Fanfics Brasil - Capítulo 54 Mentira Perfeita - Vondy (Adaptada)

Fanfic: Mentira Perfeita - Vondy (Adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 54

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Christopher


A vida é uma grande merda, pensei, largado no sofá, enquanto virava a garrafa de vodca e nada caía em meu copo.


Mas que diabos. Quem tinha bebido toda a minha vodca?


— Christopher... — Anahí chamou. Ela e Poncho surgiram na sala de jantar.


— Ei, vozêz doiz! — Apertei os olhos. Ué, havia dois de cada.


— A porta estava aberta. Nós fomos entrando... — ela comentou, olhando com a testa franzida para a garrafa em minha mão. Ah, ela também estava intrigada com o mistério da vodca desaparecida.


Mi caza, zu caza!


— Você está bêbado? — meu irmão perguntou, de cara amarrada.


— Nãããããããããão.


— O que está acontecendo? — Anahí quis saber. — Cadê as suas hóspedes?


— Quem pode zaber! — Tentei me sentar. Precisei de três tentativas para conseguir. Meus reflexos estavam meio lentos. Poncho suspirou e chegou mais perto, me ajudando a me ajeitar na cadeira.


Eu o peguei pelo cotovelo, obrigando-o a se abaixar para que nossos rostos ficassem na mesma altura. E comecei a rir, porque ele ficava engraçado com dois narizes.


— Poncho, eu amo vozê. Eu amo vozê pra cazzete, cara!


— Quanto você já bebeu? — Ele pegou no chão uma garrafa com dois dedos de vodca dentro.


Arrá! Mistério resolvido. A vodca havia mudado de embalagem.


— Quase nada. um golinho ou dois. Me dá ezza aí. — Tentei pegá-la, mas meu irmão a afastou.


Um celular tocou ali perto. Acho.


— Alô. Oi, Maite — Anahí disse. — Sim, eu soube.


— Tudo bem. Pode ficar com ezza. Tem mais na cozinha.


Era realmente engraçado como a mobília pareceu ter mudado de lugar, e eu de repente me senti em um carrinho de bate-bate. Estava rindo quando abri o armário da cozinha e peguei outra garrafa de vodca.


Meu irmão estava logo atrás de mim, os olhos estreitos.


— Onde está a Dulce, Christopher?


— Poncho, eu não zei nem onde deixei meu telefone. — Não encontrei um copo, então bebi direto do gargalo. Inferno, nem aquilo fez a ardência no peito diminuir. Mas mais um trago e com certeza resolveria o problema.


— Sim, claro. Ela vai precisar de um tempo. — Anahí apareceu sob o batente.


Seus olhos azuis se fixaram em mim. — Sem problemas. Ok. Obrigada por avisar, Maite. — Ela encerrou a chamada. — A Dulce vai ficar em casa uns dias. Ela acabou de ligar para a Maite. O coração da dona Berenice apareceu!


Pelo menos uma boa notícia.


— Você... não vai correr pra lá agora mesmo? — ela quis saber quando tudo o que eu fiz foi levar a garrafa à boca.


— Não.


— Por que não? — Anahí olhou de mim para Poncho, então de volta para mim.


Dei de ombros.


— Eu sabia! — Poncho explodiu. — Seu grande idiota.


— O quê? — Anahí colocou o telefone no bolso.


— Ele terminou com a Dulce. — Meu irmão correu a mão pelos cabelos claros.


— O quê? Mas por quê? — Anahí me encarou. — Christopher, que merda você fez?


— Quem pode zaber, Alizia? Eu fazzo merda o tempo todo. — Tomei mais um gole. Não. Ainda nada de anestesiar a dor. Mais um então. — Pode zer que eu tenha dado a entender que transei com outra garota.


— Cacete! — Poncho cuspiu.


— Ah, Deus, Christopher! — Anahí gemeu. — Mas você ama a Dulce! Qualquer um percebe! Por que faria uma coisa estúpida dessas? Você tem de ligar pra ela agora. — Anahí apanhou o celular e me estendeu. — Vai dizer que fez tudo errado e vai, sei lá, beijar os pés dela para o resto da vida se ela te perdoar.


Eu me afastei dela, ficando de frente para a parede.


— Eu não pozzo, Alizia. Não. Pozzo!


— Por que não?


— Porque eu não vou condená-la à minha vida cheia de limitazzões!


— Que coisa mais cruel de se dizer, Christopher. — Senti quando ela se aproximou. — E ridícula. Você não é um condenado. Tem uma deficiência... Duas, se levar em conta essa sua cabeça cheia de vento. Você está se afundando em autopiedade e afastando a Dulce porque está com medo de como a vida vai ser de agora em diante. Mas você não pode decidir esse tipo de coisa sozinho!


— Não adianta, Anahí. Ele não ouve ninguém. — Poncho tomou a garrafa da minha mão quando eu a levava à boca e a esvaziou na pia.


— Ei! Eu paguei por izzo! — Tentei recuperar minha vodca.


— Estou pouco me lixando. — Ele voltou o rosto zangado para mim. — Você é um cretino, Christopher! Jogou fora a melhor coisa que já te aconteceu na vida.


— Você acha que eu não zei dizzo, caralho? — berrei.


Anahí e ele se entreolharam. Ela assentiu, deixando a cozinha em silêncio.


Enterrei a cabeça nas mãos.


— Mas eu não zou a melhor coisa que acontezeu na vida dela, Poncho. Ze eu zair do caminho, ela vai ter a chance de encontrar alguém que pozza zer tudo o que ela prezisa. Talvez até já tenha encontrado. — Porque Christian parecia ser um bom sujeito, o filho da mãe. E ele a amava. Poderia fazê-la feliz, e uma hora dessas ela iria perceber isso.


— Pode parar. — A voz do meu irmão soou grave. — Isso não tem nada a ver com ela encontrar alguém melhor e tudo a ver com o que aconteceu na piscina ontem.


Ergui a cabeça, o encarando com raiva.


— É a mezzma coisa! Eu achei que poderia fazer dar zerto, achei que podia fazer as coisas funzionarem entre a gente zem ter que zacrificar a vida dela também. E eu tentei por zinco minutos, Poncho, e ela quase morreu!


— Porque ela não sabe nadar! — ele gritou.


— Não importa! Eu estava ali e não fui capaz de ajudá-la quando ela mais prezisou. Ela podia ter morrido, e tudo que eu pude fazer foi quase me afogar junto, porque o meu corpo não presta pra nada! Porque a minha vida agora é ezza. Porque é nezza maldita coisa que eu vou viver pro resto da vida. E eu não pozzo fazer nada a respeito, porque não há mais nada a zer feito!


Não sei de onde veio o soluço. Realmente não sei. E, antes que aquilo se transformasse em algo ainda mais embaraçoso, decidi ir para o meu quarto.


A questão foi que a porta da cozinha mudou de lugar sem que eu percebesse e acabei batendo contra os azulejos. Um movimento brusco me fez girar. Quando Poncho apoiou as mãos nas rodas para me deter, meus olhos continuaram girando. Ok, talvez eu estivesse um pouquinho bêbado.


Assim que consegui recuperar o foco, me deparei com aquele rosto furioso.


Alguma coisa semelhante a um demônio com dor de dente.


— Me deixa em paz! — berrei.


— Três coisas. Primeira: não vou te deixar em paz nunca. Segunda: você está deixando passar a informação mais importante. Acho que você está muito bêbado e não prestou atenção em tudo o que você mesmo disse. Ou se apegou à palavra errada. Você vai viver nesta cadeira. Viver, Christopher. E tem feito isso muito bem nos últimos três anos. Não tenho dúvidas de que vai continuar assim. E a terceira: eu sei que é difícil aceitar. Sei que dói, porque está doendo em mim também, mas, se você acha que eu vou te deixar cair num abismo de onde nunca mais vai poder sair, está enganado.


A próxima coisa que eu soube foi que meu nariz estava em seu sovaco, e seu braço em minhas costas, o punho batendo de leve em meu ombro.


Eu odiava admitir, mas precisava daquele abraço. E das palavras também, eu acho.


— Vou te ajudar a encontrar um ponto de partida para sair dessa, Christopher. É uma promessa. — Meu irmão se endireitou, enfiando as mãos nos bolsos, o rosto esculpido em uma máscara de obstinação.


— Como, Poncho? — Como ele faria isso, se eu tinha mandado embora o meu ponto de partida?


Tentei mover a cadeira, mas calculei errado o movimento e quase tombei no chão.


— Eu não sei, Christopher. Mas acho que um banho frio e um café bem forte podem ser um bom começo.


Eu teria preferido a vodca que ele despejara na pia. Não se pode ter tudo na vida.


 



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Autor(a): dulcete.vondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 88



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  • eliiv Postado em 05/08/2020 - 01:20:08

    Adorei q vc continuou.... acabei de ler e estou apaixonada e um pouco triste pois nao tem mais capítulos ... adoraria q tivesse 2 temporada

  • anne_mx Postado em 22/12/2019 - 23:50:39

    Comecei a ler essa fanfic e me apaixonei logo de cara, obrigada por não ter permitido que a história ficasse inacabada, foi linda a sua continuidade e o final então, foi incrível, meu sonho que tivesse um epílogo ou segunda temporada, PARABÉNS!!!!

    • dulcete.vondy Postado em 16/01/2020 - 23:39:21

      Muito feliz de saber que alguém voltou para ler, GRATIDÃOOOO ps.: Também adoraria que tivesse a continuação :/

  • Srta Vondy ♥ Postado em 18/12/2019 - 04:25:51

    Se eu disser que tinha pensado nessa fic hoje você acredita ? Muita coincidência cara Essa fic é perfeita e graças a Deus, tu finalizou ! Não sei se eu comentei antes mas entendo tua &quot;frustação&quot;, é muito chato tu fazer algo e não ter nada p te orientar, nem mesmo uma crítica construtiva. Amei o final, foi muito bom tu ter mantido o Chris paraplégico, mostra que para viver e ter um amor não é preciso ser &quot;perfeito&quot;, ficou muito. Queria muito q tivesse um epílogo contado como seria a vida deles casados e quem sabe com filhos... <3 Muito obrigada por todo o esforço que você teve p essa história ser adaptada e entregue p a gente se apaixonar, chorar, rir e muitas vezes tudo de uma só vez kkkk, muito obrigada mesmo e até a próxima história <3

    • dulcete.vondy Postado em 16/01/2020 - 23:40:12

      owwwwwwwwww, fiquei MUITO feliz com seu comentário, eu também gostaria que tivesse continuação :(((

  • eliiv Postado em 01/05/2019 - 17:58:45

    Continua... está muito bom! Tô adorando.

  • cliper_rafa Postado em 09/04/2019 - 20:16:06

    Aaaa, cadê você ? Desistiu ??????

  • cliper_rafa Postado em 28/03/2019 - 23:54:30

    Desanimando**

  • cliper_rafa Postado em 28/03/2019 - 23:53:57

    To desanimado de ler, poxa, gosto tanto dessa fic :(

  • carolcasti Postado em 23/03/2019 - 09:25:43

    Cadê vc? Desistiu da fic..... Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa Plissssssssssssssssssssssssssssssss

  • capitania_12 Postado em 15/03/2019 - 20:20:27

    Aaaaaaah,continua logo por favooooooor

  • cliper_rafa Postado em 14/03/2019 - 19:09:41

    Naaaao, foi tão rápido, continua <3<3


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