Fanfic: 💖Melodia💖💖Portiñon💖💖Adaptada💖💖FINALIZADA | Tema: Portiñon

 Na manhã seguinte Anahí acordou primeiro e deixou Dulce dormindo tranquila. Preparou o café da manhã e foi correndo na padaria comprar pão.

Quando Dulce acordou e viu que Anahí não estava no quarto, se levantou e a procurou, não a viu, então voltou para o quarto. Viu que o celular dela estava em cima do criado, então imaginou que não tinha ido longe. Não aguentou de curiosidade e pegou o telefone, mexeu nas ligações recebidas e discadas, nas mensagens e se tinha foto. Anahí só mandava mensagem para ela e ligava para a mãe. Viu sua pasta da faculdade e resolveu folhear. Seus trabalhos corrigidos estavam numa repartição e a maioria era feito a mão, sua letra era bonita, pequena e redondinha, era de forma. Haviam partituras e folhas pautadas, em uma delas estava escrito uma frase: “Qual o melhor encontro da vida, senão um amor reconhecendo outro?” Sorriu. Depois viu que numa bolsinha tinha algumas canetas e a maioria lápis de um material diferente, parecia grafite. Ouviu o barulho da porta e guardou tudo. Deitou novamente na cama. De olhos fechados percebeu Anahí entrando no quarto e sentando na beirada da cama. Abriu os olhos e viu o mais belo sorriso.

- Bom dia! Não vou nem perguntar se dormiu bem, deve estar toda moída.
- Dormi otimamente bem e não estou moída.
- Comprei pão quentinho. Vem, senão ele esfria.
- Você foi à padaria?
- Sim, essa hora sai pão fresquinho e é uma delícia.
- Então vamos, que estou com fome. Ontem à noite me deram uma canseira. – se levantou da cama.
- É? Quem foi essa sem-vergonha? – Anahí fingiu não saber.
- Uma loirinha assanhada que conheci. – Dulce a abraçou por trás e foi andando para a cozinha.
- Ah, tenho certeza que essa loirinha aí só fica assanhada quando vê uma morena alta de olhos castanhos.

As duas tomaram o café e Dulce se despediu para ir trabalhar. Anahí tinha aula e dessa vez não quis faltar. Combinou de ir para o escritório da namorada quando saísse da faculdade. Assim que subiu as escadas da escola de música um garoto que era de sua turma a cumprimentou.

- E aí Anahí, não veio de carrão hoje?

Por um instante ela ficou sem entender e depois se lembrou do carro de Dulce.

- Hoje vim de ônibus mesmo. – sorriu forçado.

Aquele comentário a incomodou, teve a sensação de que as pessoas comentavam sobre a vida dela.

“Como é que pode, a gente pensa que fofoca é só coisa de gente do interior.” 

Depois da aula, como combinado, foi para o escritório de Dulce. Assim que apareceu na recepção a secretária abriu caminho para que ela entrasse. A outra estagiária não entendeu ao certo e depois foi conversar com Érica.

- Ué! Não entendi. – estava confusa.
- Essa garota deve ser algum cacho da Dulce, pra poder entrar aqui assim a qualquer hora.
- Ai, ai, esse povo gay não tem vergonha mesmo.
- Quer perder o estágio?
- Eu não, por quê?
- Se Dulce ou Christian ouvirem uma coisa dessas, você está na rua e será jogada pela janela ainda.
- Credo! Foi só um comentário.
- De mau gosto. A falta de vergonha na cara não é só coisa de gay, é de hétero também. - Érica a repreendeu.

Érica era secretária de Dulce desde que a promotora montou o escritório, eram da mesma idade, não tinham nada em comum a não ser que uma era boa chefe e a outra boa funcionária. O limite entre as duas era o respeito e isso bastava. Dulce sabia dos defeitos dela, mas tolerava por ser boa funcionária.
Anahí bateu na porta e recebeu um ok do outro lado.

- Olá!
- Hei! Entra, estou terminando pra gente almoçar.

Anahí se sentou na cadeira em frente à mesa de Dulce.

- Muito trabalho?
- Um tanto quanto. – riu.
- Vou ficar ali na mesa então. Estou com uma resenha para fazer.
- Se quiser pode usar meu notebook. Está naquela gaveta da estante.
- Não precisa, eu vou fazendo umas anotações e depois passo a limpo.
- Os professores não exigem o trabalho digitado?
- Não, só alguns. Quando pedem, eu vou a uma lan house e faço lá.

Dulce continuou trabalhando e Anahí estudando. Um tempo depois Christian entrou na sala com uma pasta abarrotada de papéis.

- Chefinha, esse processo vai levar anos para ser lido.

Dulce, sem levantar a cabeça, olhou para ele apenas levantando os olhos e a sobrancelha.

- Oi Anahí! Dulce te botou pra trabalhar? – perguntou vendo a garota lendo.
- Não! – sorriu. – Isso é trabalho da faculdade.
- Ah sim, não fique muito tempo nesta sala, que ela te coloca no meio da função. – sentou em frente à promotora. – Meu estagiário é horrível, quero outro.
- Foi você mesmo que o escolheu.
- Eu me enganei, ele é lerdo Dulce e chega atrasado todo dia.
- Então dispense-o e ligue para a faculdade para saber se eles têm outro disponível.
- Tudo bem. Por enquanto vou trabalhando com a sua estagiária.
- Pode ficar com ela se quiser. Pretendo contratar outro funcionário.
- Pra que?
- O movimento está aumentando e eu preciso de mais gente para dar conta da parte burocrática.
- Tenho um amigo da faculdade que é excelente. Ele forma junto comigo.
- Quero com OAB já.
- Ah, aí vai ter que procurar melhor.
- Pode deixar o processo aí que vou ler, chame a estagiária converse com ela e veja pra mim na faculdade outro estagiário por enquanto, até eu ver o que fazer com um novo contratado. – Dulce conversava com ele sem levantar a cabeça, apenas olhava de vez em quando e voltava sua atenção para a documentação que tinha em mãos.
- Qual é o nome dela?
- Dela quem?
- Da estagiária.
- Sei lá.
- Aff, a menina ta aqui tem quatro meses e nem sabemos o nome dela.
- Prontinho. Leve esses documentos e deixe com essa garota para levar ao fórum, diga a ela para protocolar tudo.
- Sim senhora. Já vai almoçar?
- Não sei, vou ver o que Anahí quer fazer.
- Hum, a última palavra continua sendo a sua. Sim, querida o que você quiser. – o rapaz brincou.
- Palhaço.
- Hoje tem show, você vai?
- Claro.
- Poncho está tão empolgado que até sonhou de noite.
- Anahí também está.
- Bom, vou nessa.

Christian saiu da sala e Dulce foi em direção a Anahí. Estava tão concentrada que nem a viu chegar. A morena se aproximou por trás, apoiando as mãos nos braços da cadeira e a beijou no topo da cabeça.

- Psiu. Quer almoçar?
- Não estou com muita fome. Nossa, esse trabalho é mais difícil do que eu pensei. É muita coisa pra fazer.
- Pra quando é?
- Na outra sexta-feira.
- Se você digitar ao invés de escrever, vai andar mais depressa. Porque depois de fazer suas anotações vai ter que passar a limpo ainda.
- É. – Anahí falou desanimada.
- Pode usar meu notebook, eu quase não o uso. Vai te ajudar.
- Fico com medo de estragar.
- Não vai, você é responsável. Sei disso.
- Posso mesmo? – Anahí virou a cabeça para cima.
- Pode. – Dulce a beijou.

Saíram pra almoçar e Dulce deixou o escritório na mão de Christian. Almoçaram no shopping e quando terminaram ficaram andando por lá mesmo até a hora de Dulce voltar. Passando por uma loja, Dulce viu um conjunto muito bonito e olhou para Anahí.

- Que foi? Pode parar.
- É a sua cara.
- Não é não.
- Amor, podia usar hoje no show.
- Se todo show que eu fizer tiver que comprar uma roupa nova, vou morar na rua com roupa nova, porque não vou ter dinheiro para o aluguel.
- Te dou de presente.
- Você me dá muitos presentes.
- Dou nada, você não deixa.
- Porque não acho justo isso.
- E desde quando receber presente da namorada é ser justo ou não. Quero te agradar ué.

Anahí parou de andar e ficou de frente para a namorada.

- Você já me agrada. Não sabe o quanto. Agora vamos andando.

A contragosto Dulce foi com ela, mas olhou para o nome da loja e memorizou.

Mais tarde quando deixou Anahí em casa e já ia para o escritório, fez uma ligação do celular para a loja e encomendou a roupa. Pediu que entregassem no escritório. A noite pegaria a loirinha para irem ao show. Assim que entrou no apartamento Dulce lhe deu o presente.

- Não brigue comigo. Não resisti.
- Outra vez não resistiu. – Anahí estava séria.
- Experimenta, se não gostar eu devolvo.

Anahí levou a roupa para o quarto e se vestiu, abriu a porta e foi mostrar para a namorada. Era uma calça leging preta e uma blusa mais clara e larga com um cinto preto. Usava as sandálias que Dulce tinha lhe dado da outra vez.

- Uau! Nem preciso dizer que está linda.
- Não ta muito justa essa calça?
- É assim mesmo. – Dulce se levantou e foi se aproximando com aquele olhar faminto. – Posso te dar um beijo?
- Faz tempo que não me faz essa pergunta. – Anahí sorriu.

Beijaram-se, mas logo saíram para o show.

Realmente o bar tinha ficado muito bonito, a decoração era uma mistura de rústico com elegância. Não perdera o ar aconchegante, pelo contrário, tinha ficado mais agradável. Havia um palco dessa vez com uma iluminação embutida para as bandas que ali iam tocar. Os garotos ficaram empolgados. Anahí foi a última a chegar e quando apareceu na entrada do local Pedro veio recebê-la.

- Anahí! Ta bonita.
- Nossa, bonito ta esse lugar.
- Ficou irado não é?
- Muito.

Dulce havia deixado a loirinha na porta do bar e foi em busca de um lugar para estacionar o carro. Não demorou muito para encontrar, estava na calçada em frente ao local quando viu que Pedro passou o braço em volta da cintura de Anahí e a levou para dentro do bar. A tecladista ficou desconcertada, tirou a mão dele delicadamente, mas ele insistiu. Dulce fechou o cenho e entrou no bar. Algumas pessoas estavam sentadas na entrada e cumprimentaram os músicos dizendo que os aguardavam ansiosos.

- Viu como estamos chiques, tem até gente esperando. – Rocco falou animado.
- E o dono? Cadê ele? – Anahí perguntou.
- Passou aqui mais cedo, está lá dentro. Ele tem um sócio agora, que foi quem investiu na nova decoração.
- Muito bom mesmo. – Anahí falou olhando em volta e avistou Dulce vindo com uma cara muito séria.
- Nossa, ela ta com uma cara. – Poncho falou.
- É, deixa eu saber o que aconteceu. – Anahí se afastou.
- Anahí ainda está saindo com essa mulher? – Pedro perguntou só para Poncho.
- Está sim.
- Que desperdício. – balançou a cabeça negativamente.
- Pedro, melhor procurar outra. – Poncho sorriu.
- Homem gay eu aceito, agora mulher eu não consigo conceber! – falou contrariado.
- Isso é ser machista. E é por isso que as mulheres estão trocando de lado. E seja discreto, porque Rocco só desconfia delas e ele pode contar a Angelique.
- Relaxa que não vou falar nada.
- Que foi amor? Está séria?
- Eu que pergunto o que foi. Vi Pedro bem à vontade te levando pra dentro do bar como se fosse seu namorado.

Anahí ficou sem graça, mas não teve culpa no ocorrido.

- Ele passou o braço na minha cintura, eu tirei, mas ele insistiu. Quando nos aproximamos dos meninos eu me livrei logo dele, não pude fazer muito.
- Podia ter pedido a ele para tirar a mão.
- Mas eu tirei...
- Não, acho que até gostou.
- Que isso! Amor, não fale assim.

Os garotos chamaram e Anahí teve de ir.

- Depois conversamos. – Dulce a olhou séria.

Anahí saiu desconsertada. O show começou e nem bem o primeiro compasso da música tocava e a banda foi aplaudida, arrancando sorrisos dos músicos. Anahí olhou para Dulce sorrindo e ainda sentiu aquele olhar reprovador. Novamente ficou sem graça.

Christian estava chegando atrasado, sentou-se ao lado da prima.

- E aí, tem tempo que começou?
- Não, foi agorinha.
- Que cara feia! Que houve?

Dulce contou o ocorrido e Christian achou graça.

- Está com ciúme! Quem diria! Deixa só Poncho saber disso.
- Pedro é um folgado e isso não é ciúme.
- É sim, admita. Não te custa admitir ciúme. Já disse que a ama?
- Já.
- Então isso é ciúme mesmo. E você brigou com ela?
- Anahí deixou ele se aproximar.

 

Boa noite Melodics

Cap dedicado a primeira jogadora  laine.

Fico muito feliz que estaja gostando.

Tb amo esta estória.

Xero para laine.