Fanfics Brasil - Capítulo 1 – Parte 1 Biology - Vondy (Adaptada)

Fanfic: Biology - Vondy (Adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 1 – Parte 1

860 visualizações Denunciar


Era mais um dia como todos os outros.


As mesmas pessoas medíocres, os mesmos ambientes entediantes, a mesma rotina de sempre.


Como de costume, o professor mal comido de geografia passava cinco páginas de lição de casa, e ai de quem não trouxesse o dever feito no dia seguinte.


Materiazinha detestável essa geografia.


E quando eu pensava que nada poderia torná-la mais detestável ainda, eis que surge na minha escola aquele ser repugnante com sua careca lustrada e suas calças no umbigo.


Resumindo, eu realmente odiava o sr. Hammings.


O sinal irritante tocava, anunciando o início de mais uma aula de biologia, e a penúltima aula do dia.


Pelo menos o sr. Herrera não sofria de falta de sexo como o sr. Hammings.


Não parecia nem devia sofrer, com aqueles ombros largos, aquele sorriso experiente e sempre relaxado, como se nada pudesse tirar aquela tranquilidade dele.


Fora aquele corte de cabelo que lhe dava um ar de 20 quando na verdade ele era dez anos mais velho.


Um belo rosto que arrancava suspiros por onde passava, e uma voz confiante que prendia a atenção de todos os alunos e os fazia entender a matéria mais complexa do mundo em um segundo eram os últimos detalhes que faltavam para torná-lo o professor perfeito.


Pra mim, ele era um ótimo educador.


Desenvolto ao falar, paciente e muito bem informado sobre tudo, sabia como eliminar todas as possíveis dúvidas de seus alunos com um sorriso no rosto e palavras simples.


Minha facilidade em biologia me dava tempo de sobra para analisar seu jeito de falar, de andar, de gesticular e de agir, ao invés de prestar atenção na matéria.


O que eu adorava fazer, até mesmo sem querer.


Tipo agora.


- Bom dia, professor – ouvi a voz da retardada da Kelly Smithers gemer assim que pude ver a cabeleira do sr. Herrera entrar na classe.


Bem daquele jeitinho ‘oi sou puta quero dar pra você na sala dos professores’, enquanto mascava seu chiclete daquele jeito vulgar que a maioria das pessoas daquele colégio estúpido costumava fazer.


- Você sabia, srta. Smithers, que uma pessoa que masca chiclete de boca aberta engole muito mais bactérias do que uma pessoa que masca chiclete de boca fechada? – Alfonso Herrera, meu professor de biologia falou, enquanto colocava seu material sobre sua grande mesa – Além de ser algo extremamente desagradável de se ver.


Contive minha gargalhada num sorriso de canto de boca, praticamente comendo aquele homem com os olhos.


Adorava o jeito com o qual ele simplesmente deixava aquela piranha da Smithers no chão sem se rebaixar ao seu nível.


E por incrível que pareça, ela continuava com seu mesmo jeito fútil, mascando furiosamente seu chiclete de morango, enquanto sua amiga fazia cara de (puta) chocada.


Só não continuei me divertindo com a cara de azulejo dela ao ser consolada por sua amiga porque havia algo muito melhor pra ser observado naquela sala.


Algo que tinha nome, sobrenome, e um sorriso estonteante.


Você deve estar pensando que eu sou a maior pervertida da face da Terra.


Mas você só diz isso porque seu professor de biologia não é o cara mais lindo que você já viu pessoalmente.


Ter que aguentar 50 minutos semanais com um homem desses sem ter pensamentos como os meus era impossível, vai por mim.


Eu sabia que era errado, que eu jamais poderia chamar a atenção de um homem como o professor Herrera, mas eu me esforçava pra ser sua melhor aluna.


E é claro que eu conseguia.


- Onde foi que eu parei, Saviñón? – ouvi sua voz firme perguntar se aproximando da minha carteira com um sorriso animado, enquanto apoiava uma das mãos no encosto da carteira à minha frente e se curvava pra ler minhas anotações.


- Na última aula o senhor começou a explicação sobre genética – respondi, inalando aquele perfume de homem cheiroso que eu amava sentir toda vez que ele estava por perto.


Sempre me disseram que esses caras ligadões na natureza têm tendências meio hippies, ou seja, não tomam banho e consequentemente fedem.


Alfonso Herrera era a prova viva de que aquilo era puro mito.


Ou então, era uma linda exceção.


- Alguma dúvida sobre o que eu já expliquei? – ele murmurou, com sua habitual simpatia com relação a mim.


Ele sempre fazia aquela mesma pergunta quando começava um novo conteúdo, como se precisasse da minha opinião sobre a qualidade de sua aula.


E eu sempre respondia a mesma coisa, com um sorriso meigo no rosto:


- Nenhuma, professor.


Aliás, eu tenho uma: quando o senhor pretende virar pedófilo?


 


A aula de biologia se passou sem maiores novidades.


O professor perfeito explicando a matéria que eu já sabia de cor enquanto a Smithers ficava com cara de tacho, ainda engolindo zilhões de bactérias.


As coisas fluem tão bem durante a aula do sr. Herrera que ele sempre faz tudo que precisa fazer e ainda sobram uns 10 minutos pro pessoal conversar ou tirar alguma dúvida mais complicada.


Se eu te dissesse que nunca tinha nenhuma dúvida e detestava praticamente todas as pessoas da minha classe, você provavelmente pensaria que eu não me encaixo em nenhuma das duas opções.


Mas se eu te dissesse que parte do corpo docente da escola simpatiza comigo, você talvez entendesse como são os finais das minhas aulas de biologia.


- Outra vez geografia? – ouvi aquela voz de homem mais velho perguntar atrás de mim, num tom simpático, e tirei meus olhos do caderno onde eu terminava de copiar a matéria do Hammings.


Me deparei com aqueles dois olhos verdes brilhantes me encarando, acompanhados daquele sorriso de quem ainda não se tocou de que é lindo de qualquer jeito, e precisei de muito autocontrole pra apenas sorrir normalmente.


- Pois é, tá virando rotina – respondi, voltando a escrever pra evitar que minha baba escorresse – Por mais que eu tente, não consigo ler esse garrancho.


- Não posso falar muito, minha letra também não é das mais legíveis – ele riu, sentando-se na carteira agora desocupada à minha frente e ficando de lado pra conversar comigo – Mas eu pelo menos tento poupar vocês de entender o que eu escrevo.


- O senhor nunca escreve nada na lousa – falei, rindo um pouco e olhando pra ele.


Sério, me diz como você consegue ficar rosadinho desse jeito 24h por dia?


- Por isso mesmo – o sr. Herrera sorriu, me dando uma piscadinha que fez meu coração ter um ataque epilético – E eu sei que mesmo que eu escrevesse alguma coisa, você seria a última pessoa a copiar.


- Por que o senhor acha isso? – perguntei, quase ofendida, e ele apenas respondeu calmamente:


- Porque você praticamente sabe tanto sobre biologia quanto eu, e copiar o que eu escrevo seria desperdício de papel, de tinta e do seu tempo.


Fiquei com aquele sorrisinho de picolé de chuchu, super sem graça, e tudo que consegui dizer algum tempo depois foi:


- Vamos pensar positivo.


Pelo menos eu estaria evitando o desmatamento de algumas árvores ao economizar papel.


O sr. Herrera, que antes estava com o olhar perdido na dorminhoca da Amy Houston, fechou os olhos e deu risada da minha péssima frase.


Como se ele já não tivesse besteiras piores pra aguentar, eu ainda falava uma merda daquelas.


- Se eu não soubesse que você consegue formular frases melhores, ia te dar um ponto de participação pela sua brilhante conclusão – ele ironizou, sorrindo de um jeito divertido antes de se levantar e ir acordar a Houston pra que ela não começasse a roncar mais alto.


Preciso descrever o estado de profunda melancolia no qual eu me encontrava depois daquele momento? É, eu sabia que não precisaria.


Ainda frustrada comigo mesma, arrumei meu material rapidamente pra ir pra última aula, que era no laboratório.


Na minha escola, tínhamos duas frentes pra física, química e biologia: as aulas teóricas, na classe, e as aulas práticas, nos laboratórios.


Como nas aulas práticas os alunos aplicam seu conhecimento teórico em experimentos, você provavelmente deve ter deduzido que eu sou igualmente inteligente em biologia laboratório.


E eu sou mesmo.


Mas eu gostaria muito que um dia alguém me explicasse por que eu sempre, sempre ficava de recuperação nessa matéria.


A explicação que eu via como a única possível era a de que o professor de laboratório não ia com a minha cara.


Infelizmente, o sr. Herrera não dava aulas práticas pra minha turma, só as teóricas.


Nosso professor de laboratório era o ser mais detestável, ignorante, repugnante, metido e tudo de patético que um homem pode ser.


Mantinha sempre aquele ar superior em relação aos alunos, a não ser pra piranha da Smithers, porque ele provavelmente já tinha comido ela.


E três quartos das garotas da escola.


Dormir com professores era quase uma rotina na minha escola.


Juro que não sei como essas meninas conseguem ver alguma qualidade naquele cara.


Sua risadinha de desprezo me irritava, aquela voz de quem está sempre zoando da sua cara me deixava fula da vida, e eu realmente abominava suas piadinhas sem graça com o povo idiota da minha classe.


Resumindo, meu professor de biologia laboratório era provavelmente o professor mais ridículo que você poderia encontrar naquela escola.


- Bom dia, professor – ouvi Kelly repetir, do mesmo jeitinho de 50 minutos atrás, quando se sentou de frente pra bancada.


A única diferença era que agora ela estava mascando um chiclete de uva.


Como uma pessoa consegue ser um déja-vu vivo sem querer explodir os próprios miolos?


- Bom dia, Smithers – aquela voz arrastada de homem tarado respondeu, se aproximando meio indecentemente da garota com uma expressão no mínimo enojante – Eu ia perguntar como você vai, mas a sua saia já me deixou ver que você continua muito bem como sempre.


Francamente, se fosse comigo eu já metia a mão na fuça daquele merda.


Mas graças a Deus, não era, então eu apenas ignorei as preliminares dos dois seres acéfalos presentes no laboratório e comecei a copiar o relatório que já estava escrito na lousa.


Pelo menos esse professor tinha uma letra um pouco mais compreensível.


Provavelmente a única qualidade que ele tinha.


- Professor, hoje o senhor vai entregar os relatórios das aulas passadas pra gente poder estudar pra prova? – Amy Houston perguntou, parecendo sonolenta.


Acho que ela só não dormia nas aulas práticas porque as bancadas costumavam ter uma limpeza reforçada com alguns produtos aos quais Amy era alérgica.


Eu sei disso porque um dia ela cochilou no meio da explicação e seu rosto ficou todo inchado e empipocado só do lado que esteve em contato com a bancada.


Esse dia foi bem nojento, mas pelo menos agora a Amy descobriu que tem colegas de classe e que pode se socializar com eles quando não estiver com tanto sono.


- Tá com pressa, Houston? – Christopher Uckermann, meu professor de biologia laboratório, zombou, com aquela rotineira voz de tédio – Se quiser, pode ir embora.


E aproveita pra levar a Saviñón com você.


Ergui meu olhar do caderno pra ele, sentindo nojo só de olhá-lo sorrindo zombeteiramente pra mim.


Sem me mexer, apenas respirei fundo e perguntei, juntando toda a educação que meus pais haviam me dado:


- O que foi que eu fiz dessa vez?


O professor Uckermann, parado do lado da puta-mor, apenas continuou me olhando, como se me comesse com os olhos.


Que porra, por que ele tem que ficar me olhando assim toda santa aula? Acho que ele devia ter algum tipo de fetiche por pessoas que o odeiam.Eu não mandei ninguém copiar o relatório da lousa – ele respondeu, calmamente, caminhando devagar até mim com um sorriso maligno no rosto, e antes que eu pudesse ver o que tinha acontecido, a folha onde eu já tinha copiado metade da lousa cheia estava amassada em suas mãos – Ainda.


 


 



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): dulcete.vondy

Este autor(a) escreve mais 2 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

Ele abaixou o rosto pra ficar na mesma altura do meu, e eu imediatamente me afastei, concentrando toda a minha repulsa por ele somente no olhar. Meu Deus, como aquele cara era insuportável! No meu último dia de aula naquela escola, jurei pra mim mesma que meteria um tiro de bazuca na cabeça dele. E esse pensamento estava ficando cada dia mais forte. S ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 62



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • aleaff Postado em 23/12/2019 - 11:34:49

    Brigada por voltar e terminar essa ótima história s2 s2 s2

  • marianarn Postado em 20/03/2019 - 20:31:40

    Posta mais !!!!!!

  • kauanavondy015 Postado em 12/03/2019 - 00:04:36

    Continuaaa PLMDS

  • kauanavondy015 Postado em 16/02/2019 - 14:39:26

    A mãe da Dulce e a melhor kkkkkkkkkk

  • kauanavondy015 Postado em 16/02/2019 - 14:38:40

    Continuaa

  • raylane06 Postado em 15/02/2019 - 01:31:30

    Continua

  • carla_ruiva Postado em 14/02/2019 - 17:22:26

    Aaaaa continua pleace ❤

  • kauanavondy015 Postado em 14/02/2019 - 07:41:31

    Como vc para nessa parteee?continuaaa pfv

  • candyle Postado em 11/02/2019 - 11:21:54

    Aaaaaah Continuaa

    • dulcete.vondy Postado em 14/02/2019 - 00:19:00

      Continuandoooo

  • kauanavondy015 Postado em 07/02/2019 - 01:30:37

    Continuaa Plmds

    • dulcete.vondy Postado em 14/02/2019 - 00:18:46

      Continuandoooo


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.




Nossas redes sociais