Fanfic: Biology - Vondy (Adaptada) | Tema: Vondy
- Com licença, professor – eu falei, interrompendo a explicação do Uckermann ao abrir a porta do laboratório.
Ele apenas parou de falar e me olhou de cima a baixo, com uma cara de desprezo, erguendo uma sobrancelha.
- Como eu estava dizendo, o relatório de hoje deverá ser entregue na próxima aula, porque a última parte dele deverá ser entregue em forma de pesquisa – ele continuou, um pouco irritado.
Nem preciso dizer que a Smithers ficou me medindo desde que eu fechei a porta do laboratório até quando eu me sentei num dos bancos.
Tadinha, ela pensa que aquele canalha dá a mínima pra ela.
Tenho pena dessas pobres meninas iludidas.
O professor Uckermann logo terminou de explicar, sem dirigir um olhar sequer na minha direção, e foi se sentar em sua cadeira.
Geralmente ele colocava os pés sobre a mesa e ficava de braços cruzados, apenas nos observando com seu risinho debochado, mas hoje ele parecia preocupado com alguma coisa.
Ele não deixou de se sentar daquele seu jeito folgado, mas sua expressão estava fechada e o olhar perdido vagamente entre os alunos.
Não que eu estivesse reparando nele nem nada, eu só notei esse comportamento estranho porque passei metade da aula sonhando acordada com tudo que tinha acontecido entre eu e o sr. Herrera e consequentemente acabava observando as pessoas ao meu redor mais do que de costume.
Meu coração ainda estava acelerado e minhas pernas estavam bambas só de lembrar dele me levantando do chão e me abraçando tão apertado.
Durante mais uma de minhas viagens pelo interior do meu cérebro, me peguei observando o professor Uckermann.
Meus olhos viajavam pelo seu rosto, analisando cada detalhe, até que ele retribuiu meu olhar de um jeito incomodado, como se tivesse notado que eu o observava há algum tempo.
Arregalei meus olhos, surpresa comigo mesma, e continuei copiando o relatório da lousa evitando ao máximo aproximar meu olhar dele.
Por que toda vez que ele me olhava agora eu sentia um calafrio? Assim que ele me olhou de volta, me lembrei do beijo no elevador, e do quão tenso foi aquele último olhar.
Talvez fosse medo de que ele pudesse me atacar de novo a qualquer momento ou algo do tipo.
A aula rapidamente acabou, e como eu tinha chegado um pouco mais tarde ao laboratório, estava igualmente atrasada na cópia da lousa em relação ao resto da classe.
Resumindo, enquanto todos iam embora, eu ainda estava copiando o relatório, com as mãos trêmulas.
Experimenta beijar seu professor lindo, maravilhoso e inalcançável e depois copiar uma folha inteira de lição pra você entender o que eu passei.
Quando todos já tinham saído, vi de rabo de olho que o professor Uckermann me encarava.
Tentei me apressar, mas tudo que consegui foi pular uma palavra e ser obrigada a passar corretivo na folha.
Enquanto eu soprava o líquido pra que ele secasse logo, pude ouvi-lo bufar e se levantar, caminhando lentamente até a janela e observando o exterior do prédio com a testa franzida.
E foi aí que eu percebi que meu sopro ficou mais fraco quando meus olhos sem querer se fixaram na bunda dele.
O que estava acontecendo comigo? Por que esquentou de repente?
- Perdeu alguma coisa, Saviñón? – ouvi a voz dele reclamar, e rapidamente ergui meu olhar até encontrar seu rosto, ainda virado pra janela.
Com a maior cara de ânus, abri a boca várias vezes na tentativa de dizer algo, mas como nada saiu, apenas voltei a copiar.
Ele soltou um risinho debochado e começou a balançar a cabeça negativamente.
- Num dia ela enfia uma caneta no meu braço, no outro ela fica secando a minha bunda – ele disse, e eu voltei a copiar pra não deixá-lo ver minha cara roxa de vergonha - Afinal de contas, o que você quer?
O sr. Uckermann virou seu rosto na minha direção, e me encarou de um jeito impaciente.
Eu soube bem o que dizer, apesar de ter sido pega de surpresa por ele ter tocado no assunto tão repentinamente.
- O que eu quero? Engraçado, o senhor só menciona as partes que lhe convêm.
Por que não mencionou também o dia em que me agarrou dentro do elevador contra a minha vontade? – respondi, frisando bem a última parte e olhando-o com raiva.
- Não diga como se eu fosse o vilão da história, se não tivesse gostado teria dado um jeito de me afastar – ele riu, vitorioso, cruzando os braços e exibindo uma pequena cicatriz circular onde eu o havia machucado.
Sem um pingo de pena, revirei os olhos e comecei a copiar a última questão, doida pra sair dali e quem sabe encontrar o sr. Herrera na saída.
- Eu não vou discutir um absurdo desses – retruquei, possessa – Se o senhor prefere achar que me ganhou com aquele abuso, não vou destruir seus sonhos.
- Quem tá sonhando aqui é você, garota – ele falou, parecendo ainda mais bravo (o que só me deixou mais satisfeita) – Se tá achando que eu vou ficar correndo atrás de você, pode ir tirando o cavalinho da chuva.
Eu já consegui o que queria, agora é só te jogar fora e investir em outra.
Terminei de escrever a última palavra do relatório quando ele acabou de falar, e ergui meu olhar da folha pra ele.
Com a frase perfeita pronta e na ponta da língua, apenas guardei minhas coisas e fui até ele, parando bem à sua frente.
Sem mudar de expressão, ele me encarava avidamente, com um misto de raiva e algo mais brilhando em seus olhos.
Dei mais um passo a frente, ficando perigosamente perto dele, e quando faltava apenas um centímetro pra que nossos lábios se encostassem, percebi que seus olhos não o obedeciam mais e fitavam meus lábios com um desejo imenso.
- Ótimo – sussurrei, sorrindo perversamente – Me jogar fora e investir em outra é um favor que você me faz.
O olhar confuso do professor Uckermann se ergueu até encontrar o meu, e sem dizer mais nada, me afastei dele e saí do laboratório, ainda mais feliz do que tinha entrado.
- Por que você demorou tanto pra sair da escola ontem? – Anahí perguntou, batendo o pé junto com a bateria da música enquanto ouvíamos música no volume máximo do meu iPod.
- Cheguei atrasada na aula do Uckermann e não consegui terminar de copiar o relatório antes do sinal tocar – respondi, disfarçando um sorriso maligno – Você sabe que eu tenho problemas pra decifrar a caligrafia dos professores.
Estávamos sentadas no chão do pátio do colégio, de frente pra porta por onde entraríamos logo e começaríamos mais um dia de aula.
Faltavam apenas dez minutos pra que o sinal tocasse e as portas das classes fossem abertas, mas ainda assim a escola estava praticamente deserta.
Olhei na direção da rua, refletindo sobre o dia anterior enquanto Anahí falava alguma coisa sobre a prova de química.
Como duas pessoas podiam influenciar tanto meu humor de formas tão diferentes? Primeiro o sr. Herrera, todo carinhoso, perfeito e maravilhoso.
Depois, o sr. Uckermann, totalmente idiota, ridículo e frouxo.
E o mais curioso de tudo, eles eram amigos! Essa vai pra minha lista de mistérios da humanidade que eu adoraria desvendar.
Enquanto observava os poucos carros que passavam em frente à escola, um suéter verde musgo ambulante chamou minha atenção.
Ergui meu olhar na direção do rosto da pessoa que caminhava escola adentro, e me deparei com um par de olhos verdes me olhando.
Sorri de leve, doida pra agarrá-lo ali mesmo como sempre.
Aquela blusa verde era um clássico no guarda-roupa dele, todas as vezes que eu o via usando aquele suéter, era tentação na certa.
Deus, eu realmente amava cada detalhe naquele homem.
- Bom dia, meninas – o sr. Herrera sorriu ao passar por nós, carregando mil pastas cheias de papéis e uma mochila que provavelmente continha mais pastas iguais às outras.
Tenho certeza de que Anahí não notou nada de especial naquele sorriso, mas eu o vi de um jeito totalmente diferente.
- Bom dia, professor – respondemos, em uníssono, o que só fez aquele sorriso aumentar.
O sr. Herrera continuou a andar normalmente em direção à sala dos professores, e eu o segui com o olhar disfarçadamente.
Oi, como você consegue ser tão gostoso aos 30 anos de idade? Não posso esquecer de perguntar isso a ele um dia.
- Você tem razão – Anahí disse, e eu mais que depressa parei de secar o sr. Herrera para olhá-la.
Fiz cara de pastel de vento e ela completou a frase – Ele é lindo demais.
Não deu pra não rir daquele comentário, ainda mais com os recentes acontecimentos.
- Pois é, minha cara – suspirei, assentindo devagar – Ele é simplesmente perfeito.
Anahí também suspirou e começou a observar a rua vagamente.
Sem vergonha, logo voltei a encarar o sr. Herrera, que havia parado em frente à sala dos professores pra conversar com uma coisa loura, alta e magra que atendia pelo nome de Miranda Keaton.
Eu ainda acertava minhas contas com aquela lambisgóia oxigenada um dia, pode apostar.
- Segura a emoção aí, Dul – ouvi Anahí rir disfarçadamente, abaixando seu olhar pra disfarçar ainda mais o riso – Sua alma gêmea tá chegando.
Franzi a testa, sem entender, e me virei na direção da saída do colégio.
Dei de cara com o professor Uckermann chegando, com a maior cara de sono e os cabelos despenteados de um jeito proposital.
E atraente, pro meu desgosto.
- Não sei por que eu fui olhar, eu já devia saber que era ele – resmunguei, revirando os olhos e olhando rapidamente pra porta da sala dos professores, agora sem ninguém ao seu redor.
Beleza, o sr. Herrera e a srta. Keaton já deviam estar no banheiro mais próximo dando sua rapidinha matinal.
E eu ali, perdendo meu tempo observando o contorno dos ombros do sr. Uckermann, realçados pela blusa pólo azul marinho que ele usava.
Espera aí.
Credo, que nojo! Por que eu agora estava com a péssima mania de ficar observando os detalhes daquele verme? Tudo bem que eu adoro ombros masculinos (não só ombros, mas isso não vem ao caso), mas ficar olhando os do Uckermann já era desespero demais! Nota mental: evitar encarar qualquer parte do corpo daquele exu.
- Nem bom dia ele dá – Anahí comentou, medindo-o de cima a baixo quando ele já tinha passado por nós – Dá pra entender totalmente por que você o odeia tanto.
- Eu odiá-lo tanto tá beleza, agora ele me odiar também é péssimo pra minha nota – bufei, fazendo uma careta – Mas eu não ligo, prefiro ir mal a ter qualquer tipo de simpatia com esse crápula.
- Fala, Uckermann – ouvi uma voz conhecida dizer, e vi o sr. Herrera surgir do nada com a srta. Keaton.
- Oi, Poncho – o sr. Uckermann resmungou, parecendo indisposto.
Provavelmente tinha comido alguma aluna do primeiro ano e como ela não devia saber nem beijar, não foi bom e ele ficou de mau humor.
Idiota, quem ele pensava que era pra chamá-lo de Poncho? Ele não merecia aquela intimidade toda!
- Não esqueceu o futebol com o terceiro ano depois da aula, né? – Poncho (se o Uckermann podia, eu também podia) perguntou, como se já previsse a careta que o amigo fez.
- Totalmente – ele respondeu, batendo com a palma da mão na própria testa – Se bem que eu não ia jogar de qualquer jeito, não dormi nada essa noite.
Os dois entraram na sala dos professores rindo, e não deu pra ouvir mais nada.
O sinal tocou, e logo eu e Anahí subimos, ainda comentando sobre o belo físico do professor Herrera.
Bem que eu quis contar tudo pra ela, mas fiquei com medo e achei melhor as coisas se firmarem um pouco mais.
Por mim, eu casava com ele sem pensar duas vezes, mas eu acho que uma proposta de casamento seria um pouco assustadora pra ele.
As duas primeiras aulas se arrastaram lentamente, sem muitas novidades.
Dei graças a Deus quando a professora de física saiu da classe.
Aulas duplas me entediavam demais, fato.
Nosso professor de história logo chegou e como era dia de prova, já foi entregando as avaliações para os alunos.
Beleza, só questões de múltipla escolha, ia ser fácil.
O legal do sr. Turner era que ele facilitava as coisas no primeiro bimestre e ia dificultando conforme o tempo passava, nos dando a oportunidade de já passarmos de ano sem precisarmos estudar muito a parte mais difícil da matéria.
Afinal, quem em sã consciência leva os estudos a sério no quarto bimestre se já fechou no terceiro? É, até que o sr. Turner era legalzinho, se não usasse tantas palavras difíceis e transpirasse menos.
Em menos de dez minutos eu terminei a prova, com a certeza de que tinha ido bem.
Todo mundo ia bem nas provas dele, porque ele praticamente colocava as respostas no enunciado da pergunta.
Sem a mínima vontade de ficar sentada por mais de meia hora naquela classe, pedi pra ir ao banheiro, pra ver se o tempo passava mais rápido, e o professor apenas assentiu pra mim, atento aos alunos do fundo que não se cansavam de pedir e passar cola.
Bando de burros, francamente.
Caminhei lentamente pelo corredor na direção do banheiro, soltando um bocejo e me espreguiçando preguiçosamente.
Passei pela classe de Annie, que estava com a porta fechada, e pela classe ao lado da dela, que estava aberta, mas vazia.
Ei, Saviñón – ouvi alguém sussurrar assim que entrei no banheiro, e coloquei a cabeça pra fora pra ver quem era.
Autor(a): dulcete.vondy
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Uma coisa verde e sexy parada na porta do banheiro masculino, que ficava logo ao lado do feminino, sorria pra mim, fazendo meu coração acelerar. Homens como o sr. Herrera não podiam aparecer assim de repente, era beleza demais pra se assimilar tão depressa. - Oi, professor – sorri de volta, tentando parecer menos promíscua do que eu ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 62
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aleaff Postado em 23/12/2019 - 11:34:49
Brigada por voltar e terminar essa ótima história s2 s2 s2
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marianarn Postado em 20/03/2019 - 20:31:40
Posta mais !!!!!!
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kauanavondy015 Postado em 12/03/2019 - 00:04:36
Continuaaa PLMDS
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kauanavondy015 Postado em 16/02/2019 - 14:39:26
A mãe da Dulce e a melhor kkkkkkkkkk
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kauanavondy015 Postado em 16/02/2019 - 14:38:40
Continuaa
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raylane06 Postado em 15/02/2019 - 01:31:30
Continua
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carla_ruiva Postado em 14/02/2019 - 17:22:26
Aaaaa continua pleace ❤
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kauanavondy015 Postado em 14/02/2019 - 07:41:31
Como vc para nessa parteee?continuaaa pfv
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candyle Postado em 11/02/2019 - 11:21:54
Aaaaaah Continuaa
dulcete.vondy Postado em 14/02/2019 - 00:19:00
Continuandoooo
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kauanavondy015 Postado em 07/02/2019 - 01:30:37
Continuaa Plmds
dulcete.vondy Postado em 14/02/2019 - 00:18:46
Continuandoooo