Fanfic: 💖Melodia💖💖Portiñon💖💖Adaptada💖💖FINALIZADA | Tema: Portiñon

- Menina, to gostando de ver. Terá um concerto só com peças de Bach, vou te colocar na lista.
- Eu?
- Não, a minha avó. – brincou.
- Marconi, eu li sobre esse concerto, são alunos quase formados. Não posso me juntar a eles.
- E por que não? Só porque é calouro ainda? Pois será a primeira. E não será só piano, tem alunos de harpa, flauta e violão. Poncho estará lá.

Anahí ficou um pouco assustada, mas o entusiasmo de Marconi a animou. Saiu da aula e foi direto falar com Angelique que saiu da sala toda contente.

- Amiga, estou escalada para a apresentação de Bach.
- Eu ia dizer a mesma coisa.
- Temos que comemorar. Vamos pra lanchonete comer aquele sanduíche de queijo.

À noite Rocco passou para pegar Angelique para sair e chamou Anahí.

- Sou branca, mas não tenho vocação pra vela.
- Que isso! Poncho estará com Christian.
- Vela de novo e de dois! Podem ir numa boa, vou ficar pra dar uma repassada nas músicas novas pra sexta.

Anahí até tentou estudar, mas ficou pensando em Dulce. Depois daquele dia não a tinha visto mais e nem notícias tinha também. Não sabia como procurá-la e também achou melhor, não sabia das intenções dela e Poncho já a tinha avisado.

Dulce por sua vez estava ao telefone despachando Bianca.

- Já disse que não vou sair hoje.
- Mas por quê?
- Não estou afim e amanhã tenho muitas questões a resolver no escritório e ainda pego um tribunal à tarde. Se eu sair, será na sexta-feira e olhe lá. Pois no final de semana pretendo visitar minha mãe.
- Você anda me evitando.
- Se você pensa assim, não posso fazer nada.

Bianca sabia que estava sendo dispensada, então seu orgulho falou mais alto. Não insistiu mais e decidiu largar Dulce de lado. Quando desligaram Dulce se deixou cair em uma cadeira no seu quarto, estava era pensando em Anahí.

- Dulce, Dulce... acorda. Se não se prendeu até hoje, não é agora que vai se amarrar e logo nessa menina. – falou para si mesma.

Sentou em seu escritório e começou a ler uns processos, acabou desviando sua atenção.

Sexta-feira no bar, o Acorde começou a tocar e a morena não estava lá. Anahí olhou por todos os lados e nada dela aparecer. Christian que estava assistindo ficou de olho nela, sabia quem estava procurando. Quando desceram para o intervalo o rapaz a interceptou antes de chegar à mesa.

- Está procurando Dulce não é?
- Não, eu... é estava. – riu sem graça.
- Pode ser que não venha, amanhã deve acordar cedo para visitar tia Marta.
- Ah sim.
- Anahí, você é uma menina bonita, gente boa, não se amarre em Dulce.
- Não estou amarrada.
- Aqui no Rio tem muitas garotas que dariam qualquer coisa pra ficar com você. Tecladistas aqui são famosas. – o rapaz brincou.

Estavam conversando animadamente que nem perceberam quando Dulce apareceu. Vinha acompanhada de um amigo. Sem que Anahí visse, ela chegou por trás e apertou seus ombros.

- Cheguei tarde, mas a tempo de ouvir uma música do Djavan?
- Oi! – Anahí logo se animou. – Claro, ainda falta uma pra tocar.
- Senta aí Dulce, já estamos voltando. – Poncho falou.
- Não obrigada, estou com um amigo. Não devo demorar, amanhã viajo cedo. – Falava e ainda mantinha as mãos no ombro de Anahí. – Vou esperar pela minha música. – Falou ao seu ouvido e saiu.

Angelique observou a cena e nada falou. Quando a banda saiu ela se dirigiu a Christian e perguntou:
- É impressão minha ou sua prima está dando em cima de Anahí?

 Christian quase engasgou com a cerveja.
- Não que eu tenha nada contra, mas ela deveria saber que Anahí é hétero.
- E é?
- Claro, ela já namorou e tudo. Quase casou.
- O que?!
- Sim, exagero meu dizer quase casou, mas ela fez planos e tudo. Só terminou porque o namorado a traiu.
- Novidade essa agora.
- Anahí é muito centrada, não mistura relações amorosas com estudo e trabalho. Por isso sempre está sozinha. Bota tudo na frente do namoro.
- Eu gosto dela.
- Eu também e torço pra que ache alguém que a ame e que ela ame também, acho Anahí muito fechada. Muito reprimida, da roça, só de olhar pra ela já se sabe que é do interior.
- Nossa Angelique, não precisa falar assim! Nem parece amiga dela.
- Eu falo isso pra ela também.

Christian achou o comentário desnecessário e não quis esticar o papo.

Quando a banda recomeçou Anahí já tinha um olhar totalmente diferente e não conseguiu esconder o sorriso. Faltando cinco músicas para acabar tocaram Linha do Equador de Djavan. Cantarolou baixinho e olhando para Dulce de vez em quando. Quando a música acabou a morena se levantou e se despediu de Angelique e Christian na mesa. Deu um tchau para a banda e antes de sair do bar virou-se e piscou o olho para Anahí que sorriu timidamente. Ninguém percebeu, pra sua sorte.

No domingo de manhã os garotos resolveram fazer um churrasco na casa de Christian. Rocco e Angelique estavam no clima de romance e não se desgrudavam.

- Aqueles dois ali vão casar. – Pedro brincou.
- Vão. E vamos tocar no casamento deles. – Anahí veio falando.
- Podem apostar. – Angelique tinha escutado e entrou na conversa.

Christian ouviu o telefone tocar e saiu para atender.
- Chris, é Dulce tudo bom?
- Tudo. Já voltou?
- Ainda não, voltarei apenas na segunda. Queria te pedir um favor, tenho uns processos para despachar na segunda cedo. Não os separei, estão na minha gaveta que fica trancada. Pegue as chaves no meu apartamento e despache pra mim.
- Claro. Passo lá hoje e pego.
- Que está fazendo de bom?
- Nada demais, um churrasco com o pessoal. Anahí está aqui. – Christian falou já se arrependendo do que dissera.
- Ah é? Posso falar com ela?
- Ai, pra que eu fui falar!
- Anda, vai... chame ela aí.
Pra não dar na pinta, já que Angelique estava desconfiada, Christian chamou Anahí fingindo mostrar algo e quando ela entrou lhe entregou o telefone.
- É pra você.
- Pra mim? Quem é?
- Atende ué. – saiu para dar privacidade à loirinha.
- Alô?
- “Mas é doce morrer nesse mar, de lembrar e nunca esquecer... Se eu tivesse mais alma pra dar eu daria, isso pra mim é viver...”

O rosto de Anahí imediatamente se iluminou.

- Adorei a música!
- Cantei pra você. - falou baixinho.
- Eu vi e achei lindo! Estou com saudades. – Dulce nem soube por que disse aquilo.
- Por que não veio no churrasco?
- Estou em Mauá, na casa de minha mãe.
- Volta hoje?
- Só amanhã.
- Ah...
- Está se divertindo aí?
- Sim, eu gosto de juntar o pessoal. Conversamos sobre coisas diferentes. Por exemplo: Música! – brincou.
- Posso ver você amanhã quando eu chegar?
- Pode.
- Então me espere na esquina da sua rua, as oito. Vou te levar pra jantar.
- Ta bom.
- Aproveite o churrasco e até lá.
- Obrigada, bom resto de domingo e venha com cuidado.

Quando desligaram Dulce ficou pensando na delicadeza de Anahí ao pedir cautela para viajar. Ninguém nunca falara assim com ela. Realmente era uma garota diferente.