Fanfic: Biology - Vondy (Adaptada) | Tema: Vondy
Fizemos o caminho inverso, acompanhando Anahí pelo trajeto de volta à classe, e nos despedimos ao chegarmos ao andar da sala dos professores. Ucker entrou rapidamente para pegar suas coisas, e eu notei que alguns alunos estavam no corredor, devido à troca de aulas. O primeiro tempo havia acabado, e geralmente a maioria dos estudantes saía de suas salas para conversar ou para esticar o esqueleto mesmo.
- Pronto – ele disse assim que deixou a sala, já com sua mochila nas costas – Vamos dar o fora daqui.
- Eba, fuga da escola – brinquei, percebendo alguns olhares intrigados sobre nós conforme descíamos os degraus rumo à saída, e respirei aliviada por não precisar esconder mais nada de ninguém. Minha reputação ficaria completamente manchada quando todos soubessem sobre meu relacionamento com dois professores (ou melhor, ex-professores), mas eu pouco me importava.
Seguimos até o pátio, atraindo olhares de alguns alunos matando aula por ali, e assim que a rua se tornou visível, Ucker intensificou levemente o aperto em minha mão. Franzi a testa, sem entender, e bastaram mais alguns passos para que eu entendesse seu alerta mudo.
Na vaga à frente do Porsche prateado, Poncho se preparava para entrar em seu carro.
- Deixa ele dar um olhar torto pra você ver o que acontece – Ucker murmurou, com a expressão fechada, e eu me assustei diante de sua mudança brusca de humor – Eu não tenho mais nada a perder mesmo.
- Só entre no carro e dirija – rebati, tentando podar seus instintos homicidas subitamente aflorados. Ele havia se controlado bem até então, não queria uma explosão de violência logo agora que estávamos quase vencendo a guerra.
Atravessamos a rua, ambos tensos demais para disfarçar, e Poncho fixou seu olhar em nós dois conforme entrávamos no carro. Mais especificamente, em Ucker.
Ele realmente não devia ter feito isso.
Mal tive tempo de entrar no carro, Ucker já estava de pé novamente, caminhando na direção do antigo amigo e atual rival com uma postura ofensiva. Sem nem ter tempo de pensar, imitei sua atitude, correndo até ele e segurando seu braço.
- Tá olhando o quê? – ele perguntou, parando à frente de Poncho e encarando-o com irritação – Quer uma despedida calorosa?
- Ucker, vamos embora – pedi, percebendo que o clima ficava a cada segundo mais hostil.
- Na verdade, só estava pensando no quanto as coisas mudam – Poncho respondeu, com tom de superioridade, o que só fez o punho de Ucker se fechar mais ainda – Quem diria... O pedófilo redimido e a santinha depravada!
Não foi como se eu pudesse ter evitado. O fato era que eu simplesmente não poderia, nem mesmo se quisesse, ter impedido que o braço de Ucker se desvencilhasse de minhas mãos e seu punho atingisse o queixo de Poncho, sem a menor intenção de preservar seu formato. Apenas observei Poncho cambalear, apoiando-se na lateral de seu carro com as mãos sobre o rosto, e voltei a me aproximar de Ucker, dessa vez me agarrando em seu braço numa tentativa mais empenhada de mantê-lo abaixado.
- Como se você tivesse muita autoridade para falar alguma coisa! – ele cuspiu, totalmente tomado pela raiva, e esboçando um sorriso satisfeito ao ver que a boca de Poncho sangrava – Prefiro ser um pedófilo redimido a um fracassado cagão!
- Cala essa boca – Poncho rosnou com dificuldade devido ao maxilar prejudicado, e partiu para cima de Ucker, que aceitou de bom grado a reação. Novamente, meus esforços foram inúteis, e o pânico me dominou ao vê-los brigando sem poder fazer nada a não ser tentar apartá-los. E foi exatamente isso o que fiz. Busquei uma forma de me intrometer na confusão de punhos, porém não encontrei nenhuma brecha para que pudesse interferir sem levar uma bela porrada. Apenas quando Ucker disparou outro soco, que fez Poncho colidir contra a lateral de seu carro e cair sentado na calçada, a confusão cessou.
- Chega! Vamos embora! – exclamei desesperada, parando à frente de Ucker e empurrando-o pelo peito para longe dali, em vão – Por favor, pára!
Ele me encarou, parecendo retomar um pouco de sua consciência, e respirou fundo para recuperar o fôlego. Ouvi um burburinho do outro lado da rua, e vi vários alunos parados nos portões, além dos que observavam a cena das janelas de suas salas. Fechei os olhos por alguns segundos, detestando aquele espetáculo todo, e voltei a me concentrar em Ucker.
- Vamos pra casa – murmurei, fitando-o com firmeza, e ele assentiu após uma curta hesitação.
- Eu não quero te ver nunca mais – ele grunhiu, referindo-se a Poncho, que tentava se levantar, porém estava tão tonto que voltava a cair sentado no chão – Se eu fosse você, torceria pra isso não acontecer.
- Chega, Ucker – pedi pela última vez, puxando-o pelo braço, e dessa vez consegui fazer com que ele me obedecesse. Entramos no carro em silêncio, e logo estávamos nos afastando da escola e de seus curiosos alunos.
- Por favor, Dul!
- Não, senhor!
Mordi meu lábio inferior ao ouvi-lo reclamar do outro lado da linha, e observei mais uma vez meu reflexo no espelho do meu quarto.
- Pelo menos a cor! Qual é o problema em me dizer? – ele insistiu, manhoso, e eu rodopiei, vendo a saia de meu vestido acompanhar meu movimento com graciosidade.
- Não seja tão apressado, Uckermann – sorri, admirando agora meus sapatos – Por que ao invés de ficar me perguntando, você não vem me buscar e tenta descobrir sozinho a cor da minha lingerie?
- Tudo eu, tudo eu – ele grunhiu, e eu prendi com muito esforço uma gargalhada – Bom, tô saindo de casa. Daqui a uns quinze minutos estarei aí.
- Sim, senhor – assenti, antes de desligar. Respirei fundo, checando pela milésima vez todos os detalhes de meu visual: vestido, maquiagem, brincos, cabelo, sapato, perfume... Tudo estava certo para a minha festa de formatura.
Encarei meu rosto no espelho, perdendo-me em pensamentos. Só eu sabia o quanto tudo havia mudado durante o último mês.
Desde que a diretora havia descoberto tudo, cerca de quatro semanas se passaram, nas quais eu tive que passar por um breve acompanhamento psicológico. Digamos que a sra. Scott acreditou em nossa versão, mas não abriu mão de certas burocracias exigidas pelas regras da escola, e essa era uma delas. Não me importei, tinha plena consciência de que não era desequilibrada (pelo menos não como Poncho me acusara), e conquistei ótimos relatórios da psicóloga em relação à minha sanidade mental. Sem mais penitências a cumprir, apenas concluí o ano letivo, sem causar maiores problemas.
Ucker fora demitido do colégio no dia seguinte à briga. Nada que já não esperássemos. Nada que ele não tenha amado. Ele estava lidando muito bem com sua vida de desempregado, a propósito. Somente as alunas não aprovaram muito a substituição de seus dois professores de biologia por duas senhoras, mas quanto a isso, nada tenho a declarar.
Autor(a): dulcete.vondy
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 62
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aleaff Postado em 23/12/2019 - 11:34:49
Brigada por voltar e terminar essa ótima história s2 s2 s2
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marianarn Postado em 20/03/2019 - 20:31:40
Posta mais !!!!!!
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kauanavondy015 Postado em 12/03/2019 - 00:04:36
Continuaaa PLMDS
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kauanavondy015 Postado em 16/02/2019 - 14:39:26
A mãe da Dulce e a melhor kkkkkkkkkk
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kauanavondy015 Postado em 16/02/2019 - 14:38:40
Continuaa
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raylane06 Postado em 15/02/2019 - 01:31:30
Continua
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carla_ruiva Postado em 14/02/2019 - 17:22:26
Aaaaa continua pleace ❤
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kauanavondy015 Postado em 14/02/2019 - 07:41:31
Como vc para nessa parteee?continuaaa pfv
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candyle Postado em 11/02/2019 - 11:21:54
Aaaaaah Continuaa
dulcete.vondy Postado em 14/02/2019 - 00:19:00
Continuandoooo
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kauanavondy015 Postado em 07/02/2019 - 01:30:37
Continuaa Plmds
dulcete.vondy Postado em 14/02/2019 - 00:18:46
Continuandoooo