Fanfics Brasil - Capítulo 15 – Parte 1 Biology - Vondy (Adaptada)

Fanfic: Biology - Vondy (Adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 15 – Parte 1

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Dessa vez, eu consegui manter meus olhos abertos. Pude ver todos os borrões nos quais os prédios, árvores, pedestres e carros tinham se transformado com a velocidade, contrastando com o cinza tempestuoso do céu. Pude aproveitar o vento revigorante de cada metro velozmente percorrido pela moto de Christopher, que roncava alto como se tivesse vida própria e gostasse da adrenalina. Pude sorrir com a sensação gostosa de estar praticamente voando sem asas.


Diferente da ida, paramos em vários sinais vermelhos. E em nenhum deles, Christopher sequer demonstrou se lembrar de que eu estava bem atrás dele, agarrada com firmeza às suas costelas. Mesmo sem poder olhar em seus olhos, eu soube que aquele era novamente o Christopher de sempre. Ele tinha voltado a se trancar em seu casulo impenetrável, e eu sabia que eu talvez não voltasse a ver o que se escondia dentro dele. Porque eu não pretendia me deixar cair na tentação novamente. Eu não podia fazer isso com Poncho, por mais difícil que fosse resistir à atração que Christopher exercia sobre mim.


Não demoramos a chegar à minha casa. Assim que ele estacionou a moto, eu desci e entreguei seu capacete, que ele colocou no bagageiro sem nem me olhar. Eu o observei subir na moto outra vez, com sua expressão indecifrável, e finalmente tomei coragem de dizer alguma coisa.


- Hm, obriga...


Nem bem eu abri a boca, um ronco de motor ecoou e ele foi embora. Suspirei, sem nem me dar ao trabalho de terminar a palavra. Eu já devia saber desde o início que seria assim, Christopher não era o tipo de cara que se preocupava com os sentimentos dos outros. Pelo menos não o Christopher que eu estava acostumada a ver.


Entrei em minha casa vazia e calmamente subi até meu quarto, sem saber direito o que fazer nem o que pensar. Eu já não me sentia tão culpada como da primeira vez, e algo me dizia que o motivo pra isso não era dos mais angelicais. Eu não tinha me esquecido de que aquilo era errado e muito menos tinha deixado de amar Poncho, mas ficar com Christopher era melhor do que praticamente tudo. Poucas vezes eu me lembrei de querer tanto alguma coisa como eu queria agora. Eu queria passar o tempo todo sentindo os arrepios que as mãos dele provocavam em meu corpo, me sentindo tão desejada apenas com um olhar, o olhar dele, sempre intenso em mim como se eu fosse sumir num piscar de olhos.


Me perguntei por um momento se Christopher estaria arrependido por ter me levado até sua casa, ou pelo que fizemos. Me perguntei se ele já havia se cansado de mim, se já tinha realmente conseguido o que queria, como ele mesmo disse uma vez, mas não consegui me convencer de que isso tenha sido a razão por trás de sua frieza. Se ele havia esperado e insistido por tanto tempo para finalmente me fazer ceder, ele já teria conseguido se entediar tão cedo? Talvez fosse algum motivo que eu não tivesse como descobrir, ou talvez fosse o mesmo sentimento que eu carregava comigo: culpa por Poncho. Tudo bem, retiro o que disse, Christopher não sentia remorso nem culpa por nada, isso estava mais do que claro.


Estava tão imersa em pensamentos que só voltei a prestar atenção no que estava fazendo quando um trovão ecoou pelo apartamento, e eu me encontrei deitada em minha cama, encarando o teto. Coloquei uma mão dentro do bolso da calça e de lá tirei o bilhete que Poncho havia me dado na escola. Fechei os olhos, apertando o papelzinho em meu peito, que pulsava de acordo com meu coração acelerado. Por menos culpada que eu me sentisse em relação a Poncho, fato que continuava me fazendo sentir um monstro, eu ainda estava refletindo sobre tudo que tinha feito com Christopher. E por mais que eu tentasse pensar em Poncho durante o resto do dia, meus pensamentos voltavam a ser atraídos para o professor Uckermann, como um disco irritantemente arranhado, ainda mais com o tempo chuvoso e cinzento, que só me fazia lembrar da comparação que Christopher havia feito. Naquele dia, o tempo realmente poderia ser comparado ao meu estado emocional.


Toda vez que eu me pegava sem nada pra fazer, aqueles olhos profundamente castanhos voltavam a me perturbar, e quando isso acontecia, eu recorria ao bilhete de Poncho. Sua caligrafia esforçada para parecer legível não me fazia sorrir mais, e sim pensar em uma única coisa, que mesmo que eu não quisesse, fazia meu corpo se queixar involuntariamente: o fim de semana estava próximo, e se Poncho cumprisse o que ameaçava fazer no bilhete, nós o passaríamos juntos. Talvez ele me levasse para viajar, talvez ficássemos em seu apartamento, talvez ele me surpreendesse com alguma outra alternativa. Mas não era isso que me agoniava.


Eu não podia mais pensar em Christopher. Por um momento, pude jurar que não conseguiria. Se eu estava disposta a manter todos os meus podres em segredo, não podia parecer pensativa, nervosa, ausente demais durante meu fim de semana com Poncho. Eu tinha que parecer íntegra, completamente feliz e plena, o que eram emoções que se distanciavam um pouco da realidade. Mas por Poncho, tudo valia a pena. Mesmo que não fosse ele quem habitasse meus intermináveis sonhos naquela noite.


 


- Você já falou pra sua mãe que vai ficar “lá em casa” esse fim de semana, né? – Anahí perguntou, assim que o sinal tocou às 7 da manhã de sexta-feira.


Apenas assenti, sem saber se realmente estava pronta pra surpresa de Poncho. A proximidade da descoberta fazia meu estômago revirar de curiosidade e tensão. Pelo menos eu não tive que me preocupar com a desculpa para sumir de casa por dois dias, já que a mãe de Anahí teria que viajar a trabalho justamente naquele fim de semana. Bastou usar um pouco de minha lábia e do beicinho de Anahí pra que mamãe me deixasse acompanhá-la durante aqueles dois dias solitários em sua casa. Coitadinhas de nós, só nos faltavam asinhas de anjo.


- Eu juro que não te entendo – Anahí bufou, subitamente parecendo irritada, e eu franzi a testa, sem entender – O homem da sua vida te prepara uma surpresa e tudo que você sabe fazer é ficar com essa cara deprimida o tempo todo! Parece que não tá feliz com a maravilha que tem nas mãos, credo!


- Me desculpe, Anahí, eu estou com sono – falei pausadamente num tom ironicamente calmo, enquanto subíamos os degraus da escola rumo às nossas classes – Não fiquei acordada quase a noite toda porque quis, sabe.


Tudo bem, eu confesso, existe um motivo além do sono atrasado, e que também está por trás dele. Quer dizer, Anahí não precisava ficar sabendo que eu andava sonhando demais com o professor Uckermann, certo? Ela nem sabia que eu tinha ido ao seu apartamento! Pra que sair contando tudo quando eu podia praticar meu controle emocional e mentir pra ela? Seria tão mais produtivo, e ainda me ajudaria muito em futuras omissões. Já passou da hora de começar a pensar também no futuro, e não só em aliviar os incômodos do presente.


 



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Autor(a): dulcete.vondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 62



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  • aleaff Postado em 23/12/2019 - 11:34:49

    Brigada por voltar e terminar essa ótima história s2 s2 s2

  • marianarn Postado em 20/03/2019 - 20:31:40

    Posta mais !!!!!!

  • kauanavondy015 Postado em 12/03/2019 - 00:04:36

    Continuaaa PLMDS

  • kauanavondy015 Postado em 16/02/2019 - 14:39:26

    A mãe da Dulce e a melhor kkkkkkkkkk

  • kauanavondy015 Postado em 16/02/2019 - 14:38:40

    Continuaa

  • raylane06 Postado em 15/02/2019 - 01:31:30

    Continua

  • carla_ruiva Postado em 14/02/2019 - 17:22:26

    Aaaaa continua pleace ❤

  • kauanavondy015 Postado em 14/02/2019 - 07:41:31

    Como vc para nessa parteee?continuaaa pfv

  • candyle Postado em 11/02/2019 - 11:21:54

    Aaaaaah Continuaa

    • dulcete.vondy Postado em 14/02/2019 - 00:19:00

      Continuandoooo

  • kauanavondy015 Postado em 07/02/2019 - 01:30:37

    Continuaa Plmds

    • dulcete.vondy Postado em 14/02/2019 - 00:18:46

      Continuandoooo


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