Fanfics Brasil - Capítulo 14 – Parte 1 Biology - Vondy (Adaptada)

Fanfic: Biology - Vondy (Adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 14 – Parte 1

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- Mãe?


- Oi, amor.


Por que você tá me ligando a essa hora? Aconteceu alguma coisa?


- É que.


Eu não tô me sentindo muito bem.


Seria a desculpa perfeita, pelo menos pra mim era.


Meu estômago revirava a cada pessoa que entrava em meu campo de visão, num sinal físico de pânico.


Eu não estava em condições de ficar na escola por mais um minuto sequer, por isso estava fingindo um mal estar dos brabos.


A palidez e o suor frio, junto com as olheiras de quem mal tinha dormido na noite anterior serviram pra alguma coisa que não fosse me deixar ainda mais horrorosa do que eu já era.


Enquanto eu falava com mamãe no telefone da secretaria, a moça responsável pelas dispensas da escola me olhava com aflição, como se eu estivesse a ponto de vomitar nela.


O que não estava tão distante da realidade, já que eu podia jurar que estava meio verde.


- O que você tá sentindo? – mamãe perguntou, preocupada com o meu tom de voz rouco, e eu engoli a vontade de gritar pra que ela parasse de fazer perguntas e simplesmente viesse me buscar.


- Não sei, tô meio tonta e enjoada.


Vem me buscar – foi tudo que consegui responder, e de repente, um ser vinho parou bem ao meu lado no balcão da secretaria, colocando uma pasta cheia de papéis em cima dele sem a menor delicadeza.


- Por hoje é só, Lizzie – ele sorriu, todo moleque, para a moça à nossa frente, e arrumou a mochila sobre um ombro, dando meia volta e passando por trás de mim em direção à porta de saída.


Pude jurar que ele levou o dobro de tempo necessário pra fazer isso, já que seu perfume infestou em peso o ambiente, me deixando ainda mais tonta.


- Dulce? Você tá me ouvindo? – mamãe disse, como se não fosse a primeira vez que perguntasse isso, e eu descobri que suas palavras foram apenas ruídos enquanto Christopher estava perto.


Prestar atenção em mais de uma coisa não estava sendo fácil pra mim hoje.


- Desculpe, mãe, o que você tava dizendo mesmo? – gaguejei, esfregando minha testa energicamente com a mão livre.


- Eu disse que não posso ir te buscar agora, estou na sala de espera pra fazer um exame – ela repetiu, pausadamente – Se preferir esperar, dentro de mais ou menos uma hora eu passo aí, mas se quiser ir embora, pegue um táxi e me ligue quando chegar.


Use aquele dinheirinho que eu te dei pra casos de emergência, tá bem?


Falou certo, mãe.


Emergência.


- Tá – respondi, desligando sem nem esperar resposta, e sorri fraco pra tal de Lizzie, que devolveu meu sorriso com alívio enquanto pegava a pasta que o Uckermann tinha deixado com ela.


Deixei a secretaria às pressas e só parei quando cheguei à calçada em frente ao colégio.


Olhei em volta, pensando na maneira mais fácil e rápida de encontrar um táxi, e vi alguém parar ao meu lado.


- Lindo dia, não? – a voz sacana de Christopher murmurou, me fazendo quase pular de susto com sua presença repentina.


Não sei se já disse isso antes, mas eu me odeio.


Não existe ninguém que eu odeie mais nesse mundo que eu mesma, nem mesmo a forte concorrência chega perto de mudar minha opinião.


Ignorei o comentário dele sobre o céu cinza e carregado, e respirei fundo, tentando acalmar a tremedeira em minhas pernas para poder ir embora dali logo.


Não preciso nem dizer que ele recomeçou a falar, certo?


- Dias assim me lembram você – ele suspirou num falso tom romântico, e eu fingi que não estava ouvindo o urro de incômodo dentro de mim – Ranzinza, sombrio, cheio de tempestades.


Mas que depois dá lugar ao sol mais quente que existe.


Fechei os olhos, começando a ficar ofegante pela provocação descarada.


A metáfora estava claríssima, e eu não estava conseguindo mais respirar direito.


Concentrada em normalizar meus batimentos cardíacos, finalmente tomei coragem de revidar.


- O que você quer? – rosnei entre dentes, encarando nervosamente o lado oposto ao dele, que soltou um risinho de contentamento.


- Eu? – ele respondeu, irônico – Eu não quero nada, já dei todas as aulas do dia.


O que mais um professor pode querer? Agora você tá doida pra ir embora, pelo que me parece.


Bufei, com os braços cruzados bem apertados na altura do peito e as mãos fortemente fechadas em punhos.


- Não te interessa – resmunguei, agoniada com minha incapacidade de mandar oxigênio para meus pulmões – Ainda não deu pra notar que eu não quero falar com você?


- Tudo bem, eu não pretendia falar mesmo – Christopher retrucou, com humor na voz – Existem coisas bem mais interessantes que falar.


Por mais frequente que isso fosse, acho que eu nunca tive tanta vontade de socar Christopher como naquele momento.


Por isso, nem me importei por estar no meio da rua, tão perto de pessoas que não deveriam ver aquela cena, e meti a mão na cara dele.


Bom, pelo menos eu tentei.


Droga, o que ele tinha feito ultimamente, treinado reflexos? Por que ele tinha que estar tão mais rápido a ponto de eu não conseguir mais bater nele? Fechei os olhos, frustrada, quando senti os dedos fortes dele se fecharem contra meu pulso, a poucos centímetros de seu rosto.


- Sabe qual é o seu problema? – ele sorriu calmamente pra mim, como se não estivesse falando com alguém que pretendia arrancar dolorosamente todos os dentes dele se tivesse a chance – Você tem pressa demais.


Não sabe esperar.


- Me solta – pedi, encarando-o com repulsa, e seus olhos penetrantes me deixaram tonta por um momento – Eu quero ir embora.


- Então me deixe terminar de falar, estressadinha – Christopher falou, erguendo as sobrancelhas em tom de superioridade, e eu bufei novamente, sem poder fazer nada a não ser ouvi-lo – Antes da sua tentativa inútil e infantil de me bater, eu ia te oferecer uma carona, mas agora que eu percebi a sua empolgação pra ir embora, eu retiro minha oferta.


- Ótimo – grunhi, sorrindo sarcasticamente com a ideia de aceitar uma carona dele.


Mas meu sorriso logo desapareceu quando ele terminou a frase:


- E a substituo por uma exigência.


Franzi a testa, inconformada com aquele absurdo.


Quem ele pensava que era pra exigir alguma coisa de mim?


- Escuta aqui, seu idiota – comecei, sem nem ligar por estar falando mais alto que o aconselhável – Eu não suporto que uma pessoa asquerosa como você me dirija a palavra, ouviu bem? Vê se me esquece, eu te odeio! Só você não se tocou disso ainda!


- Se você não vier comigo agora, garota, eu entro nessa porra desse colégio e conto tudo que aconteceu ontem pro Herrera – Christopher murmurou, com os olhos cravados nos meus de um jeito intimidador – E ainda por cima, no mesmo volume que você tá usando pra falar comigo, pra que não só ele, mas todo mundo ouça o que a gente andou aprontando.


Esqueci como se respirava com aquela ameaça.


Eu não conseguia suportar nem a mera hipótese de Poncho saber sobre meu deslize, e agora com Christopher me confrontando daquele jeito, tudo parecia muito mais possível de acontecer.


E eu sabia que não podia me arriscar de maneira alguma, mas mesmo assim, tentei.


- Ninguém acreditaria em você – gaguejei, esboçando um risinho desdenhoso, que nem foi páreo para o dele, tranquilo e seguro de si.


Ele sabia o quanto Poncho valia pra mim, sabia que uma hora ou outra, eu desistiria e cairia em sua armadilha.


- Bom.


Isso é uma possibilidade – ele concordou, sem demonstrar um pingo de preocupação quanto ao meu blefe – Quer pagar pra ver?


Continuei encarando os olhos castanhos dele, com os pensamentos a mil.


Por mais que eu me esforçasse pra pensar numa outra saída, nada me ocorria a não ser obedecê-lo.


Havia coisas demais a perder naquela chantagem, e eu não podia depender de possibilidades.


Desviei meu olhar dele pro chão, completamente derrotada, e soltei o ar preso em meus pulmões, declarando minha desistência.


Christopher não precisou de palavras pra entender, e finalmente soltou meu pulso, transformando sua expressão maléfica em um sorriso vitorioso.


- Boa menina – ele sussurrou, virando-se na direção da rua – Vamos.


Olhei rapidamente para os lados, me certificando de que não havia ninguém que pudesse nos flagrar, e não encontrei nada.


Completamente contrariada, eu segui Christopher até o outro lado da rua, e esperei até que ele colocasse sua mochila no compartimento de bagagem de sua moto e retirasse dali um segundo capacete, já que o primeiro estava numa de suas mãos desde o começo.


- Tá esperando o que parada aí? – ele perguntou, rindo da minha cara, quando tudo que faltava para irmos embora era eu subir na moto.


Nem preciso dizer que cada pedacinho de mim estava relutante a fazer isso (bom, pelo menos a maior parte).


Fora o fato de que eu odiava capacetes, eles me davam dor de cabeça.


Não que eu já tivesse usado capacetes várias vezes, nunca andei de moto na vida e nem pretendia.


Mas pra tudo havia uma primeira vez, certo? Eu que o diga.


Sentei na garupa bem atrás dele, e procurei alguma forma de me manter na moto quando ela estivesse em movimento que não envolvesse contato físico com ele.


Mas com uma mochila cheia de livros nas costas, isso seria ainda mais complicado.


- Melhor se segurar – ele avisou, ainda se divertindo com a minha desgraça, e ameaçou acelerar com a moto, dando um leve tranco e me fazendo agarrá-lo na hora.


O que só o fez rir mais.


- Assim está ótimo – foi a última coisa que o ouvi dizer, porque logo depois o ronco ensurdecedor do motor preencheu meus ouvidos e ele arrancou furiosamente.


Fechei os olhos, assustada com a velocidade e a falta de proteção, e involuntariamente o abracei com mais força, de alguma forma empurrando aquele perfume cada vez mais pra dentro dos meus pulmões e me fazendo sentir intoxicada.


Abri meus olhos, num súbito ato de coragem, e tudo que vi foram borrões coloridos.


O vento forte me fazia piscar de meio em meio segundo, me deixando tonta e enjoada novamente, e eu preferi fechar os olhos definitivamente.


A cada curva, eu esmagava as costelas de Christopher, que parecia não se importar, e até se divertir com a minha insegurança.


Definitivamente, ele era o cara mais sadomasoquista que existia na Terra.


Não sei dizer exatamente por quantos minutos ficamos andando naquela coisa, até que ele reduziu a velocidade e com uma curva, subiu na calçada.


Mesmo sem olhá-lo, percebi que ele virou a cabeça pro lado, o que era o máximo de movimento que ele podia fazer pra falar comigo, e riu ao me ver toda tensa.


- Você se acostuma à velocidade com o passar do tempo – ele sorriu, com aquele ar divertido que estava me dando nos nervos, e apesar de estarmos parados, eu não consegui desfazer o forte aperto de meus braços ao redor dele.


E fiz bem, porque logo ele acelerou novamente, me fazendo abrir os olhos e dar de cara com uma garagem levemente familiar.


- Onde estamos? – consegui perguntar, observando os vários carros importados estacionados lado a lado passando rapidamente por nós, e senti uma pontada de pânico.


Por favor, Deus, ele não tinha feito isso.


Christopher não respondeu, apenas estacionou a moto numa vaga que ficava ao lado de uma Ferrari vermelha e de um Porsche prata.


Que antes dava lugar a uma BMW preta, provavelmente situada num ferro velho a essa hora, após sua colisão com um poste.


Ele tinha mesmo feito isso.


- Por que você me trouxe aqui? – exclamei, com a voz mais alta agora, enquanto ele desligava a moto – Que tipo de problemático você é?


- Eu falei que ia te dar uma carona – Christopher finalmente disse, tirando o capacete com cara de tédio, e virou o rosto pra me olhar de lado – Mas não disse em momento algum que te levaria pra sua casa.


Senti meu sangue esquentar dentro das veias, sem saber direito se era de pânico ou de raiva.


Onde eu estava com a cabeça pra me envolver com ele?


- SEU IDIOTA! ME LEVA PRA CASA AGORA! AGORA! – gritei, me aproveitando de sua posição desfavorecedora e estapeando suas costas sem dó – EU NUNCA MAIS QUERO OLHAR NA SUA CARA, SEU SAFADO SEM VERGONHA!


Parecendo nem sentir os tapas e socos que eu lhe dava, ele se levantou, sem cerimônia, e começou a caminhar calmamente até o elevador da garagem, ativando o alarme da moto pelo caminho.


Eu continuei imóvel, até me dar conta de que ele realmente não voltaria pra me levar pra casa, e sem a menor intenção de ficar presa ali, eu corri atrás dele, me desfazendo de qualquer jeito do capacete no trajeto.


- AH, É, NÃO VAI ME LEVAR? – urrei, andando energicamente atrás dele, que estava a alguns passos de distância de mim, quase alcançando o elevador – ÓTIMO! EU VOU ANDANDO!


Christopher soltou uma gargalhada e parou bem à porta do elevador, só então se virando pra mim.


- Você vai morrer antes de sequer chegar no seu bairro.


Ou de cansaço, ou atingida por um raio com a chuva que vai cair daqui a pouco.


- EU NÃO LIGO! – berrei, parando de andar a poucos metros dele, totalmente irada – QUALQUER COISA É MELHOR DO QUE FICAR MAIS UM SEGUNDO PERTO DE VOCÊ!


Continuei andando na direção da saída da garagem, e ignorei a trovoada monstruosa que estremeceu o chão.


Quando já estava a poucos passos da saída, que graças a Deus não era muito longe do elevador, ouvi passos rápidos atrás de mim, e acelerei meu ritmo.


Totalmente em vão.


- O QUE É ISSO? – gritei, quando senti os braços de Christopher envolverem minhas pernas e me levantarem do chão – ME LARGA!


Eu estava praticamente pendurada em seu ombro, sentindo-o segurar minhas pernas com um braço só, e com meu tronco caindo pelas costas dele.


Enquanto ele voltava a andar na direção do elevador, como se estivesse carregando uma pluma e não uma pessoa revoltada, eu voltei a espancá-lo, socando-o com toda a força que eu consegui.


Meus cabelos se enroscavam em meus braços, formando nós que eu sabia que não conseguiria desfazer tão facilmente, mas aquilo pouco me importava.


Ignorando totalmente meus gritos e minhas agressões, Christopher continuou me levando até o elevador, que nos esperava com a porta automática aberta.


Assim que passamos, ele apertou o botão do vigésimo terceiro andar, que nos levaria ao seu apartamento.


Mesmo dentro do elevador, ele não me soltou, e eu parti pras ameaças concretas, desesperada.


- ME LARGA OU ENTÃO EU GRITO PRA TODOS OS ANDARES OUVIREM!


- Os apartamentos têm proteção acústica, mas vai ser engraçado te ouvir tentar – ele sorriu, sem tremer na base nem um pouco.


Mas tudo bem, eu ainda tinha argumentos.



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Autor(a): dulcete.vondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 62



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  • aleaff Postado em 23/12/2019 - 11:34:49

    Brigada por voltar e terminar essa ótima história s2 s2 s2

  • marianarn Postado em 20/03/2019 - 20:31:40

    Posta mais !!!!!!

  • kauanavondy015 Postado em 12/03/2019 - 00:04:36

    Continuaaa PLMDS

  • kauanavondy015 Postado em 16/02/2019 - 14:39:26

    A mãe da Dulce e a melhor kkkkkkkkkk

  • kauanavondy015 Postado em 16/02/2019 - 14:38:40

    Continuaa

  • raylane06 Postado em 15/02/2019 - 01:31:30

    Continua

  • carla_ruiva Postado em 14/02/2019 - 17:22:26

    Aaaaa continua pleace ❤

  • kauanavondy015 Postado em 14/02/2019 - 07:41:31

    Como vc para nessa parteee?continuaaa pfv

  • candyle Postado em 11/02/2019 - 11:21:54

    Aaaaaah Continuaa

    • dulcete.vondy Postado em 14/02/2019 - 00:19:00

      Continuandoooo

  • kauanavondy015 Postado em 07/02/2019 - 01:30:37

    Continuaa Plmds

    • dulcete.vondy Postado em 14/02/2019 - 00:18:46

      Continuandoooo


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