Fanfic: A Maldição da Fênix: O Despertar | Tema: Mitologia Grega/Romance/ Lobisomens/Vampiros/ Feiticeiros/Magia/Hot +18/ Violência/Assassinato/Esqua

Querido Diário,

Eu estou muito preocupada com a Alex, eu senti que alguma coisa mudou dentro dela depois da morte de seus tios. Matthew também está muito preocupado, ele nunca a viu usar os poderes de forma tão intensa, achei um milagre ela não desmaiar. Mas não vou negar que fiquei um pouco assustada ao vê-la daquele jeito, eu sabia que ela seria poderosa mais não imaginava que fosse tanto, talvez eu leve um tempo para me acostumar com a ideia de que agora Alex se tornou oficialmente feiticeira.

Outra coisa que me deixou curiosa, foi ver a forma como Matthew trata a Alex, ele é tão gentil e carinhoso que eu não conseguia vê-lo como um lobisomem assassino e cruel como as bruxas dizem ser, na verdade nunca consegui acreditar nisso. E quanto mais eu o observo mais fascinada eu fico, sei que pode parecer estranho mais ele me lembra um velho amigo de infância. É estranho mais não consigo me lembrar do nome dele, tenho apenas flash’'s de seu rosto, as vezes tenho a impressão de que perdi a memória ou sofri algum tipo de acidente cerebral.

Uma batida na porta interrompe meus pensamentos e eu fecho meu diário, me arrasto para fora da cama e vou até a porta.

_ Desculpe interromper seu descanso Elizabeth_disse Matthew educadamente.

Foi a primeira vez que reparei nele com atenção, mas também nunca o vi tão exausto, parece que ele passou outra noite acordado vigiando a Alex. Sorrio educadamente e dou um espaço para ele entra, ele caminha lentamente até a cama enquanto fecho a porta, confesso que a palidez em seu rosto estava me deixando preocupada.

_Matthew não quero parecer mandona mas…_falo calmamente._Não seria melhor você dormir um pouco?

Ele se senta na ponta da cama e encara a janela em silêncio, como se estivesse se lembrando de algo, logo depois seus olhos pousam em mim. E isso me assustou muito, uma lágrima escorreu por seu rosto, e quando me dei conta ele estava soluçando e chorando compulsivamente como uma criança assustada. Eu não tinha ideia do que fazer nunca o vi desse jeito antes, a única coisa que eu podia fazer era segurar sua mão, mas eu estava morrendo de medo. Respiro fundo algumas vezes e me sento ao lado dele e seguro uma de suas mãos com força, ele tremia e chorava muito.

_ Eu… Falhei com ela… _gaguejou ele._ Eu prometi a mim mesmo que jamais a deixaria sofrer…mas eu falhei…

Olho para ele confusa por um momento e antes que me desse conta as palavras já tinham saído da minha boca.

_ Você fala como se a conhecesse_digo confusa.

Ele balança a cabeça como se estive respondendo minha pergunta e começou a falar com calma

_ Eu a conhecia antes mesmo de nascer Elizabeth, os pais dela eram meus amigos mais íntimos então eu tive a chance de acompanhar todo o estagio da gravidez de Heather. Ainda me lembro do dia em que ela me fez prometer que n ão contaria ao Evan, pois ela queria fazer surpresa, mas quando a Alex nasceu e eu a vi pela primeira vez… _sua voz falhou. _ Não sei como explicar, mas eu senti que precisava dela na minha vida. Desde então eu vigiei e cuidei dela, eu a vi crescer e se tornar a mulher que é hoje.

Parecia que meu cérebro tinha recebido uma dose de adrenalina pura, e as palavras de Matthew entravam como carros em alta velocidade e tudo começou a fazer sentido. Não havia como ela ter sobrevivido aquele incêndio sozinha, que a levou no hospital aquele dia…Foi Matthew, mas então porque as feiticeiras consideravam ele uma ameaça? Agora ouvindo a história, não consigo acreditar que ele possa ser um ser tão cruel. Sem dúvida eu ia ter que fazer terapia por um mês depois dessa, ou ficarei careca antes dos 90 anos e com rugas até o calo do pé de tanta preocupação. Uma vozinha lá no fundo da minha cabeça me dizia que Matthew estava falando a verdade, e por mais arriscado que fosse eu precisava acreditar nele.

_ Não se preocupe Matthew você não falhou com a Alex _respondo gentilmente e afago seus ombros.

Ele sorri por um instante, mas então volta a baixar a cabeça e olhar fixamente para o chão, seu olhar estava distante como se estivesse perdido nos próprios pensamentos. Ele se levantou e foi caminhando lentamente em direção a janela, tenho que admitir ele era assustador, mas, ao mesmo tempo, havia uma coisa que fazia ele parecer misterioso. Agora eu entendo o porque da Alex ter se apaixonado por ele logo de cara, e se eu bem a conheço isso foi contra a todos os princípios dela com relação a amar alguém.

_Elizabeth será que posso pedir um favor? _ a voz de Matthew era fria como gelo.

O som da sua voz me deu calafrios mais eu consegui disfarçar, Matthew se vira para mim novamente e sinto outro calafrio ao ver seus olhos. Eles eram lindos, mas, ao mesmo tempo, assustadores, o verde-esmeralda era tão intenso que dava a impressão de estar em chamas. Me encolho um pouco mais não desvio o olhar, ele cruza os braços e volta a falar em um tom gélido e seco.

_Será que consegue localizar meu irmão Jason? _falou ele. _ Temos assuntos pendentes.

Olho para ele confusa por um instante, mas depois entendo a piada, não fazia ideia de quem era Jason mais pelo tom de repulsa que Matthew usou para se referir a ele deixava bem claro que ele era um ser detestável. Vasculho a gaveta do criado-mudo e pego um pequeno canivete de prata e uma tigela de vidro, Matthew analisa meus movimentos em silêncio e depois se senta na ponta da cama.

_Espero que não derreta ou vire pó se eu te cortar com esse canivete _alerto

Ele revira os olhos e então estende uma das mãos para mim, achei que ele enrijeceria ou algo assim quando a lâmina afiada do canivete tocasse sua pele, mas a reação foi o contrário. Na verdade eu acho que nem fez cócegas, o que é estranho já que ele era um lobisomem. Seu sangue era tão escuro e denso, que mal dava para ver o vermelho, a única coisa que eu conseguia ver era o reflexo indefinido de seu rosto através da tigela. Fecho os olhos e respiro fundo, eu podia sentir uma teia de energia pulsando ao meu redor deixando-a vir até mim, como uma mosca indefesa se enroscando na teia de uma aranha. Esse poder começa a se fechar em torno de mim como um casulo, e então minha voz se transforma deixando palavras desconhecidas saírem da minha boca.

Viro a tigela de cabeça para baixo e o sangue se espalha lentamente, transformando-se em uma seta apontada para o sul. Encaro a seta confusa e depois olho para Matthew, seja lá o que ele fosse fazer com Jason a coisa ia ficar feia. Aquela foi a primeira vez que senti uma onda de fúria emanando do corpo dele, nunca o tinha visto com tanta raiva assim antes.

_Eu vou atrás desse maldito _urrou ele furioso.

Antes que eu pudesse dizer ou fazer qualquer coisa para impedi-lo ele caminha até a sacada da janela e pula, pousando no chão como um elegante predador, e então desaparece no labirinto de árvores.

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Eu não suportava mais vê-la sofrendo daquele jeito, não conseguia mais olhar para aquele rosto cheio de dor e desespero. Jason havia ultrapassado dos limites e ele vai pagar por isso, e vai pagar muito caro. Eu podia sentir meu sangue latejando nas veias, a raiva se espalhando dentro de mim como um vírus letal, eu mal sentia meus pés no chão a única coisa que conseguia ouvir eram os galhos e folhas sendo esmagados com meus pés. Eu podia sentir o cheiro repugnante de Jason a quilômetros e isso só fez meu sangue ferver ainda mais, sinto as minhas garras ficarem expostas e cravo as mesmas nas árvores ao meu redor derrubando-as uma a uma, como se fossem peças de dominó.

Que bom que veio irmãozinho estava com saudades

A voz de Jason ecoou em minha mente, meus olhos varrem a floresta procurando por ele. Ele estava deitado em um tronco de pinho com os braços repousando atrás da cabeça, eu estava com tanto ódio que vê-lo deitado daquele jeito despreocupado fez meu estômago se retorcer, ele se levantou e caminhou tranquilamente em minha direção.

_Você foi longe demais Jason! _berro furioso.

Ele se aproxima de mim e tenta agarrar meu pescoço, mas eu seguro sua mão com força e quebro seu pulso. Ele urra de dor e tenta se afastar me empurrando aos chutes, seguro sua mão livre e quebro seu pulso novamente, e antes que ele pudesse se mover eu agarro sua cabeça puxando-a para o lado deixando seu pescoço exposto. O cheiro de sangue podre estava entranhado na sua pele e meu estômago se contorcia de repulsa, meus dentes perfuram sua pele com facilidade e o gosto amargo e ácido de seu sangue invade minha boca. Jason se debatia desesperado como um filhote indefeso, mas eu o ignoro e deixo meu veneno penetrar em seu sangue. Assim que eu termino ele me chuta com toda força, e eu o atiro para longe fazendo-o se chocar contra uma árvore.

Vamos ver o quanto você aguenta irmão.

Ele tenta se levantar mais o veneno já começava a surtir efeito, quanto mais ele se mexesse, pior a dor ficaria. Dou as costas e desapareço floresta adentro. Estava frio e o vento dançava silenciosamente entre as folhas das árvores, mesmo a noite dava para ver as nuvens densas e carregadas de chuva, os relâmpagos apareciam sorrateiros entre as nuvens e ao longe se ouvia o rugido dos raios. E aos poucos a chuva começa a cair, embora eu não conseguisse sentir frio naquele momento, eu estremeci enquanto a chuva caia sobre mim.

Você não tem culpa meu filho ela ficará bem em breve. Uma voz ecoou do céu trazendo-me um reconforto.

Obrigado Zeus.