Fanfic: A Maldição da Fênix: O Despertar | Tema: Mitologia Grega/Romance/ Lobisomens/Vampiros/ Feiticeiros/Magia/Hot +18/ Violência/Assassinato/Esqua

_Quem é esse cara?_ pergunto confusa.

A única resposta que recebo de tia Layla é sua mão gesticulando para o livro, suspiro desanimada e folheio o livro lentamente. Um grande título escrito em grego antigo chamou minha atenção, embora eu não entenda grego as gravuras me deram uma bela pista. Havia lobos atacando pessoas e dilacerando os membros, em outras os lobos apareciam uivando para a lua cheia. Aquelas gravuras me deram calafrio, era bizarro imaginar alguém morrer dessa maneira. Ignoro as imagens que vem a minha mente e começo a ler:

Ninguém sabe ao certo o que houve com Lican após a morte de Rowenna, os aldeões atearam fogo no chalé onde ela morava, eles acreditavam que se queimassem a casa eliminariam o poder do Diabo. Zeus não suportou ver seu filho encurralado pelas chamas, então ordenou a Hermes que descesse a terra e levasse o bebê para a casa de Tebas na Grécia, onde ele seria criado como filho do Rei Atrion.

Com o passar dos anos Lican foi crescendo e se tornando um jovem cheio de ganância por glória e poder.

Após a morte do Rei Trion o povo de Tebas resolveu celebrar para homenagear o novo Rei, até os deuses decidiram comparecer. E para “agradá-los”, Lican decidiu preparar um banquete especial para os deuses. Ordenou a seu carrasco e seus criados, que matasse seu próprio filho e servisse seu resto aos deuses. Lican cometeu o pior de todos os erros, derramou sangue inocente e blasfemou contra os deuses.

Zeus o amaldiçoou prendendo-o na forma de lobo para toda eternidade, obrigando-o a se alimentar do sangue em todas as noites de lua cheia.

Com o passar dos séculos Lican perdeu a razão…E massacrou aldeias inteiras, espalhando corpos por onde passava, tornando-se um perigo para a humanidade.

Efesto não suportou ver a humanidade ser destruída de forma tão cruel, para dar um fim na chacina de Lican Efesto tornou a prata amaldiçoada para os lobos.

Fecho o livro e dou as costas para tia Layla deixando-a sozinha na biblioteca sem dizer uma única palavra, desço a escadas aos tropeços e saio porta afora batendo-a com muita força. O ar lá fora estava pesado e úmido, mal dava para ver as estrelas, a única coisa que dava para ver era a luz pálida da lua saindo por detrás das nuvens densas. O vento uivava furiosamente, chicoteando as folhas das árvores. Eu estava tão perdida em meus pensamentos, que me esqueci de onde eu estava tentando ir. Ouço barulho de trovões entre as nuvens e me encolho um pouco, uma corrente de ar vem átona chicoteando as árvores violentamente e batendo em meu rosto. Uma garoa fina começa a cair no meu rosto, acelero um pouco o passo na esperança de escapar da chuva.

Então aconteceu:

Três criaturas encapuzadas surgiram no meio da estrada, se arrastavam lentamente em minha direção carregando uma enorme foice retorcida feita de prata. Por debaixo do capuz preto era possível ver parte dos rostos esqueléticos, e os restos de pele esbranquiçada se deteriorando lentamente deixando o osso exposto.

Obrigo meus pés a se moverem e começo a correr, fica difícil de enxergar o caminho, a chuva estava mais forte e tudo que eu conseguia ver era água despencando do céu para todos os lados.

De repente, algo agarra meu cabelo e me puxa com força fazendo-me cair e batera cabeça no asfalto. Antes que eu tivesse a oportunidade de gritar por socorro, sinto algo afiado envolver meu pescoço e rasgar minha pele, olho para baixo e vejo o sangue em meu pescoço escorrer formando uma poça. Tento respirar e acabo engasgando, eu precisava sair dali, mas não conseguia me mover nem sequer um milímetro. As criaturas começam a se aproximar de mim, eu quero me debater e gritar por ajuda mais meu corpo não responde. Minha visão estava começando aficar turva, eu já não sentia mais meus dedos das mãos, ou qualquer parte do meu corpo. Antes que eu pudesse desmaiar e ficar inconsciente, um enorme lobo branco surge por detrás das árvores e voa para cima dos espectros dilacerando um a um com rapidez e agilidade. O sangue que saia dos espectros parecia algo viscoso e tinha um tom cinzento bem escuro, e os corpos esqueléticos pareciam derreter ao sentir as presas afiadas do lobo penetrar na pele.

Com agilidade o lobo agarra os três mantos e arremessa para longe fazendo-os se estilhaçar ao se chocar contra as árvores, ele se afasta rapidamente dos restos que sobrou dos Espectros e vem em minha direção. Ele encosta o focinho na minha testa e esfrega gentilmente, logo depois ele lambe a ferida do meu pescoço. A ferida se fecha instantaneamente e aos poucos recupero a sensibilidade nos dedos, tento me levantar mais não consigo. O lobo coloca a cabeça por debaixo do meu braço para me dar apoio, e me ajuda a levantar. Minha cabeça estava prestes a explodir, tive que andar com a perna arrastando, talvez assim não doesse tanto. Olho para o lobo mais atentamente, ele era realmente enorme devia ter no mínimo dois metros de altura, as pernas eram longas e musculosas. Patas largas, garras edentes afiados como navalha. Seus pelos eram lindos, não era um branco comum e nem branco gelo mas sim, um branco empalidecido como a luz da lua. E os olhos…Seus olhos eram de um verde extremamente vivo como duas enormes pedras de esmeralda. Mas eles eram intensos como as chamas que se formavam em seus olhos de uma forma sombria. De repente meu cérebro de um estalo e as imagens em minha cabeça se encaixavam perfeitamente, como as peças de um quebra-cabeças. Ele esteve comigo o tempo todo. Penso. Minha mente agora estava a mil por hora, como um trem em alta velocidade.

_ É você não é? Você é Matthew Keller._pergunto ao encarar o lobo novamente.

Seus olhos fixam em mim e ele faz um movimento com a cabeça, confirmando a resposta para minha pergunta.