vai acreditar! — A garotinha correu em direção à mãe, jogando-se em seus braços como sempre fazia ao chegar de um passeio. Sinuhe a apertou em um abraço. Sua filha mais nova era quase uma pequena copia de Camila, com a diferença de ser mais gordinha, e isso era seu refugio em dias de saudade. — Oi Lauren — cumprimentou rapidamente em uma risadinha antes de focar-se em Sinu novamente — Chegou um circo à cidade!


Os mais velhos a observavam com sorrisos de admiração.


— Oh, é mesmo? — Sinuhe se mostrou surpresa — Sua irmã adorava. Nós a levamos uma vez, poucos dias antes de... — Não foi capaz de completar, e suspirou com nostalgia.


O silencio incomodo se fez presente por alguns segundos, todos desviaram os olhares. Sofia encolheu os ombros. Tudo o que a garotinha mais queria era sua irmã de volta, para que todos pudessem ser felizes.


Lauren se perdeu em suas lembranças...


~~~~~~~~~~~~~~


— O mais legal foi o mágico! — A pequena Lauren exclamou, jogando suas mãozinhas ao ar, saltitando no banco de trás do carro.


— Minha parte favorita foram os palhaços! — Mencionou a Camila, apertando as mãozinhas no cinto de segurança, empolgada. — Um dia eu quero ser uma palhaça, só pra fazer todo mundo ficar feliz e sorrir.


—Você seria uma palhaça muito engraçada — Um sorrisinho brotou nos lábios de Lauren ao imaginar a cena — E muito bonita também.


Camila escondeu o rosto entre suas pequenas mãos, sorrindo contra elas por conta do elogio.


~~~~~~~~~~~~~~~~


— É verdade, ela ficava muito feliz quando a levávamos. — Anthony murmurou um tanto triste, tirando Lauren de seus devaneios. O senhor sempre teve esperanças de que um dia sua neta retornaria a casa, mas conforme o tempo foi passando, e depois de vários trotes e falsas Camila’s em busca de dinheiro, suas esperanças foram diminuindo aos poucos.


Lauren apenas observava quieta, não conseguia expor seus sentimentos em frente a todos. Enquanto Alejandro se encontrava sério, de braços cruzados.


— Então, no dia em que a Camila voltar, eu vou levá-la ao circo também — A pequena planejou, alegre como sempre. Sofia era a única que acreditava fielmente no retorno de sua irmã. Seu maior sonho era conhecê-la, fazer tudo o que irmãs mais novas fazem com as mais velhas.


— Camila não irá voltar Sofia, aceite isso. — Alejandro se pronunciou, chamando a atenção de todos para si — Nem a policia acredita mais nisso, por favor! Não precisamos ficar nos iludindo com este assunto.


Sofia abaixou a cabecinha, assentindo, visivelmente triste. Lauren a abraçou junto a Sinuhe.


— Alejandro! — Anthony o repreendeu, amargurado por seu filho ter se tornado uma pessoa tão fria após o sequestro de Camila. E quando Elsa faleceu há alguns anos, isso só piorou, mas ele entendia. Essa era a maneira do seu filho lidar com sua dor.


— Não venha me repreender, pai. Você também sabe que isso não irá acontecer, e eu noto como vocês ficam quando esse assunto é iniciado. — Desabafou — É melhor que entendam de uma vez, que mesmo se Camila voltasse, ela não seria mais a mesma, não seria a nossa garotinha. Se Camila estiver viva, ela é outra pessoa completamente diferente da que conhecíamos, com outra criação, outros comportamentos que eu não quero nem imaginar.


— Por favor, pare! —A voz tremula de Sinuhe soou como suplica. Alejandro bufou negando com a cabeça, e se retirou.


Lauren soltou a respiração que nem sabia que estava prendendo, e sentou-se com Sinuhe e Sofia, assim como Anthony que se acomodou em sua poltrona.


— Não liga para ele, Sinu, sabe que esse é o jeito do Alejandro sofrer, no fundo ele também tem esperanças de reencontrar a filha. — Anthony tranquilizou — Lauren desculpe esse clima, sei que não se sente bem com esse assunto. — Pediu, percebendo que os olhos verdes estavam perdidos e lacrimejantes.


— Tudo bem... — A garota apertou os lábios em uma tentativa de sorrir e então olhou para Sofia, que estava deitada no colo de sua mãe com uma expressão triste. Lauren sentiu a necessidade de mudar isso, como sabia que era exatamente o que Camila faria se estivesse presente — Sofi, você sabia que eu fui convidada a ir exatamente a esse circo?


— É sério, Laur? — Os olhos da pequena Sofia brilharam com tal afirmação, mostrando-se empolgada.


— Muito sério. Você gostaria de ir comigo?


— Eu posso? — Perguntou boquiaberta, olhando para os mais velhos em expectativa. Ao ter a aprovação de sua mãe e seu avô, Sofia subiu ao seu quarto, extremamente animada para se arrumar com a ajuda de sua mãe.


— Obrigada, meu anjo. — Anthony agradeceu, sentando-se próximo a Lauren e lhe dando um beijo na têmpora, costume que também lembravam a Camila. Lauren apenas sorriu abraçando aquele senhor, como se fosse um refugio.


...


— Eu não acredito que aceitei vir neste lugar imundo, meu deus! — Reclamou Ambar ao descer do carro e notar que a estrada de caminho ao circo era de barro. — Meus sapatos novos! — Choramingou ao olhar os saltos negros se arranhando.


— Eu não acredito que você trouxe essa garota... — Veronica rosnou para Lauren, que encolheu os ombros, segurando a mão de Sofia, que sorria admirada com tudo.


— Aqui estão os nossos ingressos, a entrada é logo ali — Informou Octavia ao se aproximar com um sorriso gentil, chamando a atenção de Lauren para aqueles lábios perfeitamente desenhados.


— Sejam muito bem vindas, princesas! — Um rapaz, com um sorriso galanteador as recepcionou com simpatia, parando o olhar em Ambar, notando a expressão de desgosto no rosto da moça. — É um pecado uma garota tão bonita não sorrir, ainda mais em meu reino. Eu não posso permitir um absurdo desses! — Declarou, chamando a atenção da loira, que observou o rapaz lhe estender uma caixinha colorida, envolvida em um lindo laço amarelo. — Para que você se sinta melhor em nosso humilde lar, princesa. — Curvou-se em uma reverencia, entregando-lhe antes de afastar.


— Nossa! Que gentiliza. — Disse com um sorriso brincando em seus lábios ao observar o rapaz, que não tirou os olhos de si, mesmo enquanto recepcionava outras pessoas.


— Abre Ambar, abre! — Sofia saltava curiosa para ver o que havia dentro.


— Se eu fosse você, eu não confiaria no que...


— Ah! Cala a boca, Octavia, você está com inveja por eu ter ganhado um presente e você não. — Empinou o nariz, vendo a irmã apenas arquear a sobrancelha e cruzar os braços.


— Mate logo nossa curiosidade. — Lauren pediu, unindo as sobrancelhas ao ver que Veronica havia se afastado e sumido de sua visão. Sabia que sua amiga provavelmente estava aprontando alguma.


Ambar puxou o laço com ansiedade, no entanto, a surpresa não parecia tão agradável quanto ela esperava. Seus olhos quase saltaram de seu rosto e seus lábios se expandiram em assombro, quando o que havia dentro do pacote pulou com velocidade contra seu rosto, fazendo-a gritar de susto e desequilibrar, quebrando um de seus saltos. A garota só não caiu no chão graças a sua irmã, que mesmo gargalhando, conseguiu segurá-la a tempo.


Sofia e Lauren também gargalharam quando viram que se tratava de um boneco palhaço que havia saltado da caixa, assustando a garota. Ambar grunhiu, gritando em irritação, enquanto apertava os punhos, queria chorar e ao mesmo tempo queria ir até o idiota que se encontrava rindo discretamente, para dar-lhe umas boas tapas na face, mas seu salto quebrado não a permitia.


— Lauren, leve Sofi para ver o espetáculo, levarei Ambar para casa. — Instruiu Octavia.


— Tem certeza? — Lauren indagou um tanto desapontada, vendo-a assentir e logo deixou de respirar por alguns segundos quando Octavia se inclinou e deixou um beijo em sua bochecha ao agradecer o convite, antes de ir.


— Vamos Laur, eu não quero perder nada! — Sofia tirou Lauren do transe e só então ela percebeu que havia ficado longos segundos sem respirar, balançou a cabeça negativamente, antes de segurar firme a mão da garotinha e guiá-la para dentro.


A enorme lona colorida armada bem no alto dava a aparência perfeita de um enorme castelo repleto de cores. As luzes ao redor da mesma lembrava um céu recheado de estrelas. O nome “Enchanted Star Circus” piscou e as cortinas se abriram quando uma musiquinha divertida começou a soar, ao mesmo tempo em que uma voz contagiante em alto e bom tom anunciou o inicio daquela mágica noite.


 “Respeitável publico! Vai começar o maior espetáculo da terra! O circo já chegou...”


Palhaços entraram no picadeiro entre cambalhotas e piruetas, fazendo a plateia rir, gritar e aplaudir. Logo, o mesmo garoto que irritou Ambar, se tratava de “Simón - O ilusionista” como foi anunciado, se apresentou com alguns truques de mágicas ao lado de sua assistente de palco, Ally. Em seguida foi a vez dos equilibristas, que se tratava de um casal de jovens e uma criança.


Lauren não conseguia se concentrar em nada. Para ela, mexer em seu celular estava mais interessante. Estava frustrada por estar praticamente sozinha, já que duas de suas amigas haviam ido embora, e Veronica sumiu. Já Sofia estava animada, ria como nunca antes e se divertia com cada número apresentado.


— Laur, podemos comprar pipoca? — Perguntou Sofia, puxando o braço da mais velha, que assentiu com um pequeno sorriso.


Lauren estava cansada de ficar sentada naquela arquibancada de madeira. Levantou-se e ajudou Sofia a descer. Sentiu-se sedentária por conta da dor que descobriu sentir nas costas, provavelmente por ter ficado tanto tempo sentada ali na mesma posição, sem escorar-se em nada.


A garota de olhos verdes procurou por Veronica enquanto Sofia pegava seu enorme pacote de pipoca. Frustrada por não encontrar a amiga, ela digitou uma mensagem para a desaparecida enquanto caminhava de volta pra dentro com Sofi, até que a voz empolgada da garotinha ao seu lado chamou sua atenção.


— Olha que lindo Laur! É uma fada de verdade! — A voz infantil transbordava emoção.


Os olhos verdes seguiram a direção que o pequeno dedinho apontava, e brilharam ao mesmo tempo em que sua boca se expandiu, ao se deparar com uma garota morena, extremamente linda, pele bronzeada, longos e brilhosos cabelos negros, vestida magnificamente com roupas coladas em seu corpo perfeito e usando enormes asas. Seus movimentos nos trapézios eram ousados, surpreendentes, sexys e leves. Ela parecia flutuar como se estivesse voando. Encantava e impressionava a plateia, que ia ao delírio.


Lauren sequer sentiu quando Sofia a levou de volta ao lugar em que estavam. A garota estava tão impressionada, que mal se deu conta que já estava sentada novamente na arquibancada incomoda.


Pela primeira vez em sua vida, Lauren se esqueceu do celular e de todas as notificações que estavam chegando ao mesmo. Esqueceu-se até mesmo de sua própria existência por alguns segundos. Sua atenção estava toda naquela mulher, que depois de tirar as asas, brincava com o perigo, envolta em tecidos de seda, com seus movimentos de destreza corporal.


Um movimento ao seu lado a fez arquear de susto, e logo notou a mão de Veronica abaixo de seu queixo.


— Calma, Laur! Só estou segurando a sua baba para não morrermos todos afogados. — Brincou Vero, rindo da expressão de sua amiga. Lauren então, percebeu que seus lábios estavam separados e os fechou, remexendo-se desconfortável. — Você me mandou uma mensagem e não respondeu, vim ver se estava viva.


— Sim, eu... — Não completou, voltando a atenção à garota, que terminou seu número sob uma chuva de aplausos e elogios.


— Ual! Ela é realmente gostosa! — Veronica suspirou. — Compreensível você estar babando nela. 


— Eu não estava... — Lauren tentou argumentar, empalidecida por ter sido pega no flagra. Nem mesmo sua melhor amiga podia saber que ela apreciava a anatomia feminina.


Veronica gargalhou, recebendo uma tapa no braço, mas logo desviou a atenção para os dois garotos acrobatas em movimentos espetaculares nos pêndulos. Lauren tentou descobrir o que sua amiga estava apontando, mas falhou.


Após mais alguns números, foi anunciado um pequeno intervalo. Veronica novamente deu uma desculpa e escapou sem dizer para onde estava indo.


— Está gostando, pequena?


— Eu estou amando, é incrível! Obrigada por me trazer, Laur!! — Sofia falava enquanto abraçava Lauren, antes de se afastar rapidamente, seus olhinhos e boca se expandindo. — A fada! Ela está vindo pra cá!


Lauren imediatamente olhou na mesma direção que Sofia, sentindo seus batimentos se alterando ao ver como a garota era ainda mais atraente de perto. Ela estava se aproximando enquanto vendia objetos relacionados ao circo, junto a seus companheiros.


— Você é incrível! — Sofia elogiou a acrobata de forma tímida, chamando a atenção da mesma, que sorriu largamente. — Quando eu crescer, eu quero ser igual a você.


— Obrigada, linda! Assim você me deixa emocionada. — Admitiu a acrobata, inclinando o rosto de um jeito meigo.


— Pode tirar uma selfie comigo? — Pediu Sofi, esperançosa.


— Claro, princesa. — Concordou, vendo a garotinha se aproximar de si, com seu iphone em mãos.


Lauren mal conseguia se mover e respirar ao ter a moça qual passou a admirar e sentir certa atração, tão próxima a si. O perfume dela estava a entorpecendo.


Realmente a acrobata parecia uma fada.


Após um apertado abraço, a acrobata se afastou da Sofia, sem tirar o lindo sorriso do rosto, pegou algo em sua sacola, e então entregou a garotinha uma miniatura de fada, que ascendia e brilhava em vários tons de cores, deixando a menina encantada.


— É um presente pra você não se esquecer de mim. — soltou uma risada gostosa ao ouvir o gritinho de animação e agradecimento da pequena, e olhou rapidamente para a moça de olhos verdes ao lado da mesma, observando-a de forma estranha, sorriu constrangida para a mesma, antes de se afastar.


Estática. Assim estava Lauren desde o momento em que a acrobata esticou seu braço para presentear Sofia. Os olhos se focaram no pulso da morena, onde tinha uma pulseira de elástico, idêntica a sua. O sangue parecia ter fugido do corpo de Lauren naquele preciso momento. Não podia ser possível. Aquilo era... Inacreditável.


Não podia ser uma simples coincidência, podia? Ou será normal garotas usarem pulseiras de elásticos?


Lauren não queria, mas não podia deixar de pensar na hipótese daquela acrobata ser sua Camila. Sem falar que ela tinha traços um tanto quanto parecidos, ou seria coisa de sua imaginação? Varias teorias invadiram sua cabeça. Lauren se sentia inebriada, trêmula, assustada. Levou a mão à nuca ao sentir uma pontada, com certeza sua pressão havia baixado rapidamente. Respirou fundo, olhando a garota sumir de sua vista.


Uma coisa era certa: Se aquela era realmente Camila Cabello, Lauren Jauregui iria descobrir a todo custo. 



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Autor(a): camrenfeels

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