Fanfics Brasil - Capítulo 9 – Parte 2 Biology - Vondy (Adaptada)

Fanfic: Biology - Vondy (Adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 9 – Parte 2

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- Tá procurando bebida? - ele perguntou, com um sorriso galanteador nos lábios, e eu assenti devagar, me perdendo sem querer naquele verde intenso - Se gostar de tequila, pode beber com a gente.


Com um leve aceno de cabeça que fez sua franja bagunçada se mexer, ele indicou o grupo de amigos, todos meninos e igualmente bronzeados.


Ergui as sobrancelhas, e por fim assenti novamente.


Tudo pela tequila, e não porque o garoto de olhos verdes tinha um cheiro gostoso de protetor solar.


Senti o garoto me puxar pela mão até seus amigos, e sem nem fazer questão de apresentá-los, me estendeu uma dose de tequila e um gomo de limão.


Nunca tinha tomado aquilo na vida, mas me esforcei ao máximo pra parecer experiente.


Espremi o limão em meu pulso, e sem demora virei o copinho de bebida, sugando o líquido amargo em minha pele logo em seguida.


Com os olhos fortemente fechados, senti aquela coisa arder e queimar dentro de mim, arranhando tudo por onde passava e formando lágrimas em meus olhos.


Pelo menos o forte efeito da tequila me manteria entretida por mais algum tempo, ainda mais quando acompanhada de um par de belos olhos esmeralda.


- Mais uma pra garota aqui, Jimmy - ouvi o menino pedir a um de seus amigos, quando abri os olhos e vi tudo embaçado ao meu redor.


O garoto sorriu pra mim antes de tomar sua dose, e sem querer eu também estava sorrindo, com mais um copinho cheio de tequila numa mão e um gomo de limão na outra.


De repente eu me sentia leve.


As coisas já não me preocupavam mais, a pesada responsabilidade sobre minhas costas tinha evaporado, e eu já nem me lembrava da razão de estar naquela casa.


Ninguém existia mais, só eu e os garotos estranhos que riam alto e falavam besteiras ao meu lado.


De repente tudo era extremamente engraçado, de repente eu me vi rindo de qualquer coisa, mesmo quando não havia motivo pra rir, com uma mão insistentemente apoiada no braço do garoto de olhos verdes, que eu descobri que se chamava Paul.


E desse mesmo jeito repentino, estávamos nós dois sozinhos na cozinha: eu sentada sobre a bancada da pia, e ele em pé ao meu lado, segurando vacilantemente a garrafa de tequila quase vazia entre seus dedos.


- Eu já não te conheço de algum lugar? - ouvi ele perguntar, com a voz arrastada, enquanto eu soltava mais uma de minhas risadas desconexas - Sério, eu acho que já te vi uma vez.


- Ah, é? - falei, erguendo uma sobrancelha sem tirar o sorriso débil do rosto e com a certeza inconsciente de que tinha bebido muito mais que o aconselhável - Onde?


Paul chegou mais perto, aproximando sua boca de meu ouvido, e respondeu num sussurro:


- Em algum dos meus sonhos.


Soltei uma gargalhada alta e mais lerda que o normal, demonstrando que eu ainda tinha senso do ridículo e não tinha deixado de achar graça de cantadas baratas.


- Então você deve estar sonhando agora, porque eu tenho certeza de que nunca te vi na vida, muito menos em sonho - respondi, com a voz levemente ácida de desprezo - Além do mais, eu sou comprometida.


- Com quem? - ele insistiu com um sorrisinho tonto, me segurando pelo braço com um pouco mais de força que o necessário quando eu fiz menção de me levantar - Quem sabe eu não conheço o sortudo?


- Tenho certeza de que você não o conhece - resmunguei, tentando me desvencilhar dele, sem muito sucesso devido à minha fraqueza provocada pelo álcool - Agora solta meu braço, tá me machucando.


- Relaxa, Dulce - Paul pediu, sem me soltar, e eu já estava começando a me sentir realmente incomodada com aquele contato físico indesejado - Tá com medo de que eu te force a fazer alguma coisa, é?


- Me solta, por favor, Paul - implorei, olhando firmemente em seus olhos verdes semi-abertos - Eu quero ir embora.


- Ir embora? Agora? Mas por quê? - ele perguntou, ficando na minha frente e fazendo pressão com seus quadris contra meus joelhos fechados pra se encaixar entre minhas pernas - Logo agora que a gente ia começar a se conhecer melhor.


- Eu tô falando sério, me deixa sair daqui - falei, com a voz séria e um pouco mais alta que o normal, e quando minhas mãos foram na direção de seus ombros para afastá-lo de mim, suas mãos agarraram meus pulsos, praticamente me imobilizando, e fazendo com que a garrafa que ele segurava se espatifasse no chão - Me solta!


- Pára de resistir, eu sei que você também quer - ele sussurrou, chegando com seu rosto cada vez mais perto do meu apesar do meu recuo - Seu namorado não precisa saber.


Paul soltou meus pulsos e num milésimo de segundo suas duas mãos envolviam minha nuca e me puxavam na direção dele, tornando um beijo cada vez mais inevitável.


Fechei os olhos, empurrando-o inutilmente pelo peito, e foi então que eu me lembrei do ponto fraco dos homens, e de que ele estava perfeitamente ao alcance dos meus joelhos.


Sem pensar duas vezes, dei uma joelhada caprichada em seus “documentos”, imediatamente fazendo-o cair ajoelhado na minha frente.


Desci da bancada e desesperadamente saí da cozinha, me afastando ao máximo daquele cômodo.


Eu sabia que não devia ter bebido tanto, era sensível demais a álcool.


Pensei em explicar minha situação à Kelly na intenção de conseguir ir embora, mas tinha certeza absoluta de que ela faria questão de me entregar numa bandeja a Paul assim que ficasse sabendo do acontecido.


Cambaleando, acabei me trancando num cômodo do andar de cima, e por sorte escolhi a porta certa: a do banheiro.


Me encarei no espelho, e soltei um suspiro tenso.


Eu estava corada por causa do calor e da adrenalina, levemente suada e um pouco descabelada.


Lavei o rosto calmamente com a água fria, ficando um pouco mais lúcida, e o enxuguei com a toalha de mão, pensando em um jeito de sair daquele inferno.


Minha única saída era tentar convencer Kelly a me deixar ir embora, e determinada a fazer isso, respirei fundo e abri a porta do banheiro, dando de cara com um garoto curvado e com cara de dor que acabava de subir as escadas.


- Você! - Paul exclamou, andando depressa até mim com uma fúria repentina, e eu voltei pra dentro do banheiro na hora.


Tentei fechar a porta, mas ele se lançou pesadamente contra ela, conseguindo entrar facilmente.


- Pelo amor de Deus, pára com isso, me deixa sair! - gritei, tremendo da cabeça aos pés enquanto ele avançava na minha direção.


- Agora você vai se ver comigo - ele rosnou, totalmente fora de si, e me prendeu violentamente contra a parede, forçando um beijo doloroso e segurando meus pulsos com força.


Dessa vez eu realmente não tinha como me mexer, estava prensada entre seu corpo e o azulejo frio, e quanto mais eu me recusava a beijá-lo, mais ele insistia.


Mantive meus olhos arregalados, esperando que alguém passasse pelo corredor e ouvisse meus gritos abafados, e logo vi uma sombra passar, sem conseguir ver quem era.


O grito fino que não encontrava espaço em minha boca saía pelo meu nariz, ainda mais alto agora que eu sabia que havia alguém ali, e me debati com mais energia, até que subitamente o corpo de Paul não estava mais ali.


Em um segundo, ele tinha ido parar fora do banheiro, caído no chão com um baque surdo.


Quando finalmente assimilei o que tinha acontecido, vi que havia alguém me puxando pela mão na direção do andar de baixo, e eu apenas segui, ofegante e apavorada demais pra tomar conta de mim mesma.


As imagens se passavam como fotos em minha mente: primeiro Kelly reclamando vigorosamente com a pessoa que me guiava, depois a porta da mansão dos Smithers se abrindo, a porta do carona de um carro que eu não conhecia aberta na minha frente, e por último eu sentada dentro desse mesmo carro, enquanto a pessoa que tinha me levado até lá entrava pela porta do motorista.


Totalmente desnorteada, franzi a testa quando vi quem estava sentado do meu lado.


- Você está bem? - Christopher perguntou, sem me olhar, enquanto colocava a chave na ignição.


Não respondi nada, apenas continuei observando aquela cena.


Eu ainda não acreditava que aquilo estava acontecendo, eu não acreditava que ele tinha realmente feito aquilo tudo, só podia ser invenção da minha cabeça.


Não podia ser real, não fazia sentido ele ter me salvado.


- Dulce, você tá me ouvindo? - ele perguntou novamente, me encarando com firmeza.


Por um segundo, tudo ficou ainda mais confuso quando aqueles olhos castanhos se cravaram nos meus, mas depois as coisas pareceram voltar um pouco ao seu lugar, e eu consegui responder.


- Tô - murmurei, sentindo meu coração extremamente acelerado.


Christopher ficou alguns segundos em silêncio, apenas me encarando, e logo depois voltou a olhar pra frente, balançando negativamente a cabeça em tom de desaprovação.


- Você é doida de se meter num lugar desses - ele disse, cerrando os olhos por causa do farol alto de um carro que passou por nós - As festas da Kelly são mais perigosas do que parecem.


Elas misturam as pessoas erradas e as desavisadas no mesmo ambiente, fazem com que os desencaixados logo achem uma confusão da qual não possam se livrar antes de se arrependerem.


Ele deu uma pausa, enquanto eu mantinha meus olhos bem abertos e fixos nele.


Como se quisesse reforçar mais ainda seu aviso, Christopher voltou a me encarar com uma conclusão:


- Aquela casa não é lugar pra você.


Sem esperar qualquer reação, ele arrancou com o carro, com a expressão fechada, e logo estávamos nos afastando rapidamente da mansão.


Meus olhos teimavam em continuar presos a ele, tentando entender direito os últimos minutos.


Por que ele tinha me livrado de Paul? Por que ele discutiu com Kelly antes de sairmos? E o principal.


- Pra onde está me levando? - ouvi minha própria voz perguntar, fraca, e só então senti que minha garganta ainda ardia pelo excesso de tequila.


- Eu pretendia te deixar na sua casa - Christopher respondeu, sem me olhar, e sem saber por que, eu quis que ele o fizesse - Mas você é quem sabe onde prefere ficar.


- Na minha casa está ótimo - concordei, tentando não forçar muito minha voz, e convenci meus olhos a se afastarem dele, pairando desatentamente sobre a barra de meu vestido.


Minha visão ficou embaçada subitamente, e em poucos segundos senti lágrimas escorrerem pelo meu rosto.


Não sei por que comecei a chorar, talvez fosse efeito da bebedeira exagerada e todos os recentes e horríveis acontecimentos.


Funguei baixinho, enxugando discretamente meu rosto com as costas das mãos e virei meu rosto pra janela do carro.


As luzes da cidade passavam como borrões pela minha visão, e se tornaram imóveis quando paramos num sinal vermelho.


Mesmo sem poder vê-lo, senti seu olhar sobre mim, mas não o correspondi.


Estava com vergonha por estar chorando, eu odiava chorar na frente dos outros, me sentia ridícula.


- Tem certeza de que está bem? - ele murmurou, e eu fechei os olhos na tentativa de parar de chorar - Aquele garoto machucou você?


Senti uma lágrima insistente rolar rapidamente e passar pelo canto de minha boca, fazendo o local arder um pouco.


Passei a ponta da língua ali e senti gosto de sangue, mas apenas fiz que não com a cabeça, respondendo à sua pergunta com um sorrisinho miserável que ele não pôde ver.


A ferida física mal podia ser comparada ao trauma emocional que Paul tinha me causado naquela noite.


- Se você não tivesse aparecido, ele teria conseguido me machucar - falei baixinho, e me virei lentamente em sua direção.


Não sei por que, mas assim que meu olhar fraco encontrou o dele, sempre tão sólido, eu me senti segura.


Era como se tudo realmente fosse ficar bem, eu não precisava mais ter medo.


Por mais ameaçador que eu sabia que Christopher podia ser quanto à minha relação com Poncho, eu também o via como uma espécie de protetor disfarçado, sempre nos lugares certos e nas horas certas pra me ajudar.


Já era a segunda vez que ele me salvava de uma enrascada em menos de uma semana.


- Talvez não - ele discordou, erguendo as sobrancelhas por um momento - Você tem muita sorte, duvido que ele conseguisse.


O sinal ficou verde e Christopher voltou a prestar atenção no trânsito.


Abaixei meu olhar, com uma minúscula sombra de um sorriso triste no rosto, e suspirei profundamente.


Aquele nem de longe parecia ser o mesmo Christopher que eu conhecia.


- A sorte passa reto por mim há algum tempo - eu disse, meio que pra mim mesma, voltando a encarar meus joelhos com desânimo - Tudo que tem acontecido comigo são desastres, um atrás do outro.


Um pior que o outro.


Christopher não disse nada, apenas continuou dirigindo com a expressão dura.


Sucumbi ao peso imaginário de minha cabeça, cuja dor eu ignorava há um bom tempo, e deitei-a no encosto do banco, fechando os olhos por um segundo.


E só voltei a abri-los quando a claridade do sol bateu em meu rosto, fazendo minha visão demorar mais ainda a entrar em foco.


Num quarto estranho, numa cama estranha, e com uma voz conhecida.


- Bom dia, Saviñón.



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Autor(a): dulcete.vondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 62



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  • aleaff Postado em 23/12/2019 - 11:34:49

    Brigada por voltar e terminar essa ótima história s2 s2 s2

  • marianarn Postado em 20/03/2019 - 20:31:40

    Posta mais !!!!!!

  • kauanavondy015 Postado em 12/03/2019 - 00:04:36

    Continuaaa PLMDS

  • kauanavondy015 Postado em 16/02/2019 - 14:39:26

    A mãe da Dulce e a melhor kkkkkkkkkk

  • kauanavondy015 Postado em 16/02/2019 - 14:38:40

    Continuaa

  • raylane06 Postado em 15/02/2019 - 01:31:30

    Continua

  • carla_ruiva Postado em 14/02/2019 - 17:22:26

    Aaaaa continua pleace ❤

  • kauanavondy015 Postado em 14/02/2019 - 07:41:31

    Como vc para nessa parteee?continuaaa pfv

  • candyle Postado em 11/02/2019 - 11:21:54

    Aaaaaah Continuaa

    • dulcete.vondy Postado em 14/02/2019 - 00:19:00

      Continuandoooo

  • kauanavondy015 Postado em 07/02/2019 - 01:30:37

    Continuaa Plmds

    • dulcete.vondy Postado em 14/02/2019 - 00:18:46

      Continuandoooo


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