Fanfics Brasil - Capítulo 4 – Parte 1 Biology - Vondy (Adaptada)

Fanfic: Biology - Vondy (Adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 4 – Parte 1

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Três semanas.


Vinte e um dias se passaram desde então.


E não houve um dia, fora os fins de semana, em que eu e Poncho não nos encontrássemos.


Era incrível como éramos capazes de inventar desculpas tão convincentes pra nos vermos que ninguém parecia sequer desconfiar do nosso envolvimento.


Claro que contávamos com muita sorte também, mas nossa veia teatral criativa era responsável pela maior parte da discrição.


E o pior de tudo era que durante todos aqueles dias, não tivemos como, erm, avançar o sinal.


Não que fôssemos lerdos nem nada, mas é que ficava complicado fazer alguma coisa além de uns bons amassos no curto tempo que tínhamos, e nos lugares inapropriados dos quais dispúnhamos.


A cada dia que se passava ele dava sinais de que estava se segurando ao máximo pra não passar para o próximo nível (adoro usar essas expressões, elas me fazem rir), tadinho.


E eu também, afinal, eu tinha 17 anos e estava com os hormônios descontrolados.


E quanto ao Uckermann? Graças a Deus, ele pareceu se esquecer de mim.


Me tratava com frieza, rispidamente, e não me dirigia a palavra desnecessariamente.


Preciso dizer que minha vida estava uma maravilha com o homem dos meus sonhos do meu lado, mesmo que ninguém pudesse saber, e de quebra sem aquela peste do Uckermann me infernizando?


- Eu tava pensando outro dia – Poncho disse, assim que nos cumprimentamos com um caloroso beijo numa sala vazia do primeiro andar.


- Você pensando? Mas que progresso, parabéns! – brinquei, com os braços ao redor de seu pescoço, sentada de frente pra ele na mesa do professor.


- Ah, é assim? Então tá bom, não vou mais dizer a coisa super importante que eu ia dizer – ele falou, fazendo cara de indiferente e virando a cara pra mim.


- Own, desculpa, vai – pedi, fazendo beicinho e tudo - Conta logo, daqui a pouco eu tenho que voltar pra aula senão o Hammings vai desconfiar.


- Como você fez o milagre de fugir da aula do Hammings? – ele perguntou, impressionado.


- Simples – respondi, com um sorriso esperto - Disse que não estava me sentindo bem e o próprio Hammings sugeriu que eu fosse até a enfermaria pra ser examinada.


- Sua carinha de dodói deve ter sido bem convincente pra comovê-lo a esse ponto – Poncho comentou, ainda perplexo, me fazendo rir – Pelo visto, você tá virando uma ótima atriz.


Preciso começar a tomar cuidado com você.


- Não teve graça – resmunguei, fazendo cara feia, mas não resisti quando ele se aproximou sorrindo pra me dar um beijo rápido – Falando sério agora, o que você ia contar de tão importante?


Poncho suspirou, se preparando psicologicamente, o que me deixou com uma certa ansiedade.


Batucando com os dedos indicadores e médios nos meus quadris enquanto minhas mãos estavam espalmadas em seu peito, ele logo começou a falar, dizendo cada palavra com cuidado:


- Eu queria te convidar pra ir conhecer o meu apartamento hoje à tarde.


Não sei dizer que cara fiz.


Só sei que devo tê-lo assustado, porque vi sua expressão disfarçadamente ansiosa se tornar séria ao mesmo tempo que meu queixo caiu até meu umbigo.


- Você quer que eu vá pra sua casa.


Hoje? – gaguejei, com o coração a mil.


- É – Poncho confirmou, desembestando a falar logo depois - Eu pensei que por ser sexta-feira, você não tivesse nada pra fazer, mas tudo bem se você não puder ou não quiser, não tem problema nenhum, eu não quero te pressionar a fazer nada, foi só um convite.


- Que horas eu posso chegar? – perguntei, interrompendo seu monólogo com um sorriso esperto.


Apesar do nervosismo disparado pela surpresa, eu não tinha como negar um convite daqueles.


Talvez se eu o recusasse, Poncho jamais repetiria a proposta por medo de outro não.


Ele me olhou de um jeito confuso, processando o que eu tinha dito, mas logo deu um sorrisinho de canto.


- Quanto mais cedo, melhor – ele respondeu, parecendo realmente surpreso com a minha resposta – Eu tenho a tarde toda livre hoje.


- Combinado então – assenti, deslizando minhas mãos pra cima até envolver seu pescoço – É só me dar o endereço e eu vou.


- Quer que eu vá te buscar na sua casa? – ele sugeriu, fazendo carinho em minha cintura como se fosse super típico um cara de 30 anos buscar a aluna de 17 na casa dela pra levá-la ao seu apartamento.


- Claro que não, minha mãe teria uma síncope se você aparecesse lá em casa – eu disse, arregalando os olhos - É só dizer que tô indo pra casa da Anahí e ela deixa na hora.


Nossas mães são amigas, e nós também, então eu vivo indo pra lá.


- Você que sabe – Poncho sorriu, e eu pude ver que seus olhos estavam brilhando de animação – Quase desisti de te convidar com medo de que você não gostasse da ideia.


- E por que eu não gostaria? – falei, sorrindo também – Aliás, quem foi que me disse uma vez que eu deveria pensar menos e me arriscar mais?


Acho que deu pra sacar que eu amava usar as frases dos outros contra eles mesmos, né? Costumava dar muito certo com aquela mula do Uckermann.


- Não faço ideia - Poncho mentiu, dando um sorriso culpado e me puxando pra mais perto dele (se é que dava) – Mas seja quem for, esse cara merece muito um beijo daqueles bem caprichados.


- Ah, merece, é? – repeti, segurando o riso enquanto ele assentia – Vou pensar no caso dele.


É, não deu tempo de pensar, porque quando vi já estava beijando-o daquele jeito que fazia meu sangue formigar dentro das veias.


Pode me chamar de frouxa, eu não dou a mínima.


Eu adorava ser frouxa quando os braços de Alfonso Herrera estavam ao redor da minha cintura.


- O que é, Dulce? Pra que essa afobação toda?


- Pára de gordice e vem logo!


Anahí tinha ido almoçar em casa naquele dia porque a mãe dela tinha um compromisso e não poderia ir buscá-la na escola.


E pelo visto, ela parecia ter adorado a torta de limão que mamãe fez, porque não queria sair da mesa até mandar o último farelo pro estômago.


Eu já estava no meu quarto, chamando-a da porta, e precisei gritar seu nome umas vinte vezes pra finalmente ser atendida.


- Não vem me chamar de gorda porque todas as suas roupas servem em mim, tá? – ela reclamou, quando finalmente entrou no meu quarto e eu fechei a porta.


- Então somos duas gordas – brinquei, sem muito tempo pra rir.


Afinal, eu tinha um compromisso importante hoje.


- Que agonia é essa, hein, Dul? – Anahí perguntou, franzindo a testa enquanto sentávamos na cama – Tá toda agitada, parece que sentou no formigueiro.


- Eu já falei que o seu senso de humor me deprime? – eu disse, fazendo-a revirar os olhos – É, eu tô agoniada, sim.


Preciso te contar uma coisa.


- Tá esperando o que? – ela falou, curiosa – Desembucha logo!


É essa a hora em que vocês me batem por não ter contado nada a ela sobre Poncho até agora? É, acho que sim.


Eu sei que prometi pra mim mesma que iria contar assim que as coisas se firmassem um pouco mais, mas eu tive muito medo de que ela me recriminasse.


Por mais que eu soubesse que a reação típica de Anahí seria entrar em estado de choque e depois dizer algo como ‘E aí, como é pegar o professor mais gato da escola?’ com um sorriso de orelha a orelha, eu acabei adiando aquela conversa até onde pude.


E hoje seria o dia em que eu não podia mais esconder esse segredo dela.


- Presta atenção – suspirei, tensa – Você promete que não vai contar pra absolutamente ninguém o que eu tenho pra te falar?


- Eu sei guardar segredos, e você sabe disso – ela concordou, intrigada com a minha seriedade – Você tá me assustando.


O que aconteceu?


Suspirei novamente, apavorada, e decidi dizer tudo de uma vez, sem delongas.


Coisas assim tinham que ser feitas de uma vez, como se fosse pra arrancar a cera da pele na depilação.


- Eu e o professor Herrera estamos ficando.


Fiquei encarando-a, morrendo de medo da sua reação, mas tudo que Anahí fez foi me encarar de volta, sem expressão por um bom tempo.


Não falei que ela ia ficar em estado de choque?


- Anahí? – chamei, com cuidado, quando já estava começando a ficar preocupada.


Ela piscou umas duas vezes, sem mover nenhum outro músculo, até que do nada, ela acordou do transe com um berro que fez os tímpanos dos surdos do Pólo Sul doerem.


- COMO É QUE É?!


Pulei de susto, com os olhos fechados, e assim que os abri, me deparei com dois olhos esbugalhados me encarando ansiosamente.


- É isso mesmo que você ouviu – confirmei, com mais medo dela que de qualquer filme de terror que já tinha visto.


Anahí levou mais alguns segundos absorvendo aquela informação, e voltou a gritar:


- DESDE QUANDO ISSO?!


- Pára de gritar, criatura! – pedi, desesperada, cobrindo sua boca com uma das mãos, e hesitei antes de responder – Há algum tempo.


- Quanto tempo? – ela insistiu, voltando a usar sua voz no volume normal, e eu tive que falar, com uma careta:


- Umas três semanas.


- O QUE?!


- Cala a boca, pelo amor de Deus! – implorei, me jogando em cima dela com as duas mãos tapando sua boca e impedindo-a de emitir qualquer som – Desculpa não ter te contado antes, eu sei que não devia ter escondido uma coisa dessas de você.


- Não devia mesmo! – Anahí me interrompeu, dando um jeito de se livrar de mim e parecendo muito mais do que bastante chocada – Mas já que só resolveu falar agora, pode ir contando tudo! Como é que uma loucura dessas foi acontecer?


Resumi tudo que tinha acontecido entre eu e Poncho pra ela em uns quinze minutos, desde o dia no anfiteatro até seu convite pra conhecer sua casa hoje.


- E eu preciso da sua ajuda – encerrei, aflita – Eu vou falar pra minha mãe que vou sair com você pra dar uma volta hoje à tarde e preciso que você me dê cobertura.


- Mas você vai mesmo à casa dele? – ela perguntou, preocupada – Quer dizer, vai que ele é um pedófilo assassino que tira fotos pornográficas pra colocar na Internet?


- Estamos falando do Herrera, não do Uckermann, esqueceu? – falei, revirando os olhos – Por favor, Anahí, eu preciso muito da sua ajuda.


- Eu não ligo de te fazer esse favor, mas eu só quero que você tome cuidado, ouviu bem? – ela concordou, e dois segundos depois eu estava agarrada em seu pescoço agradecendo de todas as formas que eu conhecia – E tenha juízo, pelo amor de Deus! Se você me aparecer grávida, eu mato você, a criança e o aparelho reprodutor do sr. Herrera, tá escutando?


- Pode deixar, Annie – eu ri, me levantando depressa e abrindo meu guarda-roupa – Agora me ajuda aqui, vai.


Não faço ideia do que vestir.


- Qualquer coisa que te cubra direitinho tá ótimo – ela ordenou, se levantando com a maior cara de mãe coruja e me fazendo rir mais – Se bem que te cobrir agora não vai adiantar nada, provavelmente ele vai acabar descobrindo tudo depois.


Estava tudo certo.


Anahí tinha feito minha mãe acreditar que eu iria dormir na casa dela e que estaríamos nos divertindo tanto que ela não teria motivos pra me ligar.


- Se de repente você for passar a noite lá ou algo do tipo, me avisa – Annie sussurrou, assim que deixamos minha casa.


Ela ia a pé até a dela, que não ficava muito longe da minha, e eu ia pra casa do sr. Herrera, que ficava um pouco mais distante.


- Eu vou tentar – respondi, sem graça – Obrigada por me ajudar, Annie, de verdade.


- Claro que eu vou te ajudar, eu ia gostar que você me ajudasse se estivesse no seu lugar! – ela riu, me dando um abraço – Vai lá, garota, e vê se toma cuidado!


- Não precisa nem pedir – falei, enquanto cada uma seguia pra um lado.


Eu caminhava nervosa pelas ruas, sem precisar me orientar muito.


O prédio de Poncho ficava num lugar por onde eu vivia passando, e com a explicação dele, ficava ainda mais fácil encontrá-lo.


Após uns quinze minutos andando, finalmente cheguei ao edifício, que tinha um belo jardim em seu pátio.


Não pude deixar de sorrir.


Tinha lugar mais atraente pra um professor de biologia morar que um prédio com um jardim daqueles?


A porta interna do prédio estava aberta, revelando um balcão de onde um porteiro deveria estar me observando, mas ele provavelmente estava ocupado com algum outro problema e não estava ali justo naquela hora.


Toquei o interfone, ansiosa, e esperei por um bom tempo, sem receber resposta.


Começando a ficar nervosa de verdade, ainda mais com o sumiço insistente do porteiro, toquei novamente, e nada.


Suspirei profundamente, pensando no que fazer.


Vai que eu tivesse chegado cedo demais e ele não estivesse em casa ainda? Ou quem sabe ele estivesse tomando banho? Me distraí imaginando Poncho no chuveiro por alguns segundos, até ouvir uma voz dizer atrás de mim:


- Espero que você goste de sorvete de flocos, ou então eu te deixei esperando pra nada.


Me virei, assustada, e dei de cara com Poncho.


Ele carregava uma sacola com um pote retangular dentro, que eu logo reconheci como sendo sorvete, e sorria daquele seu jeito despojado e lindo pra mim.


Estava vestindo uma blusinha simples de algodão, uma bermuda cinza e chinelos, típica roupa de quem estava em casa há dois minutos atrás.


- Claro que gosto – respondi, sorrindo de volta pra ele – Não me diga que você foi comprar sorvete só por minha causa.


- Eu não costumo receber adolescentes em casa, então pensei que ter um pote de sorvete me faria parecer mais.


Jovem, talvez? – ele riu, e eu revirei os olhos, ainda sorrindo.


Poncho não precisava de mais nada pra parecer mais jovem, seu corpo e seu jeito lhe davam a aparência de um cara de 20 anos.


Um belo cara de 20 anos, por sinal.


Ele abriu a porta e eu o segui até o interior do prédio, dando de cara com um rapaz que pelo uniforme devia ser o porteiro, caminhando na direção do balcão.


- Oi, Andy – Poncho sorriu, enquanto o rapaz se sentava na cadeira que havia atrás do balcão.


- Olá, sr. Herrera – o porteiro respondeu, com um sorrisinho cordial, e logo depois pousando seus olhos em mim – Boa tarde, senhorita.


Sorri fraco pra ele e respondi seu cumprimento com um aceno de cabeça, com medo do que ele poderia pensar de mim.


Não é normal um homem de 30 anos aparecer acompanhado de uma garota de 17, ainda mais no prédio dele.


- Esta é Dulce, aquela minha sobrinha de quem eu te falei – ouvi Poncho dizer, na maior cara de pau, me indicando com um gesto – Este é Andy, o porteiro, como você já deve ter notado.


- Muito prazer – Andy assentiu, aparentemente engolindo a mentira.


Claro, a semelhança entre nós era inegável.


Quem dera ser tão bonita quanto o sr. Herrera.


- Bom, até mais – Poncho se despediu, me puxando pela mão até as escadarias do prédio.


 



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Autor(a): dulcete.vondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 62



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  • aleaff Postado em 23/12/2019 - 11:34:49

    Brigada por voltar e terminar essa ótima história s2 s2 s2

  • marianarn Postado em 20/03/2019 - 20:31:40

    Posta mais !!!!!!

  • kauanavondy015 Postado em 12/03/2019 - 00:04:36

    Continuaaa PLMDS

  • kauanavondy015 Postado em 16/02/2019 - 14:39:26

    A mãe da Dulce e a melhor kkkkkkkkkk

  • kauanavondy015 Postado em 16/02/2019 - 14:38:40

    Continuaa

  • raylane06 Postado em 15/02/2019 - 01:31:30

    Continua

  • carla_ruiva Postado em 14/02/2019 - 17:22:26

    Aaaaa continua pleace ❤

  • kauanavondy015 Postado em 14/02/2019 - 07:41:31

    Como vc para nessa parteee?continuaaa pfv

  • candyle Postado em 11/02/2019 - 11:21:54

    Aaaaaah Continuaa

    • dulcete.vondy Postado em 14/02/2019 - 00:19:00

      Continuandoooo

  • kauanavondy015 Postado em 07/02/2019 - 01:30:37

    Continuaa Plmds

    • dulcete.vondy Postado em 14/02/2019 - 00:18:46

      Continuandoooo


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