Fanfics Brasil - Capítulo 4 – Parte 1 Mentira Perfeita - Vondy (Adaptada)

Fanfic: Mentira Perfeita - Vondy (Adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 4 – Parte 1

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Dulce


Saltei do ônibus e tive que correr três quadras para chegar à L&L em cima da hora. Bati o ponto e fui para a minha mesa, no terceiro andar, onde ficava o setor de tecnologia da informação. Anahí Moraes de Bragança e Lima, a dona de tudo aquilo e membro da diretoria desde o ano passado, havia proposto a criação de um site de vendas diretas. Ela achava que o cliente deveria ter a opção de comprar os cosméticos como bem entendesse, inclusive no site da própria marca. Desde então, o andar de TI estava de cabeça para baixo, já que o site teria que ir ao ar no próximo mês.


Ivan e eu éramos os responsáveis pela página. Almoçar, atender o telefone ou ir ao banheiro eram coisas que não faziam mais parte da nossa rotina.


Ajeitei a mochila num cantinho do meu cubículo e liguei a máquina, mas meus pensamentos pareciam não compreender a familiar linguagem HTML, CSS, PHP. Tia Berê tivera alta no dia anterior, e eu não me sentia segura deixando-a aos cuidados de Magda. Não que nossa vizinha não fosse atenciosa. Ela era ótima, sobretudo em criar distrações, mas eu me sentia responsável por minha tia e, apesar da visível melhora, temia que seu estado piorasse a qualquer instante e eu não estivesse por perto para acudi-la. Mas eu precisava trabalhar. Tinha faltado na última semana inteira e não podia me dar ao luxo de arriscar perder o emprego.


Eu me obriguei a me desligar dos problemas e prestar atenção nos códigos que surgiram na tela do computador, avaliando rapidamente o que fora executado na minha ausência.


— Ei, Ivan, tem um erro nessa CSS — alertei, observando a tela.


Meu vizinho de cubículo esticou o pescoço.


— Não tem, não. Eu conferi três vezes ontem.


— Tem sim. Linha nove. Vai bugar o projeto todo.


— Peraí, deixa eu dar uma olhada. — Ele abriu o arquivo e apertou os olhos minimamente quando encontrou o erro. — Que bosta.


— Quer que eu altere por aqui?


— Não precisa. Já vou fazer isso.


Ivan e eu tínhamos sido contratados na mesma época. Ainda no estágio, agíamos como dois concorrentes disputando a mesma vaga, sem saber que ambos seríamos efetivados. E sabe como é: a rixa acabou se tornando rotina mesmo depois que fomos contratados. Ele era minucioso ao analisar o que eu programava. Era justo que eu fizesse o mesmo por ele.


Eu estava acertando o layout da página dos produtos para cabelo quando o telefone da minha mesa tocou. Américo tinha dito que eu não deveria atender a menos que fosse uma emergência, mas como é que eu ia saber se não atendesse?


— Dulce, sou eu! Preciso de ajuda! — Maite falou num tom meio histérico. — Eu tenho que acompanhar a reunião do Comex. A Anahí é quem deveria ir, na verdade, mas ela se enrolou e acabou ficando presa na fundação. Preciso que ela assine um documento megaimportante. Eu não devia pedir para ninguém fazer isso, é ultraconfidencial. Mas estou enrolada aqui. Só confio em você.


— E você quer que eu vá até a mansão do seu Narciso falar com ela? Agora? May, estou meio...


— Eu sei que você tá toda enrolada também, Ju. Desculpa. Eu não teria pedido se não fosse superultraimportante. Você só precisa pegar a assinatura dela, voltar pra cá e entregar o documento pra mim. Pra mim, nada de deixar na minha mesa. Por favor, por favor, por favorzinho?


— Tudo bem, May. — Soltei um suspiro. Américo iria me matar se descobrisse. — Eu vou.


— Não se preocupa com o Américo — ela disse, como se tivesse lido meus pensamentos. — Vou dizer a ele que a Anahí mandou te chamar. Vou pedir um táxi pra você. Já desço aí pra te entregar a papelada.


Eu adorava Maite, e não apenas porque ela sempre estava disposta a me dar cobertura quando tia Berenice precisava de mim em pleno expediente. Nós nos conhecemos ali na L&L e nos víamos sempre no refeitório da empresa, ela rodeada de pessoas, conversando com entusiasmo. Eu ficava no meu canto, um livro ou o celular na mão, e estava bem com isso. Era o meu protocolo. Um dia, calhou de estarmos lendo o mesmo livro — A cor púrpura, de Alice Walker. Maite se aproximou puxando papo, perguntando se eu estava gostando. Foi uma conversa cheia de hiatos constrangedores, mas ela não pareceu se intimidar, pois voltou à minha mesa no dia seguinte, e no outro, até que se tornou um padrão, e aquelas lacunas deixaram de existir.


Desliguei o telefone, o computador e peguei a mochila.


— Vai sair? — Ivan questionou, sem tirar os olhos da tela. — Você faltou a semana toda e já vai dar uma escapada?


— Não enche o saco, Ivan. Checa a linha dezenove também. Tem dois erros nela.


Ele apertou algumas teclas.


— Que bosta.


Fui esperar Maite em frente ao elevador. Quando as portas se abriram, ela me puxou para dentro. Acreditei que estivesse mesmo tendo um dia daqueles, pois seus olhos estreitos, normalmente sorridentes, pareciam meio alucinados.


— Aqui. — Ela me entregou um fino envelope pardo. — Volta correndo porque tenho que autenticar a assinatura dela antes de entregar para o seu Hector. Talvez você queira almoçar por lá, tudo bem, só não enrola muito. A comida da Mazé é coisa de outro mundo.


— Tá, mas e se a Anahí não estiver mais lá?


— Já liguei avisando que você está indo. — Ela juntou nas mãos os cabelos grossos e lisos, e fez um coque no topo da cabeça. — Ela vai te esperar. A tia Berê passou bem a noite?


Ajeitei os óculos depois de guardar o documento na mochila.


— Sim, e quando eu saí estava fazendo planos de ir até a pracinha. O médico disse que ela podia fazer pequenas caminhadas. Mas aposto que ela só quer ir até lá pra comer pipoca doce.


Maite riu.


— E como você está?


— Me sentindo muito mal, May. — Esfreguei o rosto. Os óculos pularam antes de voltarem ao lugar. — Eu fiz uma coisa horrível.


— Como assim?


Contei a história do meu namorado imaginário e expliquei como aquilo tinha salvado minha tia. Maite ouviu tudo calada, mas seus olhos puxados se alargaram como eu nunca vira antes.


— E agora eu não posso contar a verdade — gemi. — Tenho medo de ela não aguentar. Eu sou uma pessoa horrível!


— Ah, Dulce, não é não. Você fez o que devia. Eu teria feito a mesma coisa se estivesse no seu lugar. — Ela tentou me consolar, mas não funcionou.


Eu jamais tinha mentido para tia Berê antes. Esconder alguns fatos, sim, claro, mas mentir nunca. E agora eu teria que sustentar aquela mentira até o coração novo aparecer. Meu namorado fictício faria uma longa, longa viagem...


— Vai dar tudo certo. Você vai encontrar um jeito. Agora vai. Diz para o Christopher que eu mandei um oi! — O elevador se abriu, e minha amiga praticamente me empurrou para fora.


— Quem é Christopher?


 




CHEGUEIIIIIIIIIIIIII pra compensar vcs pela demora, não me odeiemmmmm 



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Autor(a): dulcete.vondy

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— O cara mais folgado que eu conheço. E o mais legal também. Boa sorte com ele. — As portas metálicas se fecharam, e o elevador começou a subir. O táxi já me esperava, instruído sobre o meu destino. Aproveitei o momento de calma para ligar para casa. Ninguém atendeu. Na terceira tentativa, comecei a ficar p ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 88



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  • eliiv Postado em 05/08/2020 - 01:20:08

    Adorei q vc continuou.... acabei de ler e estou apaixonada e um pouco triste pois nao tem mais capítulos ... adoraria q tivesse 2 temporada

  • anne_mx Postado em 22/12/2019 - 23:50:39

    Comecei a ler essa fanfic e me apaixonei logo de cara, obrigada por não ter permitido que a história ficasse inacabada, foi linda a sua continuidade e o final então, foi incrível, meu sonho que tivesse um epílogo ou segunda temporada, PARABÉNS!!!!

    • dulcete.vondy Postado em 16/01/2020 - 23:39:21

      Muito feliz de saber que alguém voltou para ler, GRATIDÃOOOO ps.: Também adoraria que tivesse a continuação :/

  • Srta Vondy ♥ Postado em 18/12/2019 - 04:25:51

    Se eu disser que tinha pensado nessa fic hoje você acredita ? Muita coincidência cara Essa fic é perfeita e graças a Deus, tu finalizou ! Não sei se eu comentei antes mas entendo tua &quot;frustação&quot;, é muito chato tu fazer algo e não ter nada p te orientar, nem mesmo uma crítica construtiva. Amei o final, foi muito bom tu ter mantido o Chris paraplégico, mostra que para viver e ter um amor não é preciso ser &quot;perfeito&quot;, ficou muito. Queria muito q tivesse um epílogo contado como seria a vida deles casados e quem sabe com filhos... <3 Muito obrigada por todo o esforço que você teve p essa história ser adaptada e entregue p a gente se apaixonar, chorar, rir e muitas vezes tudo de uma só vez kkkk, muito obrigada mesmo e até a próxima história <3

    • dulcete.vondy Postado em 16/01/2020 - 23:40:12

      owwwwwwwwww, fiquei MUITO feliz com seu comentário, eu também gostaria que tivesse continuação :(((

  • eliiv Postado em 01/05/2019 - 17:58:45

    Continua... está muito bom! Tô adorando.

  • cliper_rafa Postado em 09/04/2019 - 20:16:06

    Aaaa, cadê você ? Desistiu ??????

  • cliper_rafa Postado em 28/03/2019 - 23:54:30

    Desanimando**

  • cliper_rafa Postado em 28/03/2019 - 23:53:57

    To desanimado de ler, poxa, gosto tanto dessa fic :(

  • carolcasti Postado em 23/03/2019 - 09:25:43

    Cadê vc? Desistiu da fic..... Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa Plissssssssssssssssssssssssssssssss

  • capitania_12 Postado em 15/03/2019 - 20:20:27

    Aaaaaaah,continua logo por favooooooor

  • cliper_rafa Postado em 14/03/2019 - 19:09:41

    Naaaao, foi tão rápido, continua <3<3


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