Fanfics Brasil - Capítulo 21 – Parte 3 Mentira Perfeita - Vondy (Adaptada)

Fanfic: Mentira Perfeita - Vondy (Adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 21 – Parte 3

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— Agradeço a oferta, mas eu me viro. Não tem muito o que levar mesmo. A maior parte da mobília é nova e vai ser entregue lá. — Ele se remexeu na cadeira. — Mas, se estiver tudo bem para você, eu pretendo contar para os meus pais que estou por conta própria na semana que vem. Surgiu um jantar na casa de um dos diretores, e o Poncho e a Anahí vão ficar fora a noite toda. Assim vocês não se cruzam. Não quero que o Poncho saiba sobre nós. Aliás, eu tenho que pensar em outro nome para você. O Poncho ficou meio desconfiado depois que te viu na academia. Se a minha mãe disser que a cuidadora se chama Dulce, ele vai juntar tudo num instante. Qual é o seu nome do meio?


— Não tenho. É só Dulce Muniz mesmo. Christopher... — Abandonei o sanduíche no prato. — Não sei se vou conseguir convencê-los. Não sou boa em enganar as pessoas.


— Mas eu sou ótimo nisso. Deixa tudo comigo. Você só precisa aparecer. — Ele inclinou a cabeça para o lado, me estudando. — Acho que você devia ir até o meu apartamento antes disso.


— Seu apartamento? — Minhas sobrancelhas se arquearam, os óculos escorregaram para a ponta do nariz. — Por quê?


— Se você vai se passar por minha cuidadora, precisa saber pelo menos onde fica o banheiro, ou meus pais jamais vão acreditar na nossa história.


— Sim, mas... — Ficar sozinha com ele em seu apartamento? Não parecia uma boa ideia.


— Mas o quê, Dulce? Você tem medo que eu possa te atacar com a vassoura? — zombou. — Se for isso, pode ficar tranquila. Você está a salvo. Ainda não comprei uma vassoura.


— Isso é um alento, Christopher. — Tentei conter o riso. Bem que eu tentei.


Apesar da expressão divertida, detectei certa apreensão naqueles olhos ridiculamente verdes. Ele estava preocupado que eu não fosse cumprir minha parte no nosso acordo. E seria muita cretinice, já que tudo o que ele estava fazendo era ser meu namorado de mentira, me pegando no trabalho e me levando para jantar em lanchonetes maneiras e tal.


— Tá, vou ver se consigo dar uma passada — falei. — Assim que eu aprontar o site, vai sobrar mais tempo.


— Obrigado. — Ele soltou uma longa expiração. — Sei que você anda cansada, mas é importante.


— Eu sei. — Tirei os óculos e esfreguei os olhos. — Não acredito que a diretoria fez isso, Christopher. Não vai dar tempo!


— Se não der, eles vão saber que você fez o seu melhor. Vai ficar tudo bem. Até parece.


— E a moça da agência? Deu notícias? — Ele voltou a comer.


— Sem o distrato ela não pode fazer nada. Mas o Christian ficou de falar com um advogado.


Ele levava o sanduíche à boca, mas se deteve no meio do caminho.


— Quem é Christian?


— É o meu melhor amigo.


Por alguma razão, tive a impressão de que ele não gostou de ouvir aquilo. Estranho.


Terminamos com os sandubas — eu comi apenas a metade do meu — e pedimos a conta. Ele não deixou que eu pagasse a minha parte, como da outra vez.


Enquanto voltávamos para o carro, percebi que Christopher ia mais devagar, quase parando, então acompanhei seu ritmo, as mãos na alça da mochila para evitar esbarrar nele sem querer e aquela alergia se intensificar. A noite estava fresca. Uma brisa suave agitava meu rabo de cavalo. Olhei para o céu estrelado, sem nem uma única nuvem. É, não iria chover naquela noite.


Não sei por que me senti triste ao constatar isso.


Entrei no carro e esperei que Christopher desmontasse seu equipamento, acompanhando com os olhos o trabalho dos músculos de seu braço. Ele era tão bonito, tão gracioso apesar de todos aqueles músculos, que fazia uma coisa simples, como desmontar uma cadeira, parecer um espetáculo muito, muito interessante.


Quando terminou, levou a mão à ignição, mas não deu partida. Uma bela mão, aliás. Tinha que ser, para fazer conjunto com aquele braço forte e todos os seus contornos. E os ombros também, mesmo aquele com as cicatrizes, eram belos. E tinha o peito, reparei, correndo os olhos por ele.


Largo e maciço. E que agora subia e descia mais rápido que o normal.


Ergui a cabeça para entender o que causava aquela súbita mudança e encontrei seus olhos cravados em mim. E reluziam com tanta intensidade que algo dentro de mim deu um salto mortal.


Eu quis perguntar por que ele me encarava daquele jeito, mas como faria isso, se agora era o meu peito que subia e descia depressa e eu não era capaz de encontrar minha voz? Meus batimentos cardíacos agora erráticos retumbavam alto em meu ouvido, e aquele frio na boca do estômago inexplicavelmente fez um calor repentino inflamar todo o restante de mim.


E piorou quando ele estendeu a mão e amparou meu rosto. Foi nesse instante que eu percebi que a distância entre nós era menor do que deveria ser, que eu havia me aproximado dele sem me dar conta, e mesmo assim não consegui me obrigar a retroceder. Não podia. Seu toque amplificou as sensações, e tudo o que eu pude fazer foi me deixar hipnotizar por aquele olhar cristalino agora revolto, como se o mar dentro deles estivesse de ressaca ou em meio a uma tormenta.


Observei, totalmente confusa, minha mão se elevar e tocar seu queixo, a aspereza da barba curtinha pinicando a ponta dos meus dedos.


Ele fechou os olhos.


— Dulce...


Prendi a respiração ao ouvi-lo sussurrar meu nome. E ainda não respirava quando ele se inclinou para mim e seu nariz resvalou em minha bochecha. O calor de seu corpo, tão próximo do meu, me envolveu e me deixou tão tonta que tudo o que eu pude fazer foi levar as mãos a seu cabelo macio e me agarrar a ele, como tinha feito naquele dia na piscina.


Só que dessa vez seus lábios quentes e suaves se apertaram contra minha bochecha, o canto da minha boca e por fim meus lábios. A explosão de sensações me pegou de guarda baixa — eu nem sabia que aquele tipo de coisa existia, para começo de conversa! Deve ter sido por isso, pela curiosidade, que entreabri os lábios e levei a língua de encontro à dele.


Christopher usou o braço livre para rodear minha cintura, afundando os dedos na carne de minhas costas, ao passo que eu agarrava seu cabelo com mais vigor, querendo trazê-lo para ainda mais perto. Ele deixou escapar um gemido rouco que me arrepiou dos pés à cabeça.


Sim, eu também achei aquilo certo.


Muito certo!


E era tão melhor do que eu havia imaginado. Tão mais quente e vivo e molhado e maravilhoso.


Ele continuou me beijando até eu perder o fôlego, até eu perder a consciência de onde estava, até não restar um único pensamento coerente.


Então libertou meus lábios, mas pressionou a boca contra a minha mais uma vez. E outra ainda. E novamente.


Tomada por todas aquelas sensações, minha cabeça pendeu para a frente, se alojando em seu pescoço. Seus dedos acariciaram minha nuca enquanto eu tentava recuperar o fôlego e a consciência.


Foi como despertar de um sonho bom.


Christopher deve ter sentido o mesmo, pois seu corpo se retesou, a carícia em minha nuca cessando.


— Acredito que você quer ir para casa agora. — Sua voz estava rouca.


Concordei com a cabeça, e precisei de um minuto para conseguir me aprumar e soltá-lo. Estava envergonhada demais por ter perdido o controle, confusa ao extremo sobre todos aqueles sentimentos, meu corpo ainda nadando em um tipo de adrenalina que não reconheci.


Por isso não fui capaz de olhar para ele quando deu partida e o carro arrancou. Nem durante o percurso até em casa. Nem mesmo quando ele estacionou em frente ao sobradinho e disse:


— Boa noite, Dulce.


Apenas fiz um meneio de cabeça, sem jamais olhar em sua direção, e disparei para dentro de casa.


Que diabos tinha acabado de acontecer?


 



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Autor(a): dulcete.vondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 88



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  • eliiv Postado em 05/08/2020 - 01:20:08

    Adorei q vc continuou.... acabei de ler e estou apaixonada e um pouco triste pois nao tem mais capítulos ... adoraria q tivesse 2 temporada

  • anne_mx Postado em 22/12/2019 - 23:50:39

    Comecei a ler essa fanfic e me apaixonei logo de cara, obrigada por não ter permitido que a história ficasse inacabada, foi linda a sua continuidade e o final então, foi incrível, meu sonho que tivesse um epílogo ou segunda temporada, PARABÉNS!!!!

    • dulcete.vondy Postado em 16/01/2020 - 23:39:21

      Muito feliz de saber que alguém voltou para ler, GRATIDÃOOOO ps.: Também adoraria que tivesse a continuação :/

  • Srta Vondy ♥ Postado em 18/12/2019 - 04:25:51

    Se eu disser que tinha pensado nessa fic hoje você acredita ? Muita coincidência cara Essa fic é perfeita e graças a Deus, tu finalizou ! Não sei se eu comentei antes mas entendo tua &quot;frustação&quot;, é muito chato tu fazer algo e não ter nada p te orientar, nem mesmo uma crítica construtiva. Amei o final, foi muito bom tu ter mantido o Chris paraplégico, mostra que para viver e ter um amor não é preciso ser &quot;perfeito&quot;, ficou muito. Queria muito q tivesse um epílogo contado como seria a vida deles casados e quem sabe com filhos... <3 Muito obrigada por todo o esforço que você teve p essa história ser adaptada e entregue p a gente se apaixonar, chorar, rir e muitas vezes tudo de uma só vez kkkk, muito obrigada mesmo e até a próxima história <3

    • dulcete.vondy Postado em 16/01/2020 - 23:40:12

      owwwwwwwwww, fiquei MUITO feliz com seu comentário, eu também gostaria que tivesse continuação :(((

  • eliiv Postado em 01/05/2019 - 17:58:45

    Continua... está muito bom! Tô adorando.

  • cliper_rafa Postado em 09/04/2019 - 20:16:06

    Aaaa, cadê você ? Desistiu ??????

  • cliper_rafa Postado em 28/03/2019 - 23:54:30

    Desanimando**

  • cliper_rafa Postado em 28/03/2019 - 23:53:57

    To desanimado de ler, poxa, gosto tanto dessa fic :(

  • carolcasti Postado em 23/03/2019 - 09:25:43

    Cadê vc? Desistiu da fic..... Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa Plissssssssssssssssssssssssssssssss

  • capitania_12 Postado em 15/03/2019 - 20:20:27

    Aaaaaaah,continua logo por favooooooor

  • cliper_rafa Postado em 14/03/2019 - 19:09:41

    Naaaao, foi tão rápido, continua <3<3


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