Fanfics Brasil - Capítulo 4 Desejo Proibido

Fanfic: Desejo Proibido | Tema: Moda


Capítulo: Capítulo 4

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A sexta-feira amanhece ensolarada, nem parecia que chovera tanto no dia anterior. Despertei cedo, como de costume, fiz minha higiene matinal, me arruma e segui para a praia. Toda sexta dava uma volta pela praia para espairecer e pensar nos passos a serem dados nos próximos dias. Era o meu ritual. Estava tão distraída, que não vi que um homem, possivelmente também distraído, vinha em minha direção. Só percebei mesmo ao nos chocarmos.


- Perdão. - Disse o homem segurando meu braço, me impedindo de cair.


- Me perdoe você, estava distraída e não te vi. – Olhei para ele.


- Sendo assim, estamos quites. Também estava distraído. - Estende a mão a mão. - Perdoado?


- Se me perdoar também, sim. – Apertei a mão dele, mas desfiz o gesto segundos depois. - Adeus! - Sorri.


- Prefiro dizer até logo. – Piscou, mas eu apenas balancei a cabeça.


Ambos seguimos nossos caminhos. Cheguei na casa de minha mãe e fui recebida por ela. Fomos para a sala de jantar quando a empregada avisou que a mesa estava posta.


- Cadê a Elisa? – Perguntei.


- Estou aqui. - Entrando e se sentando. - Quando vai me largar, chiclete?


- Eu? Já te larguei há muito tempo, só achei que a cama fosse te engolir, nem foi correr comigo hoje. - Ri da careta que ela fez.


- Você e seu bom humor matinal... – A empregada a servia, enquanto a própria massageava suas têmporas. - Espero que continue assim para os compromissos desse fim de semana.


-Eu estarei, meu bem. 


- Nossa, meninas, aqui está com cheiro forte de perfume de homem. -  Procurando com o nariz a origem do cheiro.


- Acho que sou eu. - Me cheirou. - É, sou eu. Deve ter sido na hora que o cara esbarrou em mim na praia.


- Esbarrou, né? Sei... – Me olhava maliciosa.


- Não me olha assim - joguei um pedaço de pão que estava na minha mão em Elisa - olha as minhas roupas, são de academia e ainda estou suada. Estava fazendo exercícios físicos, sua mente poluída.


-Há vários tipos de exercícios físicos, minha filha. - Bebendo seu café.


- Mamãe! – Falamos juntas.


- Que foi? Só porque fiquei viúva não quer dizer que não sinto... Coisas. – Nós ainda olhávamos surpresas para a dona Fiorela. - Não me olhem com essas caras, sou a mãe de vocês, mas antes de tudo sou mulher.


-Ah , sei lá, mamãe.... É estranho imaginar essas coisas. - Elisa concorda comigo.


- Vamos mudar de assunto. – Ainda bem, aquele papo já estava constrangedor. - Então, Lô, como era o tal homem? Ao menos cheiroso ele é.


- É gato, muito gato. - Sorrindo.


- E o nome? - Dei de ombros. - Nem telefone? - Balancei a cabeça negativamente. - Nada? Ai, Louise, você já foi mais rápida. – Eu e minha mãe rimos do desapontamento dela.


Terminamos de tomar café e fomos nos arrumar para irmos à Búzios, onde aconteceria a sessão de fotos para a nova edição da revista. Nos despedimos de dona Fiorela e caminhamos até o helicóptero da empresa que estava no heliporto da casa, pois precisávamos chegar cedo.


 


***


 


Na casa dos Montenegro o clima ainda era pesado, não pela morte do patriarca da família. Danilo entra assoviando, causando estranheza no demais em vista do momento que viviam.


- Viu um passarinho verde? – Bernarda devolve o beijo que o filho lhe deu.


- Eu diria com belos olhos verde, minha mãe. - Sentando-se na mesa.


- Humm.... Vejo que se encantou mesmo, vai sair com ela hoje, Danilo? – Marisa questiona rudemente.


- Não, irei à Búzios nesse final de semana.


- Já vai, cunhadinho turista? Nem ficou muito tempo conosco e já está fugindo?


- Vou trabalhar, Marisa. Tenho que pagar as minhas contas.


- Para qual revista vai fotografar agora, meu filho?


-Femme Fatale. - Responde.


- A melhor revista de moda do país, tio? - Pronunciou perplexa e admirada, o que fez Marisa revirar os olhos.


- Como conseguiu? - Heitor quebra seu próprio silêncio.


- Tive que pestanejar, não tem nada certo ainda.


- Mas já é alguma coisa, tio, vai poder mostrar seu talento. - Abraça o tio.


- Essa é a revista só comandada por mulheres? – Diz com desdém. - E que ninguém sabe quem são as donas? 


- Sim, papai, e é uma das revistas de maior destaque na atualidade.


- São é muito exigentes para o meu gosto. Sempre recusam nossas modelos, principalmente fotógrafos homens, não acho que vá conseguir alguma coisa, cunhadinho. Devem ser um bando de horrorosas por isso se escondem.


- Meu filho é talentoso, Marisa. Azar seria o dessa revista, saiba que em nossa agência sempre terá lugar para você.


- Obrigado mais uma vez, minha mãe, mas eu declino. - Levanta-se.


- Que novidade você não aceitar, não gosta de receber ordens. – Heitor provoca.


- Não quando são descabidas e feitas só para inflar o ego de uns e outros. Bom, tenho que ir trabalhar, já que nunca fui o filho preferido do papai e da mamãe e por isso nunca tive nada de mão beijada, sempre tive que batalhar. - Sai dali e vai para o quarto de hóspedes recolher suas coisas.


- Precisava, pai? Por isso meu tio não gosta de conviver conosco, vocês sempre dão um jeito de distanciar ele daqui. Já não basta quase vinte anos de internato?


- Júlia, mas respeito conosco! – Bernarda exalta-se.


- Não é falta de respeito, vovó, é a verdade. Você só quer o tio perto porque ele é um fotógrafo requisitado e pode alavancar a agência, mas sempre preferiu o meu pai.


- Já conversamos sobre isso, minha neta. - Tenta manter a calma.


- Júlia, mais respeito com a sua avó, comigo e com o seu pai. Se ela não tivesse feito o que fez seu tio não teria a melhor educação e não seria o que é hoje.


- O que adianta a melhor educação se nunca teve o carinho da família? Não sei como conseguem viver tranquilamente sem pesar a consciência de vocês. Licença. - Sai e vai em direção ao quarto onde seu tio estava hospedado.


- Controlem a filha de vocês, não suporto chiliques de menina mimada.


- Eu vou falar com ela. – Marisa sai dali.


- Precisamos conversar, Heitor. - Fala assim que Marisa sai.


- Sim, mamãe. 


 


***


 


- Oi, tio, posso entrar? - Pergunta de fora do quarto, que estava com a porta fechada.


- Claro, Ju. - Ela entra.


- Já vai? - Olhando as malas arrumadas. Ele assente. - Queria pedir para você ficar, mas até eu não ia querer ficar nesse hospício. - Força uma risada. - Queria ir contigo para Búzios, mas tenho os trabalhos do curso para fazer.


- Bom, se mudar de ideia.... Me acompanha?


- Sim, preciso sair daqui um pouco.


E assim foram para o apartamento de Danilo. Conversaram durante todo o trajeto, tinham muitas coisas em comum, inclusive o amor pela fotografia. Depois de guardar algumas coisas e pegar outras, deixa a sobrinha na casa de uma amiga e segue de carro rumo à Búzios.


Assim que as irmãs chegam em Búzios, se hospedam na mansão da revista, situada de frente para a praia e próxima a rua mais badalada da cidade. O design foi ecologicamente criado para aproveitar, ao máximo, a luz do dia e a brisa do mar, que era o charme e o ponto forte do local. Há duas suítes máster privativas e expansivas, que são das duas irmãs; tem também mais quinze suítes comuns e cinco dormitórios de serviço. Quem as recepciona é uma das assistentes.


- Bom dia, senhoras.


- Bom dia! - Respondem animadas.


- Hoje só tem a entrevista com o novo fotógrafo para a sessão de fotos de amanhã. Hospedo ele aqui ou encaminho para o hotel?


- Não vai precisar de entrevista, disse isso só pra causar um suspensinho. Tem algum problema dele se hospedar aqui, Elisa?


- Nenhum, é só pedir antes que ele assine o contrato de confidencialidade antes de dizer que ele já está contratado, depois o encaminhe para uma das suítes. As modelos já chegaram? – Louise concorda com a irmã.


- Sim, estão lá na piscina.


- Ótimo! Avise que se elas quiserem conhecer a cidade estão liberadas, mas que não abusem. Não quero ninguém passando mal amanhã. Vou dar uma volta, você vem Elisa? 


- Não, vou resolver uns assuntos e conversar com as modelos. 


- Sendo assim, me retiro. Beijos!


- Juízo, viu?!


- Não, hoje não. 


Subiu e aproveitou para descansar um pouco. Almoçou ali mesmo. Tomou um banho relaxante, pôs um vestido simples, rendado, com um saltinho baixo, sem muita maquiagem e adereço. Queria estar a mais despojada possível. Após ficar pronta, foi direto para a Orla Bardot aproveitar seus últimos minutos de anonimato. 


Andando pela Orla, as lembranças do dia anterior vieram com força em sua mente, assim como as perguntas sem repostas. Sabia pouquíssimas coisas sobre ele e sua família, preferiu manter distância para se recuperar - ou ao menos tentar. Parou em um dos bancos e ficou a contemplar o mar. Por ser uma mulher bonita, não passava despercebida e, por isso, recebia os gracejos dos homens que passavam. Estava tão entretida com a vista e em seus pensamentos que nem se ligou que haviam ocupado o lugar vago ao seu lado.


Cedendo ao impulso de conhecer melhor a tão famosa orla em homenagem a Brigit Bardot, Danilo, após sair da reunião que daria uma guinada em sua vida, decidiu comemorar mais essa mudança em sua vida. Esperou muito por esse momento. Sentou em um dos bancos para apreciar o pôr-do-sol, como todos ali. Quando tirou os óculos, reconheceu a mulher sentada ao seu lado. Riu da ironia do destino, o que chamou a atenção dela.


- Olha se não é a distraída?! - Ela franziu a testa. - Não está me reconhecendo?


- Deveria? - Tentando reconhecer o homem a sua frente.


- Não sei, quer aparentar mais idade do que aparenta ter? - Ela riu.


- Seu rosto não me é estranho.


- Então quer dizer que costuma esquecer quem você derruba pelos caminhos? - São interrompidos pelos aplausos dado ao pôr-do-sol por todos ali presentes. Bateram palmas também.


- Fechou os olhos e sorriu com os lábios fechados. - Acho que me lembrei.


- Do que? - Virando para ela.


- De onde te conheço. - Ela ri.


- É? Então diz.


- Você é o cara da praia que esbarrou em mim mais cedo e me trouxe problemas em casa.


- Que problema?


- Um interrogatório por causa do seu perfume que ficou impregnado em mim. - Riu se lembrando.


- Seu marido brigou contigo?


- Talvez brigaria se eu tivesse um, mas foi só minha mãe e minha irmã implicando comigo. - Se levanta.


- Já vai? - Também se levanta.


- Não, está cedo. Apenas vou seguir caminho. - Apontava para a rua em direção a Rua das Pedras, uma das mais badaladas e famosas de Búzios. - Conhece a Rua das Pedras?


- E quem não conhece? - Ela riu. - Posso tentar te surpreender? - Seguiram caminhando.


L: Tenta, ué. Mas vamos andando, gosto de caminhar. 


- Ok, então. – Andaram uns metros sem dizer nada.


- Então... Desculpa, eu não sei como começar uma conversa. – Ela ri um pouco sem graça.


-  Sem problemas, eu começo. – Aponta para si. - Você tem cara de quem conhece isso aqui como a palma de sua mão... Já foi ao Pátio Havana?


- Não. Você tem razão em dizer que conheço bem a cidade, mas nunca fui lá. 


- Por quê?


- Sei lá, nunca tive interesse. - Ficaram em silêncio por um momento. - Você faz o que?


- Sou fotógrafo e você? - Estavam chegando ao destino proposto.


- Também sou fotógrafa, trabalho mais precisamente com o mundo da moda, mas faço outros tipos de fotografia. E você?


- Só com o mundo da moda. Chegamos! - Param em frente ao local. - Vamos? - Louise hesita um pouco, mas se deixa levar. O local é lindo, bem ornamentado com móveis de madeira e com áreas subdivididas. Decidiram ficar na área central, onde tem um palco com um som de jazz tocando ao fundo. Ficaram no balcão bebendo um pouco.


- Não sabia que era tão grande e lindo aqui. Só passava por fora, mas não prestava muita atenção. - Um grupo de músicos começou a tocar clássicos da música caribenha.


- É bem divertido aqui, não é uma Privillège, mas... - Vendo alguns casais indo para a pista de dança. - Quer dançar? - Aponta para a pista de dança e ela olha em direção para onde ele apontava.


- Não sei dançar.  - Ainda olhando as pessoas dançando como o ritmo pedia.


- Eu te ensino. - Sussurra no ouvido de Louise que se arrepia toda. - Vem.


Danilo a conduz sem esperar qualquer resposta dela,. A pista estava razoavelmente cheia, os casais faziam suas performances seguindo o ritmo da dança. Começou a ficar mais animado e mais cheio. Ela novamente diz que não sabe dançar esse ritmo e ele sussurra novamente em seu ouvido. Os músicos tocam uma música lenta, Danilo aproveita e vai para trás de Louise. Pôs as mãos em sua cintura, aproximando-a, e começou a conduzi-la seguindo as batidas da música. Ela se deixou levar por aquele jogo de sedução que se tornou a dança ao som da música que era tocada.


- Estou com vontade de te beijar. - Sussurra enquanto deslizava sua mão pela lateral do corpo dela.


- Está esperando o que? - Se vira.



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Autor(a): casmurra

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