Fanfic: 💖Melodia💖💖Portiñon💖💖Adaptada💖💖FINALIZADA | Tema: Portiñon

Dulce aceitou e dormiu no quarto de Anahí . Ficou observando os detalhes dos móveis, tudo ali tinha a carinha dela. Acabou sonhando com ela a noite toda. Acordou se sentindo mais cansada que no dia anterior. Saíram bem cedo no dia seguinte, Dulce pagou as passagens para todo mundo. No caminho foi explicando melhor a situação de Anahí para a mãe e a cunhada.

- Eu não sabia da existência desse cisto. – Barbara falou.
- A principio não era nada grave, depois a médica sugeriu uma cirurgia para retirar o útero, a fim de evitar maiores problemas. Só que tudo aconteceu ao mesmo tempo, por isso o estado dela agora é delicado.
- Tive uma irmã que morreu de câncer. – Tisha falou. – Nunca contei a Anahí para não preocupá-la. Ela morreu porque foi displicente com a saúde e no desleixo de não ir ao médico, adoeceu. Quando descobriu já estava tarde.

Assim que o avião pousou no Santos Dumont, foram todos para o hospital. Blanca estava à espera.

- Bom dia queridos! Como vão?
- Ansiosos. – Tisha  respondeu.

Ângela veio para conversar com eles e explicou em termos médicos o estado de Anahí. Falou dos bebês e primeiro passaram pelo berçário.

- São aqueles dois ali ó. – Blanca apontou.
- Que lindos! Ele é a cara da mãe. – Tisha  sorriu. – Como se chamam?
- Henrique e Helena.

Luisa ficou empolgada com os primos, como não alcançava a vidraça pedia toda hora pra alguém levantá-la. Ficaram observando um tempo até que Enrique quis ver a filha.

- Agora podemos vê-la? – Enrique perguntou sobre Anahí.
- No máximo duas pessoas. – Ângela falou.
- Os pais então. – Dulce respondeu.

Enrique entrou com Tisha  e puderem ver de perto o estado da filha. Parecia dormir tranquila, o rosto delicado de traços meigos. Mantinha a mesma carinha de quando era menina. Tisha chorou ao vê-la daquele jeito.

- A médica disse que é bom conversar com ela. – Enriqur falou segurando a mão da filha.

Tisha  alisou os cabelos dela e o rosto.

- Minha menina, tão forte, tão decidida, agora está aqui indefesa. Mamãe está aqui pra te proteger viu? E seu pai também. Viemos conhecer nossos netinhos. São lindos e Henrique é a sua cara. – ainda ficaram um bom tempo conversando com ela, até dar a hora de saírem da UTI.

E assim foi por vários dias. Todos se instalaram no apartamento de Dulce e somente ela ficou no hospital. Sua rotina era trabalho e hospital, olhava os filhos toda manhã e conversava com eles pelo vidro do berçário. Visitava Anahí e ficava um bom tempo falando com ela, contando sua rotina, assim como Enrique e Tisha . Achavam que isso ajudaria na recuperação dela. Quando Henrique e Helena completaram um mês de nascidos Ângela disse que eles poderiam sair da incubadora. Dulce ainda quis permanecer no hospital mesmo com os dois tendo alta.

- Dulce não pode ficar aqui com essas crianças, apesar do ambiente limpo, hospital é sempre um risco. – Ângela falou.
- Quero ficar com ela.
- Pode vir visitá-la todos os dias, assim como os pais estão fazendo.
- Não, quero que ela saiba que estou me dedicando totalmente.

Ângela ponderou e acabou deixando.

- Vou colocar você num outro quarto então, mas só por uns dias, depois preciso liberar.
- Tudo bem.

Dulce se instalou num quarto maior, com uma antessala e um banheiro mais confortável. Era arejado e bem grande. Ficou por lá um bom tempo. Uma enfermeira vinha pra cuidar dos bebês e Dulce sempre atenta e aprendendo. Tudo com ajuda de Luisa que insistia em ficar com ela. Blanca  sempre ia ao hospital levar a menina e também passava um período do dia com a filha. E ficava impressionada com o jeito dela com as crianças, parecia ser mãe há mais tempo. Levava jeito e os bebês só paravam de chorar quando ela os pegava.

- Viu mãe, como sou jeitosa.
- Estou impressionada. – Blanca olhava sorrindo.
- Tia Dul ta aprendendo rápido. É bom que quando tia Anny acordar ela ensina tudo sobre os bebês. – Luisa falou animada.

Blanca olhou para a filha e falou:
- Incrível como é a esperança de uma criança. Eles têm mais fé que nós adultos. Devíamos seguir o exemplo.

Dulce olhou para Luisa e para a mãe. Sentiu o coração ficar apertado. Cuidava dos filhos, mas com a cabeça sempre pensando em Anahí. Quando estava no escritório chegava a parar no meio de uma leitura e voltava seus pensamentos para o estado de saúde da esposa. Às vezes começava a comer e nem terminava, se perdia em lembranças e com isso o apetite ia embora. Acabou emagrecendo por conta de tantas atribulações.

No dia de receber alta, Ângela chamou Dulce e pediu pra falar a sós.

- Dulce, por favor, me acompanhe.
- Aconteceu alguma coisa?
- Me acompanhe. – seu rosto era sério e totalmente imparcial.

Ângela foi entrando na UTI e Dulce atrás dela sem entender nada. Passaram pela porta e ela pode ouvir uma voz bem baixinho.

- Onde ela está? Eu quero falar com ela...

Dulce levantou a cabeça e procurou pelo som, quando viu trazerem Anahí na maca e colocar em outro quarto.

- Ela acordou e falante. – Ângela sorriu.
- Anahí! – Dulce se apressou em ficar do lado dela. – Você acordou! – beijava a mão dela e o rosto. – Nem acredito que posso ver esses olhos outra vez. Senti tanto a sua falta meu amor. – beijou a testa dela.

Anahí estava um pouco pálida e a voz saía bem baixa, quase um sussurro. Todos saíram do quarto menos a médica, que ainda queria explicar algumas coisas.

- Vou deixar as duas a sós, mas primeiro precisamos conversar.
- Ela acordou! – Dulce olhava como uma criança empolgada.
- Eu sei. – Ângela sorriu. – Anahí você não deve estar entendendo muito, vou explicar. Você ficou pouco quase dois meses em coma, logo após o parto você teve uma parada cardíaca e perdeu muito sangue por conta de uma hemorragia. Tive que fazer a histerectomia após o parto e por isso seu estado se complicou. Graças a Deus está tudo bem e hoje você não corre mais risco. Ainda fica aqui neste quarto em observação, mas amanhã vai para o outro onde Dulce está.
- Meus filhos... – Anahí ainda falava devagar.
- Eles estão ótimos, infelizmente não posso trazê-los neste setor, mas amanhã no quarto poderá ficar com eles. Dulce pode falar mais sobre os dois. – Ângela piscou para a morena. – Com licença.

Assim que a médica saiu Dulce voltou seu olhar para Anahí.

- Tive tanto medo de perder você. – segurava a mão dela. – Rezei tanto, pedi a Deus que não me deixasse sozinha.
- Você está mais magra amor. – Anahí a olhava com certa pena.
- Fiquei aqui o tempo todo com você e com nossos bebês. Eles são lindos! Henrique se parece com você, mas tem os olhos azuis e é loirinho. Dizem que Helena parece comigo, por causa do cabelo pretinho, só que os olhos dela são da cor do seu. – sorriu orgulhosa.
- Os nomes que eu havia escolhido. – sorriu um pouco e fechou os olhos.
- Jura? Foi mamãe quem sorteou naquela caixinha sua. Eu adorei, combina com eles. – riu.
- Quero vê-los amanhã.
- Todo dia eu ajudo a dar mamadeira e faço eles dormirem. Eles só dormem comigo amor. – disse toda boba. – Aliás, eles só dormem. – falou indignada.
- É assim mesmo querida, recém-nascido dorme muito.