Fanfic: 💖Melodia💖💖Portiñon💖💖Adaptada💖💖FINALIZADA | Tema: Portiñon

Começaram meio devagar até que o homem começou a cantar, meio desafinado no início, mas depois acabou se soltando e cantando melhor. O público animou e cantou junto animando mais o local. Quando acabaram deixaram um cd tocando e foram para o apartamento de Dulce, ela tinha preparado tudo para recebê-los.

Estava tudo arrumado e nas mesas tinha só comida japonesa, pois Dulce adorava. Tinha convidado Theo e Josy, que chegaram logo depois deles.

- Oi, boa noite. Nossa que chique, vou matar a vontade de comer comida japonesa. – Josy se animou.
- Que bom que vieram.
- Daqui a pouco chega Bianca.
- O que? – Dulce quase gritou.
- Eu a chamei, não era pra chamar?
- Não Theo. – Dulce ficou com raiva. – Bianca é passado.
- Ihh, então espero que ela não venha.
- Será um milagre se isso acontecer. Bom, fiquem à vontade, minha mãe está aí hoje, muito cuidado com os comentários, não vão piorar minha imagem. – riu.
- Fica tranquila.

Theo e Josy eram casados há alguns anos e amigos de Dulce. Ele era advogado e Josy arquiteta. Conheceram Dulce na faculdade e se tornaram amigos.

Ao sentar na poltrona Dulce logo puxou Anahí para se sentar ao lado dela. Angelique viu aquilo e olhou esquisito. Christian também reparou e viu a cara de Angelique, mas ficou atento.

- Senta aqui. Quero você do meu lado. – Dulce falava com tanta firmeza que ninguém ousava questionar suas atitudes ou ao menos brincar.
- Eu adorei! – Blanca falou animada. – Vocês deviam fazer show em Mauá.
- Ué, só convidar que nós vamos.
- Seria uma boa, lá é tão bonito. – Anahí falou empolgada.
- Conhece lá?
- Não, só pela internet.
- Quem sabe vai conhecer não é? Dulce podia convidar Anahí para ir lá em casa.

Blanca nunca chamou nenhum amigo ou amiga de Dulce para ir até sua casa, o convite inusitado foi motivo de estranhamento para ela.

- Podemos combinar isso. – Dulce falou em tom sério.
- Hum a sogrinha até convidou. – Christian não perdeu a oportunidade.

Dulce fingiu que não ouviu. O interfone tocou e a morena até gelou, devia ser Bianca.

- Oi amor! Festinha surpresa! Adorei o convite.

Dulce revirou os olhos, contrariada.

- Oi Bianca. Fique à vontade, não é festa, apenas uma reunião com amigos.

Bianca olhou em volta e viu o pessoal do conjunto, inclusive Anahí.

- Ah sim, está de babá hoje.
- Para com isso! Não quero ver você falando mal de Anahí.
- Ihh ta defendendo. No começo é assim não é Dulce, depois você desinteressa.

Dulce deu de ombros e saiu, sentou novamente ao lado de Anahí.

- Tudo bem? Você ta com uma cara. – a loirinha perguntou.
- Nada demais, desafetos.
- Ah. – Anahí logo viu Bianca e entendeu.
- Hoje você vai dormir lá em casa lindinho? – Angelique perguntou pra Rocco.
- Eu vou, passo o final de semana com você lá.
- Um final de semana inteirinho sem dormir. - Anahí entrou em desespero.

Poncho caiu na gargalhada.

- Anahí, pode ficar lá em casa se quiser. – Pedro ofereceu todo amistoso.
- Não! Ela dorme aqui. – Dulce se apressou.
- Calma gente, tem Anahí pra todo mundo. – Poncho continuou rindo. – Pode dormir lá em casa também.
- Não precisa pessoal. Eu dou um jeito. Angelique vai me deixar dormir essa noite, não vai Angelique?! – Olhou significativamente para a amiga.
- Claro! Fica tranquila. Prometo!
- Sei não. – Christian que estava quieto resolveu ajudar a prima. – Dorme aqui Anahí, porque esses dois tão num agarramento que não dá pra prometer nada. – falou e piscou pra Dulce.
- Não sei, não quero incomodar.
- E não vai, fica com a gente, mamãe vai gostar da sua companhia.
- Mamãe né? – Christian falou e saiu.

Dulce se levantou e foi atrás dele.

- Você está do meu lado ou contra mim?
- Eu? Estou em cima do muro. Olha Dulce, te dei uma força ali, mas sinceramente não sei qual é a sua com a garota. Às vezes parece que você gosta dela e às vezes dá a impressão de que só quer curtir. Por isso tenho te cutucado, seja honesta comigo. Você quer o que com ela?
- Não sei, eu mesma fico confusa. Gosto do jeitinho dela, de estar perto dela, mas eu vejo muitas diferenças entre nós. Ela é muito nova ainda e isso pode ser um problema, sem contar aquilo que conversamos outro dia das outras diferenças.
- Essas coisas não pesam quando se gosta de verdade da pessoa.
- Às vezes penso que ela poderia melhorar em alguns aspectos.
- Tipo o que?
- Ela é nova ainda, tem uma carreira pela frente, vai crescer e se tornar uma mulher muito bonita, mais do que é. Anahí é uma menina ainda, está em fase de adaptação no Rio, parece meio perdida, insegura e isso também me incomoda.
- Você quer alguém mais seguro.
- Isso ou que ela fosse mais madura. Não que não seja, mas que fosse mais.
- Entendo, mas isso só com o tempo querida. Terá paciência ou não.
- Eu acho que não me preocupo com o lado financeiro, não ligo para essas diferenças, já passei meus apertos na vida também.
- Já viveu na pele, então sabe como é. 

Poncho chamou Chris e ele saiu deixando Dulce pensativa.

A ruiva ficou desfilando pra lá e pra cá conversando com um e com outro até chegar até Blanca.

- Até que enfim vou conhecer a senhora.
- Dulce sempre vai me visitar, por isso não venho muito aqui e acabo não conhecendo os amigos dela. Dessa vez ela me convidou para assistir uma apresentação, então eu vim. Aproveito e passo o final de semana aqui.
- Muito bom. Apresentação de que? – perguntou curiosa.
- De música clássica. Aquela mocinha ali tocou e aquela loirinha também. – apontou para Angelique e Anahí.
- Ah. Dulce agora está mais humana ajudando os pobres. – Bianca se referia aos garotos da banda.
- Como assim?
- Resolveu interagir com esse pessoal da banda. Povinho estranho.
- Dulce sempre tem contato com eles, afinal o rapaz ali é namorado de Christian.

Uma coisa que pouca gente sabia era que Blanca sabia da preferência sexual do sobrinho e também da filha, somente não ficava comentando o assunto, pois era algo que não dizia respeito a ninguém.

- A senhora sabe... – Bianca ficou confusa.
- Eu vejo mais do que as pessoas podem apostar.
- Eu só acho que Dulce deveria se enquadrar mais na condição dela, uma promotora bem sucedida, inteligente se misturar com músicos de bar. Isso não combina com ela.
- E combina o que? Moças elegantes por fora e indignas por dentro?

Bianca ficou sem ar. Não soube o que falar.

Anahí que passava perto ouviu parte da conversa e não pode precisar o quanto ficou chateada, era como se tivessem jogado um balde de água fria. Sentiu-se inferior e deslocada. Teve vontade de voltar pra casa. Voltou para onde estavam todos, ficou em pé mesmo e logo saiu para perto da varanda. Ficou admirando a vista. Bianca se aproximou dela e falou em tom debochado.

- Não come nada menina?
- Estou sem fome.
- É, só de olhar para esses hashis dá pra perder a fome. Muito complicado.
- Não acho. Muito simples. Você pega dessa forma. – Anahí pegou os dois pausinhos e posicionou da forma correta pegando um sashimi, molhou no shoyu e comeu. – Muito simples. – saiu lhe dando as costas.

Quem estava perto e viu a cena, não pode deixar de rir. A cara de Bianca era impagável. A loirinha se apoiou no parapeito da varanda novamente e ficou olhando a paisagem.

- Linda a vista, não é? – Blanca se aproximou.
- Verdade. E o vento é melhor ainda.
- Bianca está pegando no seu pé?
- Nada que possa me incomodar. Atitudes não me incomodam, palavras sim.
- Não ligue pra ela, é uma coitada. Vive no pé de Dulce pegando migalhas de atenção. Ela já teve seus quinze minutos de fama, agora minha filha já se cansou dela.

Anahí entendeu e ficou confusa ao mesmo tempo.

- Anahí eu sei que Dulce é gay. Como também sei que seus olhos até brilham quando olha pra ela.

A loirinha baixou a cabeça sem graça.

- Não se envergonhe, aceito tudo nessa vida desde que leve a felicidade. Se ela é feliz assim, eu respeito. Querer eu não queria, mas respeito, para o bem dela. O começo da aceitação vem de casa, se os seus não te aceitam, como vai ser aceito para o resto do mundo? 
- Está certa. Isso dá mais confiança a qualquer um.
- Gosta mesmo dela?
- Mais do que pensei. Estou descobrindo um sentimento novo com Dulce, já havia namorado outra garota antes. Mas ela é diferente de tudo que já vi. É segura, ousada, inteligente, bonita, carinhosa. Nunca vi essas qualidades todas numa pessoa só.
- E é bem sucedida.
- Isso não faz diferença pra mim. – falou como se sentisse ofendida. - Eu venho de uma família muito simples, fui criada pelo plantio da cana, meu pai diz que cada calo que ele tem na mão vale a felicidade de ver os filhos bem. E dinheiro nunca sobrou em casa e nem por isso deixamos de ser felizes.
- Você tem dado duro aqui não é?
- Muito. Às vezes tenho vontade de voltar pra casa e deitar no colo da minha mãe. Mas se ela sofre a minha ausência hoje, vai sofrer mais ainda se me vir fracassada na vida. Então quero dar orgulho a ela.
- E vai conseguir, tenho certeza.
- Deus a ouça.
- E quanto a Dulce, mostre a ela que você é mais do que uma garotinha do interior. Acho que ela gosta de você, só não está acostumada a ter um relacionamento sério. Nesse ramo ela não se esforçou muito. – riu.

Anahí ouviu o conselho e sorriu. Continuaram conversando até que Dulce se aproximou.

- Posso saber o que as comadres estão fofocando? – chegou por trás enlaçando a cintura de Anahí com um braço.

A loirinha ficou meio sem jeito, por estar perto da mãe de Dulce, mas viu que ela não ligou, então relaxou.

- Estamos falando da vida.
- Da sua ou a de Anny?
- De modo geral.
- E eu to atrapalhando a conversa?
- Não Dul, estávamos apenas falando de carreira, trabalho, sonhos... essas coisas. – Anahí alisou seu braço.
- E tem algum sonho desse aí que eu posso realizar? – Dulce falou toda carinhosa com a loirinha.
- Não, porque os sonhos são meus e eu que quero realizá-los.
- Eu acho você uma pessoa muito talentosa e tenho certeza que vai conseguir muita coisa boa nessa vida.
- Sim, mas por enquanto sou pobre, imatura e muito nova. – Anahí se desvencilhou dos braços de Dulce e voltou para a sala.
- Geniosa ela. Será que ouviu minha conversa com Chris?
- Não sei, mas ouviu o que Bianca falou comigo. – Então Blanca contou o que tinha conversado com a ruiva e Dulce ficou possessa. Saiu da varanda, entrou pela sala e foi direto onde ela estava, conversando com Theo.
- Vem aqui, por favor. – pegou a ruiva pelo braço e a levou até a entrada do apartamento, fechou a porta e ficou só na antessala perto do elevador.
- Que foi?
- Vá embora, agora. Não quero ver você na minha frente.
- Aconteceu alguma coisa?
- Você ainda pergunta? Sabe muito bem o que falou dos meus amigos, se você não gosta deles, o que faz aqui? Nem te convidei a vir na minha casa. Entenda uma coisa, aquele povinho ali faz parte da minha vida. Você que ta destoando deles, então saia! Quero você longe de mim!
- Acha que isso é fácil?
- Acho, principalmente pra uma promotora que conhece meio mundo da justiça. Conseguir uma liminar para que você fique longe de mim não é nem um pouco difícil. E aí? Quer bater de frente comigo?