Fanfic: 💖Melodia💖💖Portiñon💖💖Adaptada💖💖FINALIZADA | Tema: Portiñon

Blanca foi falar com os garotos e saiu. Pouco depois Dulce apareceu enrolada na toalha.
- Vou me vestir rápido.

Jogou a toalha na cama e foi para o closet. Anahí levantou e foi atrás dela curiosa. Dulce estava de costas procurando uma roupa, completamente nua. Seu corpo era escultural, as costas eram musculosas, braços torneados. Dulce girou a cabeça e a viu observando.

- Hei que foi?
- Estou admirando uma obra de arte.
- Boba. – se virou e pegou uma calcinha.

Anahí se aproximou e a abraçou por trás encostando seus lábios nas costas dela, aspirou o perfume.

- Cheirosa. – Passou a unha levemente pelas costas dela. – Macia. – Deu uma mordida nas costas dela. – E gostosa.
- Linda, vamos nos atrasar. – a voz de Dulce quase não saiu.
- Não to nem aí.

A morena se virou, ficando de frente para Anahí que pode ver os seios dela quase na altura de sua cabeça.

- Calminha aí baixinha. Deixa eu vestir minha roupa e vamos embora, senão a banda se atrasa. Prometo compensar você depois. Certo?
- Não! Eu não sou baixinha! – Anahí estava com um bico enorme.

Dulce soltou uma gargalhada.
- Ta bom minha linda. Você é estatura baixa. – beijou a loirinha. – Agora deixa eu me vestir.

Anahí cedeu e saiu para acabar de se arrumar, passou uma leve maquiagem, fazia tempo que não se maquiava, achou que Dulce gostaria. Se perfumou e aguardou. A morena saiu do closet já toda arrumada.

- Que linda! – as duas falaram ao mesmo tempo.

Anahí usava o vestido que ganhara, sandálias pretas de salto e uma maquiagem que realçava somente os olhos, os cabelos estavam soltos. Dulce colocou uma calça jeans justa e escura e uma blusa branca mais folgada sem manga e com detalhes no decote, estava de salto e cabelos soltos também.

- Está uma gata, do palco vou ter que tomar conta de você. – Anahí brincou.
- Vamos?
- Vamos.

Na sala, Blanca estava de papo com os meninos.

- E aí tia, como foi o sábado? Anny ficou aqui?
- Sim, fomos até a casa dela para que pegasse umas roupas, depois fomos ao shopping, almoçamos lá e voltamos.
- E Dul?
- Estou admirada com o tratamento que ela dá a Anahí. Comprou presente pra ela hoje, fomos até aquela loja de chocolate e ela gastou um horror lá só agradando a garota.
- Quem te viu quem te vê. – Christian falou espantado.
- E Anny? – Poncho perguntou.
- Ela é um anjo. Não reclama de nada, não pede nada, está sempre satisfeita com as coisas. Parece que caiu do céu. Fico pensando nas coisas que Deus faz, Dulce sempre teve uma vida amorosa muito desregrada, fútil e com péssimas influências. Essa garota veio pra tirar minha filha desse caminho.
- E será que Dulce gosta dela?
- Querido, eu vi minha filha calçando sandálias em Anahí.
- O que? – Christian estava de boca aberta.
- Ela não percebeu ainda, mas se ajoelha aos pés de Anahí, literalmente. É apenas um gesto, eu sei, mas é algo que ela nunca fez. Está amável, delicada e tem necessidade de agradar Anahí. Não é como das outras vezes que ela dava presentes para impressionar. Agora ela faz isso para ver a menina feliz.
- To besta! – disse Poncho.
- Eu estou feliz. Gosto de Anny, parece uma menina boa, de família, espero sinceramente que Dulce não estrague tudo. Espero com sentimento de mãe.

As duas desceram abraçadas e brincando uma com a outra.

- Sua mãe disse que vai depois de táxi, disse que quer se arrumar com calma.
- Ué, por quê?
- Não sei, vê com ela aí.
- Mãe, a senhora não vai agora?
- Não, vou tomar um banho e depois pego um táxi, senão atraso vocês. Eu perdi a hora dormindo.
- Quer que eu venha te buscar?
- Não precisa, eu me ajeito, tem táxi logo aqui embaixo.
- Bom, estamos prontas.
- Anny, eu vim te buscar, mas nem precisa. Dulce está de carro, Chris também.
- Então, porque não espera sua mãe, lá ainda vamos passar o som. Quando vocês chegarem provavelmente nem teremos começado. – Anahí se virou para Dulce e falou toda carinhosa.
- Hum, vai sem mim?
- Vou morrendo de saudade. – A loirinha falou baixinho.
- Ai, ai, será que dá pra desgrudar? – Christian implicou.
- Tá bom, vamos, senão atrasa tudo lá.

Despediram-se e Dulce que estava pronta ficou na sala esperando a mãe tomar banho. Foi para a varanda e ficou pensando e olhando a paisagem. Lembrou de uma coisa que queria fazer, não sabia se era certo, mas a curiosidade falou mais alto. Por ser promotora e saber que muitos a viam como vilã no tribunal, às vezes recebia ligações estranhas, então decidiu colocar um gravador para registrar as conversas nos seus telefones para se precaver. Resolveu ouvir a conversa de Anahí com a mãe, porque ficou desconfiada de alguns trechos.

- Oi mãe! Bom dia!
- Bom dia filha. Tudo bem?
- Aqui está tudo bem e aí?
- Aqui também. Hoje seu pai ta aqui, mas está lá fora conversando com o vizinho novo.
- Manda um abraço pra ele. Liguei só pra dizer que está tudo bem.
- Encontrei com os pais de Angelique na igreja, ela está bem? Tem dado pouca notícia.
- Está sim, ela é meio esquisita mesmo, sabe como é né, muito desligada.
- É, diga a ela que a mãe dela também gostaria que ela ligasse. – riu.
- Vou falar.
- E os estudos? Ah, como foi o recital?
- Ta indo tudo bem. Ah sim, foi ontem e foi muito bom. Depois eu conto tudo com detalhes para a senhora. Não posso demorar no telefone. Não estou ligando de orelhão, estou na casa de uma amiga.
- Tudo bem, então fique com Deus e boa semana.
- Obrigada. Bença mãe.
- Deus te abençoe.

Quando a gravação terminou Blanca estava ao pé da escada olhando para a filha.

- Já achou chifre em cabeça de cavalo?
- Mãe! Que susto! Não, eu só fiquei curiosa.
- Sabia que ia fazer isso.
- Eu sou uma advogada, não esqueça, gosto de saber de tudo.
- Neste caso está bisbilhotando. Se ela souber que você fez isso vai ficar chateada.
- Eu sei. Foi bobeira minha.
- Dulce, me diga uma coisa. O que sente por ela?

A morena respirou fundo e falou:
- Quando estou com Anny me sinto tranquila, como se ela controlasse a minha ansiedade. Ela tem o poder de me acalmar. Não quero mais nada quando estou ao lado dela.
- Isso é amizade.
- Não mãe, também não vou dar detalhes de outras coisas. Sinto atração por ela sim, desejo, mas não é só carnal.
- Já sentiu isso antes?
- Só aquela vez.

Dulce se referia a um namoro que teve com uma garota da faculdade, era de família tradicional e tinha dinheiro. Na época Dulce ainda vivia com dificuldade. Namoraram por muitos anos e no fim do curso a garota a largou para ficar com um cara rico, pois era do mesmo nível social. O episódio havia deixado Dulce arrasada e nunca mais se prendeu a relacionamento nenhum. E as palavras ditas pela garota nunca saíram da cabeça dela. Sempre que conquistava alguma coisa, se lembrava de tudo: “Não podemos ter um relacionamento a vida toda. Olha só pra você e olhe pra mim, não somos da mesma classe social e isso com certeza vai me prejudicar.” Na época, Blanca só soube desse namoro depois que Dulce contou sobre sua opção sexual.

- Filha, espero que dê certo. Vejo você vagando por relacionamentos tão vazios, estava falando isso agora há pouco com os meninos e eles também torcem por você.
- Chris não crê em mim.
- Os dois têm medo de você magoar Anahí.
- Não vou fazer isso.
- Estou confiando em você. – olhou com seriedade.
- E você gostou dela hein mãe.

Blanca sorriu.

- Ela é uma boa menina e como falei para os garotos, me parece que ela só quer você e não o que você tem.

As duas saíram e foram para o bar, chegando lá Angelique tinha deixado lugares reservados para elas e o show já tinha começado.

- Anahí me disse que se eu não guardasse uma cadeira para vocês, ela me jogava o teclado na cabeça. O que fizeram com minha amiga? Ela está linda!
- Demos um trato nela. – Blanca brincou.
- Eu adorei! Podem continuar, ela ta precisando. Não que seja feia, mas ela não se dá valor. Essa roupa lhe fez jus ao corpo que tem. – Angelique sorriu.

Dulce ficou satisfeita, assistiu ao show sem piscar os olhos. Anahí estava realmente linda e até recebeu elogios do público. Em dado momento alguém mandou servir uma bebida para ela, o garçom levou e entregou um bilhete. Ela o leu sem deixar de tocar. Fez uma cara com um misto de riso com vergonha. Depois entre uma música e outra pediu a Poncho que falasse ao microfone que ela não bebia.

Gente, gostaria de informar que as bebidas podem direcionar a mim, Pedro e Rocco, pois a nossa queridíssima tecladista não bebe em serviço e nem marca encontros após o show. E ela não está aberta a negociação.

Anahí achou graça. Pedro contou na baqueta e recomeçaram a tocar. Pouco depois entregaram outra bebida e outro bilhete, ela entregou a Poncho e o mesmo falou novamente.

- Não adianta insistir galera.

Dulce fazia uma cara enfezada, mas sorria quando Anahí piscava o olho pra ela.

Quando o show terminou eles avisaram sobre a reforma no local e que voltariam em breve. Angelique levantou para ir cumprimentá-los.

- Amiga, você ta linda! Avisei para Dulce continuar te empurrando pro caminho da luz. – brincou. – Essa roupa ta maravilhosa.
- Que é isso Angelique, é só um vestido.
- E lindo! Como está passando lá naquele apê? Melhor que eu claro!
- Ta tudo bem, elas são simpáticas. Volto amanhã ta? Veja se sossega o facho. Teve um final de semana inteiro pra namorar. – Falou fazendo aspas com os dedos. – Onde você esteve hoje de manhã que eu fui lá e não te achei?
- Eu saí com Rocco, fomos no jardim botânico, tem que ver que lindo é lá.
- Que legal, depois quero conhecer.
- Você foi lá pra que?
- Pra pegar umas roupas, não imaginava dormir fora o final de semana.
- Está te fazendo muito bem, até sua pele melhorou. – Angelique jogara a indireta da noite, mas Anahí fingiu não entender.
- Vem, vamos sentar.

Ficaram de papo até a madrugada. Estavam animados, falando sobre música, shows. Angelique contava histórias da cidade dela e de Anahí e os casos sobre as apresentações que já tinham feito juntas. Todos achavam graça dela.

- Uma vez tocamos em um aniversário e tinha um maluco que, pra agradar, jogou balas em nós. Só que doeu né. Imagina uma bala de coco voando a cinco metros de distância. Anahí quase ficou cega, o cara acertou uma na cara dela.
- Nossa, foi mesmo. Minha vontade era de jogar o teclado em cima dele. – disse revirando os olhos.

Dulce escutava a tudo em silêncio, mas não estava entediada, apenas observava. Algumas vezes Anahí acariciava sua perna por baixo da mesa e ela lhe olhava e sorria. Angelique fingia não perceber, mas estava atenta. Apesar de ser desligada, conhecia muito bem Anahí para dizer que ela estava diferente. Quando resolveram ir embora combinaram que Christian levaria a banda, mais Angelique.