Fanfics Brasil - Capítulo 41 Mentira Perfeita - Vondy (Adaptada)

Fanfic: Mentira Perfeita - Vondy (Adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 41

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Christopher


 


Acabamos nos ajeitando ali mesmo, aconchegados um no outro sobre o tapete da sala. Meu corpo ainda nadava em êxtase. Minha cabeça estava leve como um balão, meus membros completamente relaxados, de tal modo que me mexer parecia impossível, embora eu não conseguisse parar de acariciar Dulce.


Nunca tinha sido daquele jeito. Depois do acidente eu tive que me adaptar, reaprender certas coisas, e o orgasmo foi uma delas. Aprendi o que as mulheres já sabiam fazia muito tempo: tudo estava na cabeça. Depois a sensibilidade retornou e as coisas melhoraram ainda mais. Mas nunca tinha sido assim. Nunca tão intenso e violento.


E eu sabia o motivo.


Cacete, é claro que eu sabia.


— O que foi? — perguntou Dulce. — Por que você ficou tenso?


— Não estou tenso. É impressão sua.


— Tem certeza?


— Absoluta. — Beijei sua testa.


Uma parte do cabelo lhe cobriu o rosto. Eu o afastei com os dedos. A mão de Dulce se enroscou em meu pulso, a ponta do indicador percorrendo de leve a cicatriz irregular.


— Christopher, essa aqui... não foi no acidente. — Não era uma pergunta.


— Não no da moto, Pin. E esse era o meu primeiro lugar na lista, antes de eu cair esta noite.


— Como assim? — Ela apertou os olhos, adoráveis ruguinhas se formando em seu nariz conforme tentava ajustar a vista sem os óculos.


— Bom, eu sei que as pessoas costumam mentir quando tentam suicídio e não são bem-sucedidas, mas no meu caso foi mesmo um acidente... — Contei a história, do momento em que deixara a porcaria da caixa cair até as sessões de terapia que eu tanto odiava, e a coisa mais maravilhosa aconteceu. Dulce começou a rir.


— Deus do céu, Christopher!


— No fim eu já estava quase tentando suicídio de verdade, só para não ter que ir para a terapia.


Ela gargalhou tanto que seu corpo todo sacudia. Tive que firmar os braços ao redor dela, para que não saísse de onde estava.


— Agora me conta sobre a marca que você escolheu levar na pele. — Deslizei o polegar sobre o desenho na lateral de suas costelas, pouco abaixo do seio esquerdo.


— Eu nunca comemorei um Dia das Mães com a mulher que me pariu.


Mesmo depois, quando eu já morava com a tia Berenice. Foi só quando ela ganhou a minha guarda que eu... que eu criei coragem de dar um presente para ela no Dia das Mães. Juntei todas as moedas que pude encontrar por quase um ano, e o que eu consegui comprar foi um vasinho de begônia vermelha. — A lembrança lhe trouxe um sorriso aos lábios. — A tia Berê não tinha nenhuma dessas no jardim e ficou louca quando viu. Disse que aquela era a flor mais especial de todas, e em pouco tempo nosso jardim foi invadido por begônias de todas as cores, como você deve ter reparado.


— Eu reparei. — Continuei acariciando a bela tatuagem.


— Begônias sempre me fazem lembrar da tia Berenice. Eu queria tê-la comigo para sempre, então fiz a tatuagem.


Passei um braço por sua cintura e a trouxe mais para cima, para que pudesse beijar aquela boca rosada e macia. Ao contrário do que eu havia imaginado, Dulce não se afastou assim que a lucidez tomou conta dela. Não tentou se cobrir. Não fugiu. Tudo o que fez foi ficar ali, enrolada em meu peito como se fosse seu lugar favorito no mundo. Era o meu, com certeza.


Eu estava totalmente ferrado.


Ela interrompeu o beijo, me olhando com a testa franzida.


— Você tá tenso.


— Deve ser a agitação do dia. E o seu, eu sei, não foi muito melhor. Você não vai mesmo me contar o que pretende fazer para descobrir quem anda te sabotando na L&L? — Tentei distraí-la. Funcionou.


— Eu estava cuidando disso lá no centro, pouco antes de você me pegar. Só não posso deixar ninguém saber, ou vão pensar que estou espionando por outros motivos. Minha ficha já está meio suja.


— Espionar de que jeito? — perguntei enquanto pensava como seria agora. Porque não dava para ignorar o que tinha acabado de acontecer. E eu não queria isso.


Que mentira do caralho. Eu queria isso mais que qualquer coisa neste mundo. Mas havia aquela suspeita. O maldito vermezinho em minha cabeça que vinha me atazanando com seus sussurros. Dulce era uma cuidadora nata. Ela fazia o possível para ajudar todo mundo. Em sua lista de prioridades, todos sempre vinham primeiro. Agora que eu morava com ela e podia observá-la interagir com a tia, as coisas ficaram muito claras. Ela arrumava a casa, cozinhava, ajudava a tia com as linhas do crochê, mesmo que tivesse trabalho esperando por ela logo ali, no computador. Era como se se esforçasse para ser aceita. Ou tivesse medo demais de ser rejeitada.


Agora eu entendia sua reação na primeira vez em que estivemos a sós, em meu quarto. Eu a magoei onde lhe doía mais. Fora a isso que o cretino do Christian se referira. E ele tinha toda a razão. Eu queria socar minha cara até virar pudim.


Assim que comecei a compreender melhor aquela mulher, diversas mudanças foram acontecendo. A primeira delas ocorreu em mim: a atração se transformou em paixão, que foi ficando cada vez mais forte, criando raízes profundas em meu peito. A segunda foi um medo terrível e absoluto de que sua natureza insegura estivesse distorcendo os fatos. Não era assim tão descabido imaginar que ela se sentisse atraída por mim porque eu tinha limitações e precisaria de ajuda. E se ela me ajudasse, se eu precisasse dela, então não a abandonaria. Eu era seguro para ela. E a possibilidade de eu estar certo fazia meu estômago embrulhar.


— ... câmera portátil acionada por movimentos — ela dizia. — Vou deixar na minha mesa. Ninguém vai reparar. Ela tem o formato de uma matriosca.


— Uma o quê? — Aquilo varreu meus pensamentos obscuros para longe. Se Dulce fosse pega com um equipamento de vídeo, poderia perder o emprego mais depressa do que eu conseguia dizer nanochip.


— Uma matriosca. Aquelas bonecas russas... uma colocada dentro da outra. — Ela acabou rindo, um som doce, quase infantil, e esfregou a ponta do nariz em meu peito suado.


— Posso ver?


— Tá na minha mochila. — Bocejou de olhos fechados, estendendo o braço em direção à mochila. — Muito... longe...


Mas não para mim. Eu me alonguei e, sustentando suas costas para mantê-la sobre mim, alcancei a mochila surrada e pesada, puxando-a para perto. Abri o zíper e meti a mão ali dentro, pescando algo roliço e firme.


— Humm... — Analisei o cilindro vermelho. — Isso não parece uma boneca.


Dulce riu de novo.


— E desde quando você entende de bonecas?


— Tem razão, mas isso definitivamente não parece uma boneca. Parece uma vela.


Dulce se sentou num átimo, o rosto ganhando a mesma cor deliciosa que adquirira em seu êxtase. Entendi o motivo ao ler o rótulo. “Vela de massagem sensual sabor baunilha.”


— Isso é comestível? — Cacete!


Estudei a vela por todos os ângulos e acabei encontrando um isqueiro em formato de coração na base. Eu o desprendi, mas um pequeno retângulo de papel caiu em meu peito.


— Me dá isso! — Ela o pegou antes que eu pudesse dar uma olhada no livreto. — É só uma vela aromática. — Seu rosto e seu pescoço estavam quase roxos agora.


— Ah, é mesmo? — Arqueei uma sobrancelha, me divertindo com seu constrangimento. E muito, mas muito interessado em saber o que a levara a comprar aquela vela. — É por isso que você está toda corada, ou porque o rótulo diz “vela de massagem sensual”?


— Deve estar com o rótulo errado. Acontece o tempo todo. — Tentou pegar a vela da minha mão, mas não conseguiu. — Ou eu devo ter pegado a vela errada. Me dá aqui, Christopher.


Eu a mantive fora de seu alcance e permaneci calado, encarando-a, tentando conter o divertimento.


— Que inferno! — Dulce rosnou, socando meu peito. — Eu comprei isso numa sex shop, tá? Eu menti quando disse que já tinha entrado em uma.


— Eu já sabia.


— Que ótimo! — Revirou os olhos, jogando as mãos para cima e as deixando cair sobre meu peito.


— O que eu não sabia é que, depois que discutimos esse assunto, você tinha se aventurado em uma sex shop. Por que fez isso? — Mas eu desconfiava. Dulce não suportava ser desafiada, e eu meio que a tinha provocado. Como aquele beijo na calçada depois do jantar, que me pegou de guarda baixa e me deixou completamente louco.


— Porque eu queria provar que você estava errado. Além disso, eu odeio ser desafiada... — ela contou, muito sem jeito. Bingo! — Aí eu comprei essa droga de vela. Pronto, é isso. Agora para de me olhar desse jeito e me dá isso aí.


Ela se esticou, mas eu a impedi de alcançar o pote vermelho, passando um braço por sua cintura e a derrubando sobre meu peito. Seus cabelos caíram no rosto, e ela os afastou com um safanão irritado, que só serviu para deixá-los ainda mais bagunçados.


Ela fazia alguma ideia de como estava linda naquele instante, nua, corada e descabelada sobre mim? Se não sabia, eu logo a faria entender.


— Por que escolheu a vela? — eu quis saber.


— Eu não sei. — Bufou em completa derrota. — Porque era isso ou calcinhas com pênis de borracha. E porque eu pensei que fosse algo que, se um dia você e eu ficássemos juntos, eu gostaria de... — Ela balançou a cabeça, escondendo o rosto nas mãos. — Por que eu estou te contando isso?


Mas eu sabia o motivo. Ah, eu sabia!


Usei os dentes para romper o lacre que envolvia o copo com cera perfumada e a aproximei do isqueiro. A pequena língua de fogo lambeu o pavio com delicadeza, exatamente como eu pretendia fazer com Dulce. Com cada pedacinho dela. De repente, baunilha era o meu sabor favorito.


Dulce ergueu a cabeça subitamente, uma interrogação pairando naqueles imensos olhos castanhos ao sentir a movimentação entre suas coxas.


Ah, o que eu podia fazer? Toda aquela esfregação e a descoberta de sua fantasia acenderam meu corpo e minha imaginação.


Erguendo-me sobre o cotovelo, a vela acesa apoiada no chão, afundei os dedos naquela massa castanho-clara, puxando seu rosto para mais perto até sua boca ficar a um suspiro da minha.


Ela me olhava com ansiedade e, mais que qualquer outra coisa, excitação.


Deus, como ela era linda...


Corri o polegar por seu lábio inferior, sentindo um tremor nas entranhas de pura luxúria... e algo mais profundo, perigoso e imutável, que eu não quis analisar mais de perto naquele instante.


Tudo o que importava agora era Dulce.


Apenas ela.


— Eu vou te mostrar por que você comprou essa vela, minha Pin.


 


 



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Autor(a): dulcete.vondy

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Dulce   Acordei enroscada em Christopher, ainda no tapete da sala. Uma nesga de luz amarelada e quente tocava minhas costas nuas. Eu me aconcheguei mais a ele e deslizei os dedos nos pelos macios de seu peito, inalando seu aroma. Uma mistura inebriante de suor e óleo adocicado recobria sua pele escorregadia. Assim como a minha. Senti minhas faces se afogueare ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 88



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  • eliiv Postado em 05/08/2020 - 01:20:08

    Adorei q vc continuou.... acabei de ler e estou apaixonada e um pouco triste pois nao tem mais capítulos ... adoraria q tivesse 2 temporada

  • anne_mx Postado em 22/12/2019 - 23:50:39

    Comecei a ler essa fanfic e me apaixonei logo de cara, obrigada por não ter permitido que a história ficasse inacabada, foi linda a sua continuidade e o final então, foi incrível, meu sonho que tivesse um epílogo ou segunda temporada, PARABÉNS!!!!

    • dulcete.vondy Postado em 16/01/2020 - 23:39:21

      Muito feliz de saber que alguém voltou para ler, GRATIDÃOOOO ps.: Também adoraria que tivesse a continuação :/

  • Srta Vondy ♥ Postado em 18/12/2019 - 04:25:51

    Se eu disser que tinha pensado nessa fic hoje você acredita ? Muita coincidência cara Essa fic é perfeita e graças a Deus, tu finalizou ! Não sei se eu comentei antes mas entendo tua &quot;frustação&quot;, é muito chato tu fazer algo e não ter nada p te orientar, nem mesmo uma crítica construtiva. Amei o final, foi muito bom tu ter mantido o Chris paraplégico, mostra que para viver e ter um amor não é preciso ser &quot;perfeito&quot;, ficou muito. Queria muito q tivesse um epílogo contado como seria a vida deles casados e quem sabe com filhos... <3 Muito obrigada por todo o esforço que você teve p essa história ser adaptada e entregue p a gente se apaixonar, chorar, rir e muitas vezes tudo de uma só vez kkkk, muito obrigada mesmo e até a próxima história <3

    • dulcete.vondy Postado em 16/01/2020 - 23:40:12

      owwwwwwwwww, fiquei MUITO feliz com seu comentário, eu também gostaria que tivesse continuação :(((

  • eliiv Postado em 01/05/2019 - 17:58:45

    Continua... está muito bom! Tô adorando.

  • cliper_rafa Postado em 09/04/2019 - 20:16:06

    Aaaa, cadê você ? Desistiu ??????

  • cliper_rafa Postado em 28/03/2019 - 23:54:30

    Desanimando**

  • cliper_rafa Postado em 28/03/2019 - 23:53:57

    To desanimado de ler, poxa, gosto tanto dessa fic :(

  • carolcasti Postado em 23/03/2019 - 09:25:43

    Cadê vc? Desistiu da fic..... Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa Plissssssssssssssssssssssssssssssss

  • capitania_12 Postado em 15/03/2019 - 20:20:27

    Aaaaaaah,continua logo por favooooooor

  • cliper_rafa Postado em 14/03/2019 - 19:09:41

    Naaaao, foi tão rápido, continua <3<3


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