Fanfic: Desejo Proibido | Tema: Moda
Na casa de Fiorela as três mulheres escutavam atentamente o relato de Louise, estavam chocadas com tamanha coincidência. Talvez fosse o destino colocando-os frente a frente. Entretanto, dessa vez, era para um ajuste de contas definitivo.
- Quando a vida decide jogar, ela não brinca. O que vai fazer agora, minha filha?
- O que eu sempre tive vontade de fazer. - Disse firme.
- Louise! - Luíza fica perplexa. - Achei que tinha esquecido disso.
- Eu nunca vou esquecer, Luíza.
- Cultivar esses sentimentos não vai te fazer bem, minha filha. Esqueça isso, não vai te fazer bem.
- Quer vingança melhor que ver você assim, – Elisa aponta para ela.- bem de vida, dona de uma das revistas mais famosas do mundo?
- Quero. - Levantou-se e foi se servir de uma bebida forte. - Acho que já sei o que fazer.
- Seja lá o que for, não conte com a minha ajuda. - Levanta-se. - Essa vingança não te fará bem e eu não quero colaborar com isso. Eu só espero que não se machuque tanto com isso. Com licença, meninas, vou descansar. Foram emoções demais para uma senhora como eu. - Sai deixando as três sozinhas.
- Sabe bem que tem todo o meu apoio para fazer a coisa certa. Se vingar deles não é. O que você vai ganhar com isso, além de se igualar a eles? Pensa bem, pois vai sofrer muito. - Abraça-a. - Não se esqueça que eu te amo e que se falo isso é pensando no seu próprio bem. - Acaricia o rosto da irmã, após sair do abraço. - Eu já vou indo, tenho que voltar para a delegacia. Pensa bem no que eu e dona Fiorela dissemos. Tchau, Elisa.
Luíza se despede das irmãs e as deixa a sós. Elisa e Louise apenas se olham. Elisa era a única que conseguia decifrar o enigma chamado Louise Monteiro, sabia que não haveria nada que a fizesse esquecer dessa vingança. Ponderou muito até tomar essa decisão. Louise pensava se ela aceitaria ajudá-la nessa vingança, precisava de aliados pois sozinha não conseguiria. Não se sentia tão capaz.
- Eu aceito. - Respondeu à pergunta que sua irmã se fazia mentalmente. - Eu aceito te ajudar a se vingar deles.
- Não vai nem me convencer do contrário?
- E do que adianta? Se nem a mamãe te convenceu e ainda teve a chata...
- Elisa... Para de implicância!
- Se nem a Luíza te convenceu, não sou eu quem vai conseguir. Resta só ajudá-la para que não faça nenhuma besteira. Se tu acreditas que isso fará com que tenha paz, sim, eu te ajudo.
- Mesmo que não acredite nisso?
- Mesmo assim. Sou sua irmã, se tiver que cair, que caiamos as duas. Eu te amo, sua boba. - Abraça-a.
- Posso te pedir mais uma coisa? - Saindo do abraço.
- Só não abusa.
- Me faz cafuné até eu dormir? - Faz bico.
- Quem vê nem pensa que essa mulher faz todo mundo tremer só com o barulho dos saltos na revista. Vem logo.
As duas foram para o quarto de Louise. Elisa, como prometido, fez cafuné até que a irmã dormisse profundamente. Acabou cochilando junto a ela. Acordou um tempo depois e foi para o seu quarto pensando se havia feito a coisa certa ao ceder a esse pedido da irmã.
***
Após dizer aquelas palavras, minha avó se levantou e foi para seu quarto. Minha mãe acompanhou ajudando-a, pois já é uma senhora. Meu pai se trancou no escritório, pela cara estava com raiva. Não sei se sentia raiva do irmão por jogar as coisas assim na minha frente, ou se sentia de si mesmo pois havia feito aquilo com a mulher do cemitério. Eu não sei o que pensar.
Na mesa só estava eu e meu tio Danilo. Nada do que minha vó dissera a respeito da Louise fazia sentido, tampouco eu havia acreditado. Algo me dizia que tinha mais coisa ali e a única pessoa que poderia sanar minhas dúvidas – ou parte dela – compartia a mesa comigo.
- O que saber? – Meu tio pareceu ler meus pensamentos.
- Tudo. – Respondi sem deixar de olhar para ele.
- Eu sei tanto quanto você.
- Não, você sabe mais que eu. Tio, por favor. – Supliquei.
- Eu vou te contar o que eu sei, mas já te adianto que não sei muita coisa. Eu não convivi com eles, só vinha aqui a cada cinco anos. – Assenti.
- Me conte mesmo assim, eu sei que se eu perguntar não vão me dizer a verdade ou apenas dirão parte dela.
- Quando eu voltei definitivamente para casa eu tinha vinte e um anos, além disso vim também para o casamento do seu pai, mas não cheguei a ir.
- A mamãe disse que vocês discutiram e por isso não foi ao casamento deles. Foi por isso? Por essa mulher? A tal Louise?
- Sim eu ouvi seu pai falar que tinha aceitado se casar com essa mulher para levá-la para cama, que com quem ele iria se casar mesmo era com sua mãe e que não sabia que ela havia organizado todo o casamento deles. Entrei e começamos a discutir. Peguei minhas coisas e fui embora.
- Meu pai foi capaz disso? Como assim? - Estava atônita com o que acabava de ouvir.
- Eu não faço ideia de como ela seja, seu sobrenome, onde mora e como está agora.
- O meu pai foi capaz de algo tão, tão.... Eu nem sei como denominar isso. – Meu tio se levanta e se senta na cadeira ao lado da minha, consolando-me. - Ela deve ter sofrido muito.
- Talvez seja por isso ela te disse "infelizmente", só pode ser.
- Agora entendo a sua raiva, a vontade de fugir e o seu "adeus" quando eu disse "até logo".
- É compreensivo, meu irmão causou muito dano a ela.
- Eu queria encontrar com ela novamente, mas agora.... Como vou olhar para ela?
- Você não tem culpa de nada, nem era nascida.
- Ainda sim, tio. Ela parece ser uma boa pessoa. Tio, se você visse como ela sofria pela perda da filha, como ela foi carinhosa ao me abraçar... – Caí no choro e novamente abraçada pelo meu tio.
Meu pai pediu para uma das empregadas me chamar. Assim que fiquei ciente de que meu pai me procurava, fui ao seu encontro. Fui mais a pedido do meu tio do que por vontade própria. Entrei no escritório e fiquei encostada na porta encarando o cara que eu achava que nunca me decepcionaria.
- Senta aqui, filha. - Apontando para o lugar vazio do sofá em que estava sentado. - Por favor. - Suplicou vendo que eu hesitava. Suspirou aliviado quando me encaminhei para o sofá.
- Vai me dizer a verdade ou vai mentir para mim?
- A verdade, filha. Mas antes que eu comece a falar te peço que tome cuidado com o que o seu tio diz, seja o que for que ele tenha te dito. Ele não estava aqui quando aconteceu, só chegou no dia. Ele tem raiva por só ele ter ido para a Suíça e desconta em mim.
- Não é do meu tio que se trata e sim do que você fez, pai. - Não consegui esconder o tom acusatório. - Pare de me enrolar e me conte o que de fato aconteceu.
- Eu vou te contar tudo o que aconteceu naquele dia.
FLASHBACK ON
- Vocês não vão mesmo ao meu casamento? - Entrando no escritório.
- Vamos, mas ao seu com Marisa.
- Mamãe já conversamos sobre isso.
- Marisa está grávida, Heitor! – Paulo disse de uma única vez.
- Como é que é? - Surpreso.
- Isso mesmo que acaba de ouvir, meu filho. Ela está grávida e você não vai abandoná-la assim. Casará com ela hoje mesmo. – Bernarda é curta e grossa.
- A Louise nunca vai me perdoar. - Começa a ficar nervoso.
- É você quem não deve perdoá-la. – Paulo encara o filho.
- Como assim?- Se vira ainda coma mão na cabeça, demonstrando seu nervosismo.
- Por que acha que ela apressou o casamento? Por que escolheu o dia de hoje, sabendo que Marisa sempre sonhou em casar contigo nessa data? A Louise descobriu que estávamos planejando esse casamento e adiantou tudo. Ela disse para você o motivo de ter adiantado o casamento?
- Não. – Respondeu baixo à pergunta do pai.
- Disse, Heitor? Fale alto.
- Não, pai, apenas disse que não tinha o porquê esperar se já estava tudo preparado. - Magoado com a descoberta.
- A verdade é que ela sabia que Marisa estava grávida e havia nos contado, ela sabia que você se casaria com Marisa e não com ela se soubesse da gravidez.
- Ainda descobriu que ela te contaria amanhã. Marisa ia te contar amanhã, antes de partir. Mais um motivo que ela teve para adiantar o casamento. – Completou Bernarda.
- Ela não pôde ter feito isso comigo. - Estava irritado.
- Mas fez.
- Eu não vou me casar mais com ela, não posso abandonar a Marisa sozinha com um filho meu por uma mulher que mentiu tão descaradamente para mim. Eu me caso com Marisa hoje!
FLASHBACK OFF
- Então foi isso que aconteceu?
- Sim, foi assim que aconteceu.
- Mas, pai.... Não justifica sua atitude com essa tal mulher. Você se comportou como um canalha deixando-a sozinha, abandonada no altar. Nem sequer a ouviu para saber se era verdade.
- Eu sei que o que fiz não foi certo, mas estava com tanta raiva que agi por impulso. Eu me arrependo muito.
-De ter casado com a minha mãe?
- Não, mas de ter feito as coisas como fiz. Não fique com raiva de mim. – Pediu. Eu não conseguia esconder minha decepção.
- Não estou, apenas estou muito confusa. São muitos acontecimentos para um dia só. Vou para o meu quarto, com licença.
Saí de lá e fui direto para meu quarto, passei pelo do tio, mas não o vi ali. Me tranquei no meu e fiquei pensando nas duas versões que acabei de escutar. Duas versões da mesma história. De certa forma elas faziam sentido, mas não sabia até onde os dois haviam dito a verdade. Era certo que meu tio tinha raiva do meu pai, isso não era segredo para ninguém, e que poderia ter modificado o que teria acontecido, mas como ele nunca havia mentido pra mim e sempre me contou a verdade, incluindo o segredo que tanto o atormenta, resolvi dar o benefício da dúvida. Já meu pai, esse teve tempo para criar uma história, não titubeou ao contá-la e ainda havia mentido para mim, minha confiança nele estava abalada. Eu preciso ir atrás da verdade
Autor(a): casmurra
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
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