Fanfics Brasil - Capítulo 13 – Parte 1 Biology - Vondy (Adaptada)

Fanfic: Biology - Vondy (Adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 13 – Parte 1

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Cheguei em casa com a mesma expressão lívida com a qual deixei o laboratório.


Podia sentir o suor frio em minha testa, podia sentir a palidez do meu rosto, a instabilidade de minhas pernas e mãos, o puro pânico estampado em meus olhos ainda arregalados.


- Tá tudo bem mesmo com você, filha? – ouvi minha mãe dizer assim que entramos em casa, e por mais que ela estivesse bem ao meu lado, sua voz estava distante, como se houvesse vários metros entre nós.


Assenti vagamente, assim como fiz durante todo o trajeto no carro, sem sequer tentar entender o que ela estava perguntando.


Caminhei o mais rápido que pude até meu quarto, quase tropeçando nas escadas, e me tranquei com pressa.


Encostei minhas costas na porta e lutei contra meus joelhos vacilantes, sem conseguir definir exatamente o que estava acontecendo dentro de mim.


Eu me sentia em transe, numa dimensão completamente distante da realidade, alheia a qualquer sentimento.


Era como se eles estivessem presos numa caixa minúscula, aprisionados, me transformando numa pessoa oca.


Não conseguia sentir remorso, nem dor, nem raiva, nada.


Apenas o vazio.


O mesmo vazio que mantinha meus olhos arregalados e fixos no abajur de minha mesa de cabeceira, sem realmente enxergar nada.


Apenas via trechos dos recentes acontecimentos passando como flashes em minha mente.


Quando me dei conta do que estava fazendo, me vi em meu banheiro, tirando a roupa com agonia, como se houvessem formigas ou qualquer outra coisa indesejada nelas.


Coloquei todas as peças no cesto de roupa suja de um jeito rude, na inútil ilusão de que aquilo me ajudaria em alguma coisa.


Liguei o chuveiro até que um forte jato de água jorrasse dele, e entrei de cabeça debaixo daquela cachoeira gelada.


Meu corpo estremeceu pelo choque térmico, mas eu me mantive imóvel, deixando a água escorrer ralo abaixo e levar consigo tudo que restava dele em mim.


Absorver o turbilhão de loucuras que tinham acontecido em tão pouco tempo parecia impossível, mas quando a compreensão finalmente começou a aparecer e eu consegui organizar meus pensamentos, as perguntas sem resposta me engoliram como uma onda gigante.


Como eu deixei isso acontecer? Por que eu deixei isso acontecer? Eu amava Poncho, podia sentir meu coração doer de culpa a cada batimento!


Mas ao mesmo tempo, podia sentir os leves tremores que percorriam minha espinha a cada segundo gasto pensando em Christopher; apesar de estar debaixo do chuveiro, ainda podia sentir o cheiro dele em minha pele, o cheiro do qual eu me tornei inconscientemente dependente há algum tempo.


Não era certo querer um cafajeste daquele jeito, somente por pura atração física, enquanto eu tinha um príncipe encantado me dando todo o amor que eu precisava.


Com os olhos fortemente fechados, eu permaneci naquela posição por incontáveis minutos.


Era extremamente doloroso, mas eu nem tentei me impedir de pensar em Poncho.


A imagem de seu rosto sorridente, radiante, apaixonado, logo dominou minha mente, a não ser quando os olhos castanhos do professor Uckermann teimavam em surgir, tão hipnotizantes que tirariam do chão até a pessoa mais insensível.


Como eu fui um dia em relação a ele.


Me abracei, sentindo as pontas de meus dedos ficarem cada vez mais frias, e abri os olhos, já que mantê-los fechados só piorava minha situação.


Focalizei o vidro molhado do box à minha frente, bem aonde havia uma pequena prateleira com meu shampoo, sabonete e condicionador.


Num cantinho da prateleira, estava uma esponja praticamente intocada que mamãe havia me dado há algum tempo atrás, esperando até seu próximo e raro uso.


Não precisei pensar duas vezes.


Peguei a esponja, encharcando-a e esfregando meu sabonete nela até me certificar de que a espuma era suficiente.


Com o lado áspero, eu comecei a me esfregar por inteiro num movimento frenético e masoquista, começando pelos braços e seguindo pelo resto do corpo.


Os vergões avermelhados que a esponja deixava em minha pele mal apareciam, escondidos sob a grossa camada de espuma que os cobriam, mas eu podia senti-los ardendo insistentemente.


Desesperada, eu passei a esfregar com ainda mais força, e cada lugar que a esponja percorria me trazia uma lembrança de tudo que eu e Christopher tínhamos feito.


Um nó enorme e doloroso se formou em minha garganta, mas prometi pra mim mesma que não derramaria uma lágrima.


Não por ele.


Não por Christopher.


Aquilo tinha sido só um momento de insanidade, nada mais.


Nunca aconteceria de novo, isso era certeza.


Poncho não precisaria saber, não houve sentimento nenhum, nunca existiu e nunca vai existir.


Eu odiava Christopher, e não sabia como viveria sem Poncho.


E por todos os aspectos que os tornavam duas pessoas completamente diferentes, eu guardei aquele erro dentro de mim, num canto deserto de minha memória, de onde ninguém o tiraria.


Era isso.


Estava acabado.


Me deixei cair no chão do box, cansada e arfante pelo esforço com a esponja.


Encostei minha cabeça na parede atrás de mim, sentindo minha pele arder ainda mais quando os respingos de água gelada me atingiam, e encarei o vazio por um tempo.


Totalmente entorpecida.


Eu tinha tomado minha decisão.


Eu sabia que não seria capaz de encarar Poncho novamente sem me lembrar de minha mentira, mas o simples pensamento de contar a ele e ver a repulsa em seu olhar fazia meu corpo se encolher involuntariamente.


Poncho não merecia ser enganado, e eu sabia que não o merecia, mas eu era egoísta demais pra dizer a verdade e vê-lo me abandonar.


Após um longo tempo que não consegui calcular, ouvi batidas na porta de meu quarto.


Ignorei-as totalmente, sem condições de falar com ninguém.


Eu me sentia um pouco mais calma, mas ainda não totalmente de volta à realidade.


Foi quando eu ouvi uma voz inesperada do outro lado da porta.


- Dul?


Olhei na direção da voz, como se fazendo isso pudesse ver se ela realmente pertencia a quem eu estava pensando.


Com cuidado pra não escorregar, me levantei do chão, me enxaguei rapidamente pra tirar o resto de espuma e saí do banheiro, com uma toalha enrolada no corpo e a outra no cabelo.


Caminhei até a porta, e a voz novamente falou, como se fosse para confirmar minhas dúvidas:


- Dul? Tá tudo bem com você?


Engoli em seco, me perguntando se ela notaria meu jeito estranho e se alguma desculpa idiota a convenceria, do jeito que ela me conhecia bem.


Ignorei minhas perguntas e destranquei a porta, abrindo-a e dando de cara com Anahí.


- O que você tá fazendo aqui? – murmurei, mas minha voz saiu falha e rouca, destoando totalmente da minha tentativa de um sorriso casual.


- Sua mãe ligou lá pra casa, disse que você tava estranha, e eu resolvi vir pra investigar – ela respondeu, com a testa levemente franzida de preocupação.


- Que besteira, não tem nada de errado comigo – menti, sentindo meus joelhos vacilarem novamente, mas me mantive firme.


Anahí entrou no quarto, e quando fiz menção de fechar a porta atrás de nós, ela segurou meu pulso com uma expressão intrigada.


- O que exatamente é isso? – ela perguntou, de um jeito que beirava o horror, e eu olhei na direção que ela encarava.


Vergões avermelhados e irregulares coloriam meus braços, desde os ombros até os pulsos.


E nem assim eu estava conseguindo me sentir limpa.


- Eu.


Eu não sei – gaguejei, me desvencilhando educadamente dela e fechando a porta - Acho que é.


Alergia de alguma coisa.


- Quando você vai se dar conta de que suas mentiras não me convencem? – Anahí disse, com a voz grave, transbordando seriedade através de seus olhos – Não está tudo bem com você, claro que não.


O que aconteceu?


- Não aconteceu nada! – exclamei, um pouco mais alto do que pretendia, porque minha voz saiu esganiçada e trêmula.


Esconder alguma coisa dela não era nada fácil, muito menos uma coisa como aquela, que nem eu sabia como esconder de mim mesma, apesar de tentar com todas as minhas forças.


- Dul, pelo amor de Deus – ela chamou, levemente em choque pela minha reação, quando eu caminhei energicamente na direção de meu armário – Você sabe que pode confiar em mim, não precisa mentir!


Me escondi o máximo que pude atrás das portas de meu guarda-roupa, sem deixá-la ver meu rosto, e suspirei, irritada.


Ela não devia estar ali, eu precisava de um tempo sozinha pra pensar antes de falar com alguém.


Mas agora que ela já estava, não conseguiria expulsá-la sem criar suspeitas.


Ela me seguiu, e sentou-se na cama atrás de mim, enquanto eu juntava forças para falar.


- Já disse, eu estou bem, isso deve ser alguma alergia – murmurei, sem coragem de olhá-la.


Nem de continuar a falar.


O que mais eu poderia dizer?


Ouvi Anahí bufar atrás de mim enquanto eu pegava algumas roupas, e já estava começando a ficar realmente pressionada, quando ela piorou minha situação:


- Não adianta continuar mentindo, eu só vou sair daqui quando você me contar como esses arranhões foram parar aí.


Engoli em seco, sabendo que ela estava falando muito sério por causa de seu tom de voz.


Fechei meu armário, com roupas íntimas, uma blusinha e um shorts na mão, e me virei pra ela, derrotada.


Como eu sabia que aconteceria, a preocupação em seu olhar fez uma onda de insegurança percorrer minha espinha, e antes que eu pudesse deter as palavras, elas já haviam sido ditas.


- Eu fiz isso.


- Você? Mas por quê? – ela murmurou, com um tom ainda mais horrorizado, e eu senti minha garganta fechar por completo.


Agora que eu a encarava, dizer o que tinha acontecido parecia impossível, mas ao mesmo tempo, mentir estava fora de cogitação.


Ela saberia ler através de minha expressão, sentir o nervosismo em minha voz, não importava o quão convincente minha mentira fosse.


Eu não disse nada por alguns segundos, e a firmeza de meu olhar no dela não durou muito.


Precisando de um álibi para não encará-la, fingi estar concentrada em me vestir, quase caindo de nervoso ao passar minhas pernas pelos buracos do shorts.


- Se você não quer me contar, tudo bem – ela suspirou quando eu terminava de vestir a blusa, e mesmo sem olhá-la, pude sentir seus olhos fixos nos vergões agora rosados de minhas pernas – Mas pelo menos me diga como eu posso te ajudar.


Qualquer coisa.


- Ninguém pode me ajudar – suspirei, andando até o banheiro para pentear o cabelo, e ela me seguiu, me observando desviar meu olhar do dela pelo reflexo do espelho.


Ficamos novamente num silêncio tenso, até que minhas ocupações acabaram e eu me virei pra ela, cruzando os braços firmemente na altura do peito.


Anahí me encarava com súplica no olhar, e eu percebi que não adiantaria continuar enrolando.


Não havia como fugir de sua própria consciência, que no meu caso, atendia pelo nome de Anahí Portilla.


Respirei fundo antes de fazer o que teria de fazer uma hora ou outra, e minha voz escapou por entre meus lábios como um sussurro quase inaudível.


- Eu traí o Poncho.



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Autor(a): dulcete.vondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 62



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  • aleaff Postado em 23/12/2019 - 11:34:49

    Brigada por voltar e terminar essa ótima história s2 s2 s2

  • marianarn Postado em 20/03/2019 - 20:31:40

    Posta mais !!!!!!

  • kauanavondy015 Postado em 12/03/2019 - 00:04:36

    Continuaaa PLMDS

  • kauanavondy015 Postado em 16/02/2019 - 14:39:26

    A mãe da Dulce e a melhor kkkkkkkkkk

  • kauanavondy015 Postado em 16/02/2019 - 14:38:40

    Continuaa

  • raylane06 Postado em 15/02/2019 - 01:31:30

    Continua

  • carla_ruiva Postado em 14/02/2019 - 17:22:26

    Aaaaa continua pleace ❤

  • kauanavondy015 Postado em 14/02/2019 - 07:41:31

    Como vc para nessa parteee?continuaaa pfv

  • candyle Postado em 11/02/2019 - 11:21:54

    Aaaaaah Continuaa

    • dulcete.vondy Postado em 14/02/2019 - 00:19:00

      Continuandoooo

  • kauanavondy015 Postado em 07/02/2019 - 01:30:37

    Continuaa Plmds

    • dulcete.vondy Postado em 14/02/2019 - 00:18:46

      Continuandoooo


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