Fanfic: 💖Melodia💖💖Portiñon💖💖Adaptada💖💖FINALIZADA | Tema: Portiñon

Paola saiu deixando Dulce parada como uma estátua no meio da sala. Antes de fechar a porta piscou para ela e saiu. A promotora ficou atordoada, sentindo um arrepio no corpo e os pensamentos bagunçados como sempre. Sentou em sua cadeira e recostou fechando os olhos. Saiu do transe porque o telefone tocou, era Anahí. Ligou para falar que se atrasaria e só chegaria em casa depois das dez, pois estava com um trabalho em grupo para fazer e os integrantes não tinham um horário melhor para se encontrar. Como ela chegaria tarde em casa, Dulce resolveu trabalhar até tarde.

Depois que todos saíram Dulce se trancou no escritório e ficou trabalhando. Concentrou-se de tal forma que esqueceu da hora. Passava das dez quando Anahí ligou para seu celular.

- Amor, onde está?
- Estou no escritório. Aproveitei que você não estaria em casa e fiquei aqui trabalhando. Nossa nem vi a hora. Estou indo pra casa.
- Vou te esperar, ainda estou estudando para a prova.
- Já chego em casa. Beijos.

Dulce saiu trancando tudo e foi para casa. Seu telefone tocou e não identificou o numero do telefone, então não quis atender, mas ele continuou insistente até que ela resolveu atender.

- Alô.
- Dulce, por favor preciso que venha a minha casa, sofri um atentado. – era Paola ao telefone.
- Como é que é? Do que está falando Paola?
- Entrei em meu apartamento e está tudo revirado. Ainda tinha alguém aqui quando entrei, mas saiu pela porta de serviço.
- Já chamou a polícia? – Dulce realmente se preocupou.
- Eles já vieram e aqui e fizemos um boletim de ocorrência. Estou apavorada. – a voz de Paola parecia nervosa e Dulce se comoveu.
- Vou passar aí.

Assim que chegou se identificou na portaria e subiu, por ingenuidade deveria ter perguntado ao porteiro se havia tido algum problema num dos apartamentos, mas estava tão preocupada que não pensou nisso. No início de sua carreira, Dulce também sofreu um sequestro relâmpago e na época ficara apavorada, principalmente porque sua mãe estava junto. Sempre se preocupava com sua segurança e saber que alguém estava passando pela mesma coisa a deixava muito impressionada. Somente por isso foi ajudar Paola. Quando bateu na porta, imediatamente a juíza a abriu.

- Graças a Deus. – correu em abraçá-la.

A morena reparou que o apartamento estava todo bagunçado, ao menos a entrada até onde ela podia ver.

- Você está bem?
- Agora estou, mas não quero ficar aqui hoje.
- Vá para um hotel ou para casa de seu pai.
- Ele não está aí.
- Mas eu acho que não terá mais problemas, peça um reforço da polícia. Se quiser conheço uma firma de segurança, eles são confiáveis. Posso chamá-los e...
- Não! – Paola a interrompeu. – Fique aqui comigo um pouco, só um pouco, por favor.

Dulce ficou com pena e não teve como recusar o convite. Foi até a cozinha e preparou um copo de água com açúcar e deu a ela. As duas sentaram-se para conversar até que Paola pareceu se acalmar.

- Bom eu já vou indo. – Dulce falou se levantando.
- Fique mais um pouco. – Paola pôs a mão em sua perna.
- Não posso, está tarde e amanhã tenho que estar no fórum muito cedo.
- Obrigada por vir, eu não tinha para quem ligar. – Paola aparentou desolação.
- Sem problema, cuide-se.

Quando Dulce virou-se Paola a segurou e num ímpeto a beijou, mas não com a voracidade que fazia, dessa vez foi delicado. A morena se assustou e tentou afastar o corpo dela, mas Paola apertou-se contra seu corpo e o beijo foi mais intenso. Suas línguas se encontraram e daí pra frente Dulce não conseguiu se controlar mais. Em minutos Paola estava em cima da bancada da cozinha com as pernas abertas e enlaçadas na cintura dela. Gemia alucinadamente com as estocadas que a morena dava em sua vagina.

- Mais forte, mais forte... – pedia gemendo. – Ahhh... eu vou gozar... ahhh... ahhh... – seu corpo estremeceu forte. Puxou Dulce para um beijo e relaxou.
- Não posso ficar aqui, meu Deus o que eu estou fazendo! – era como se Dulce despertasse daquela situação sempre quando já tinha cometido o erro. – Paola, por favor não me procure mais. Me deixe em paz. – vestia suas roupas. – Me deixe em paz! – repetiu e saiu do apartamento.

Olhou no relógio e era mais de meia-noite quando desligou o carro na garagem do seu prédio. Ao entrar no apartamento procurou por Anahí e a viu no escritório dormindo em cima dos livros. Correu até o lavabo e lavou o rosto, as mãos, estava com nojo de si mesma. Pegou a loirinha no colo e a levou para o quarto. Deixou-a deitada na cama e foi tomar um banho. Dormiu abraçada a ela e chorando.

Na manhã seguinte, Anahí acordou e preparou um café da manhã. Estava ajeitando a mesa quando sentiu o abraço de Dulce.

- Bom dia.
- Ei, bom dia! Chegou tão tarde que eu nem vi. Aliás, eu acho que dormi no escritório.

Dulce sorriu.

- Dormiu sim, eu a peguei e levei para a cama.
- Você chegou que horas? – Anahí perguntou confusa.

Dulce pigarreou.

- Pouco depois das onze, peguei um trânsito infernal. Essa cidade está cada dia pior.
- Eu estava tão cansada que nem vi.
- Ta muito corrido na faculdade?
- É que os professores ficam confabulando a desgraça dos alunos sabe... eles se juntam em noites de lua cheia e combinam suas provas e trabalhos ao mesmo tempo, isso tudo regado a rituais macabros, onde eles colocam nossos nomes numa caldeira fervente. – Anahí falava fazendo gestos engraçados.

Dulce soltou uma gargalhada.

- É verdade amor. Essa semana eu tenho três provas, dois trabalhos e uma pesquisa sobre música sacra. Angelique está estudando comigo e é isso que nos ajuda, assim uma cobra da outra.
- Você dá conta. – puxou Anahí para um abraço. – É a pianista mais competente dessa cidade, talvez do país e um dia será do mundo. – enchia Anahí de beijos.
- Mas você bateu com a cabeça hoje de manhã? – Anahí passava a mão na testa de Dulce.
- Bati e me vi completamente apaixonada por uma loirinha de olhos verdes. Todo dia a amo mais um pouco. – beijou-lhe os lábios.
- Amor, tenho uma novidade.
- Está grávida! – Dulce arregalou os olhos.
- Não sua boba.
- Ah que pena!
- Que isso! Quer ter filhos? – Anahí perguntou surpresa.
- Um dia, mas isso é assunto pra depois. Conta a novidade.
- Angelique me falou que estão precisando de um pianista para a orquestra e que estão cogitando meu nome.
- Verdade? Amor que maravilha!
- Será que eles me chamam?
- Eu chamaria, pianista linda e competente.
- Nossa, seria muito bom para meu currículo. Será como pianista temporário, pois o que está lá foi convidado para tocar na Europa e quando ele voltar toma seu posto novamente, mas já é alguma coisa.
- Tomara que dê certo, eu vou torcer.
- Obrigada.
- Agora preciso ir, tenho audiência bem cedo, nem passo no escritório hoje.
Dulce foi se arrumar e Anahí a acompanhou. Ajudou a escolher a roupa e saíram juntas. Naquele dia à tarde a promotora recebeu um buquê de flores e uma pequena caixa com uma jóia e um cartão. Era de Paola agradecendo pela gentileza no dia anterior. Christian foi quem recebeu e deixou na sala dela, não teve como não ler o cartão, pois ele estava sem envelope como se fosse um postal. Antes de ir para casa Dulce passou no escritório para deixar suas coisas e viu o presente.

- Sua amada deixou para você. – o rapaz sorriu.

Ela pegou e viu que era de Paola.

- Sua gentileza me comove. – Christian foi irônico.

Dulce pegou tudo e jogou fora, com exceção da jóia que entregou a Érica.

- Pra você, por ser uma excelente secretária.

A garota ficou toda feliz com o presente.

Algumas semanas depois Anahí entrava na sala para ter aulas com Vera e a viu conversando com o maestro da orquestra. Seu coração quase saiu pela boca. Tentou disfarçar a curiosidade, mas seus olhos praticamente a denunciavam.

- Anahí, entre querida. Conhece Ernesto?
- Sim, bom dia. Tudo bem?
- Tudo ótimo. Anahí estou conversando com Vera sobre seu currículo, que apesar de ser uma nova aluna, tem bastante pontos positivos. Estou precisando de um pianista e o que procuro não é experiência e sim disciplina. Quero alguém que chegue na hora, que seja atento e o mais importante, que seja humilde. E por tudo que já me falaram sobre você, esse último é seu maior atributo. Estou cansado de músicos estrelinhas.
- Eu agradeço o elogio, sempre faço o melhor que posso.
- O nosso próximo ensaio será nesta quarta-feira. Te espero às duas da tarde no auditório.

Anahí prestou atenção no que ele falou, mas custou a acreditar.

- Está na orquestra da escola de música. – Vera sorriu para ela.
- Meu Deus! Muito obrigada Ernesto! – sua emoção foi tão grande que abraçou o maestro. – O que eu preciso estudar para o ensaio?
- Nada por enquanto, este ensaio será somente para apresentações, estão entrando outros músicos além de você e quero conversar com todos.

Anahí mal conseguiu se concentrar na aula depois que o maestro saiu. Queria que acabasse logo para contar a novidade para Dulce. Assim que saiu correu para o escritório dela.

Dulce estava ao telefone quando Érica entrou acompanhada de Paola. Seus olhos faiscaram em cima da secretária.

- Dulce me desculpe, mas ela insistiu tanto e nem me deu tempo de avisá-la.
- Não sei por que insiste em não me receber, sabe que temos assuntos pendentes.
- Não temos nada a tratar. – a promotora foi grossa.

Paola mandou Érica sair e fechou a porta.
Quando Érica viu Anahí entrando pediu apenas um minuto, pois Dulce estava com outra pessoa em sua sala.

- Só um minuto que vou avisá-la.
- Tudo bem eu espero aqui.

Christian apareceu com umas pastas na mão e a cumprimentou.

- Ué, que faz aqui fora? Érica agora tem Alzheimer?
- Não seu bobo, é que Dulce está com alguém na sala dela.
- Pode entrar por minha conta, pois não é importante. – Christian queria que Anahí visse Paola lá dentro.

Quando abriu a porta as duas estavam conversando, Dulce em sua cadeira e Paola de frente para ela apoiada na mesa. O rapaz teve uma surpresa maior que se as duas estivessem fazendo qualquer outra coisa.

- Chefe, tem visita.