Fanfic: Biology - Vondy (Adaptada) | Tema: Vondy
- Hm... Amanhã eu não vou poder te ver – ele lamentou, mantendo sua voz desanimada – Na verdade, eu vou viajar hoje mesmo pra Sheffield, e provavelmente, só volto no domingo. Vou visitar minha mãe, já que amanhã é o aniversário dela.
Fiquei sem saber o que dizer por alguns segundos. Poncho nunca havia mencionado nada sobre sua família antes, e o fato de não poder conhecer sua mãe me deixou levemente triste. De repente, me ocorreu a imagem de uma senhora amável e bondosa, do tipo que te oferece biscoitos com leite acompanhados de um sorriso gentil e olhos ternos. A senhora Herrera deveria ser uma graça, e eu simplesmente não podia conhecê-la, tudo porque era alguns anos mais nova que Poncho. Aquele tabu ridículo de diferença de idade estava começando a me dar nos nervos.
- Ahn... Eu entendo – gaguejei, afogando minhas recém-nascidas esperanças de um sábado menos solitário – Dê um abraço bem apertado em sua mãe por mim, mesmo que ela não saiba que eu existo.
- Pode deixar, amor – ele sorriu, e eu senti a pena por não poder me levar transparecer em sua voz – Tenho certeza de que ela gostaria muito de você se pudesse conhecê-la.
Não consegui responder nada, apenas sorri, sentindo-me subitamente deprimida. Eu estava fadada a passar o fim de semana inteiro dentro de casa, tomando litros de sorvete e vendo TV o dia todo, de pijamas e pantufas, enquanto minha melhor amiga reatava seu namoro, meu namorado visitava a mãe a sei lá quantos quilômetros de distância e o idiota do Uckermann comia a Kelly até cansar. Tamanha exclusão parecia até castigo divino pelo excesso de companhia que tive no fim de semana anterior.
- Bom, eu não vou mais te prender nessa ligação totalmente sem sentido – suspirei desanimada, sem nem mencionar o baile de primavera, do qual Poncho provavelmente havia se esquecido – Você deve estar ocupado arrumando suas coisas para a viagem, e eu estou aqui te segurando no telefone.
- Você tem é sorte por eu não poder te dar uma bela de uma sessão de cócegas agorinha mesmo como punição a esse seu jeito bobo – ele resmungou, brincalhão, e eu sorri fraco – Entenda uma coisa: você não me atrapalha, tampinha.
Soltei uma risadinha tímida, ainda encarando as cortinas agora imóveis, e logo em seguida, ouvi o barulho da porta sendo aberta no andar de baixo, indicando que mamãe havia chegado.
- Quem precisa desligar agora sou eu, mamãe chegou – falei, levemente apressada – Tome cuidado na estrada, descanse, beba bastante líquido, não pegue muito sol e divirta-se, ouviu bem?
- Pode deixar – Poncho respondeu, carinhoso - E o mesmo vale pra você, cuide-se.
- Vou tentar me manter longe de todo o perigo que minha casa pode me oferecer – eu ri, achando graça das precauções dele e fazendo-o rir junto.
- Te amo – ele murmurou, assim que nosso riso cessou, e eu senti meu coração se contorcer, dominado por milhares de sentimentos diferentes. Saudade, amor, felicidade... Remorso, culpa, dor.
- Eu também – murmurei, com a voz aflita, e esperei que ele desligasse para colocar o telefone na base. Assim que o fiz, mamãe bateu à porta.
- Olá, querida – ela sorriu, parecendo cansada após um dia cheio em seu escritório. Após a promoção que conseguira na empresa onde trabalhava há quase dez anos, sua carga de trabalho havia aumentado consideravelmente, e era raro vê-la chegando em casa antes das dez e meia. Hoje havia sido um dia bastante atípico, mas era bom que de vez em quando ela tivesse um tempo extra para cuidar de si.
- Oi, mãe – respondi, retribuindo como pude seu sorriso e tentando não parecer tão desanimada quanto realmente estava – Dia cheio?
- Até demais – mamãe suspirou, fechando os olhos lentamente e logo voltando a abri-los – E só pra compensar, algumas amigas do escritório estão armando uma festa surpresa para nosso chefe amanhã, e precisarão de uma mãozinha com os preparativos... Então não se assuste se acordar tarde e não me encontrar.
- Boa sorte – falei, fazendo uma careta, e ela apenas riu de leve.
- Se não se importa, vou tomar um bom e demorado banho e dormir – ela disse, meio sem jeito, e eu apenas balancei negativamente a cabeça, demonstrando que não me importava – Boa noite, minha querida. Qualquer coisa me chame, está bem?
- OK, boa noite, mãe – apenas sorri fraco, vendo-a fechar novamente minha porta e desaparecer. Fiquei encarando a maçaneta da porta por alguns segundos, me preparando inconscientemente para as próximas 48 horas, que seriam provavelmente muito parecidas com aquele momento: vazias, silenciosas e solitárias. De certa forma, a solidão era tudo que eu queria para poder organizar minha mente, mas agora que ela finalmente havia chegado, após uma semana inteira aguardando-a ansiosamente, o silêncio e o frio que a acompanhavam me pareciam estranhamente terríveis.
Ajeitei-me entre meus bichinhos de pelúcia, abraçando alguns deles na tentativa de preencher o enorme vazio entre meus braços e deixando que minha cabeça pesada descansasse sobre o travesseiro macio. Respirei fundo e calmamente, mandando uma mensagem para que meus músculos relaxassem junto com o oxigênio inalado, e fechei os olhos devagar, apenas sentindo o conforto do colchão se espalhar por meu corpo e meu cansaço mental se manifestar numa leve dor de cabeça. As pálpebras pareciam mais pesadas do que o habitual, mantendo-se fechadas sem sequer pedirem permissão para isso, e a respiração foi ficando cada vez mais calma... Meu quarto agora parecia um borrão de cores e formas engraçadas, logo sendo substituídos pela escuridão do sono.
E se eu não tivesse adormecido tão rápida e inesperadamente, poderia jurar que a última coisa que senti antes de apagar por completo foi um braço forte envolver minha cintura e me puxar para mais perto de seu corpo, deitado ao meu lado, e seu hálito de canela sussurrar ao pé de meu ouvido.
Boa noite, meu vício.
Autor(a): dulcete.vondy
Este autor(a) escreve mais 2 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
(Christopher Uckermann’s POV) As paredes frias de meu imenso apartamento pareciam amplificar o som de meus sapatos chocando-se contra o piso de mármore. A fraca iluminação, fornecida pela tímida luz da lua, manchava de cinza as formas duras de meus móveis, talvez se unindo ao barulho de meus passos numa singela tentativa de me fazer ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 62
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
aleaff Postado em 23/12/2019 - 11:34:49
Brigada por voltar e terminar essa ótima história s2 s2 s2
-
marianarn Postado em 20/03/2019 - 20:31:40
Posta mais !!!!!!
-
kauanavondy015 Postado em 12/03/2019 - 00:04:36
Continuaaa PLMDS
-
kauanavondy015 Postado em 16/02/2019 - 14:39:26
A mãe da Dulce e a melhor kkkkkkkkkk
-
kauanavondy015 Postado em 16/02/2019 - 14:38:40
Continuaa
-
raylane06 Postado em 15/02/2019 - 01:31:30
Continua
-
carla_ruiva Postado em 14/02/2019 - 17:22:26
Aaaaa continua pleace ❤
-
kauanavondy015 Postado em 14/02/2019 - 07:41:31
Como vc para nessa parteee?continuaaa pfv
-
candyle Postado em 11/02/2019 - 11:21:54
Aaaaaah Continuaa
dulcete.vondy Postado em 14/02/2019 - 00:19:00
Continuandoooo
-
kauanavondy015 Postado em 07/02/2019 - 01:30:37
Continuaa Plmds
dulcete.vondy Postado em 14/02/2019 - 00:18:46
Continuandoooo